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barbeiroPesquisadores da Universidade do Texas conseguiram mapear movimentos do barbeiro, que transmite a doença de Chagas, utilizando um microtransmissor de rádio que foi acoplado ao inseto. O estudo acompanhou o comportamento do animal durante três anos e é o primeiro a utilizar essa técnica para monitorar insetos que são vetores de doenças. Os dados foram publicados nesta segunda-feira (9), no Journal of Medical Entomology.

Descoberta pelo médico brasileiro Carlos Chagas, a doença de Chagas é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente pelo barbeiro. Ela também pode passar de mãe para filho, por transfusões de sangue ou por meio de um órgão transplantado de um doador infectado.

Os sintomas iniciais são parecidos com os da gripe, mas, se não for tratada, a doença se torna crônica e causa alterações cardíacas e digestivas. A doença tem incidência na América Latina e no sul dos Estados Unidos.

Uma dificuldade para estudar esses insetos se dá pelo fato de que eles costumam se movimentar durante a noite e se esconder ao longo do dia. Para este novo estudo-piloto, a equipe contou com a ajuda de três moradores que relataram o aparecimento frequente do barbeiro em suas casas e, após a captura dos insetos, os estudiosos prenderam transmissores de rádio de apenas 0,2 gramas nas costas dos animais usando supercola.

Os microequipamentos foram pintados com uma tinta fluorescente para facilitar o processo de recaptura dos 11 barbeiros observados no estudo.

Foram rastreados 18 movimentos em períodos que variaram entre um e 12 dias, e os estudiosos constaram que, apenas andando, os insetos percorreram distâncias entre quatro e 20 metros.

Besouros e abelhas já foram monitorados por meio de transmissores de rádio em estudos, mas nunca uma análise dessa natureza tinha sido realizada com artrópodes vetores de doenças.

O método se mostrou adequado para o estudo de barbeiros que, segundo os integrantes do estudo, têm baixa densidade populacional, de modo que seria necessário uma captura em larga escala para se chegar a resultados.

De acordo com o principal autor do estudo, o professor assistente de entomologia Gabriel Hamer, a análise do movimento do barbeiro pode ajudar nas ações para evitar a exposição de animais e seres humanos ao vetor da doença.

 

Agência Estado

Foto Divulgação SSP-PA

dietamedtDepois de muita pesquisa, estudos mostram que a dieta mediterrânea é a melhor para termos uma vida saudável, tanto para perder quanto para manter o peso.

Uma publicação da revista médica New England mostrou um trabalho com sete mil pessoas entre 55 e 80 anos que foram acompanhadas por cinco anos. Elas tinham riscos cardiovasculares e doenças associadas, como diabetes e hipertensão. O estudo comparou 3 dietas: dieta pobre em gordura, dieta mediterrânea com mais azeite, dieta mediterrânea com mais azeite e 30 gramas de castanhas por dia.

A pesquisa observou que os grupos que fizeram a dieta mediterrânea adicionando mais azeite e a dieta mediterrânea suplementada com nozes tiveram uma redução de 30% na mortalidade, se comparados ao grupo que fez uma dieta pobre em gordura.

O endocrinologista Fábio Trujilho explica que a dieta mediterrânea provoca o aumento da produção de um hormônio chamado adiponectica, que é produzido pelo tecido adiposo. Esse hormônio tem ação anti-inflamatória e facilita a ação da insulina, melhorando a entrada da glicose na célula.

O estudo gera uma evidência de que nunca é tarde para mudar o comportamento e impedir que a diabetes se instale, sem necessidade de medicação, mas de escolha de um estilo de vida saudável.

A dieta mediterrânea nada mais é do que se alimentar bem. Consiste em pouco sal, poucos alimentos industrializados e pouca gordura de origem animal. Por outro lado, há uma ingestão maior de frutas, legumes, vitaminas, minerais e antioxidantes. A mudança para esse estilo de vida pode trazer grandes benefícios não só para o coração, mas também para a pressão arterial e níveis de glicemia.

Jejum intermitente

O jejum intermitente consiste em ficar 12, 14, 16 e até 24 horas sem comer. Muita gente adotou esse método de emagrecimento, mas ele não vale para todo mundo. “Ela pode ser saudável se feita sob orientação de um médico, acompanhamento de uma nutricionista. Ela não é solução mágica e não serve para todo mundo”, alerta o endocrinologista Bruno Halpern.

Quando o organismo está em jejum, o metabolismo continua gastando energia. Por isso, essa dieta só é indicada para quem tolera muitas horas sem comer. O tempo dormindo também conta como intervalo sem comer. Se acostuma bem ao jejum quem tem o costume de jantar cedo e só comer no outro dia, um pouco mais tarde.

Cuidado com o efeito sanfona! “Qualquer tipo de restrição alimentar tem a tendência de não durar muito tempo. Esse é o problema”, explica a nutricionista Lara Natacci. Outro ponto são os possíveis efeitos colaterais como hipoglicemia. É preciso observar todas as reações do corpo.

 

G1/Bem Estar

Doença de Alzheimer, que afeta 4,7% da população mundial acima dos 60 anos, é um dos maiores fantasmas para quem envelhece, até porque não tem prevenção, nem cura. Estima-se que o risco de desenvolver a enfermidade dobre a cada dez anos depois dos 60. Há também o Alzheimer precoce, que se manifesta entre 30 e 60 anos, mas que atinge apenas 1% dos indivíduos. Nesse caso, é resultado de mutações genéticas e o fator hereditário é preponderante. Nos demais, o estilo de vida desempenha papel relevante, como este blog já mostrou na coluna de terça-feira sobre reserva cognitiva.

No entanto, não é só no caso do Alzheimer precoce que a genética tem peso especial. Vamos a um pouco de ciência para entender a questão: lá no cromossomo 19, existe um gene que codifica a apolipoproteína E (conhecida como APOE), envolvida no transporte de lipídeos, entre eles o colesterol. O gene da APOE pode se apresentar de formas distintas, dependendo da disposição dos chamados alelos, que são formas alternativas de um mesmo gene. Eles são três (E2, E3 e E4) e herdamos um par: um vem do pai e o outro da mãe. Para quem ainda se lembra das aulas de biologia sobre genes dominantes e recessivos, há seis versões possíveis: E2E2, E2E3, E2E4, E3E3, E3E4, E4E4. Mais de 75% das pessoas portam o alelo E3, sem influência para o desenvolvimento de demência. O alelo E2 traria até um fator de proteção, mas é raro. O problema é justamente quando o E4 está presente, aumentando a predisposição de desenvolver a Doença de Alzheimer tardia, isto é, depois dos 60 anos. Já está disponível no mercado um teste de identificação de genotipagem que custa em torno de R$ 600 e faz esse mapeamento.

O médico Rodrigo Buksman, clínico geral, geriatra e membro da International Society to Advance Alzheimer´s Research and Treatment, enfatiza: “trata-se de uma predisposição, ou seja, de um aumento de suscetibilidade, mas ele não é necessário nem suficiente para o desenvolvimento da doença”. É nesse ponto que os especialistas divergem: se a maioria da população não tem o gene APOE4, será que prescrever o exame não poderia apenas trazer ansiedade e estresse? Além disso, também não há garantia de que o grupo que tem o APOE3 ou o E2 esteja imune ao desenvolvimento da doença...

Por isso mesmo, o doutor Buksman alerta que o teste de identificação de genotipagem, para checar se existe essa predisposição, deve ser feito em condições bem específicas. “Vai depender de um conjunto de manifestações clínicas que configurem um quadro no qual o teste genético possa influenciar na conduta médica de forma útil. Diante de um resultado desfavorável, a pessoa terá condições de tomar decisões importantes sobre a própria vida, valendo-se de estratégias que possam postergar um eventual desfecho ruim. Eu me refiro a praticar exercícios físicos e adotar uma dieta alimentar saudável, porque o estilo de vida conta muito. É bastante frequente que o paciente só se sinta motivado a aderir a mudanças quando recebe um resultado como esse”, afirma.

Ainda não há medicamentos que revertam as principais mazelas decorrentes da doença, como falhas de memória ou dificuldade para executar tarefas simples, embora dezenas de drogas estejam em fases avançadas de testes. Por enquanto, a batalha dos médicos é para combater os sintomas. Mesmo os chamados medicamentos anticolinesterásicos atuam melhorando temporariamente a ação de neurotransmissores, sem recuperar a área afetada do cérebro. Sobre os aspectos psicológicos de saber, com anos de antecedência, que há um risco para doença sem que exista um medicamento para preveni-la, o geriatra cita artigo do “New England Journal of Medicine”, que acompanhou filhos de portadores de Alzheimer que realizaram o teste. Enquanto, obviamente, os que deram negativo sentiram-se aliviados, os que tiveram resultado positivo não apresentaram sinais significativos de ansiedade, tristeza e estresse.

 

G1

ovuloscongHá cinco anos, com o fim de um namoro longo, a chef de cozinha Luisa Veiga, decidiu congelar os óvulos. Na época ela tinha 33 anos e não sabia quanto tempo levaria para começar um novo relacionamento e engravidar. Também pesou o fato de ela ter tirado um ovário aos 14 anos.

Hoje, aos 38 anos e em um relacionamento de dois anos, ela ainda não sabe se vai precisar usar os óvulos congelados, mas se sente mais tranquila sabendo que existe esta possibilidade:

“Quando nós somos mais novas, ninguém explica que a capacidade reprodutiva cai com o passar dos anos, que o número de óvulos diminui, a gente não percebe como pode ser difícil engravidar e como é importante congelar os óvulos”.

A decisão de preservar os óvulos para uma futura fertilização é cada vez cada comum. O que surpreende é o motivo que leva as mulheres até uma clínica especializada: a dificuldade de começar um relacionamento duradouro.

Esta foi a conclusão de um estudo apresentado na 34º reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que aconteceu em Barcelona entre os dias 1 e 4 de julho.

A pesquisa feita para entender os motivos que levam uma mulher a congelar óvulos, foi desenvolvida por uma equipe da Universidade de Yale, liderada pela antropóloga Marcia Inhorn. O estudo foi feito apenas com pacientes que alegaram motivações sociais para congelar os óvulos, e não de saúde.

Os pesquisadores entrevistaram 150 mulheres. O resultado mostra que 85% das entrevistadas estavam solteiras quando tomaram a decisão e 15% tinham um relacionamento com um parceiro que não se considerava pronto ou disposto a ter filhos.

Marcia explica que o estudo deixa claro que a falta de parceiros, e não a vida profissional, é a principal razão pela qual as mulheres estão congelando seus óvulos.

“Congelamento de óvulos não é sobre planejamento de carreira, pelo menos no presente momento. Esse foi o caminho menos comum para o congelamento de ovos entre as mulheres solteiras no estudo”, destaca a pesquisadora.

O especialista em embriologia e genética Philip Wolff, da Genics, clínica de reprodução humana de São Paulo, acompanhou as discussões do congresso e diz que o estudo pode refletir uma mudança de comportamento das mulheres e também dos médicos.

Ele explica que a capacidade reprodutiva diminui com o passar do tempo, especialmente depois dos 37 ou 38 anos. Para ele, uma mulher solteira por volta dos 30 anos que pretende engravidar deve pensar em congelar os óvulos para o futuro e os médicos devem orientar as pacientes para que elas saibam que existe essa possibilidade.

“Os óvulos envelhecem junto com a mulher e o congelamento pode aumentar as chances de uma gravidez futura”, explica.

O medico especialista em reprodução humana Ivan Penna, da clínica FertRio, que trabalha com fertilização humana no Rio de Janeiro, concorda que esse padrão de comportamento também é observado no Brasil.

“Eu congelo óvulos de três a cinco pacientes por mês, 90% delas dizem que tomaram esta decisão pela falta de um companheiro específico”, destaca Penna.

Ele explica que o congelamento é como um seguro, “porque o óvulo sempre vai ter a idade que ele tinha quando foi congelado. É uma cápsula do tempo”.

Outro estudo

Um outro estudo, desenvolvido no Reino Unido pela Universidade de Cambridge, também mostra uma mudança de comportamento entre as mulheres inglesas.

Depois de avaliar os procedimentos feitos na Clínica Feminina de Londres, a equipe liderada pela socióloga especialista em reprodução, Zeynep Gurtin, percebeu que a idade das mulheres que buscam o congelamento de óvulos está diminuindo. Entre 2012 e 2016 a média era de 37,5 anos. Em 2017, a idade média caiu para 36,7.

Além disso, o levantamento mostrou que 95% das mulheres que decidiram congelar óvulos por motivos sociais declararam ser solteiras.

“Embora muitas mulheres entre 30 e 40 anos ainda decidam congelar seus óvulos para manter a fertilidade restante, estamos vendo cada vez mais mulheres no início dos 30 anos pensando em congelar seus óvulos para o futuro, para quando encontrarem o parceiro ideal”, destaca a socióloga.

 

R7

Thinkstock