Com apenas duas semanas para as eleições municipais – e em meio a calor e fumaça –, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta em novo levantamento divulgado nesta segunda-feira (23) para a importância de novos prefeitos e prefeitas investirem em medidas voltadas à resiliência climática e à garantia dos direitos de crianças e adolescentes. No Brasil, 33 milhões de menores enfrentam pelo menos o dobro de dias quentes a cada ano, em comparação a seus avós.

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Utilizando como base uma comparação entre as médias dos anos 1970 e de 2020-2024, a análise mostra a velocidade e a escala com que os dias extremamente quentes estão aumentando. Esses dias são aqueles em que se registram temperaturas acima de 35ºCelsius (ºC). No Brasil, a média de dias extremamente quentes passou de 4,9 ao ano na década de 1970 para 26,6 na década de 2020. A análise aponta, também, para o aumento das ondas de calor. Nesse caso, trata-se de períodos de 3 dias ou mais em que a temperatura máxima está mais de 10% maior do que a média local.

As crianças e os adolescentes são os que sentem, por mais tempo e com maior intensidade, impactos de ondas de calor, enchentes, secas, fumaças e outros eventos climáticos extremos. O estresse térmico no corpo, causado pela exposição ao calor extremo, ameaça a saúde e o bem-estar de crianças e mulheres grávidas. Níveis excessivos de estresse térmico, também, contribuem para a desnutrição infantil e doenças não transmissíveis que tornam as crianças mais vulneráveis a infecções que se espalham em altas temperaturas, como malária e dengue.

“Os perigos relacionados ao clima para a saúde infantil são multiplicados pela maneira como afetam a segurança alimentar e hídrica, a exposição à contaminação do ar, do solo, e da água, e a infraestrutura, pois interrompem os serviços para crianças, incluindo educação, e impulsionam deslocamentos. Além disso, esses impactos são mais graves a depender das vulnerabilidades e desigualdades enfrentadas pelas crianças, de acordo com sua situação socioeconômica, gênero, raça, estado de saúde e local em que vive”, explica Danilo Moura, Especialista em Mudanças Climáticas do Unicef no Brasil.

Diante desse cenário, o órgão pede que candidatos e candidatas às prefeituras se comprometam a preparar as cidades para enfrentar e lidar com as mudanças climáticas, com foco especial nas necessidades e vulnerabilidades de meninas e meninos.

“Isso inclui implementar ações para enfrentar as mudanças climáticas e adaptar serviços públicos, infraestrutura e comunidades para resistirem a seus efeitos, inclusive a eventos climáticos extremos, priorizando as necessidades e vulnerabilidades específicas de meninas e meninos. Uma ação importante é incorporar o Protocolo Nacional para Proteção Integral de Crianças e Adolescentes em Situação de Desastres aos planos do município”, aponta Danilo.

O tema é uma das cinco prioridades propostas pelo Unicef na agenda Cidade de Direitos – Cinco prioridades para crianças e adolescentes nas Eleições 2024, voltada a candidatos e candidatas de todo o país.

Agência Brasil

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Você saiba que existem doenças causadas pela falta de dinheiro? A falta de dinheiro pode ser um dos principais fatores para o desenvolvimento de doenças, tanto físicas quanto mentais.

O estresse financeiro, quando prolongado, pode desencadear uma série de condições que vão desde problemas cardíacos até distúrbios do sono.

Isso acontece porque a incerteza financeira afeta diretamente o bem-estar psicológico e, como consequência, o corpo também sofre. Além disso, a falta de recursos muitas vezes impede o acesso a cuidados médicos adequados, tratamentos preventivos e uma alimentação saudável.

Neste artigo do SaúdeLAB, vamos explorar as principais doenças causadas pela falta de dinheiro e entender como isso afeta o organismo, além de oferecer estratégias para prevenir esses problemas e garantir uma vida mais saudável, mesmo diante de dificuldades financeiras.

Por que a falta de dinheiro pode afetar a saúde? A falta de dinheiro impacta diretamente a saúde porque o estresse financeiro gera uma sobrecarga emocional que, se não gerida adequadamente, desencadeia uma série de reações no corpo.

Quando as preocupações com dívidas, contas atrasadas ou insegurança no emprego se tornam crônicas, o corpo entra em um estado constante de alerta. Esse estado eleva os níveis de cortisol, o que pode desregular várias funções vitais, como o sistema imunológico, o sono e o metabolismo.

Além disso, a restrição financeira pode limitar o acesso a alimentos saudáveis, cuidados médicos e atividades físicas, fatores fundamentais para manter a saúde física e mental em dia.

Veja agora são são as principais doenças causadas pela falta de dinheiro.

Estresse Crônico e Ansiedade A insegurança financeira prolongada coloca o corpo em constante estado de estresse. O aumento dos níveis de cortisol no organismo leva a uma sensação contínua de alerta, o que pode resultar em ansiedade crônica.

Estudos mostram que esse tipo de estresse pode dificultar a capacidade de concentração e afetar decisões racionais, agravando a situação financeira e criando um ciclo vicioso.

Depressão Pessoas que enfrentam longos períodos de dificuldades financeiras têm um risco aumentado de desenvolver depressão. A pressão psicológica de não conseguir manter as finanças estáveis pode causar sentimentos de desamparo, baixa autoestima e perda de motivação.

grupo whattsapp do saudelab A depressão, por sua vez, pode piorar a capacidade de lidar com os desafios econômicos.

Distúrbios do Sono (Insônia) A falta de dinheiro também pode resultar em insônia. A constante preocupação com contas e dívidas interfere no ciclo do sono, impedindo a pessoa de relaxar.

A privação de sono impacta diretamente o funcionamento do corpo, afetando a memória, o sistema imunológico e aumentando o risco de doenças crônicas.

Doenças Cardiovasculares O estresse gerado pela falta de dinheiro é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como hipertensão, infarto e derrame.

O aumento da pressão arterial causado pelo estresse constante pode desencadear problemas graves, especialmente quando não há recursos para o acompanhamento médico adequado.

Obesidade e Problemas Alimentares A falta de recursos financeiros muitas vezes leva as pessoas a optar por alimentos mais baratos e menos nutritivos. Isso contribui para o aumento da obesidade e de outras condições metabólicas, como diabetes tipo 2.

A má alimentação, associada ao estresse, também pode levar a distúrbios alimentares e ao desenvolvimento de doenças crônicas.

Desnutrição Em situações extremas, a falta de dinheiro pode levar à desnutrição, especialmente em famílias de baixa renda. A falta de acesso a alimentos ricos em nutrientes compromete o sistema imunológico e pode gerar problemas de crescimento e desenvolvimento em crianças, além de aumentar a vulnerabilidade a infecções.

Problemas Gastrointestinais O estresse crônico também pode causar distúrbios gastrointestinais, como gastrite, úlceras e síndrome do intestino irritável. A tensão acumulada interfere na digestão e aumenta a produção de ácidos estomacais, exacerbando esses problemas.

O que fazer para se livrar dos problemas causados pela falta de dinheiro? Lidar com os problemas financeiros e sua relação com a saúde exige uma abordagem multidisciplinar. Aqui estão algumas medidas que podem ajudar:

Educação financeira Aprender a planejar as finanças é o primeiro passo. Isso envolve a criação de um orçamento mensal, a eliminação de despesas desnecessárias e a busca por investimentos seguros.

Atividades de relaxamento Práticas como meditação, yoga e exercícios físicos ajudam a reduzir o estresse e equilibrar os níveis de cortisol.

Apoio psicológico Terapias cognitivo-comportamentais são eficazes no tratamento de distúrbios de ansiedade e depressão decorrentes de problemas financeiros.

Dieta balanceada e acessível Buscar alternativas mais econômicas e saudáveis, como legumes e grãos, pode ajudar a manter a nutrição em dia, mesmo com orçamento limitado.

Atendimento médico preventivo Aproveitar programas de saúde pública e exames gratuitos é essencial para monitorar a saúde regularmente, especialmente em tempos de crise financeira.

A falta de dinheiro afeta diretamente a saúde, tanto física quanto mental, levando ao desenvolvimento de uma série de doenças, como estresse crônico, insônia, doenças cardiovasculares, entre outras.

O impacto das finanças na saúde é real e pode ser devastador quando não gerido adequadamente. No entanto, com planejamento financeiro, cuidados com a saúde mental e medidas preventivas, é possível reverter essa situação e promover uma vida mais equilibrada, mesmo diante de dificuldades econômicas.

Saude Lab

Pessoas que sofreram com obesidade ou sobrepeso na infância têm maior probabilidade de desenvolver esquizofrenia quando adultas, de acordo com um estudo recente.

esquizofrenia

A pesquisa, publicada pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), investigou as ligações entre o índice de massa corporal (IMC) infantil e diversas condições, incluindo esquizofrenia, TOC, depressão, ansiedade e Alzheimer.

“Nosso estudo fornece evidências convincentes de um efeito direto e duradouro do IMC infantil sobre o risco de esquizofrenia mais tarde na vida, independente do IMC adulto e de fatores de estilo de vida”, escreveram os autores no artigo.

“Essas descobertas ressaltam a importância crítica das intervenções no início da vida para mitigar as consequências de longo prazo da obesidade infantil para a saúde mental.”

Detalhes da investigação Os dados analisados na pesquisa vieram de pessoas que participaram de dois grandes estudos genéticos e que já haviam sido diagnosticadas com a doença.

Os resultados revelaram uma conexão clara e convincente entre a obesidade e a esquizofrenia, de acordo com a equipe de pesquisa.

Eles explicaram que essa conclusão foi obtida porque adultos obesos não mostraram maior probabilidade de desenvolver esquizofrenia.

Sendo assim, a descoberta sugere que o estilo de vida e a obesidade que se iniciou na fase adulta não foram considerados fatores de risco significativos para o surgimento desse transtorno mental.

Qual a explicação para a associação? Os pesquisadores trabalham com a hipótese de que o excesso de gordura no corpo no início da vida pode prejudicar o desenvolvimento do cérebro da criança.

O estudo não encontrou associação entre obesidade infantil e outras condições psiquiátricas investigadas: TOC, Alzheimer, ansiedade e depressão.

Uma das limitações do estudo é que todos os participantes eram descendentes de europeus, então essas descobertas não se aplicam necessariamente a outros grupos étnicos.

Como a esquizofrenia se manifesta? A esquizofrenia é um transtorno mental grave que afeta cerca de 23 milhões de pessoas em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A doença caracteriza-se por distorções no pensamento, percepção, emoções, linguagem e comportamento.

As experiências psicóticas comuns incluem delírios, alucinações, com falas confusas ou desconexas, comportamento motor desorganizado ou anormal, como movimentos imprevisíveis ou agitação excessiva.

A esquizofrenia geralmente tem início ao fim da adolescência ou no começo da vida adulta. O tratamento com medicamentos e apoio psicossocial é eficaz.

Com o tratamento adequado e suporte social, as pessoas afetadas podem voltar a ter uma vida produtiva e integrada à sociedade.

Catraca Livre

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) realiza, às 10h desta sexta-feira (20), uma roda de conversa sobre o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Durante a ação será realizado novos cadastros e grupos de alunos da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e Uninassau participarão de um bate papo com pessoas que já doaram medula óssea.

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A atividade faz alusão ao Dia Mundial do Doador Voluntário de Medula Óssea, comemorado no 3º sábado de setembro desde 2014. Os hemocentros de todo o país são responsáveis somente pelo cadastro de doadores de medula óssea e em casos de compatibilidade, entram em contato como possível doador para informar e saber se a pessoa realmente tem interesse em doar.

“A primeira etapa é o cadastro, pelo qual somos responsáveis. Todo o processo a partir daí é conduzido pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), que é o órgão no Brasil que gerencia o Redome. Além do cadastro, o doador precisa manter seus dados sempre atualizados para facilitar o contato em casos de compatibilidade”, explica Rafael Alencar, diretor-geral do Hemopi.

O Brasil possui 5.784 307 pessoas cadastradas no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Destes, 99.539 são do Piauí, número que corresponde a aproximadamente 3% da população geral do Estado, e está dentro do percentual mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dos grandes desafios é buscar por uma maior diversidade de perfis cadastrados no Redome e assim aumentar as chances de compatibilidade para quem está na fila de espera por um transplante.

“Os bancos de doadores são interligados em todo o mundo e mesmo assim, ainda existem muitos casos onde não se encontra um doador compatível dentro desses registros. Por isso, é importante estar sempre em busca de novos doadores e com perfis diversos”, pontua Rafael Alencar, diretor geral do Hemopi.

O doador pode atualizar seus dados cadastrais tanto no site www.redome.inca.gov.br quanto pelo aplicativo Redome disponível para celulares com sistema IOS e Android. No aplicativo, além de atualizar o cadastro, o usuário tem acesso a carteirinha e a declaração de doador de medula óssea. Entre 01 de Janeiro e 17 de Setembro de 2024, o Hemopi realizou 1.395 novos cadastros. “Faltam apenas 461 cadastros para alcançar 100 mil doadores voluntários no Piauí”, destaca Rafael Alencar.

Para se tornar um doador de medula óssea é preciso:

  • Ter entre 18 e 35 anos de idade (O doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade).
  • Um documento de identificação oficial com foto.
  • Estar em bom estado geral de saúde.
  • Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea. A lista esta disponível através desse endereço eletrônico: https://redome.inca.gov.br/doencas-impeditivas-do-cadastro-e-da-doacao/

Mais de 80 doenças tem indicações de realização de transplante de medula óssea para tratamento. O Brasil possui o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo. A chance de se identificar um doador compatível na fase preliminar é de até 88%.

Sesapi