- O que foi observado? -

A EMA reconheceu pela primeira vez que a vacina pode causar raros problemas sanguíneos em algumas pessoas. Até agora, não havia se estabelecido um vínculo causal. 

Esse "possível vínculo" justifica, em sua opinião, que o risco seja mencionado na bula do medicamento. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) foi mais cautelosa, estimando que o vínculo era "plausível", mas não confirmado. 

Os problemas observados não são trombos comuns (formação de coágulos sanguíneos), como relatado inicialmente, mas um fenômeno "muito atípico", segundo a Agência Francesa de Medicamentos (ANSM). 

Trata-se de "trombose de grandes veias, atípica pela localização (principalmente cerebral, mas também digestiva), que pode estar associada a trombocitopenia [deficiência de plaquetas] ou problemas de coagulação", como sangramento, segundo o ANSM. Essas tromboses ocorreram "nas duas semanas após a vacinação", explicou a EMA. 

Em meados de março, o Instituto Médico Paul-Ehrlich (PEI), que assessora o governo alemão, relatou um "acúmulo surpreendente de uma forma específica muito incomum de trombose venosa cerebral, associada a uma deficiência de plaquetas sanguíneas". 

Segundo especialistas, esse quadro tão específico nos leva a pensar em um fenômeno denominado coagulação intravascular disseminada (DICC).

-Qual é o risco? -

Essa é a questão principal. De acordo com dados da EMA de 4 de abril, 222 casos de trombose atípica foram detectados após 34 milhões de injeções feitas com AstraZeneca nos 30 países do Espaço Econômico Europeu (UE, Islândia, Noruega, Liechtenstein). 

Na Alemanha, foram notificados 31 casos suspeitos de trombose venosa cerebral (19 dos quais acompanhados por diminuição das plaquetas sanguíneas), com 9 mortes, de acordo com o Instituto Paul-Ehrlich. 

Isso representa 1 caso para cada 100.000 doses da vacina AstraZeneca administradas (2,8 milhões). Também foram registrados casos na França (12 casos, incluindo 4 mortes, para 1,9 milhão de injeções, segundo a ANSM); na Noruega (5 casos, incluindo 3 mortes, por 120.000 injeções) e na Holanda. 

O Reino Unido, que utilizou esse imunizante em grande parte em sua campanha de vacinação, o saldo até esta quarta-feira é de 79 casos, dos quais 19 terminaram em óbito, de um total de 20 milhões de doses administradas. 

Mas, como acontece com todos os medicamentos, a chave é pesar os riscos e benefícios. 

"Os benefícios gerais da vacina na prevenção superam os riscos dos efeitos colaterais", insistiu a EMA nesta quarta-feira.

- Fatores de risco? -

Até agora, a maioria dos casos ocorreu em "mulheres com menos de 60 anos". 

Mas nenhuma conclusão pode ser tirada, pois isso pode ser devido ao fato de que esta vacina foi usada, inicialmente, especialmente em jovens. 

Além disso, o fato de os casos registrados serem principalmente mulheres pode ser devido ao fato de a vacina ter sido amplamente utilizada na vacinação de profissionais de saúde, categoria prioritária da população. Um setor no qual trabalham muitas mulheres. 

"No momento, os testes não identificaram fatores de risco específicos", disse a EMA. 

No Reino Unido, onde a vacina tem sido usada para camadas mais amplas da população, os casos detectados são 51 mulheres e 28 homens, com idades entre 18 e 79 anos.

- Limite de idade? -

Após a primeira rodada de suspensões, em meados de março, alguns países decidiram interromper o uso da vacina abaixo de certa idade. 

O Reino Unido só a usará com pessoas com mais de 30 anos. Alemanha e Holanda decidiram restringi-lo a menores de 60 anos, Canadá, França e Bélgica pararam de usá-lo com menores de 55 anos. Suécia e Finlândia a menores de 65 anos. 

"Não temos apenas uma vacina, temos várias. Portanto, me parece que faz sentido reservar a AstraZeneca para pessoas mais velhas", disse Sandra Ciesek, virologista da Universidade Goethe em Frankfurt, à revista Science. 

As autoridades do Reino Unido divulgaram estatísticas nesta quarta-feira mostrando que a covid-19 representa um risco à saúde seis vezes maior do que a vacina, nas idades entre 20 e 29 anos. 

Já na faixa etária de 60 a 69 anos, o risco é 600 vezes mais importante. Noruega e Dinamarca optaram por suspender totalmente o uso da vacina, por enquanto.

- Qual é o motivo? -

Vários elementos apontam para uma reação imunológica excessiva causada pela vacina. 

Em um estudo publicado online em 28 de março, mas ainda não avaliado por outros cientistas, pesquisadores alemães e austríacos estabeleceram uma comparação com outro mecanismo conhecido. 

O fenômeno associado à vacina AstraZeneca "se assemelha clinicamente à trombocitopenia induzida por heparina (HIT)", disse a equipe de cientistas, liderada por Andreas Greinacher (Universidade de Greifswald). 

HIT é uma reação imunológica incomum, grave e anormal, desencadeada em alguns pacientes por uma droga anticoagulante, a heparina. 

O grupo de pesquisadores propõe que se dê um nome ao fenômeno observado com a vacina AstraZeneca (sigla em inglês VIPIT). 

O grupo francês de pesquisadores e médicos "Du côté de la science" (Do lado da ciência) também opta por "uma reação imunológica intensa" e acredita na hipotése de que tudo começa com "a injeção acidental da vacina em uma veia do músculo deltóide"(no ombro).

 

AFP

psicologicoUma em cada três pessoas que superam a covid-19 são diagnosticadas com problemas neurológicos ou psiquiátricos nos seis meses posteriores à infecção, aponta o maior estudo feito até o momento sobre o balanço mental de ex-pacientes do novo coronavírus.

Ansiedade (17%) e alterações de humor (14%) são os diagnósticos mais frequentes, segundo o estudo, publicado nesta quarta-feira (7) pela revista especializada The Lancet Psychiatry.

A incidência de problemas neurológicos, como hemorragias cerebrais (0,6%), acidentes vasculares cerebrais (2,1%) e demência (0,7%), é globalmente inferior, mas o risco é, em geral, maior entre pacientes que estiveram gravemente doentes de covid.

Apesar do risco pequeno a nível individual da maioria dos problemas neurológicos e psiquiátricos, o efeito pode ser "considerável" para os sistemas de saúde devido à amplitude da pandemia, afirma o professor Paul Harrison (Universidade de Oxford, Reino Unido), principal autor do estudo. Muitos problemas são "crônicos", explica. Ele defende dotar os sistemas de saúde com recursos para "enfrentar as necessidades". Ao analisar os prontuários eletrônicos de 236.379 pacientes afetados pela covid, os autores concluem que 34% deles tiveram diagnóstico de doença neurológica ou psiquiátrica nos seis meses seguintes à infecção.

Para 13% das pessoas este foi o primeiro diagnóstico neurológico ou psiquiátrico.

O risco de desenvolver problemas a longo prazo cresceu nos pacientes que foram hospitalizados por covid-19 grave. Assim, 46% dos pacientes que passaram por cuidados intensivos apresentaram problemas neurológicos ou psiquiátricos seis meses após a infecção.

Quase 7% dos pacientes que passaram por UTIs tiveram um acidente cardiovascular posterior, 2,7% uma hemorragia cerebral e quase 2% desenvolveram demência, contra, respectivamente, 1,3%, 0,3% e 0,4% dos não hospitalizados.

Os cientistas também cruzaram dados de mais de 100.000 pacientes que tiveram um diagnóstico de gripe e os mais de 236.000 pacientes com o diagnóstico de infecções respiratórias.

O risco de diagnóstico neurológico ou psiquiátrico é, em geral, 44% maior após a covid que depois de uma gripe, e 16% maior que depois de uma infecção das vias respiratórias.

"Infelizmente, muitos problemas identificados no estudo têm uma tendência a se tornarem crônicos ou recorrentes, então podemos antecipar que o impacto da covid-19 poderia perdurar durante muitos anos", escreve o doutor Jonathan Rogers da Universidade de Londres (UCL) em um comentário publicado na revista.

Provavelmente, as pessoas estudadas foram mais gravemente afetadas que a população em geral, afirmam os autores, que se referem às pessoas, numerosas, que não procuram consultas por sintomas leves ou inexistentes.

 

 

Foto: REPRODUÇÃO/RECORDTV

cortejoTeve início por volta das 8:15h da manhã de hoje, 07, o cortejo de despedida ao ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho, saindo da funerária na avenida Miguel Rosa. Há várias coroas de flores ao lado do corpo.

O veículo dos Bombeiros percorre mais de 25 ruas e avenidas de vários bairros da capital. Segue pela Frei Serafim e passará em frente a sede da Prefeitura de Teresina.

Sob aplausos, o corpo deixa a funerária para o início do cortejo.

cartazesfirminoA deputada Lucy Soares, viúva de Firmino Filho, acompanha o cortejo no primeiro carro atrás dos Bombeiros. Visivelmente abalada, ela chora compulsivamente.

O cortejo segue primeiro para a avenida Frei Serafim. Os motoristas fazem um buzinaço em homenagem ao prefeito.

Carro e motos acompanham o cortejo. Populares choram, fazem homenagens. Muita comoção.

O cortejo com o corpo do ex-prefeito de Teresina, Firmino Filho, chegou agora há pouco ao Palácio da Cidade, sede da Prefeitura. Populares fazem homenagens com aplausos e soltando balões.

lucysoaresChorando, a viúva de Firmino, Lucy Soares, disse que vai continuar o legado político de Firmino. “Muito lindo a homenagem, mas não vai trazê-lo de volta. Vamos continuar com seu legado”.

A funcionária mais antiga da prefeitura, Marilda Figueiredo, que tem 28 anos que trabalha no Palácio da Cidade, participará das homenagens. Ele irá entregar uma das coroas de flores quando o cortejo chegar à sede da Prefeitura.

Para Marilda Figueiredo, Firmino Filho será lembrado como um homem humano.

"Só lembranças boas. Só tenho a agradecer a Deus a oportunidade de ter trabalhado com ele. Agradeço o tempo que vivi ao lado dele. Ele era excelente para nós. Os funcionários tinham uma boa relação com ele. Ele era muito humano. Sabia trabalhar com o povo. Ele amava o povão. Não tenho palavras. Era excelente. Ele era religioso e temível a Deus. Gostava muito de orações. Sempre presente nas missas", afirmou.

Outra servidora que trabalhou 16 anos com Firmino, Francisca Maria dos Santos, auxiliar de serviços gerais, também prestará homenagem ao prefeito.

"Eu não sei nem o que dizer. Foram 16 anos de convivência. Uma pessoa especial. Ajudava a todos. A tristeza e muito grande. Nesse momento só queremos agradecer a ele por tudo", afirmou.

Na frente da prefeitura, servidores estão com cartazes e balões brancos esperando o cortejo.

 

cv

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, disse para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante reunião no último sábado (3), que vai ajudar o Brasil no combate à pandemia da Covid-19. As informações são de Jamil Chade, do UOL.

“Discutimos como a situação é séria no Brasil e ele (Queiroga) começou descrevendo a situação que é realmente terrível, e o que ele gostaria de fazer (…) Concordamos no caminho a seguir”, disse Tedros.

O diretor da OMS disse que novas reuniões vão ser feitas para detalhar as ações que vão ser tomadas. A nova postura marca uma mudança da relação da entidade com o governo de Jair Bolsonaro, que sempre criticou a organização.

Uma das medidas que vão ser adotadas pela OMS está o envio de técnicos para ajudar na produção de vacinas no País.

 

IstoÉ