O Ministério da Saúde divulgou nesta quarta-feira (5) as regras para a vacinação de crianças de 5 a 11 anos – e abriu mão da exigência de receita médica para imunização dessa faixa etária.

De acordo com o governo:

    a vacinação será feita em ordem decrescente de idade (das crianças mais velhas para as mais novas), com prioridade para quem tem comorbidade ou deficiência permanente;

    a autorização por escrito só será necessária se não houver pai, mãe ou responsável presente no momento em que a criança for vacinada;

    o Ministério da Saúde orienta que os pais "procurem a recomendação prévia de um médico antes da imunização" – mas não exigirá receita médica para aplicar a vacina;

    a primeira e a segunda dose serão aplicadas com intervalo de oito semanas.

Segundo o IBGE, o Brasil tem cerca de 20,5 milhões de crianças nessa faixa etária. O Ministério da Saúde informou nesta quarta que já encomendou "mais de 20 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer" – o que seria suficiente para a primeira dose, mas não para completar o ciclo vacinal.

"A previsão é que essas [20 milhões de] unidades sejam entregues no primeiro trimestre deste ano. Até o fim de janeiro, a estimativa é que 3,7 milhões de doses cheguem ao pais", diz o material divulgado pelo ministério nesta quarta.

Durante a coletiva, Queiroga afirmou que a segurança e a eficácia da vacina pediátrica da Pfizer – que é aplicada em dose menor, em relação à versão para adultos – já foi atestada por diversas agências internacionais.

"Isso foi testado através de ensaios clínicos e já logrou aprovação em agências sanitárias respeitáveis, a exemplo do FDA [agência dos Estados Unidos], da Agência Europeia de Medicamentos, e agora teve o aval da Anvisa. Portanto, a Anvisa atestou a segurança regulatória", elencou Queiroga.

Em dezembro, o ministro Marcelo Queiroga já havia dito que a pasta recomendaria que as crianças sejam vacinadas mediante apresentação de prescrição médica e assinatura de termo de consentimento pelos pais.

Na segunda-feira (3), o ministro antecipou que as doses pediátricas chegarão ao Brasil na segunda quinzena de janeiro.

A imunização dessa faixa etária com a vacina da Pfizer já havia sido autorizada em 16 de dezembro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Da autorização da Anvisa até aprovação do governo

Em 16 de dezembro, a Anvisa aprovou o uso de uma versão pediátrica da vacina da Pfizer para aplicação nas crianças de 5 a 11 anos. Desde o sinal verde da Anvisa, o ministro Queiroga afirmou diversas vezes que a autorização da agência não é suficiente para iniciar a vacinação.

Em 20 de dezembro, o ministro disse que a "pressa é inimiga da perfeição" e que a pasta só teria uma posição sobre o tema nesta quarta, 5 de janeiro.

Na noite de 23 de dezembro, o Ministério da Saúde abriu a consulta pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid. De 24 de dezembro, a 2 de janeiro, qualquer pessoa pôde participar, preenchendo um formulário online, da consulta que, segundo a pasta, estava aberta a "contribuições devidamente fundamentadas".

Já em janeiro, no dia 3, Queiroga antecipou que as doses pediátricas chegarão ao Brasil na segunda quinzena deste mês. Sem apresentar um cronograma de aplicação, o ministro disse também que a vacina estará disponível para os pais que queiram imunizar seus filhos.

Na quarta-feira (4), o Ministério da Saúde apresentou os resultados da consulta pública e também convidou entidades e profissionais ligados ao tema para uma audiência pública. Sociedades médicas e científicas defenderam a vacinação de crianças de 5 a 11 anos.

A vacina para crianças de 5 a 11 anos tem diferenças em relação à que foi aplicada nos adultos. Por isso, o governo federal terá que comprar uma versão específica do produto com dosagens e frascos diferentes (foto acima), apesar de o princípio ativo ser o mesmo.

A mesma autorização de uso já foi concedida pelo FDA e pela EMA (agências regulatórias de saúde dos Estados Unidos e União Europeia).

Em outubro, a Pfizer disse que a vacina é segura e mais de 90,7% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos. O estudo acompanhou 2.268 crianças de 5 a 11 anos que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo.

A Anvisa alerta que a autorização é baseada nos dados disponíveis até o momento e os resultados são avaliados a todo momento. Veja as orientações da agência:

    A dose para as crianças entre 5 e 11 anos de idade é 1/3 da formulação já aprovada no Brasil.

    A dosagem é de 10 microgramas.

    A formulação pediátrica é diferente daquela aprovada anteriormente apresentada para o público com mais de 12 anos – portanto, não pode ser utilizada a formulação de adultos diluída.

    A criança que completar 12 anos entre a primeira e a segunda dose deve manter a dose pediátrica.

    Não há estudos sobre a coadministração com outras vacinas. Segundo a Anvisa, até que saiam mais estudos, é indicado um intervalo de 15 dias entre a vacina da Covid-19 e outros imunizantes do calendário infantil.

G1

Após 20 dias da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina contra a Covid-19 já poderia ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos, mas o Ministério da Saúde impôs diversos empecilhos ao esquema vacinal, que ainda não foi iniciado. O fornecimento da vacina será feito pela Pfizer, única aprovada para a faixa etária.

O Brasil vive um momento de ascensão do negacionismo científico, o que limita consideravelmente as ações de entidades científicas em prol da saúde e bem-estar social. Esse movimento causa prejuízos às crianças ao passo que o Ministério da Saúde considera estabelecer a necessidade de prescrição de receita médica para vacinar a categoria infantil. Além disso, o setor governamental fez uma consulta pública sobre a vacinação desta faixa etária, que resultou em rejeição da obrigatoriedade da prescrição médica. Em entrevista à Globo News, o médico Drauzio Varella pontua que a demora não se justifica e a consulta pública era dispensável do ponto de vista científico.

“A demora só acontece porque o presidente é contra a administração da vacina”, afirma o médico. Nesse sentido, a pediatra e professora da Faculdade de Medicina da USP, Ana Escobar, contou hoje (05) à CNN que lamenta a demora no processo.

“A primeira dose já poderia ter sido iniciada agora em janeiro, e a segunda dose, depois de três semanas. Já teríamos a perspectiva de boa parte das crianças começar o ano letivo com as duas doses da vacina. Perdemos esse tempo precioso”, disse a especialista. Ainda, a médica deixa uma mensagem aos pais que estão inseguros sobre a eficácia da vacina:

“Essa vacina é segura, é eficaz, o mundo inteirinho está usando, não tem razão nenhuma para terem medo ou desconfiança. Vacinem seus filhos, não há nenhum efeito colateral que justifique a não vacinação”, reforça.

Frente a importância da celeridade no esquema vacinal, o Ministério da Saúde, após realizar uma audiência pública nesta terça-feira (04) informou que a recomendação final sobre a vacinação das crianças deve acontecer hoje. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prevê a chegada das doses pediátricas da Pfizer ao Brasil na segunda quinzena de janeiro.

R7

A França identificou nova variante do coronavírus com mais de 40 mutações genéticas, sendo que uma está associada a potencial aumento da transmissão do vírus.

mutaçoes

Segundo pesquisadores do Instituto Hospitalar Universitário (IHU) de Marselha, que fizeram a descoberta, a nova estirpe do SARS-CoV-2 tem 46 mutações, incluindo uma que está associada ao possível aumento de contágios.

A variante, da qual pouco ainda se sabe, foi batizada pelos cientistas com as iniciais do instituto, IHU, e deriva de outra, a B.1.640, detectada no fim de setembro de 2021 na República do Congo e atualmente sob vigilância da Organização Mundial da Saúde.

Na França, os primeiros casos da nova variante, que tem designação técnica B.1.640.2, foram observados na localidade de Forcalquier, na região de Provença-Alpes-Costa Azul.

Na mesma região, mas em Marselha, uma dezena de casos surgiram associados a viagens aos Camarões, país que faz fronteira com a República do Congo.

O IHU de Marselha, especialista em doenças infecciosas, é dirigido pelo médico Didier Raoult, que recebeu advertência da Ordem dos Médicos francesa por ter violado o código de ética. Ele promoveu o uso do remédio antimalária hidroxicloroquina como tratamento para a covid-19 sem provas de sua eficácia.

A covid-19 é uma doença respiratória causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado há dois anos em Wuhan, cidade do centro da China, e que se disseminou rapidamente pelo mundo.

A Ômicron, identificada em novembro, é a mais contagiosa de todas as variantes do coronavírus consideradas preocupantes, apresentando mais de 30 mutações genéticas na proteína da espícula, a "chave" que permite ao vírus entrar nas células humanas.

Vários países, incluindo Portugal e França, têm atingindo recordes diários de infecções devido à circulação dessa variante.

Agência Brasil/ *Com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal

Foto: Niaid

A aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19 é "segura" e aumenta em cinco vezes o número de anticorpos, disse o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, nesta terça-feira (4), em visita a um hospital que realizou um estudo sobre o assunto.

Bennet disse que a aplicação da quarta dose em 154 funcionários no Hospital Sheba, perto de Tel Aviv, demonstrou que o procedimento "funciona". "Uma semana após a quarta dose, sabemos com alto nível de certeza que a quarta dose é segura", disse ele ao lado da professora Galia Rahav, chefe da unidade de doenças infecciosas de Sheba e diretora do estudo.

“Uma semana após a administração da quarta dose, observamos que o número de anticorpos da pessoa vacinada quintuplicou”, acrescentou.

"Isso provavelmente significa um aumento significativo na proteção contra infecções, hospitalização e sintomas graves", continuou ele, observando que o centro publicará suas conclusões em breve.

Na sexta-feira, Israel começou a administrar a quarta dose a pessoas com imunidade baixa e na segunda-feira expandiu essa medida a profissionais de saúde e pessoas com mais de 60 anos, tornando-se um dos primeiros países a fazê-lo.

O país registrou oficialmente mais de 1,4 milhão de casos de infecção por Covid-19 e 8.247 mortes.

AFP