pressaoarterialDados do Ministério da Saúde mostram que há cerca de 38 milhões de pessoas que sofrem de hipertensão no Brasil, um fator de risco para que a covid-19 se desenvolva de forma grave. Afora a infecção causada pelo coronavírus, pessoas que convivem com a pressão arterial elevada também têm mais chances de sofrerem de infarto, problemas renais e AVC (acidente vascular cerebral).

Segundo o cardiologista Hélio Castello, membro-fundador da Sociedade Latino-Americana de Cardiologia Intervencionista, em 90% dos casos a hipertensão é hereditária e se manifesta a partir dos 40 anos. No entanto, em casos de maior incidência da doença entre familiares, uma pessoa pode se tornar hipertensa ainda na juventude.

“A melhor forma de prevenir é primeiro conhecer a saúde da sua família e, uma vez que tenha muitos hipertensos, é importante que essa pessoa faça um controle mais rigoroso, que vá ao médico regularmente, meça a pressão com mais frequência para tentar detectar o problema precocemente. Por isso é importante ter a pressão mensurada em todas as consultas médicas, mesmo as crianças”, recomenda Castello.

O aumento de peso também pode contribuir para o aumento da pressão arterial, principalmente quando há excesso de sal e alimentos industrializados na alimentação.

“O ideal é que a pessoa faça atividade física, controle o estresse e outras doenças que ela possa ter, como diabetes e problemas renais. É importante passar no médico regularmente e, uma vez iniciado o tratamento, que a pessoa não abandone os remédios mesmo com a pressão controlada”, explica o cardiologista.

O que a hipertensão pode provocar no organismo? De acordo com o especialista, a hipertensão arterial é uma doença sistêmica, capaz de afetar todo o corpo.

“Uma vez que a pessoa fica com a hipertensão descontrolada, o organismo vai se adaptando inicialmente, mas com o passar do tempo isso se torna prejudicial”, afirma Castello.

Nestes casos, os vasos sanguíneos e as artérias ficam trabalhando em um regime de pressão mais alto, tornando suas paredes mais espessas e menos elásticas, o que favorece a formação de placas de gordura.

“Isso aumenta o risco de infartos, AVC e obstruções arteriais em qualquer lugar do corpo. No coração a sobrecarga pode levar à dilatação cardíaca, podendo ocasionar insuficiência cardíaca e arritmias”, afirma Castello.

Além disso, as alterações vasculares também podem ocorrer na região dos olhos, levando à piora da visão e, em alguns casos, a sua perda total. Nos rins, a hipertensão pode alterar a circulação do órgão, o que prejudica a filtração, podendo causar insuficiência renal.

Hipertensão e covid-19 No caso da covid-19, a hipertensão arterial contribui para que a inflamação causada pelo coronavírus nos vasos sanguíneos seja maior, o que facilita quadros de trombose.

“O paciente que tem a hipertensão descompensada já tem um certo grau de inflamação crônica, principalmente na parte interior dos vasos, e a covid é uma infecção viral que também acomete os vasos”, explica Castello.

Nos casos mais graves de hipertensão, o paciente tem um comprometimento maior do coração, com quadros de dilatação e disfunção do funcionamento do órgão, o que contribui para que a covid-19 evolua de forma mais severa.

Para se proteger do coronavírus, a recomendação do médico é de que os hipertensos sigam as mesmas medidas não farmacológicas da população em geral, como manter o distanciamento social, fazer o uso de máscara, sempre higienizar as mãos com álcool em gel ou água e sabão.

“E sem dúvida alguma, tomar a vacina contra a covid-19 e a gripe. É importante que a pessoa que tem hipertensão não pare de tomar o seu remédio, mantenha o tratamento e retorne ao médico”, afirma o cardiologista.

 

R7

Foto: reprodução Freepik

De acordo com o estudo, o maior crescimento de óbitos pela infecção do SARS-CoV-2 aconteceu na faixa etária de 20 a 29 anos, com aumento de 1.081,82%.

Já entre os novos casos da doença, as pessoas entre 40 e 49 anos foram as mais afetadas e o índice subiu 1.173,75%.

Além dessas evidências, quando é analisada as idades dos pacientes de unidades de Terapia Intensiva (UTI), fica claro que mudou a faixa etária dos doentes graves. Na semana epidemiológica um, a proporção de doentes com menos de 70 anos internados em UTI era 52,74%. Na 14 ª semana, 72,11% dos internados estavam abaixo dos 70 anos. Números gerais

O documento registra um crescimento de novos infectados em todas as idades. O crescimento global de 642,80%. Algumas faixas etárias mantiveram crescimento superior ao global: 20 a 29 anos (745,67%), 30 a 39 anos (1.103,49%), 40 a 49 anos (1.173,75%), 50 a 59 anos (1.082,69%) e 60 a 69 anos (747,65%).

O aumento global do número de óbitos foi de 429,47%. As mesmas faixas etárias tiveram aumento diferenciado: 20 a 29 anos (1.081,82%), 30 a 39 anos (818,60%), 40 a 49 anos (933,33%), 50 a 59 anos (845,21%) e 60 a 69 anos (571,52%). No período analisado, quase todos os Estados apresentaram estabilidade no número de novos casos e óbitos, com exceção de Roraima. Lá, foi verificada nova alta tanto nos dois índices.

As maiores taxas de incidência de covid-19 foram em Rondônia, Amapá, Tocantins, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, e no Distrito Federal.

As taxas de mortalidade elevadas aconteceram nos estados de Rondônia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal.

O Boletim alerta que as regiões Sul e Centro-Oeste são classificadas como críticas para as próximas semanas, o que pode ser agravado pela saturação do sistema de saúde nesses estados.

Sobre a mortalidade, o Rio de Janeiro tem o pior índice do Brasil, com 8,3%, seguido de Paraná (6,2%), Distrito Federal (5,3%), Goiás (5,2%) e São Paulo (5,1%).

Segundo os pesquisadores, alta letalidade revela grave falhas no sistema de atenção e vigilância em saúde nesses estados, como a insuficiência de testes diagnóstico, identificação de grupos vulneráveis e encaminhamento de doentes graves.

R7

O Instituto Butantan enviou hoje (23) à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido para início dos testes em humanos da Butanvac, novo imunizante que será produzido pelo instituto contra a covid-19. O anúncio foi feito nesta tarde pelo diretor do instituto Dimas Covas, durante entrevista coletiva à imprensa. Essa fase inicial de estudos busca avaliar a segurança da vacina e sua capacidade de induzir uma resposta imunológica.

“Hoje submetemos o protocolo de estudo clínico de fases 1 e 2 [da vacina]. É estudo que tem duração prevista máxima de 20 semanas, mas a partir da 16ª semana poderemos já ter os resultados de analise primária e, com isso, solicitar o uso emergencial pela Anvisa. Submetemos hoje e aguardamos o parecer da Anvisa e esperamos que isso ocorra dentro do mais curto prazo possível devido à urgência do momento ”, falou Dimas Covas.

Para uma vacina poder ser utilizada na população, ela passa por uma fase de estudos em laboratório, uma fase pré-clínica de testes em animais e três etapas clínicas de testes em voluntários humanos, que avaliam a produção de anticorpos, a sua segurança e a sua eficácia.

Os testes da Butanvac, segundo Dimas Covas, serão feitos em adultos. Os estudos deverão começar com 1,8 mil voluntários. Já a fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir 9 mil pessoas. Nesses testes poderão fazer partes, inclusive, adultos já vacinados ou que já tiveram covid-19. “É um estudo clínico de segurança e imunogenicidade, comparativo. Então, ele não é um teste para incluir voluntários comparando grupo de vacinados com o grupo placebo. Aqui já se tem um padrão, que já foram determinados pelas demais vacinas. Então já se sabe o que esperar de uma vacina”, explicou ele.

“Portanto, vamos avaliar uma nova vacina de forma comparativa, sempre na perspectiva de que ela possa ser melhor. Você tem marcadores imunológicos e padrões de segurança. Então, vamos iniciar uma fase inicial de segurança, ou seja, se ela não traz nenhum tipo de efeito adverso e, no segundo momento, a imunogenicidade, ou seja, vamos estudar as pessoas que vão receber e qual a resposta imunológica que essas pessoas desenvolvem e comparar isso com a resposta de outras vacinas já descritas. Com isso poderemos inferir a eficiência da vacina. Se ela for superior a esses parâmetros analisados, evoluímos e poderemos pedir o uso emergencial”, falou Covas.

A tecnologia da Butanvac utiliza o vírus da Doença de Newcastle geneticamente modificado. O vetor viral contém a proteína Spike do coronavírus de forma íntegra. O desenvolvimento complementar da vacina será todo feito com tecnologia do Butantan, incluindo a multiplicação do vírus, condições de cultivo, ingredientes, adaptação dos ovos, conservação, purificação, inativação do vírus, escalonamento de doses e outras etapas.

A Doença de Newcastle é uma infecção que afeta aves e, por isso, segundo o Butantan, o vírus se desenvolve bem em ovos embrionados, permitindo eficiência produtiva num processo similar ao utilizado na vacina de Influenza do Butantan. O vírus da doença de Newcastle não causa sintomas em seres humanos, constituindo-se como alternativa muito segura na produção. Ele é inativado para a formulação da vacina, facilitando sua estabilidade e deixando o imunizante ainda mais seguro.

A Anvisa confirmou que recebeu hoje o protocolo de estudos da Butanvac e que o documento se refere ao pedido de autorização para os testes de fase clínica 1 e 2 da vacina.

Esse protocolo, segundo a Anvisa, detalha a quantidade de participantes dos testes, os locais onde os estudos serão feitos e os resultados que são esperados. O prazo de análise da Anvisa é de 72 horas para os pedidos que estejam completos. Segundo o órgão, já foi iniciada a avaliação para dar seguimento ao pedido do Butantan.

*Matéria alterada às 16h4min para acrescentar resposta da Anvisa à solicitação da Agência Brasil sobre recebimento de documentação.

 

Agência Brasil

imunizaçãoO número de infecções pela covid-19 em adultos de todas as idades caiu 65% após a primeira dose da vacina da AstraZeneca ou da Pfizer em uma pesquisa realizada no Reino Unido, que os cientistas dizem mostrar o impacto da campanha nacional de imunização no mundo real.

A pesquisa foi conduzida no momento em que uma nova e mais infecciosa variante do coronavírus, chamada de B1.1.7, era dominante no Reino Unido, mas ainda assim concluiu que a vacinação era tão eficiente em pessoas mais velhas e com comorbidades quanto nas mais jovens e saudáveis.

"As conclusões no mundo real são extremamente promissoras", disse o ministro da Saúde britânico, James Bethell, em nota. Ele afirmou que os números mostram que o programa de vacinação britânico contra a covid-19 — um dos mais rápidos do mundo — estava produzindo um "impacto significativo".

Os dados vêm de dois estudos que são parte da Pesquisa de Infecção da Covid-19 - uma colaboração entre a Universidade de Oxford, o departamento de Saúde do governo, e o Gabinete Nacional de Estatísticas. Ambos os estudos foram publicados online, antes da impressão, e ainda não foram revisados por pares.

Os pesquisadores analisaram mais de 1,6 milhão de resultados de testes PCR de 373.402 participantes do estudo entre 1º de dezembro de 2020 e 3 de abril de 2021.

Eles concluíram que 21 dias após a primeira dose da vacina, seja a da AstraZeneca ou a da Pfizer-BioNTech — sem a segunda dose — as taxas de novas infecções pela covid-19 caíram 65%. Isso inclui uma queda nas infecções sintomáticas de 74% e uma queda nas infecções sem sintomas de 57%.

As reduções em infecções gerais e sintomáticas foram ainda maiores após a segunda dose - 70% e 90% respectivamente - concluiu o estudo, e foram semelhantes aos efeitos em pessoas que já haviam passado por uma infecção de covid-19.

O segundo estudo analisou os níveis de anticorpos para o vírus SARS-CoV-2 para verificar como eles mudaram após uma dose de cada vacina e após duas doses da Pfizer. Os resultados mostraram que as respostas dos anticorpos a uma única dose de ambas as vacinas foram ligeiramente mais baixas em pessoas mais velhas, mas altas em todas as idades após duas doses da Pfizer.

Reuters

Foto:HENRY NICHOLLS / REUTERS - ARQUIVO