O preço dos remédios vendidos no país pode aumentar até 4,33% a partir desta segunda-feira (01). O valor, definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, ficou acima da inflação de 2018, que fechou o ano em 3,75%.
De acordo com o Ministério da Saúde, o percentual é o teto permitido de reajuste. Cada empresa pode decidir se vai aplicar o índice total ou menor. Os valores valem para os medicamentos vendidos com receita.
Ainda segundo a pasta, o cálculo é feito com base em fatores como a inflação dos últimos 12 meses – o IPCA, a produtividade das indústrias de remédios, o câmbio e a tarifa de energia elétrica e a concorrência de mercado.
A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos publica, todo mês, no site da Anvisa, a lista com os preços de medicamentos já com os valores do ICMS – o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços, que é definido pelos estados.
As empresas que descumprirem os preços máximos permitidos ou aplicarem um reajuste maior do que o estabelecido podem pagar multa que varia de R$ 649 a R$ 9,7 milhões.
Um remédio inusitado para curar doenças do intestino. Já ouviu falar de transplante de fezes? Existe um tipo de colite, chamada de pseudomembranosa, que é uma inflamação no intestino grosso bem difícil de tratar e pode levar até a morte. Nesse caso, o melhor remédio quando o antibiótico não funciona é o cocô.
Nas fezes, todos nós temos aproximadamente 70 trilhões de bactérias, que habitam o nosso corpo num equilíbrio muito importante para nós, porque elas são responsáveis pela nossa saúde.
No transplante, as bactérias são diluídas em soro, coadas e injetadas no intestino do paciente. Elas ajudam a devolver o equilíbrio e a saúde. Mas como encontrar um doador?
“Não existe o cocô perfeito. Existe a pessoa saudável que vai ter um cocô saudável. Não tem nenhuma doença transmissível, que possa passar pelas fezes. Ele não pode ter tido diarreia nos últimos três meses, não pode ter tomado antibiótico nos últimos três meses. Se ele evacua rotineiramente, esse é um bom doador e vai ter boas fezes”, explica o gastroenterologista Flávio Quilici.
No Brasil, é preciso autorização da Anvisa para fazer o procedimento. Nos Estados Unidos, o transplante é comum. Há, inclusive, um banco de fezes para doação. “No mundo tem se estudado várias outras aplicações e indicações para esse tipo de transplante fecal. Autismo, depressão, doenças de fígado, doenças metabólicas como diabetes, obesidade. Mas ainda são estudos”, completa o gastroenterologista.
A Fiocruz Minas Gerais (Fundação Oswaldo Cruz) emitiu um comunicado alertando que a suspensão de repasses do Governo Estadual de Minas Gerais para projetos de pesquisas pode prejudicar estudos sobre febre amarela e o zika vírus.
No dia 22 de fevereiro, a Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), reponsável por administrar a verba, anunciou a suspensão temporária de alguns editais de projetos e programas de bolsas.
Com estes incentivos, pesquisadores desenvolvem estudos na área de ciência, tecnologia e inovação. Na Fiocruz, por exemplo, são realizadas análises referentes à busca por tratamentos para doenças e criação de novas vacinas.
De acordo com a direção da fundação, a suspensão vai prejudicar, ao menos, uma pesquisa relacionada à zika e cinco sobre febre amarela, sendo algumas sobre a eficácia das vacinas. O entrave acontece após o Estado sofrer com duas ondas de febre amarela, nos períodos de 2016/2017 e 2017/2018, quando a doença matou 162 e 178 pessoas, respectivamente. No ciclo 2018/2019, a Secretaria de Estado de Saúde ainda não registrou contaminações em humanos.
A vice-diretora de ensino, comunicação e informação da Fiocruz, Cristiana Brito, conta que a fundação perdeu 46 bolsas que seriam destinadas a estudantes, totalizando R$ 256 mil. Porém, ela destaca que a redução nos repasses tem acontecido desde 2014. Da época até hoje, segundo Cristiana, a Fapemig já deixou de repassar R$ 4,5 milhões.
— Nestes valores nós temos incluídos projetos que já passaram por edital, foram aprovados pela Fapemig, mas estavam aguardando liberação de recursos. Agora, eles estão suspensos e sem previsão de retorno.
Caos financeiro
A direção da Fapemig afirma que a suspensão dos incentivos foi necessária tendo em vista a crise fiscal e financeira pela qual o Estado passa. A maior parte dos programas, segundo nota divulgada pela fundação, só terá de volta os recursos quando forem "regularizados os repasses financeiros constitucionais" que o órgão tem direito de receber do Governo.
Contudo, uma questão política também circunda a instituição. Na última semana, o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy Reis, foi gravado em uma reunião com o deputado Cleiton Azevedo, no qual o secretário afirmava que a gestão do ex-governador Fernando Pimentel teria usado bolsistas da Fapemig para trabalhar na administração pública e para o comitê de campanha do então candidato petista ao Senado, Miguel Corrêa.
Na gravação, Otto Levy diz que o Governo Romeu Zema está fazendo um levantamento sobre os reais benefiários dos programas de apoio. Corrêa negou as acusações e a assessoria de Pimentel não foi localizada. A Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão confirmou a realização da auditoria.
Repasses
Em nota enviada ao R7, a Fapemig destacou que a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior "recebe, por lei, 40% dos recursos destinados à Fapemig para investimento em projetos de pesquisa". A instiuição ainda não comentou sobre o atraso dos R$ 4,5 milhões informado pela Fiocruz.
No dia três de abril, uma audiência pública proposta pela deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) vai discutir a situação da entidade de fomento à pesquisa. Para Cristiana Brito, é a sociedade que acaba perdendo com o entrave.
— Nós queremos valorizar o repasse para a ciência e tecnologia como um investimento que é e pela contribuição que ele trás. Dados mostram que a cada R$ 1 investido em pesquisa, R$ 30 são revertidos para o Estado.
Até um bilhão de pessoas podem ser expostas a vírus transmitidos por mosquitos, como a dengue e a Zika, até 2080 se as temperaturas continuarem a subir nas taxas atuais, disseram pesquisadores nesta quinta-feira (28).
Prevenir essa expansão de doenças potencialmente fatais exigirá não apenas a vigilância de autoridades de saúde, mas ações rápidas para reduzir a mudança climática e limitar o aquecimento global, alertaram.
A expansão de vírus transmitidos por mosquitos pode "causar perda de produtividade no trabalho, coisas do tipo. Isso levará a declínio econômico nas áreas em que acontecer", disse Sadie Ryan, autora principal do estudo, publicado nesta quinta-feira na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases. Prevenir essa expansão de doenças potencialmente fatais exigirá não apenas a vigilância de autoridades de saúde, mas ações rápidas para reduzir a mudança climática e limitar o aquecimento global, alertaram.
A expansão de vírus transmitidos por mosquitos pode "causar perda de produtividade no trabalho, coisas do tipo. Isso levará a declínio econômico nas áreas em que acontecer", disse Sadie Ryan, autora principal do estudo, publicado nesta quinta-feira na revista científica PLOS Neglected Tropical Diseases.
A análise monitorou o movimento previsto de dois dos mais comuns mosquitos transmissores de doenças, o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, ao analisar previsões de temperaturas futuras para estimar os riscos até 2050 e até 2080.
Em artigo, pesquisadores apontam dificuldade em prever novos surtos de zika Os mosquitos podem carregar vírus incluindo o da dengue, chikungunya e Zika, que podem ser fatais ou causar outros tipos de consequencias debilitantes.
Ainda não existem vacinas para Zika ou chikungunya, e apenas algumas estão em teste para dengue, disse Colin Carlson, outro autor principal da análise.
"No geral, é muito mais fácil para nós impedir que os mosquitos ou os vírus apareçam em algum lugar do que impedir uma epidemia, uma vez que ela já tenha começado", afirmou.