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A síndrome de burnout dos médicos residentes nos EUA é comum e suas maiores taxas estão concentradas em algumas especialidades, de acordo com a pesquisa da Mayo Clinic, OHSU e outros colaboradores. As descobertas serão publicadas na terça-feira, 18 de setembro, no Journal of the American Medical Association. A síndrome de burnout entre os médicos é uma combinação perigosa de exaustão e despersonalização que contribui para que médicos cometam erros ao cuidar de pacientes.

O estudo revelou que 45% dos participantes tiveram pelo menos um sintoma importante de burnout, sendo que os especialistas em urologia, neurologia, pronto-socorro e cirurgia geral apresentaram maior risco de apresentar sintomas. Independentemente da especialidade, os altos níveis de ansiedade e baixos níveis de empatia relatados durante a faculdade de medicina foram associados aos sintomas de burnout durante a residência.

“Os dados demonstram grande variabilidade na prevalência do burnout por especialidade clínica. Além disso, demonstram que a ansiedade, o apoio social e a empatia durante a faculdade de medicina estão relacionados aos riscos de burnout durante a residência,” informou Liselotte Dyrbye, M.D., uma pesquisadora clínica da Mayo Clinic e autora principal do artigo.

Os residentes com síndrome de burnout tiveram três vezes mais chances de se arrepender da decisão de cursar medicina. Quando perguntados “se você pudesse escolher sua carreira agora, você escolheria a medicina novamente?”, os residentes nas especialidade de patologia e anestesiologia apresentaram maior probabilidade de responder “definitivamente não” ou “provavelmente não”. Do mesmo modo, quanto mais alto o nível de ansiedade sofrido durante a faculdade, maior a chance de arrependimento da escolha da medicina como carreira.

Uma pesquisa anterior demonstrou que o burnout médico está relacionado ao gênero e à etnia. Residentes que se identificaram como mulheres demonstraram ter um risco maior de apresentar sintomas de burnout, o que condiz com estudos realizados com médicos mais experientes.

Embora a situação difícil enfrentada pelas médicas tenha sido relatada, o estudo ilustrou a situação complicada e menos estudada enfrentada por médicos que se consideram latinos ou hispânicos. Essas pessoas tiveram maior probabilidade de se arrepender da escolha de carreira. Embora o estudo não tenha analisado causas diretas, os autores especulam que os médicos pertencentes a minorias sociais geralmente são pressionados a participar de várias iniciativas de diversidade institucionais, o que sobrecarrega suas rotinas, se comparadas às rotinas de médicos que não pertencem a esses grupos.

Nem todas as conclusões do estudo foram negativas. A maioria dos residentes estão satisfeitos com a escolha de carreira e especialidade. Especificamente, participantes que relataram pontuações altas de empatia durante a faculdade de medicina parecem ter maior resistência à síndrome de burnout durante a residência. Essa conclusão entra em atrito com a narrativa de que médicos precisam ser insensíveis ou emocionalmente distantes para realizar o trabalho. Por sua vez, altas pontuações de empatia durante a faculdade foram associadas à vontade de continuar na mesma especialidade. Além disso, os participantes que relataram receber maior apoio social e emocional durante a faculdade mostraram-se felizes, em geral, com a especialidade escolhida.

Outros estudos sobre a síndrome de burnout focam na prática médica. Este foi o primeiro estudo nacional de acompanhamento longitudinal de médicos em formação, desde o início da faculdade até a residência, para estudar os preditores do burnout. O estudo incluiu quase 3.600 participantes que responderam à pesquisa quando estavam no quarto ano de faculdade e novamente no segundo ano de residência. Este estudo é derivado de um estudo maior com alunos de medicina chamado Cognitive Habits and Growth Evaluation Study (Estudo de avaliação de crescimento e hábitos cognitivos), que monitorou um grupo de alunos desde o primeiro ano de faculdade até o último ano de residência.

Aproximadamente 50 faculdades de medicina participaram da pesquisa. Os residentes foram solicitados a fornecer informações sobre suas especialidades, etnias, débito estudantil e outras características demográficas. Depois disso, eles responderam às pesquisas desenvolvidas para avaliar a ansiedade, o apoio social emocional, a empatia e o burnout.

 

criasaude

Cerca de 37% da população brasileira, ou 60 milhões de pessoas, relatam sentir dor de forma crônica, aquela que persiste por mais de três meses. Significa dizer que quatro em cada dez brasileiros sofrem com o problema.

dorescostas

A informação resultou de um estudo feito em conjunto pela Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), pela Universidade Federal de Santa Catarina, pela Faculdade de Medicina do ABC e por uma clínica de tratamento da dor.

A Região Sul é a mais afetada (42%), seguida do Sudeste (38%), Norte (36%), Centro-Oeste (24%) e do Nordeste (28%). Ao todo, foram entrevistadas 919 pessoas em todas as regiões.

Por causa da importância e do impacto da dor na vida dos indivíduos, o tema é discutido no Congresso Singular-Sobramid (Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor), em Campinas (SP). O encontro, que começou na última quarta-feira (19) e vai até sábado (22), é o maior sobre o tema no país este ano.

Serão mais de 180 atividades, com a presença de 20 conferencistas internacionais. Entre os destaques estão Menno Sluijter, o primeiro a descrever a radiofrequência pulsada para o tratamento da dor, e Gabor Racz, responsável pelo desenvolvimento da adesiólise percutânea. Ambos farão procedimentos cervicais, torácicos, lombares e sacrais durante o congresso.

Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Intervencionistas em Dor (Sobramid), Paulo Renato Fonseca, a dor crônica é tão nociva que pode prejudicar a rotina do indivíduo e estar ligada à depressão, a transtornos de ansiedade e até ao suicídio. “A dor, de modo geral, talvez seja umas das situações humanas que mais causam sofrimento. Não só a dor causa um sintoma desagradável em quem está doente, mas traz repercussões biológicas, psicológicas, sociais, espirituais, isolamento, sentimento negativo e problemas de ordem familiar”.

De acordo com o médico, é preciso tratar a dor com vários profissionais da saúde e médicos intervencionistas que fazem procedimentos para melhorar o sintoma, que interfere diretamente na capacidade de trabalho do indivíduo. “Imagine uma pessoa que tem dor todo dia, o dia inteiro, durante meses. Certamente vai sofrer impacto. Existe um custo para o sistema de seguridade social que tem de arcar com a invalidez temporária, parcial ou definitiva desses pacientes severamente doentes”.

Entre as dores mais comuns estão a lombar, nas articulações, face, boca, pescoço, dores de cabeça, enxaquecas, neuropatia. Para prevenir as dores, os médicos indicam a prática de exercícios, correção postural, alimentação adequada, vacinação (em especial contra herpes zoster), controle do peso e de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Ao mesmo tempo em que as dores sinalizam doenças, podem agravar condições crônicas e gerar quadros de sedentarismo e obesidade.

Segundo Fonseca, todos os tratamentos para dor crônica estão disponíveis tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto nos planos de saúde. "Muitas pessoas acham que são procedimentos de alta tecnologia, caros e não são. São relativamente baratos. Alguns são caros, mas a maioria não é". Ele ressaltou que as técnicas intervencionistas ajudam a reduzir o consumo de analgésicos.

"Uma das novidades a serem tratadas no congresso é a chegada da medicina regenerativa, que utiliza células-tronco, plasma rico em plaquetas, que são substâncias retiradas do próprio corpo da pessoa que podem ser utilizadas para dor. Teremos também a presença de 15 estrangeiros que mostrarão novas tecnologias”, finaliza.

 

Agência Brasil

Foto: Flickr

A síndrome de Prader-Willi é uma doença genética rara. Quanto mais cedo ela for descoberta, melhor a qualidade de vida da criança. “É uma síndrome bem complexa, que envolve hipotonia, que é a fraqueza muscular. As crianças não têm saciedade. São crianças que têm uma fome intensa e isso acaba levando à obesidade. Também tem o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, alteração cognitiva e psicológica”, explica a endocrinologista pediátrica Ruth Rocha Franco.

A Ana foi adotada aos 2 anos e meio de idade, mas foi só quando ela tinha cinco anos que a família chegou ao diagnóstico da síndrome. “Ela já tinha tido vários agravantes. Ela tava com sobrepeso. Só que a gente conseguiu reverter muitas coisas. Crianças que têm diagnóstico tardio não conseguem reverter muita coisa”, conta a irmã da Ana, Mariana Scheiner.

Com a Valentina, filha da Liane Mofarrej, os primeiros sinais vieram na gestação. “Ela tava com baixo peso dentro da barriga. Precisamos fazer a cesárea de emergência e ela foi direto para a UTI. Quando nasceu não chorou, era um bebê molinho”, conta a mãe.

O diagnóstico demorou dois anos. Veio no segundo teste genético. Mesmo sem saber o que a filha tinha, Liane começou o tratamento com fisioterapia e fonoaudiologia. Isso fez muita diferença. “Ela começou a andar com 1 ano e sete meses. Foi tendo mais autonomia, conquistas, mas tudo lentamente. Quando ela fez três anos deu um salto de independência, comer sozinha”.

A endocrinologista lembra que a alimentação é fundamental, assim como atividade física. “A única medicação comprovada cientificamente que faz diferença é o hormônio de crescimento. Temos estudos que mostram que, quanto antes o bebê começar a usar, melhor. Melhora principalmente a parte cognitiva”.

A Liane montou, com outras mães e pais, a Associação Brasileira de Prader-Willi, que produz materiais para divulgação da doença entre profissionais de saúde e cadastra pessoas com a síndrome. “A gente precisa que o diagnóstico precoce aconteça no Brasil. Quando isso não acontece, entrar com terapias e com cuidado desde cedo é fundamental”.A Mariana, irmã da Ana, se formou em biomedicina e desenvolve uma pesquisa para criar uma forma de diagnosticar a doença nos primeiros momentos da vida. O objetivo é provar que o teste é eficaz e viável para ser adotado pelo SUS quando um recém-nascido apresentar as características da síndrome.

 

G1

pezinhoO teste do pezinho é um exame obrigatório que detecta doenças genéticas. No SUS, a triagem básica investiga seis doenças que se não forem tratadas podem levar a problemas de desenvolvimento e deficiência intelectual. São elas:

Fenilcetonúria

Hipotireoidismo congênito

Anemia falciforme e outras hemoglobinopatias

Fibrose cística

Hiperplasia adrenal congênita

Deficiência de biotinidase

O teste avalia substâncias que podem estar em excesso ou faltando no organismo e que podem ser sinais de algumas doenças que geram problemas de desenvolvimento e deficiência intelectual. Ele não é um teste genético, mas pode detectar doenças que têm origem genética.

Hoje é possível testar até 48 doenças, mas os custos são altos. Por isso o SUS não cobre todos.

Quando ele deve ser feito? Logo após as primeiras 48 horas de vida do nascimento e até o 5º dia de vida. Ele é feito por meio de gotinhas de sangue colhidas no calcanhar do bebê. Não é a marca de pezinho feita como registro.

Doenças genéticas e testes genéticos

O que são as doenças genéticas? O Bem Estar conversou nesta quinta-feira (20) com a diretora do Centro de Pesquisa do Genoma Humano da USP Mayana Zatz e com a pediatra geneticista e consultora da Apae de São Paulo Flávia Piazzon sobre o assunto.

As doenças genéticas têm origem em alteração no nosso DNA. Podem estar ligadas a alterações nos cromossomos, genes específicos, conjunto de genes ou à interação de genes e ambientes. Nem todas as doenças são herdadas dos pais.

Os testes genéticos avaliam essas alterações. Eles são recomendados quando há sinais de que uma pessoa possa ter uma doença genética. Entretanto, alguns testes não fazem diferença e os resultados são mera curiosidade.

 

G1

Foto: Augusto Carlos/TV Globo

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