Uma versão modificada da vacina contra a covid-19 da AstraZeneca, desenvolvida para combater uma variante do coronavírus documentada pela primeira vez na África do Sul, pode estar pronta no final de 2021, disse uma funcionária da AstraZeneca na Áustria, em uma entrevista publicada neste domingo (18).
Sarah Walters, gerente nacional da AstraZeneca na Áustria, disse ao jornal Kurier que os estudos que indicam que a vacina AstraZeneca existente seria menos eficaz contra a variante mais infecciosa são "pequenos demais para tirar conclusões finais".
"Nesse ínterim, a AstraZeneca e a Universidade de Oxford iniciaram modificações na vacina para a variante sul-africana e esperamos que esteja pronta até o final do ano, caso seja necessário", disse Sarah ao Kurier.
O secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, Raphael Parente, pediu, nesta sexta-feira (16), que as mulheres adiem a gravidez até haver uma melhora da pandemia, se for possível.
"Caso possível, postergar um pouco a gravidez, para um melhor momento, em que você possa ter a sua gravidez de forma mais tranquila. A gente sabe que na época do zika, durante um, dois anos, se teve uma diminuição das gravidezes no Brasil, e depois aumentou. É normal. É óbvio que a gente não pode falar isso para alguém que tem 42, 43 anos, mas para uma mulher jovem, que pode escolher um pouco ali o seu momento de gravidez, o mais indicado agora é você esperar um pouquinho até a situação ficar um pouco mais calma", disse o secretário, que é médico e tem doutorado em ginecologia.
Parente justificou o pedido afirmando que a gravidez é, por definição, uma condição que favorece as tromboses – a formação de coágulos no sangue. A Covid-19 também favorece a ocorrência de tromboses, o que pode tornar a doença ainda mais perigosa na gravidez.
No ano passado, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) já havia alertado que grávidas corriam mais risco de desenvolver formas graves da Covid.
Grávidas em grupos de risco devem se vacinar Raphael Parente também reforçou que, conforme portaria do Ministério da Saúde publicada no dia 15 de março, mulheres grávidas que tenham doenças prévias têm recomendação de receber uma vacina contra a Covid-19 e já podem ir aos postos se vacinar.
As grávidas que não têm doenças também podem ser vacinadas depois de passar por uma avaliação de risco e benefícios.
Segundo as novas orientações, é recomendado que as gestantes com as seguintes condições prévias sejam vacinadas:
diabetes hipertensão arterial crônica obesidade (IMC maior ou igual a 30) doença cardiovascular asma brônquica imunossuprimidas transplantadas doenças renais crônicas doenças autoimunes A vacinação de grávidas, com ou sem doenças prévias, deve seguir o calendário de vacinação dos grupos prioritários, disponíveis no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19.
A vacina também pode ser dada a mulheres no puerpério (período de até 60 dias após o parto) e que estejam amamentando (lactantes). As lactantes não devem interromper o aleitamento ao receber a vacina e podem doar leite mesmo vacinadas.
No caso de lactantes e puérperas, as mulheres devem pertencer a um dos grupos prioritários listados no Plano Nacional de Vacinação, divulgado em janeiro. O documento listava 29 grupos com prioridade e não incluía gestantes.
A CoronaVac, vacina contra Covid-19 da empresa chinesa Sinovac, mostrou-se 67% eficaz na prevenção de infecções sintomáticas em estudo feito com dados do mundo real, informou o governo do Chile nesta sexta-feira. A vacina foi 85% eficaz na prevenção de hospitalizações e 80% eficaz na prevenção de mortes, disse o governo em um relatório preparado por o Ministério da Saúde.
A divulgação dos dados torna o Chile um de poucos países, como Reino Unido e Israel, que usam campanhas de inoculação para vislumbrar o quão eficazes as vacinas são fora de testes clínicos controlados e quando confrontadas por variáveis imprevisíveis em sociedades.
O estudo prático de Israel sobre a eficácia da vacina da Pfizer analisou os resultados entre 1,2 milhão de pessoas, misturando as que foram imunizadas e as que não foram.
O estudo chileno examinou a eficácia da CoronaVac em 10,5 milhões de pessoas, novamente analisando as que foram imunizadas e as que não foram.
Um estudo feito nos Estados Unidos, mostra que o risco de infecção de alunos pelo novo coronavírus, em sala em caso de aulas presenciais, é substancialmente reduzido se todos usarem máscaras e respeitarem as regras de distanciamento social.
A pesquisa, encabeçada por Martin Bazant e John M. Bush, dos departamentos de Engenharia Química e de Matemática do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), mostra que o risco de pegar covid-19 é 6 vezes maior se os estudantes não estiverem com a máscara, ainda que seja de pano. Além do distanciamento, o estudo leva em conta o número de pessoas em sala de aula; o tipo de ventilação das classes, o que interfere na dispersão de gotículas de ar; e o tempo de exposição dentro do ambiente, que costuma ser fechado.
De acordo com a pesquisa, em uma sala de aula típica dos Estados Unidos, com 19 alunos e 1 professor, todos sem máscaras e em silêncio total, é possível permanecer longe de uma infecção pelo coronavírus por 1,2 hora (1 hora e 12 minutos) no caso de ventilação natural de janelas e portas. Caso haja ventilação mecânica, seria possível ficar longe do vírus por até 7,2 horas (7 horas e 12 minutos).
Em caso de uso de máscaras, ainda que seja a de tecido, por todas as pessoas da classe, o tempo de segurança sobe para 8h com ventilação natural - portanto, um período 6,6 vezes maior. Se a sala tiver ventilação mecânica, uma espécie de exaustou, o tempo de proteção sobe para 80h - tempo 11 vezes maior do que na primeira hipótese, com todos os alunos sem máscaras.
A dupla partiu da premissa que um dos principais fatores de transmissão da covid-19 é o contato com as minúsculas gotículas que transportam o SARS-CoV-2 pelo ar, normalmente liberadas quando falamos, tossimos, espirramos, cantamos e comemos.
O resultado da pesquisa vai ser publicado na edição de abril do PNAS, publicação oficial Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.