O Brasil, a Colômbia, o México e as Filipinas estão entre os 47 países que receberão até junho doses da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã Biontech através do consórcio global liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) Covax Facility, anunciou nesta segunda-feira (12/04) a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi).

Das 14,1 milhões de doses do imunizante da Pfizer-Biontech que serão distribuídas entre abril e junho, o Brasil deverá receber cerca de 842,4 mil, segundo o Ministério da Saúde. Além do país, Colômbia, México, Filipinas, África do Sul e Ucrânia foram classificados como países prioritários para o envio de remessas da Covax Facility neste período.

A iniciativa é um programa apoiado pelas Nações Unidas para compra e distribuição de vacinas contra a covid-19, visando um acesso mais igualitário aos imunizantes e priorizando países mais pobres. Em seis semanas, o consórcio global já distribuiu quase 38,4 milhões de doses de vacinas para 102 países. A Gavi informou ainda nesta segunda-feira que algumas entregas estão demorando mais do que o previsto devido ao atraso do envio de doses prometidas por laboratórios em março e abril.

O Brasil deverá receber cerca de 42 milhões de doses pelo consórcio global até o final deste ano. Até o momento, a Covax Facility já enviou 1 milhão de doses da vacina da AstraZeneca ao país.

De acordo com o diretor-executivo da Gavi, Seth Berkley, a Covax pretende entregar cerca de um terço de 1 bilhão de doses de vacinas até a metade deste ano e prevê ainda distribuir mais de 2 bilhões em 2021.

Aprovada pela Anvisa A vacina da Pfizer-Biontech já obteve o registro definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda não está sendo utilizada no Brasil, pois o governo federal só chegou a acordo de compra com a empresa farmacêutica em março deste ano. Por meio deste, o país adquiriu mais de 100 milhões de doses.

O imunizante esteve no centro de uma briga pública entre a Pfizer e o Planalto. O laboratório comunicou que, no segundo semestre de 2020, fez várias propostas para o Ministério da Saúde, que previam a entrega de 70 milhões de doses, com início do envio de uma primeira carga em dezembro, mas a pasta não manifestou interesse. À época, o governo preferiu apostar todas as suas fichas na vacina da AstraZeneca, a ser produzida em solo brasileiro, ignorando opções de importação de doses prontas de outros laboratórios.

Em dezembro, as negociações voltaram a andar, e o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a afirmar que a imunização poderia começar ainda naquele mês caso a Pfizer adiantasse alguma entrega. À época, o ministério passara finalmente a correr atrás de vacinas diante da intenção do governador de São Paulo, João Doria, de iniciar a vacinação no estado em janeiro. Mas nessa altura a Pfizer havia informado que não poderia mais entregar doses antes da virada do ano. Ainda assim, o governo chegou a incluir uma oferta da empresa no seu vago plano de imunização.

No entanto, as negociações logo voltaram à estaca zero, diante da contrariedade de condições impostas pela empresa. O governo afirmou que a Pfizer insistia em uma cláusula de isenção de responsabilidade em relação a possíveis efeitos colaterais da vacina contra a covid-19. No final de dezembro, o presidente Jair Bolsonaro chegou a reclamar publicamente da farmacêutica ao afirmar que não havia garantia de que a vacina não transformaria quem a tomasse em "um jacaré". Sem um contrato com o governo, a Pfizer anunciou em dezembro que não pretendia mais solicitar uma autorização de uso emergencial junto à Anvisa.

Em janeiro, a disputa voltou a esquentar quando o governo divulgou uma nota incendiária afirmando que a Pfizer estabelecera "cláusulas leoninas" em seus contratos, que a empresa só previa uma pequena entrega inicial de vacinas como "conquista de marketing" e que a chegada de poucas doses "causaria frustração em todos os brasileiros", sugerindo que era melhor não receber nada do que pouco. Por fim, o governo ainda insinuou que a Pfizer estava tentando sabotar a campanha de imunização no Brasil por ter supostamente ficado frustrada com o governo adquirindo doses da AstraZeneca e da Coronavac, promovida pelo governo de São Paulo.

Já a Pfizer afirmou que os contratos oferecidos ao governo brasileiro eram idênticos aos que foram submetidos em dezenas de países que já fazem uso do imunizante.

Mais de 31 milhões de doses aplicadas Até o momento, o Brasil já aplicou mais de 31 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. Segundo dados do consórcio de veículos de imprensa, até esta segunda-feira (12/04), haviam sido administradas 31.239.336 doses. Do total, 23.847.792 pessoas receberam a primeira dose, o equivalente a 11,26 % da população brasileira, e 7.391.544 a segunda, cerca de 3,49%.

Cerca de oito em cada dez doses aplicadas no país são da Coronavac, desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. Além dela, está sendo usado no Brasil o imunizante da AstraZeneca-Oxford, que no Brasil é produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

cn (Reuters, ots)

dw.com

variantemenosEstudos científicos publicados em duas áreas da revista científica Lancet indicam que as pessoas infectadas com a variante do SARS-CoV-2 identificada no Reino Unido não contraem formas mais graves da covid-19.

Os estudos foram feitos por observação, analisando a situação de pessoas infectadas com a variante do Reino Unido e por meio de declarações de cerca de 37 mil pessoas con covid-19 dada a um trabalho britânico de acompanhamento de sintomas.

Em artigo publicado no boletim The Lancet Infectious Diseases, foram analisados 341 doentes admitidos no hospital do University College e no hospital da Universidade de North Middlessex em novembro e dezembro passado. A conclusão foi que os infectados com a variante não ficaram doentes com maior gravidade, mas a carga viral foi superior.

“Não se detectou prova de uma associação entre a variante e doença mais grave, com 36% dos doentes com a cepa britânica ficaram gravemente doentes e a morreram, quando comparado com os 38% dos que tinham uma variante diferente”, concluíram os pesquisadores, que reconhecem a necessidade de investigação mais aprofundada.

Em outro estudo, divulgado na publicação The Lancet Public Health, foi analisado dados submetidos à aplicação Covid Symptom Study entre setembro e dezembro de 2020, que foram cruzados com as análises genéticas regionais conduzidas pelas autoridades de saúde britânicas destinadas a detectar a presença de variantes.

“A análise revelou que não há associações estatisticamente significativas entre a proporção da entre regiões e os tipos de sintomas que as pessoas tiveram”, concluíram os pesquisadores.

Além disso, a proporção de pessoas que tiveram casos prolongados de covid-19, com sintomas persistentes, não foi alterada pela presença da variante.

No entanto, os autores concluíram que o índice de transmissibilidade (Rt) é 1,35 vez superior na variantebritânica.

A pesquisadora Britta Jewel, do Imperial College, comentou que o estudo contribui para o consenso de que a mutação do Reino Unido aumenta a transmissibilidade, o que levou, em grande parte, ao aumento exponencial de casos no Reino Unido e em outros países europeus.

 

Agência Brasil

Foto: Pixabay

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial de Saúde), Tedros Adhanom, alertou para o aumento de casos e mortes por coronavírus ao redor do mundo. Segundo ele, as vacinas são um instrumento vital para combater a pandemia, mas são necessárias mais medidas para frear o coronavírus. A declaração foi dada nesta 2ª feira (12.abr.2021) durante uma coletiva de imprensa virtual. Adhanom disse que a entidade não defende “lockdowns sem fim”, mas medidas combinadas, “adequadas e ágeis” para conter o problema. Ele também relembrou a diminuição de casos da doença pelo mundo que aconteceu nas 6 primeiras semanas do ano. “Nós temos agora 7 semanas seguidas de alta nos casos, e 4 semanas de avanço das mortes”, comparou, citando a nova onda de casos em vários países da Ásia e do Oriente Médio. “Isso acontece apesar do fato de que mais de 780 milhões de doses de vacinas foram administradas globalmente”, afirmou.

Segundo Tedros, há “confusão, complacência e inconsistências em medidas de saúde pública e na aplicação delas”, o que resulta em aumento da transmissão dos vírus e das mortes. Ele defendeu uma abordagem mais coordenada e abrangente contra a pandemia. “Os países que têm se saído melhor têm adotado uma combinação de medidas sob medida, mensuradas, ágeis e baseadas em evidências”.

A entidade também falou sobre o remédio remdesivir, afirmou que, até agora, o estudo Solidarity mostra não haver evidências de que o remédio seja bem-sucedido para auxiliar no tratamento de pacientes hospitalizados por covid-19. Por isso, não recomenda o seu uso. Segundo a OMS, estudos menores viram benefícios no uso do remdesivir em apenas alguns subgrupos.

A cientista-chefe da instituição, Soumya Swaminathan disse que pesquisas menos abrangentes mostraram “benefícios marginais” com o uso do remdesivir. Segundo ela, a análise do medicamento continua a ocorrer, mas até agora não houve a conclusão de que seu uso poderia ser vantajoso no tratamento.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou em 12 de março o uso do antiviral no tratamento de pessoas hospitalizadas com covid-19 no Brasil. O remédio é bastante usado nos Estados Unidos em pacientes graves que não estão entubados.

 

Poder 360

butantancoivO Instituto Butantan libera, nesta segunda-feira (12), mais 1,5 milhão de doses da CoronaVac contra o coronavírus para uso em todo o país. Segundo o governo estadual, foram entregues 39,7 milhões ao PNI (Programa Nacional de Imunizações). Somente em abril foram 3,5 milhões. O total de envios corresponde a 86,3% das 46 milhões de doses acordadas até 30 de abril no primeiro contrato com o Ministério da Saúde. Em março, foram disponibilizadas pelo Butantan 22,7 milhões de doses. Em fevereiro, 4,85 milhões e, em janeiro, 8,7 milhões de unidades. O Instituto Butantan receberá até 20 de abril, da biofarmacêutica Sinovac, uma nova remessa de insumos de 3 mil litros para o processamento de mais 5 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus, garantindo, assim a entrega contratual prevista ao PNI. Um segundo carregamento deverá chegar ainda em abril, com mais 3 mil litros, totalizando 10 milhões de doses em IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) no mês.

O Butantan ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades. Atualmente, mais de 80% das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 são do Butantan.

Confira o cronograma de entrega das vacinas:

17/1 - 6 milhões

22/1 - 900 mil

29/1 - 1,8 milhão 5/2 - 1,1 milhão

23/2 - 1,2 milhão

24/2 - 900 mil

25/2 - 453 mil

26/2 - 600 mil

28/2 - 600 mil

3/3 - 900 mil

8/3 - 1,7 milhão

10/3 - 1,2 milhão

15/3 - 3,3 milhões

17/3 - 2 milhões

19/3 - 2 milhões

22/3 - 1 milhão

24/3 - 2,2 milhões

29/3 - 5 milhões

31/03 - 3,4 milhões

05/04 – 1 milhão

07/04 - 1 milhão

12/04 – 1,5 milhão

Previsão até 30 de abril - 46 milhões (total de janeiro a abril)

R7

Foto: Gov.SP