A frase “você é o que você come” pode até ter se tornado um chavão no mundo das dietas, mas está longe de ser algo sem fundamento. Se uma alimentação desregrada e deficiente em nutrientes é capaz de impactar diretamente a saúde do coração ou do intestino, por que desconsiderar esse reflexo também na saúde mental?

comida

Nesse sentido, a psiquiatria tem estudado alguns alimentos capazes de auxiliar no tratamento de transtornos mentais, assim como contribuir para a piora dos quadros.

Para entender como isso é possível, a psiquiatra Malu de Falco explica que grande parte dos transtornos mentais são inflamatórios, isto é, provocam uma inflamação no organismo, assim como alguns alimentos também podem provocar.

Uma dieta baseada em comidas ultraprocessadas, ricas em conservantes, farinha branca, açúcar e refinados, por exemplo, é caracterizada como uma alimentação inflamatória que, em conjunto com uma inflamação crônica causada por algum transtorno, pode contribuir para descompensar ainda mais o paciente diagnosticado.

“O açúcar e a farinha branca são extremamente inflamatórios e fazem muito mal principalmente para quem tem transtornos de humor. Para quem é ansioso, é importante consumir pouca cafeína e, mesmo para quem não é, tomar muito café depois das 4 da tarde pode alterar a qualidade do sono. São pequenos detalhes que para o paciente às vezes não têm significância, mas que impactam a saúde mental”, afirma a médica. Mas como essa inflamação ocorre?

No caso de uma pessoa cronicamente ansiosa, a especialista ressalta que existe sempre um pensamento antecipatório, como se em cada próximo passo ela fosse enfrentar um leão. Assim, o corpo entende que sofrerá um ataque e começa a produzir hormônios que contribuem para a liberação de corticoide.

O corticoide, por sua vez, é responsável por recrutar todas as células inflamatórias que vão proteger essa pessoa caso ela realmente sofra um ataque. Então, se tiver um leão, o corpo vai ter células para impedir que um vírus ou uma bactéria penetre no organismo por meio da mordida, por exemplo.

Mas, caso o leão não exista, no dia a dia essa reação vai causar de forma crônica pequenas cascatas inflamatórias, deixando a pessoa constantemente inflamada.

“Geralmente há uma predisposição genética nesses transtornos mentais que não é possível modificar, então é importante mudar a maneira com que os gatilhos biológicos e psicológicos atingem esse indivíduo, e a alimentação anti-inflamatória é fundamental nisso, porque vai melhorar o padrão inflamatório do organismo e, consequentemente, a cascata inflamatória”, explica a médica. “Se eu como, por exemplo, um salgadinho que está cheio de conservantes, corantes e substâncias estranhas ao corpo, é normal que haja um processo inflamatório para tentar expulsar esses elementos estranhos. Por isso é importante uma dieta com nutrientes que dão embasamento para a produção de neurotransmissores, as moléculas do cérebro que vão nos ajudar com o humor e com a saúde mental”, completa. Quais alimentos favorecem o bem-estar mental?

Na contramão dos alimentos industrializados que, via de regra, contêm uma série de conservantes e ingredientes químicos, os alimentos naturais e orgânicos são aliados quando o assunto é a promoção do bem-estar mental, principalmente aqueles ricos em ômega-3 e colina, uma das vitaminas do complexo B, conforme explica a psiquiatra.

“A colina é muito importante para a saúde mental e para a melhora do humor, e está presente em vegetais de folhas verde-escuras, brócolis, alho, cúrcuma e peixes de água fria e gelada que se alimentam de algas, que também são ricos em ômega-3”, ressalta. Também vale apostar no gengibre, linhaça, cebola e nozes. A especialista afirma que, no caso dos peixes comercializados em grande escala, mantidos em criadouros e alimentados com ração, o ômega-3 não é produzido da mesma forma que naqueles que se alimentam de algas.

“Há uma área chamada de psiquiatria nutricional, na qual já existem diversos estudos sobre o peso dos nutrientes nos transtornos mentais. Por exemplo, uma pesquisa que compara uma certa quantidade de cúrcuma a 40 mg de um antidepressivo, e o gráfico foi muito semelhante. Não quero dizer que a cúrcuma substituiria o medicamento ou que poderia curar o paciente, mas não posso omitir que isso pode ser benéfico para a saúde dele”, diz a psiquiatra.

Vale frisar que para a manutenção de uma alimentação saudável, com a garantia de todos os nutrientes de que o corpo precisa, é importante o acompanhamento de um especialista em nutrição.

R7

Foto: Freepik

A Secretaria de Saúde de Floriano e o Hospital Tibério Nunes firmaram na quinta-feira, 06, parceria de cooperação para ampliar o atendimento às síndromes gripais (Covid-19, Influenza e H3N2) através do Centro de Referência Gripal de Floriano (antiga FUNASA).

james21

O objetivo da colaboração é dar retaguarda ao Hospital Tibério Nunes que tem recebido um grande fluxo de pacientes nas últimas semanas. 

Segundo James Rodrigues, Secretário de Saúde de Floriano, a orientação partiu do prefeito Joel Rodrigues que propôs uma nova reorganização do fluxo de atendimento do Centro Gripal de Floriano. Veja a entrevista: 

Da redação

 

A explosão de novos casos de Covid-19 — provocados pela variante Ômicron do coronavírus – e de gripe – pelo H3N2 cepa Darwin — em boa parte do Brasil vem acompanhada do aumento da circulação de outros vírus respiratórios.

O professor e médico infectologista Alexandre Naime Barbosa, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) em Botucatu, explica que depois do SARS-CoV-2 e do influenza, os agentes etiológicos que mais têm aparecido nos painéis virais de indivíduos com síndrome gripal são o adenovírus e o rinovírus (que possui mais de cem subtipos), causadores de resfriado comum. "Já fazia um tempo que esses vírus não circulavam e agora estão muito mais transmissíveis em um ambiente de pessoas que não tiveram contato com eles, que não têm imunidade contra o vírus da influenza ou de resfriado. Quando você fica muito tempo sem contato — isso acaba acontecendo — fica mais suscetível. E a variante Ômicron tem a questão que a gente sabe de maior transmissibilidade."

O médico Estevão Urbano, da Sociedade Mineira de Infectologia, acrescenta que "é possível que durante o período de isolamento as pessoas não se expuseram aos vírus de resfriado".

"A imunidade natural é pequena. Não tem um número certo de tempo. [Dura] meses, no máximo, um ano." "Já fazia um tempo que esses vírus não circulavam e agora estão muito mais transmissíveis em um ambiente de pessoas que não tiveram contato com eles, que não têm imunidade contra o vírus da influenza ou de resfriado. Quando você fica muito tempo sem contato — isso acaba acontecendo — fica mais suscetível. E a variante Ômicron tem a questão que a gente sabe de maior transmissibilidade."

O médico Estevão Urbano, da Sociedade Mineira de Infectologia, acrescenta que "é possível que durante o período de isolamento as pessoas não se expuseram aos vírus de resfriado".

"A imunidade natural é pequena. Não tem um número certo de tempo. [Dura] meses, no máximo, um ano." írus diferentes, sintomas iguais

O momento atual de pico de síndrome gripal vivido em São Paulo, por exemplo, é atípico porque envolve esses vários vírus, cujos sintomas podem ser exatamente os mesmos.

"É impossível você diferenciar um paciente com influenza de um paciente com Covid por variante Ômicron ou com resfriado comum. Isso no caso dos primeiros dias de sintomas. Mas se você pega um paciente com Covid que não foi vacinado, é lógico que ele vai ter uma chance maior de evolução para síndrome respiratória aguda grave, o que não acontece com pacientes com resfriado comum — por adenovírus ou rinovírus — e é menos comum acontecer em pacientes com influenza", sublinha Barbosa.

A variante Ômicron do coronavírus tem se caracterizado por apresentar casos leves de Covid-19 entre pessoas com a imunização completa e dose de reforço.

Por essa razão, os sintomas podem facilmente ser confundidos com um resfriado, em que o paciente apresenta garganta irritada e tosse seca, mas sem um comprometimento pulmonar na maioria dos casos.

Outros sinais incluem febre, cansaço, dores no corpo e de cabeça, dor e irritação nos olhos, coriza e nariz entupido.

Sendo impossível identificar qual é o vírus causador da síndrome gripal, o ideal é que os serviços de saúde façam teste de Covid-19, e também de influenza. Na rede privada existe a possibilidade da realização do painel viral, que identifica mais de 20 agentes causadores desse tipo de quadro.

"Os casos geralmente são leves, autolimitados, benignos, mas deveriam ser avaliados para que se pudesse fazer um diagnóstico diferencial", alerta o professor da Unesp.

Em pacientes com risco de evoluir para quadros graves de gripe, por exemplo, um exame que detecte a presença do vírus influenza pode ser utilizado pelo médico para iniciar o tratamento com o antiviral oseltamivir.

Se o resultado for positivo para Covid, pode ser necessário o monitoramento do nível de oxigênio no sangue, já que o vírus pode avançar para os pulmões, especialmente em pacientes mais debilitados.

Na última semana, começaram a ser relatados casos de pacientes com infecção simultânea por dois vírus respiratórios, principalmente coronavírus e influenza, o que se chamou de flurona.

Barbosa ressalta que isso não representa necessariamente um quadro mais grave. "Vai acontecer uma síndrome gripal mais ou menos comum."

Prevenção

Da mesma forma que se previne a transmissão da Covid-19, evita-se também a infecção pelos outros vírus respiratórios que estão circulando neste momento.

O uso de máscara se faz fundamental neste contexto, assim como o distanciamento entre as pessoas. A higienização das mãos e das superfícies também minimiza o risco de ser infectado.

R7

O governo pode reduzir de 10 para cinco dias o prazo de quarentena de casos positivos assintomáticos, contaminados pela variante Ômicron do novo coronavírus. A informação foi dada na manhã desta sexta-feira (7) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em entrevista na chegada ao Ministério.

flurona

Segundo Queiroga, ainda hoje ele vai se reunir com os chefes da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid) e da Secretaria de Vigilância Sanitária para tratar desse assunto. Eles também analisarão a possibilidade de permitir que servidores da área de saúde que tiveram diagnóstico positivo para a variante, mas que também não apresentem sintomas, possam fazer parte da linha de frente no atendimento aos pacientes com covid-19. “Se eu não me engano, o CDC [Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos] já deu essa recomendação [reduzir o isolamento dos pacientes assintomáticos com Ômicron]. O governo francês está, inclusive, autorizando profissionais de saúde que estão positivos a atender na linha de frente, por conta do número de casos. Então, isso está sendo analisado”, adiantou.

Aos jornalistas, Queiroga ressaltou que há relatos na comunidade científica sobre a segurança de se adotar a redução da quarentena e a colocação de servidores assintomáticos no atendimento direto aos pacientes com covid-19. “Possivelmente [o Brasil vai seguir essas medidas], porque isso está sendo adotado em outros países e tem assento em evidências científicas. E aí é possível que nós adotemos a mesma conduta. Isso naturalmente que está em estudo na área técnica, na Secretaria de Vigilância em Saúde, na Secovid. Hoje eu tenho uma reunião com os secretários justamente para tratar sobre esses temas”, acrescentou. Testagem

O ministro da Saúde disse ainda que a pasta pretende aumentar a testagem da população. “É necessário fazer a testagem para identificar o aumento no número de casos e fazer o isolamento das pessoas que estão positivas, não é só testar por testar”, avaliou Queiroga. Ômicron

Queiroga estimou que em até 30 dias o governo terá informações mais claras sobre os perigos relacionados à variante Ômicron. “Vamos esperar mais três ou quatro semanas para se ter uma ideia mais definitiva com relação ao potencial de letalidade”, disse o ministro. Região Norte

Na visão do ministro, o combate ao crescimento de covid-19 e influenza devem priorizar a região Norte. “O que nos preocupa mais é a região Norte porque as coberturas vacinais são cronicamente mais baixas, e porque o sistema de saúde é mais frágil”, justificou. Carnaval

Queiroga comentou o cancelamento do carnaval de rua em várias cidades pelo Brasil. Ele ressaltou que “o Ministério nunca estimulou” a realização de grandes eventos ao longo da pandemia. Estados e municípios

Marcelo Queiroga cobrou uma melhor gestão de estados e municípios para ações de combate à pandemia e disse que os entes também devem empregar parte dos orçamentos no controle do crescimento dos casos de covid-19 no país, assim como para o aumento da disseminação do influenza. “O SUS é tripartite, e estados e municípios também devem alocar parte dos seus orçamentos para enfrentamento da pandemia de covid-19. Não é só o tempo inteiro cobrar do Ministério da Saúde e lá na ponta adotar medidas de acordo com a sua ideia”, criticou. Vazamento

Sobre o vazamento de dados de médicos pró-vacina que participaram da audiência pública sobre vacinação de crianças, organizada pelo Ministério na última terça-feira (4), o ministro afirmou que o vazamento não é de responsabilidade da pasta.

Ele insistiu que questionamentos devem ser feitos à deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que teria compartilhado os dados dos médicos, como números de telefone celular, e-mail e CPF. “Eu não estava na audiência pública. Você tem que questionar a deputada Bia Kicis. A audiência pública não aconteceu no ministério, então não saiu de dentro ministério. A audiência aconteceu na Opas”, disse Queiroga acrescentando que é ministro da Saúde, e não “fiscal de dados do ministério".

Pelo Twitter, a deputada ironizou as críticas sobre o vazamento. "Tanto interesse em saber quem vai se responsabilizar por um suposto vazamento de dados de um documento de médicos e nenhum interesse em saber quem vai se responsabilizar por eventuais danos por efeitos colaterais das vacinas em nossas crianças", disse.

Agência Brasil

Foto: divulgação