A farmacêutica Pfizer planeja ter disponível em março uma vacina atualizada contra a Covid-19 que inclui uma proteção maior à variante Ômicron do coronavírus.
Em entrevista à emissora estadunidense CNBC nesta segunda-feira (10), Albert Bourla, diretor-executivo da companhia, afirmou que os primeiros lotes já estão sendo fabricados "a risco". Essa produção por conta própria ocorre porque a Pfizer não sabe em qual contexto ela seria usada, mas quer disponibilizá-la logo por haver interesse de alguns países.
“A esperança é que alcancemos algo que tenha uma proteção muito, muito melhor principalmente contra infecções, porque a proteção contra as hospitalizações e as doenças graves é razoável agora, com as vacinas atuais, desde que você esteja tendo, digamos, a terceira dose", afirmou Bourla.
Caso os planos se concretizem, a Pfizer vai estrear a segunda geração de vacinas anti-Covid As de primeira geração — feitas a partir do vírus original, de Wuhan (China) — perdem eficácia contra casos sintomáticos da Covid-19, especialmente naqueles provocados pela variante Ômicron, com mais mutações e muito mais transmissível que as demais.
O processo de aprovação da vacina atualizada junto às agências reguladoras ao redor do mundo também tende a ser mais ágil, segundo especialistas.
A variante Ômicron, com mais capacidade de transmissão que o Sars-CoV-2 original e as outras cepas do vírus transmissor da Covid-19, fez com que o mundo batesse recordes seguidos de novos infectados diariamente.
Mas o fato de a infecção ser um pouco mais leve levou o CDC (Centro de Controle de Doenças e Infecções dos Estados Unidos), no fim do mês de dezembro, a diminuir o tempo de isolamento dos infectados de dez para cinco dias, se assintomáticos. Com a decisão nos EUA, outros países começaram a adotar a mesma medida. No Brasil, o ministro Marcelo Queiroga anunciou nesta segunda-feira (10) que infectados assintomáticos e com teste negativo estarão liberados após cinco dias. Médicos e cientistas dos EUA e do Brasil, no entanto, contestam a decisão. Para Flavio Guimarães da Fonseca, presidente da SBV (Sociedade Brasileira de Virologia), encurtar a quarentena dos infectados é arriscado.
"Falo com base na experiência que temos no nosso grupo. Estamos acompanhando pacientes da equipe infectados pela Ômicron, e eles se mantêm assintomáticos e infecciosos por oito dias. Ao diminuir muito o tempo de isolamento das pessoas que testam positivo, você incorre em um risco, porque é uma nova cepa extremamente infecciosa", diz o virologista. O infectologista da SBI-DF (Sociedade Brasileira de Infectologia do Distrito Federal) José David Urbaez Brito concorda com Fonseca e salienta que a possibilidade de aumentar a massa de infectados e com capacidade de retransmissão é muito grande.
"Não existe nenhuma base científica sólida e os dados são escassos para dizer que no quinto dia a transmissão está interrompida. É bom lembrar que o isolamento é uma ferramenta de manejo da transmissão fundamental. Com isso, você estaria incrementando com uma quantidade enorme a massa de transmissores", afirma.
A falta de exames para a liberação da quarentena também é apontada como falha para a decisão. "Essa questão não tem nenhum correlato com a realização de um teste ou uma sequência de testes para que seja possível saber mais corretamente se aquela pessoa está ou não transmitindo o vírus. Então, é uma determinação absolutamente prematura", alerta Brito.
A infectologista e professora da Unicamp (Universidade de Campinas) Raquel Stucchi acredita que a diminuição de tempo é possível, mas seguindo regras determinadas e sérias.
"Com cinco dias as pessoas estão transmitindo bastante. Isso não deve ser feito porque vai deixar as outras pessoas em risco, mesmo com o uso de máscara. É possível passar para sete dias, em vez de dez, mas se a pessoa estiver sem sintomas, com teste PCR negativo e uso de máscara N95 por mais três dias. Quem continuar com o teste positivo, mesmo sem sintomas, deve continuar isolado", orienta Raquel.
Especialistas acreditam que a decisão do CDC foi tomada por pressão econômica e não com base científica. Ao jornal The New York Times, um dos maiores dos Estados Unidos, Yonatan Grad, professor de imunologia e doenças infecciosas da Escola de Saúde Pública Harvard, falou sobre isso.
"Para mim, honestamente, trata-se mais de economia do que de ciência. Suspeito que resultará em que pelo menos algumas pessoas saiam do isolamento mais rapidamente e, portanto, haverá mais oportunidades de transmissão, o que, é claro, acelerará a disseminação da Covid-19", disse ele.
O infectologista José David se surpreendeu com a media do órgão americano. "Em 2020, houve trabalhos bem-feitos sobre transmissibilidade. O CDC, que é o órgão que impulsiona o debate e atua muito nas regularizações, foi bastante cuidadoso com o tema e o tempo de isolamento. Agora essa decisão de cinco dias foi da noite para o dia e sob pressão de mão de obra. É uma contradição gigantesca na visão de domínio da Ômicron", pontua o médico.
O virologista Flávio Fonseca conclui: "É inadequada a diminuição em vista do grau de incerteza que temos sobre a Ômicron. Ainda estamos estudando [a nova cepa]. Mesmo que considerando o fato, já com dados científicos que o comprovem, de que essas infecções [pela Ômicron] são aparentemente mais brandas".
O estado do Piauí alcançou a marca de 263.610 jovens de 12 a 17 anos que receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e 146.914 já estão com o esquema vacinal completo, pois receberam a segunda dose do imunizante.
“Seguimos avançando na imunização do nosso povo contra o coronavírus e agora estamos com mais da metade dos adolescentes com o ciclo de imunização completo. E esperamos o mais breve possível alcançar 100% desse grupo com as duas doses. Para isso precisamos de um esforço dos nossos municípios e a colaboração da população, que atenda os chamados para se vacinar e mantenham os cuidados como usos de máscaras, lavagem das mãos e nos ajudem a sair dessa situação de pandemia ” lembra o secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto.
Todos os 224 municípios piauienses já aplicaram a primeira dose e segunda dose neste público e registraram. Apenas a cidade de Juazeiro do Piauí, por problemas técnicos, não efetivou o registro das D2 aplicadas, no Vacinômetro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi).
As vacinas para esta faixa etária começaram a ser realizadas no mês de setembro. Inicialmente, o intervalo entre a primeira e a segunda aplicação era de três meses, mas o Ministério da Saúde, por meio de nota técnica reduziu para 21 dias o período entre uma aplicação e outra. Para este público ainda não foi liberada a dose de reforço.
Para o público de 12 a 17 anos a vacina que está liberada é a da Pfizer.“Estamos sempre abastecendo nossos municípios com vacinas para a população. Nesta semana mandaremos uma nova remessa. Então pedimos a você de qualquer faixa etária que estiver no prazo da sua segunda dose ou do seu reforço, que faça sua vacina, só assim conseguimos sair desta pandemia. Lembrando que o intervalo da dose de reforço agora é de quatro meses após a segunda dose”, enfatiza o gestor.
Vacinas crianças
A Secretaria de Estado da Saúde está preparando suas equipes para receber as vacinas para as crianças de 05 a 11 anos. A previsão, segundo o Ministério da Saúde, é que os imunizantes cheguem aos estados até o final desta semana. No Piauí, pretende-se vacinar 331.432 pessoas nesta faixa etária.
“Assim que estivermos com as vacinas para este público nossa Coordenação de Imunização já está preparada para o envio o mais breve possível aos municípios, possibilitando o começo da vacinação das nossas crianças”, destaca Florentino Neto.
A vacina da Pfizer é a única até o momento autorizada, pela Anvisa, para este público e será aplicada em duas etapas com o intervalo de oito semanas entre a primeira e segunda dose O frasco da vacina para crianças também terá uma cor diferente daquela aplicada em adultos, para ajudar os profissionais de saúde na hora de aplicar a vacina.
“Pedimos aos pais e responsáveis que no momento em que os municípios façam o chamamento para vacinar as crianças levem as mesmas para tomar suas doses e fiquem atentos aos intervalos, pois a vacina é essencial na prevenção da Covid-19”, reforça o secretário.
A farmacêutica suíça Novartis anunciou, nesta segunda-feira (10), resultados positivos de seus testes clínicos de fase 2 de um tratamento antiviral contra a Covid-19 desenvolvido em parceria com o laboratório Molecular Partners, também suíço.
Chamado ensovibep, esse tratamento administrado por via intravenosa atingiu seus objetivos primários nos ensaios de fase 2, referentes à redução da carga viral após oito dias para as três doses testadas, informou a Novartis, em um comunicado. Também atingiu seus objetivos secundários relacionados com hospitalizações e/ou internações em terapia intensiva, ou óbitos, alcançando uma redução dos riscos de 78% para os pacientes que receberam esse tratamento, em comparação com aqueles que receberam um placebo, relata o grupo suíço.
Este estudo de fase 2, denominado Empatia, foi realizado com 407 pacientes ambulatoriais adultos. Esta fase da pesquisa corresponde à etapa intermediária dos estudos clínicos.
Os testes in vitro demonstraram um alto nível de neutralização contra todas as variantes conhecidas, incluindo Delta e Omicron, acrescentou o grupo.
Em outubro de 2020, a Novartis se associou ao laboratório de biotecnologia de Zurique Molecular Partners, assinando um acordo para o desenvolvimento de dois tratamentos antivirais potenciais contra a covid-19, entre eles o MP0420, mais tarde denominado ensovibep. Em outubro de 2020, a Novartis se associou ao laboratório de biotecnologia de Zurique Molecular Partners, assinando um acordo para o desenvolvimento de dois tratamentos antivirais potenciais contra a covid-19, entre eles o MP0420, mais tarde denominado ensovibep.