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Bebidas compostas por leite vegano, como de soja ou de amêndoas, podem ser menos saudáveis do que as bebidas feitas com leite tradicional, segundo pesquisa realizada pela Action on Sugar, uma instituição de caridade do Reino Unido. De acordo com os resultados, as bebidas quentes feitas com leites alternativos contém muito mais açúcar e, apesar disso, os clientes não têm acesso a essa informação de forma clara e compram o produto acreditando que é mais saudável e menos calórico.

A equipe descobriu que um café expresso feito com leite vegano, por exemplo, pode conter quase sete colheres de açúcar e 350 calorias em comparação com a mesma bebida feita com leite semidesnatado (cinco colheres de açúcar e 168 calorias). Já o café expresso com caramelo pode ter mais de 20 colheres de açúcar – o equivalente a quatro bolos de chocolate branco e morango ou três latas de Coca-Cola.

Por causa disso, a Action on Sugar alertou que os consumidores procurando por alternativas mais saudáveis que o leite tradicional podem estar consumindo açúcar em excesso devido à falta de rotulagem das bebidas. “Os clientes que procuram alternativas de laticínios podem se surpreender ao saber que muitas cafeterias usam leites alternativos pré-adoçados. Isso porque as informações nutricionais geralmente não estão facilmente disponíveis”, comentou Katharine Jenner, da Universidade Queen Mary, na Inglaterra.

Os valores foram avaliados a partir da análise de bebidas feitas em cafeterias e redes de fast food populares do Reino Unido – algumas que também estão presentes no Brasil.


Alerta
Para os pesquisadores, as descobertas são preocupantes e devem servir de alerta, pois o problema também pode afetar as crianças, que também ingerem algumas dessas bebidas, como o chocolate quente. “Todos os dias, pelo menos 100 crianças estão em hospitais do Reino Unido com dentes podres arrancados por causa de cáries provocadas por alimentos e bebidas açucaradas”, alertou Saul Konviser, da Dental Wellness Trust, no Reino Unido.

O especialista ainda destacou que as cafeterias precisam agir de forma mais responsável, começando por reduzir a quantidade de açúcar dos produtos alimentícios que produzem. “[As empresas] precisam parar de colocar os lucros à frente da saúde da população. Elas estão alimentando a obesidade, o diabetes tipo 2 e a crise de cárie dentária”, ressaltou.

Bebidas calóricas

Tipo de Leite Quantidade de calorias Quantidade de Açúcar
Leite de Aveia 350 29,5 gramas
Leite Desnatado 168 22 gramas
Leite Integral 298 21,1 gramas
Leite Semidesnatado 235 21,1 gramas
Leite de Coco 214 14,1 gramas
Leite de Soja 195 13,6 gramas
Leite de Amêndoas 121 11 gramas

 

Veja

Os jovens de 20 e 34 anos são maioria entre os casos de infecção por HIV que ocorreram desde o ano de 2007 até junho de 2019: correspondem a 52,7% dos 300.496 infectados no período, segundo o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde - 17.873 são do primeiro semestre deste ano.

O infectologista Jamal Suleiman, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz que o quadro pode ser explicado por alguns fatores, dentre eles uma vida sexual mais ativa, a vulgarização da aids entre os jovens e a dificuldade de se comunicar com eles.

“Os jovens têm mais parceiros sexuais e entre eles existe uma ideia de que ter aids não é um problema. Mas isso não é verdade, a aids se tornou uma doença crônica, mas é grave e exige medicação a vida toda”, destaca.

Ele também ressalta que a doença já não é mais pautada pela imprensa como antigamente. “Mas a educação sexual precisa ser um ato contínuo porque as gerações se sucedem e elas são distintas, cada uma tem sua necessidade”, analisa.

“Além disso, de maneira geral, eles não gostam de ler. Então, precisamos disseminar informação de maneira rápida e curta, coisa que não é simples se tratando de HIV”, completa o especialista.

No final de novembro, o Ministério da Saúde estimou que 135 mil brasileiros vivem com HIV sem saber.

O infectologista Evaldo Stanislau Affonso de Araújo, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Infectologia, ressaltou em entrevista ao R7 no começo deste mês que o vírus causador da aids é silencioso.

“É uma infecção assintomática. A maior parte [das pessoas] só vai descobrir se fizer o exame para detecção do HIV”, afirma. “Se alguém não fez o exame, pode ser que o quadro evolua depois de anos e a doença [aids] se manifeste”, explica.

Desde o ano de 2012, há uma diminuição na taxa de detecção de aids no Brasil, que passou de 21,4 a cada 100.000 habitantes em 2012 para 17,8 no ano de 2018 – uma diminuição de 16,8%, segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.

Por sua vez, Suleiman ressalta que existem desafios no combate à transmissão do HIV e, consequentemente, da aids. O primeiro deles é oferecer de maneira uniforme as profilaxias pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao vírus.

“Tanto no centro como na periferia, onde se concentra grande parte da população vulnerável”, afirma.


Outra necessidade é fazer com que todos tenham acesso ao tratamento. “Existe uma fila de espera por consulta no SUS que dura em média três meses depois que a pessoa descobriu que tem HIV”, diz o infectologista.

Mais de 300 mil casos de infecção por HIV foram notificados no ministério de 2007 até junho de 2018. A maioria deles veio das regiões sudeste e sul.
Mas é preciso analisar esses dados com cautela e considerar a desigualdade que existe no Brasil.

“São regiões com maior visibilidade. Em outros lugares o acesso a serviços de saúde é mais complicado. Muitas vezes, as pessoas não procuram assistência porque não têm conhecimento sobre esses serviços, embora eles existam”, analisa o médico.

Detecção do HIV aumenta em gestantes
Por outro lado, entre 2008 e 2018, houve um aumento de 38,1% na detecção de HIV em gestantes: passou de 2,1 para 2,9 casos a cada mil nascidos vivos. A ampliação do diagnóstico no pré-natal é uma das explicações para esse fato.

“É preciso oferecer testes para todas as mulheres que estão fazendo o pré-natal, isso previne a transmissão [do HIV] para o bebê”, enfatiza Suleiman. “Quanto mais precoce o tratamento para a mãe infectada, melhor, porque maior é a chance de prevenção”.

De 2000 até junho de 2019, foram notificados no Sinan mais de 125 mil casos de gestantes infectadas por HIV – 4.500 foam no primeiro semestre deste ano. A maioria tem entre 20 e 24 anos: são 28% do total.

São Paulo elimina transmissão do HIV de mãe para filho
Em novembro de 2019, São Paulo foi reconhecida como o terceiro município do Brasil a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho. Com 12,1 milhões de habitantes, é a cidade com maior população do mundo a receber o reconhecimento, de acordo com o ministério.

O município de Curitiba foi o primeiro a ser certificado no país, em 2017, seguido por Umuarama, no noroeste do Paraná, em 2019.

“São Paulo conquistou esse avanço porque tem um serviço de vigilância epidemiológica bem estruturado. Mas isso não é unânime em todo o país. Outras regiões, como o nordeste têm dificuldade de acesso aos serviços de saúde, o que impede consultas médicas e a prevenção”, pondera Suleiman.

 

R7

 

Ficar muito tempo sob o sol, principalmente durante o verão, pode desencadear uma insolação.

Essa condição é caracterizada pelo aumento extremo da temperatura corporal, afirma o dermatologista Elimar Gomes, coordenador do Dezembro Laranja, Campanha do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Se passa dos 40°C sem ter febre, é um quadro de insolação”, explica.

A insolação pode ocorrer por conta de muito tempo de exposição ao sol, prática de atividades físicas durante a exposição ou estar em um local quente com pouca ventilação. “Normalmente, essas situações estão combinadas à falta de hidratação”, afirma.

Os sintomas são dor de cabeça, náuseas, pele quente, sensação de frio, pulso acelerado, difícil respiração, tontura e distúrbio visual.

“A pessoa pode até morrer, em último caso, se a temperatura continuar subindo, ela fica com dificuldade para respirar, pálida, pode desmaiar, ter uma convulsão e entrar em coma”, explica.

A primeira coisa a se fazer diante dos sintomas é sair do sol e ir para um ambiente fresco. O médico recomenda beber bastante líquido e resfriar o corpo aos poucos com compressas frias e borrifadores.

“Depois pode tomar banho gelado, ou se a ducha da praia não for tão gelada, pode entrar direto nela também”, afirma.

Caso a pessoa já esteja com sensação de desmaio, tontura ou respiração acelerada, Gomes recomenda procurar ajuda médica.

O médico reforça que a insolação, como a queimadura solar, pode ser evitada. Ele recomenda a utilização de roupas leves, evitar exposição solar das 9h às 15h, tomar bastante líquido e evitar situações de desidratação.

“Nessa época as pessoas consomem muita bebida alcoólica, que desidrata, tem sempre estar bebendo água junto. Recomendo de três a quatro copos de água a cada lata de cerveja, lembrando que destilados possuem uma concentração maior de álcool, então precisa de mais água ainda”, explica.

 

R7

 

Pesquisadores identificaram uma assinatura genética com valor prognóstico capaz de prever a sobrevida de pacientes com certos tipos de câncer de mama. A descoberta leva também a uma melhor compreensão sobre os mecanismos moleculares de um processo de vascularização conhecido como angiogênese patológica, essencial para o desenvolvimento de diversas doenças.

A pesquisa, publicada na revista PLOS Genetics, combinou estudo sobre genes envolvidos na retinopatia patológica – lesões oculares que também servem como modelo para o estudo de angiogênese – e dados da expressão gênica (transcritoma) de bancos de dados públicos sobre o câncer de mama.

Realizado por pesquisadores do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) em colaboração com o Instituto de Pesquisa do Câncer de Ontário (OICR, da sigla em inglês), no Canadá, o estudo contou com apoio da FAPESP .

“Identificamos um conjunto de genes cuja expressão no câncer de mama se correlaciona com o grau de vascularização (angiogênese) patológica do tumor. Trata-se, portanto, de uma assinatura gênica para a angiogênese que é prognóstica e mais robusta que as assinaturas identificadas anteriormente, dada a correlação existente entre a angiogênese e os tumores de modo geral”, disse Ricardo Giordano , professor do IQ-USP e autor do estudo.

No estudo, os pesquisadores brasileiros identificaram 153 genes alterados entre retinas normais e retinas patológicas em camundongos. A partir dessa lista foram identificados 149 genes humanos equivalentes. O resultado foi utilizado como base da pesquisa sobre a assinatura gênica, com a parceria do grupo canadense. Para isso o grupo utilizou um banco de dados com informações de pacientes com câncer de mama. Desse total, 11 genes-chave envolvidos na angiogênese patológica foram os que tiveram o melhor desempenho para uma assinatura de prognóstico.

Câncer de mama e retinopatia têm em comum o processo de angiogênese. “O fato de essas duas doenças compartilharem esse processo e de a angiogênese ser fundamental para desenvolvimento de cânceres nos levou a tentar fazer a ponte entre retinopatia e câncer de mama”, disse João Carlos Setubal , coordenador do Programa Interunidades de Pós-Graduação em Bioinformática da USP, também autor do artigo.

Segundo os pesquisadores, o motivo de o estudo ter sido feito especificamente com câncer de mama está na disponibilidade de dados dessa doença. “Precisávamos ter acesso a dados públicos em vasta quantidade, pois existe muita variação de pessoa para pessoa. E justamente para câncer de mama havia um conjunto de dados disponível para nosso estudo, com informações de 2 mil pacientes”, disse Setubal.

De acordo com Setubal, para detectar a assinatura foi necessário realizar um sofisticado processamento computacional dos dados gerados em laboratório, uma área conhecida como bioinformática. O trabalho foi desenvolvido em parceria com os pesquisadores canadenses do OICR. O aluno de doutorado Rodrigo Guarischi de Sousa , também autor do estudo, criou o programa que testou os 149 genes humanos como possíveis componentes da assinatura para pacientes com câncer. Essa parte do estudo foi realizada por meio de bolsa estágio de pesquisa no exterior apoiado pela FAPESP, sob a coordenação de Paul C. Boutros, no OICR.

Atualmente Boutros é pesquisador no Departamento de Genética Humana na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), e Guarischi de Sousa se formou e trabalha na empresa Dasa, em São Paulo.

A partir dessa assinatura os pesquisadores pretendem encontrar aplicações, sobretudo em terapias contra o câncer de mama. “Nosso objetivo agora é dar continuação ao estudo da angiogênese no câncer. Estamos interessados em identificar genes nessa lista que possam ser alvo para o desenvolvimento de novas drogas ou reaproveitamento de drogas existentes”, disse Giordano.

Da retinopatia ao câncer de mama

A descoberta da assinatura de prognóstico para o câncer de mama é fruto de um longo estudo que teve início em 2010, por meio de uma bolsa de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), quando Giordano iniciou os estudos sobre transcriptoma (dados referentes a genes expressos) e proteoma (proteínas) da retina angiogênica.

“Como resultado desse estudo, implantamos no laboratório um modelo em camundongos para o estudo de retinopatia. O modelo em camundongos é importante, pois é difícil estudar a formação de vasos sanguíneos fora de tecidos vivos. Portanto, só com este modelo é possível induzir e estudar em laboratório uma retinopatia, modulando o nível de oxigênio, e fazer estudos referentes à angiogênese”, disse Giordano.

Com base em amostras dos camundongos, os pesquisadores puderam investigar as diferenças entre a formação de vasos em condições fisiológicas (que ocorrem normalmente) e em condições patológicas. “Verificamos quais genes eram expressos pelas células endoteliais (que cobrem os vasos sanguíneos) nas duas condições, sempre procurando por aqueles genes que são mais expressos numa condição em relação à outra ou vice-versa”, disse Giordano.

Um elemento essencial no experimento foi a variação de oxigênio nas câmaras onde estavam os camundongos recém-nascidos. Nas câmaras com 75% de oxigênio os camundongos tiveram retinopatia, ao passo que no ar ambiente (20% de oxigênio) a retina se desenvolveu normalmente. A descoberta dos mecanismos que permitem às células detectarem a presença de oxigênio foi o tema do prêmio Nobel de Medicina de 2019, que agraciou os pesquisadores William G. Kaelin Jr., Peter J. Ratcliffe e Gregg L. Semenza.

Assinatura de prognóstico referente a genes expressos

É importante ressaltar que a assinatura gênica para a angiogênese poderá ter uma possível aplicação clínica muito diferente daquela do gene marcador BRCA1. O gene – assim como o BRCA2 – ficou conhecido mundialmente em 2013, quando a atriz norte-americana Angelina Jolie se submeteu a duas mastectomias após ter descoberto, a partir de um exame, mutações específicas neste gene, indicando que teria risco de 87% de desenvolver câncer de mama.

“O BRCA1 é um gene do genoma. Uma mulher com mutações nesse gene tem maior risco de desenvolver a doença, porém ela não necessariamente vai desenvolver câncer de mama. Portanto a presença do gene com mutações serve para ajudar a prever o aparecimento da doença. A assinatura do nosso estudo se mostrou promissora para prever o desenvolvimento da doença depois que ela de fato apareceu”, disse Setubal.

 

Agência Fapesp