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jejumPara muitas pessoas, o Ano Novo é um momento para adotar novos hábitos, incluindo resoluções para ter um estilo de vida mais saudável. Em janeiro, as academias costumam ficar lotadas e está aberta a temporada oficial de experimentar novas dietas. O jejum intermitente ganhou destaque nos últimos anos como a queridinha da vez, ao lado de outras como a low carb e a cetogênica (ou keto). Mas a ciência apoia as alegações feitas para essas dietas? No caso do jejum intermitente, sim. É o que diz um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica New England Journal of Medicine.

Há muitas formas de aderir a um regime de jejum intermitente, mas, basicamente, a prática consiste em alternar períodos de jejum e de alimentação. De acordo com os pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, a prática vai muito além da perda de peso e pode ser adotada como um estilo de vida com inúmeros benefícios para a saúde.

O método desencadeia alterações metabólicas que contribuem para maior resistência ao estresse, melhor regulação do açúcar no sangue, redução da inflamação, redução do colesterol e da freqüência cardíaca em repouso. O que se traduz em aumento da longevidade e menor incidência de doenças, incluindo câncer, diabetes e obesidade.

Para chegar a essa conclusão, o neurocientista Mark Mattson, analisou inúmeros estudos já publicados, realizados em animais e em humanos. Os resultados mostraram que o jejum intermitente favorece a saúde celular, desencadeando uma adaptação secular conhecida como troca metabólica. Essa mudança ocorre quando as células gastam suas reservas de açúcar, que  metabolizam rapidamente e, em seguida, começam lentamente a converter gordura em energia. Antigamente, essa adaptação era usada em períodos de escassez alimentar.

Evidências científicas

Controle da insulina e redução da gordura visceral: Dois estudos realizados no Hospital Universitário de South Manchester, no Reino Unido, com 100 mulheres acima do peso, mostraram que aquelas que seguiam um jejum intermitente no modelo 5:2 se saíram melhor nas medidas de sensibilidade à insulina e redução da gordura visceral do que aqueles no grupo de redução de calorias. Na dieta 5:2, a ingestão calórica deve ser limitada a 500 calorias em dois dias não consecutivos na semana. Nos demais, é permitido comer normalmente de maneira equilibrada.

Melhora na cognição: O jejum intermitente também poderia beneficiar a saúde do cérebro. De acordo com um ensaio clínico preliminar realizado pela Universidade de Toronto, no Canadá, com 220 adultos saudáveis ​​e não obesos, manter uma dieta de restrição calórica melhora o resultado de testes cognitivos. Os participantes mantiveram essa alimentação por 2 anos. Outros estudos mostraram que a prática melhora a memória associativa, espacial e de trabalho em animais e a memória verbal em adultos.

 

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