Um estudo da Associação Brasileira do Sono indica que 24% dos homens de meia-idade sofrem com o ronco, comparado a 18% do público feminino.
O ronco acontece quando o ar é obstruído e passa com dificuldade pelas vias aéreas durante a respiração, produzindo um som rouco ou áspero vindo do nariz ou da boca.
E, se você é do tipo que ronca, saiba que a alimentação antes de dormir pode exacerbar o barulho.
Quais alimentos evitar para reduzir o ronco? As principais causas físicas do ronco são o aumento de peso, alterações anatômicas das vias aéreas e o excesso de flacidez na região da garganta.
A recomendação é a adoção de uma dieta mais adequada. Vale destacar que a mudança não irá erradicar completamente o ronco, mas haverá uma redução significativa nos episódios de ronco.
Confira a seguir os alimentos para evitar e diminuir o ruído:
Produtos lácteos
A lactose presente nesses produtos aumenta a produção de muco, o que pode aumentar os episódios de ronco. Assim, antes de dormir, o melhor é evitar alimentos como iogurtes, queijos e sorvetes.
Açúcar
O consumo excessivo de açúcares processados pode causar inflamação na garganta e nas passagens nasais, dificultando a respiração durante o sono. Desta forma, doces, biscoitos, sobremesas e refrigerantes à noite devem ser evitados.
Produtos à base de trigo
Este tipo de alimento também tende a estimular a produção de muco e contribuir para a inflamação das vias aéreas e dos seios nasais. As alternativas são alimentos sem glúten, como pães, bolos e massas.
Fast food
Comidas muito processadas podem causar congestão no sistema respiratório, dificultando a respiração durante a noite. Portanto, lanches e massas, por exemplo, devem ser evitados, especialmente à noite.
Bebidas alcoólicas
O álcool relaxa a musculatura da garganta, o que ajuda a fechar o canal da passagem do ar, causando a vibração do ronco. Então evite tomar vinho na janta, por exemplo.
Ao reavaliar sua alimentação, em particular próximo à hora de dormir, você pode reduzir o barulho, contribuindo para uma melhor qualidade de sono.
Vale destacar que um alimento consumido em um dia específico pode afetar seu sono. Porém, se uma pessoa ronca todos os dias, mesmo quando não consome alimentos que podem piorar o quadro, certamente o ronco tem outra causa primária. Consulte um profissional de saúde para avaliar seu caso.
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou carta ao Senado Federal em que relata preocupação caso os dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapes, sejam liberados no país. Previsto para ser votado nesta terça-feira (20) no Congresso Nacional, o Projeto de Lei (PL) 5008, que trata do tema, foi retirado da pauta do dia.
No documento, escrito pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde [Cetab/Ensp/Fiocruz], a instituição diz concordar com a Resolução RDC 855/2024 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proíbe a comercialização, fabricação, importação e publicidade dos DEF.
A Fiocruz diz também estar em consonância com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e de entidades da sociedade civil como a Associação Médica Brasileira (AMB) e a ACT Promoção da Saúde, que indicam os riscos de uso dos DEF.
Um dos destaques citados no documento é o alerta da OMS de 2023, que fala sobre os efeitos adversos dos cigarros eletrônicos para a saúde pública. A OMS ressaltou danos respiratórios, cardiovasculares e potenciais efeitos neurotóxicos, e uma preocupação com o impacto a longo prazo desses dispositivos.
A Fiocruz também critica os fabricantes dos DEF, por adotar “estratégias de marketing que visam atrair o público jovem, contrariando suas alegações de que esses produtos são destinados exclusivamente a fumantes adultos. A publicidade em mídias sociais e o patrocínio de eventos evidenciam um direcionamento claro para atrair consumidores mais jovens, expondo essa faixa etária vulnerável a riscos significativos”.
E afirma na carta enviada ao Senado que, ao contrário do que dizem os fabricantes, “os DEF ampliam o risco de dependência à nicotina e expõem os consumidores a substâncias cancerígenas, como nitrosaminas, formaldeído acetaldeído, amônia, benzeno e metais pesados. Além do apelo tecnológico, esses dispositivos contêm solventes como glicerina e propilenoglicol, além de uma variedade de aromatizantes e saborizantes que atraem, especialmente, crianças e jovens, induzindo-os à experimentação precoce e à rápida dependência de nicotina”.
O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, disse nesta terça-feira (20), em Genebra, que a mpox - independentemente de se tratar da nova variante 1, por trás do surto atual na África, ou da variante 2, responsável pela emergência global em 2022 - não configura “uma nova covid”.
“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo”, disse. “Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos necessários para eliminar completamente a transmissão,” disse.
O diretor regional da OMS lembrou que, há dois anos, foi possível controlar a doença na Europa graças ao envolvimento direto com grupos mais afetados, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). “Implementamos uma vigilância robusta, investigamos exaustivamente novos contatos de pacientes e fornecemos conselhos sólidos de saúde pública”, detalhou.
“Mudança de comportamento, ações não discriminatórias de saúde pública e vacinação contra a mpox contribuíram para controlar o surto [em 2022]”, disse. “Mas, devido à falta de compromisso e de recursos, falhamos na reta final”, alertou, ao citar que a Europa registra, atualmente, cerca de 100 novos casos da variante 2 todos os meses.
Emergência global Para Kluge, a nova emergência global por mpox - provocada pela nova variante 1 - permite que o continente volte a se concentrar também na variante 2. Dentre as ações destacadas por ele estão fortalecer a vigilância e o diagnóstico de casos e emitir recomendações de saúde pública, inclusive para viajantes, “baseados na ciência, não no medo, sem estigma e sem discriminação”.
O diretor OMS Europa destacou ainda a necessidade de aquisição de vacinas e medicamentos antivirais para os que mais precisam, conforme estratégias de risco. “Em suma, mesmo que reforcemos a vigilância contra a nova variante 1, podemos – e devemos – nos esforçar para eliminar a variante 2 do continente de uma vez por todas”, preconizou.
“A necessidade de uma resposta coordenada, neste momento, é maior na região africana. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças na África declarou a mpox uma emergência continental pouco antes da declaração global feita pela OMS. A Europa deve optar por agir em solidariedade”, concluiu, ao citar ações imediatas para o que classificou como “momento crítico”, como também ações de longo prazo.
Quando falamos sobre sintomas de ansiedade, os mais citados costumam ser palpitação, insônia, inquietação, tensão muscular e excesso de preocupação. Todavia, há alguns sinais menos comentados que, apesar de serem associados a outros quadros, muitas vezes podem ser indicativos de um transtorno ansioso.
Pensando nisso, entrevistamos Nina Ferreira, médica psiquiatra referência em neurociência, que explica quais sintomas são esses (e por que eles podem revelar a presença de ansiedade). Confira:
Tudo te incomoda Sabe aquelas pessoas que parecem sempre estar com os nervos à flor da pele, irritadas com tudo? Para Nina Ferreira, esse comportamento costuma ser um sinal de transtorno ansioso.
“Elas explodem facilmente, não têm paciência. Barulhos pequenos, aglomerações, muitas tarefas para fazer ao mesmo tempo. Tudo isso irrita o indivíduo profundamente”, diz.
Sensação de cansaço constante Nina explica que, normalmente, as pessoas costumam associar o cansaço físico e mental constante à depressão. Porém, a ansiedade, quando patológica, também gera uma sensação de extrema exaustão, visto que há um gasto expressivo de energia com preocupações e pensamentos tanto obsessivos como invasivos.
Dificuldades de aprendizado e memorização A ansiedade, segundo a psiquiatra, também afeta a nossa capacidade de focar, memorizar e absorver aprendizados. “Inclusive, o transtorno ansioso é, na modernidade, a principal causa de desatenção entre a população”, pontua.
E por que isso acontece? Para Nina, o excesso de estímulos no cérebro faz com que não consigamos direcionar a atenção. “A mente ansiosa sempre estará pensando no que virá a seguir, esquecendo o agora.”
Sem atenção, não conseguimos gravar informações e, automaticamente, reduzimos a capacidade de nossa memória. “Se você não consegue prestar atenção em algo, não será capaz de memorizar.”
Sentimento de incompetência Nina revela que pessoas com ansiedade tendem a sentir que não conseguirão lidar com os problemas. “Elas sentem que as adversidades são grandes demais, e que ela não possui habilidades o suficiente para manejar suas questões”, diz.
Alterações na pele A pele e o couro cabeludo também sofrem os impactos da ansiedade. “Coceira, que chamamos de prurido, hematomas, queda de cabelo, unhas fracas. Todos esses sinais podem indicar a presença de uma ansiedade patológica”, afirma.
Baixa autoestima Aqui, a baixa autoestima e a ansiedade se alimentam em um ciclo vicioso. “Quando a pessoa tem um conceito ruim ou deficitário sobre si mesma, ela necessariamente se sentirá mais ansiosa, pois terá a impressão de que não tem forças, habilidades e competência para lidar com os desafios da vida”, diz.
Sem as habilidades necessárias para conseguir driblar os problemas do dia a dia, nos sentimos automaticamente mais vulneráveis. “O cérebro entende a vulnerabilidade como estar em risco constante, perigo, medo. Ou seja, iremos experimentar níveis maiores de ansiedade”, esclarece.
Sendo assim, uma autoestima fragilizada definitivamente elevará o nosso estado ansioso. Quanto mais ansiosos ficamos, maiores são os impactos na percepção que temos acerca de quem somos.
Despersonalização A psiquiatra explica que a despersonalização pode ser um sintoma de ansiedade (apesar de que, em alguns cenários, pode ocorrer por vários outros fatores e gatilhos).
“A despersonalização é um fenômeno de estranhamento de si mesmo, um não reconhecimento de si. Sem dúvidas, é um sinal de sofrimento emocional intenso”, pontua.
“Às vezes, pode acontecer até mesmo em pessoas sem diagnóstico psiquiátrico e em pessoas que estão em tratamento ou que têm um diagnóstico fechado. Ela é um evento por si própria que, eventualmente, pode ocorrer também nos quadros de ansiedade”, complementa.
Durante as crises de despersonalização, as pessoas tendem a não se reconhecer. “É como se nos olhássemos no espelho e não soubéssemos quem de fato está ali. É pensar em si mesmo e não se identificar. Classificaria como essa coisa nublada em relação à própria identidade”, diz.
Tratamento para ansiedade Vale lembrar que, antes de sair procurando tratamentos médicos, devemos entender que a ansiedade por si só é uma emoção como qualquer outra. “Ela pode estar presente em diversos momentos, por vários fatores desencadeantes. É comum”, explica.
Agora, quando existe um sofrimento persistente no dia a dia por conta de episódios ansiosos, é necessário buscar ajuda profissional. “O tratamento sempre indicado num quadro patológico, sem dúvidas, é a psicoterapia, principalmente a terapia cognitivo-comportamental. Dependendo do nível e tipo de ansiedade, e do prejuízo que ela causa, pode ocorrer a indicação de tratamento medicamentoso associado”, conclui.