O primeiro estudo de “desafio humano” da Covid-19 começará nas próximas no Reino Unido, anunciou o governo nesta quarta-feira (17). No teste, os voluntários jovens e saudáveis são infectados deliberadamente com o coronavírus.
Os pesquisadores querem entender como o vírus afeta as pessoas. Para isso, o estudo será feito com 90 voluntários de 18 a 30 anos. Eles serão expostos ao coronavírus em um ambiente seguro e controlado.
“Esses estudos ajudarão a acelerar o conhecimento dos cientistas sobre como o coronavírus afeta as pessoas e pode, eventualmente, promover o rápido desenvolvimento de vacinas”, explicou o secretário de negócios Kwasi Kawarteng.
Os voluntários serão expostos à versão "original" do coronavírus, e não às variantes mais contagiosas que surgiram recentemente. Médicos e cientistas irão monitorar de perto o efeito do vírus em voluntários e estarão disponíveis para cuidar deles 24 horas por dia.
O ensaio tentará avaliar a menor quantidade de vírus necessária para causar uma infecção, com o objetivo de desenvolver vacinas e tratamentos para a doença. “Nosso objetivo final é estabelecer quais vacinas e tratamentos funcionam melhor no combate a essa doença, mas precisamos de voluntários para nos apoiar nesse trabalho”, disse o investigador-chefe do Imperial College London, Chris Chiu.
A vitamina D não teve efeito no tratamento de pacientes hospitalizados com covid-19, nem mesmo em dose alta. É o que mostra um estudo brasileiro, conduzido por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), publicado nesta quarta-feira (17) no JAMA (Jornal da Associação Médica Americana).
A pesquisa analisou dados de 237 pacientes hospitalizados com quadros moderados ou graves de covid-19, entre 2 de junho e 27 de agosto de 2020. Metade deles foi escolhida aleatoriamente para receber uma dose única oral de 200.000 UI (unidades internacionais) de vitamina D3. O restante tomou placebo. Nenhum dos participantes sabia em qual grupo estava.
Trata-se do primeiro estudo duplo cego randomizado a analisar a relação da vitamina D com a covid-19.
Ao final, os pesquisadores concluíram que "o tempo médio de internação não foi significativamente diferente entre os grupos de vitamina D3 e placebo".
Além disso, também não houve diferença significativa entre os grupos em relação à admissão em unidade de terapia intensiva, necessidade ventilação mecânica ou mortalidade.
O artigo trata justamente de uma suplementação que vem sendo apontada como um possível benefício contra a covid-19.
É conhecido que a vitamina D pode aumentar a imunidade inata e adaptativa, sendo a deficiência dela um fator de risco potencial para doenças não transmissíveis e doenças agudas do trato respiratório, incluindo infecções virais como é a covid-19, salientam os autores.
"Foi sugerido que os níveis séricos ideais de 25-hidroxivitamina D podem ter propriedades imunomoduladoras e anti-inflamatórias e possivelmente beneficiar pacientes com covid-19. No entanto, os benefícios da suplementação de vitamina D3 para pacientes com covid-19 permanecem especulativos e apenas parcialmente apoiados por estudos observacionais e 1 ensaio clínico não randomizado de pequena escala", observam.
Vale ressaltar que a dose utilizada no estudo é muito superior ao máximo recomendado por entidades médicas: entre 400 UI e 2.000 UI por dia.
Na semana passada, outro estudo demonstrou que o tratamento com zinco e vitamina D também é ineficaz para casos leves da infecção pelo coronavírus.
O cronograma do Ministério da Saúde para as entregas das doses das vacinas contra a covid-19 pelos laboratórios produtores prevê a remessa de 42,5 milhões de doses pelo consórcio Covax Facility, sendo 2,65 milhões da vacina AstraZeneca em março e de mais 7,95 milhões do mesmo imunizante até junho. O Brasil receberá ainda aproximadamente mais 32 milhões de doses de vacinas contra covid-19 produzidas por laboratórios de sua escolha até o final do ano, conforme cronogramas estabelecidos exclusivamente pelo Covax Facility.
A Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Seas) do ministério destacou que o consórcio, coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), funciona como um centro de distribuição internacional de vacinas.
Em outras remessas, a Seas informou que a previsão é receber do Instituto Butantan, de São Paulo, 100 milhões de doses da vacina CoronaVac. Em janeiro, conforme a secretaria, foram entregues 8,7 milhões de doses. Em fevereiro serão mais 9,3 milhões. O cronograma tem previsões para os meses seguintes março (18,1 milhões), abril (15,93 milhões), maio (6,03 milhões), junho (6,03 milhões), julho (13,55 milhões), agosto (13,55 milhões) e a última entrega prevista é para setembro (8,8 milhões).
Já da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o cronograma estima o recebimento de 222,4 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca. Em janeiro, o ministério informou que recebeu 2 milhões de doses. Para fevereiro, a entrega prevista é de 4 milhões. Em março serão 20,7 milhões, em abril mais 27,3 milhões, em maio 28,6 milhões e em junho 1,2 milhão. Conforme a secretaria, a partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.
O cronograma prevê ainda a entrega das 10 milhões de doses da vacina Sputnik V do Instituto Gamaleya, importadas da Rússia, pela farmacêutica União Química. De acordo com a Seas, a previsão é de que o contrato seja assinado esta semana. Quinze dias após a assinatura, o ministério deve receber 800 mil doses. Em abril, com 45 dias após a assinatura do contrato, a entrega será de mais 2 milhões. Em maio outros 7,6 milhões, com 60 dias após a assinatura e a partir da incorporação da tecnologia da produção do IFA, a União Química deverá passar a produzir mais 8 milhões de doses por mês.
Já para a vacina Covaxin – Barat Biotech, a previsão é de receber 20 milhões de doses importadas da Índia e o contrato também deve ser assinado nesta semana. Devem chegar ao Brasil 8 milhões de doses com dois lotes de 4,0 milhões com 20 e 30 dias após a assinatura do contrato. Em abril mais 8 milhões também em dois lotes de 4 milhões com 45 e 60 dias após a assinatura do contrato e em maio 4,0 milhões de doses com 70 dias após o contrato assinado.
A candidata a vacina contra o vírus da zika, desenvolvida pela empresa Janssen, demonstrou segurança e geração de uma resposta imunológica promissoras após a conclusão de um ensaio clínico de fase I, segundo um estudo publicado pela revista "Annals of Internal Medicine".
A incidência do vírus diminuiu desde o surto de 2015-2016, mas a propagação geográfica do mosquito Aedes aegypti para áreas onde a imunidade da população é baixa "representa um risco substancial para futuras epidemias", já não existe nenhuma vacina disponível.
Por isso, os pesquisadores acreditam que essa candidata a vacina, chamada Ad26.ZIKV.001, "justifica um maior desenvolvimento em caso de que a necessidade surja novamente".
Para a realização dos testes e análise da eficácia da vacina, cientistas do Centro Médico Janssen e do Beth Israel Deaconess atribuíram, aleatoriamente, 100 participantes saudáveis a um regime de uma ou duas doses da vacina e a um placebo.
Os resultados mostraram que duas doses eram seguras, causavam "reatogenicidade (possíveis reações adversas) entre leve e moderada, e induziam respostas persistentes de anticorpos neutralizantes".
Também foram observadas respostas de anticorpos até um ano após a vacinação em pelo menos 80% dos participantes em ambos os grupos de duas doses (alta e baixa), "indicando que uma dose baixa seria suficiente".
Uma única dose da vacina produziu "uma resposta de anticorpos neutralizante de pico inferior às estratégias de duas doses", mas mostrou anticorpos duradouros em um ano e, portanto, "pode ser um instrumento útil para evitar futuras epidemias de Zika".
O vírus da zika é transmitido por mosquitos ou sexualmente e pode causar doenças congênitas graves apor transmissão materno-fetal, como a microcefalia.