Em 29 de janeiro é comemorado o dia da visibilidade trans como dia de mobilização nacional contra a transfobia. Para comemorar a data, uma equipe da Secretaria de Estado da Saúde, representantes do movimento social LGBTQIA+ e direção do ambulatório trans do Hospital Getúlio Vargas (HGV), estiveram reunidos nesta quinta-feira (27) para elaborar ações de fortalecimento para melhorar os atendimentos a travestis e transexuais. Uma pessoa transgênero não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer.

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Luciana de Sena Sousa, gerente de Atenção à Saúde da SESAPI, explica que a reunião teve como objetivo ouvir as demandas da população trans além da ampliação e fortalecimento das ações e parcerias desse movimento da população LGBTQIA+ em especial a população trans. “No dia 29 será comemorando o dia da visibilidade trans. Nesta reunião foram discutidos vários aspectos, principalmente a solicitação de apoio da secretaria, que apoia todas as ações do movimento social no tocante a divulgação, sensibilização, informação dos fluxos de acesso da população LGBTQIA+ em especial a população trans, ao ambulatório trans e principalmente, capacitação da equipe e parcerias para sensibilizar a população sobre o fluxo e acesso ao serviço”, explica.

Outro ponto discutido durante o encontro é em relação ao Centro de Testagem e Aconselhamento que é um serviço referência no estado do Piauí para testagens rápidas de HIV, sífilis e hepatite virais, fortalecendo e ampliando o acesso da população especialmente, com ações voltadas para a visibilidade trans.

Zilma Bento, psicóloga do consultório trans do ambulatório integrado Governador Dirceu Mendes Arcoverde explica sobre os atendimentos. “O consultório trans no ambulatório realiza o atendimento da procura da mulher e do homem trans e da travesti, onde ofertamos o serviço de psicologia, ginecologia, urologia, enfermagem e serviço social. É um serviço onde trabalhamos com acolhimento e a escuta dentro das demandas que eles trazem, principalmente na questão da humanização, para que o paciente faça a transição corpórea que busca de forma equilibrada e satisfatória”, destaca.

Maria Laura, secretária executiva da Superintendência de Direitos Humanos (SASC), explica que a reunião é uma forma de traçar estratégias de fortalecimento. “Estamos em uma atividade alusiva ao dia 29 de janeiro, dia nacional da visibilidade travestis e transexuais, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e Fundação Hospitalar do Piauí para traçar estratégias de fortalecimento dos dispositivos que temos implantados voltados para a população travestis e transexuais. Estamos dialogando sobre os serviços ofertados pelo ambulatório trans e também estruturação do Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA Estadual, que também é referencial para travestis e transexuais fazerem seus exames, testagem e acompanhamento com infectologista”, conclui.

Sesapi

O Brasil bateu nesta quinta-feira (27) a marca de 70% da população vacinada com a segunda dose ou dose única dos imunizantes contra a Covid-19, mostra o Mapa da Vacinação do R7 (veja abaixo).

Até agora, 164.084.222 (76,92%) receberam a primeira dose, enquanto 149.352.782 (70%) concluíram o esquema vacinal, com as duas doses ou com a vacina de dose única da Janssen. Já 44.283.945 (20,76%) receberam a dose de reforço, fundamental para completar a imunização contra a doença.

A campanha de vacinação contra a Covid-19 completou um ano no último dia 17 de janeiro. Desde então, mais de 407,4 milhões de doses de vacinas já foram distribuídas em todo o país, de acordo com o Ministério da Saúde. No estado de São Paulo, 83,9% da população já recebeu a primeira dose, e 79,7% concluíram o esquema vacinal. No Rio de Janeiro, são 75,6% com uma dose e 65,5% com as duas doses ou dose única.

O Brasil tem registrado uma disparada no número de casos confirmados de Covid-19 nos últimos dias devido ao avanço da variante Ômicron no país. Nesta quarta-feira (26), foram 570 mortes e 224.567 novos casos diagnosticados da doença, o maior número desde o início da pandemia, de acordo com os dados enviados pelos estados ao Ministério da Saúde e ao Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). A média móvel de óbitos nos últimos sete dias é de 365, e a média móvel de novos casos é de 159.877, a maior desde o início da pandemia. Mas, segundo especialistas, por causa da vacinação a doença está menos letal.

O país contabiliza 624.413 mortes e 24.535.884 pessoas que já foram diagnosticadas com a doença. São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais são os estados com o maior número de óbitos, respectivamente.

R7

O Laboratório Central do Estado (Lacen-PI) confirmou nesta quinta-feira (27),  o primeiro caso de infecção simultânea pelos vírus influenza e coronavírus. A identificação da dupla contaminação foi observada em uma mulher de 84 anos, moradora de Parnaíba.

A mulher, que possui comorbidades, apresentou sintomas gripais leves – como febre, dor de cabeça e no corpo – precisou de hospitalização em leito clínico, no HEDA, mas já teve alta. Ela possui comorbidades e o resultado confirmatório do teste RT-PCR saiu hoje (27). O Lacen informou que o vírus influenza detectado na paciente é o H3N2. 

A chamada flurona é a dupla contaminação que ocorre quando dois testes - para gripe e covid-19 - dão positivo. O termo foi criado a partir da palavra "flu" (gripe, em inglês) e "rona" (de coronavírus).  Como os sintomas da covid e da gripe influenza são semelhantes, só mesmo um exame de laboratório especifico pode confirmar a coinfecção pelos dois vírus.

“Por causa da semelhança dos sintomas, as duas infecções podem ser inicialmente confundidas. A única forma de identificar a flurona é fazendo os testes para Covid-19 e influenza”, afirma Herlon Guimarães, superintendente de Atenção à Saúde. Ele destaca que a  imunização contra a Influenza e a  Covid-19, são eficazes para a doença e suas formas mais graves.

Além disso, é preciso seguir as demais medidas de proteção contra o vírus, como uso de máscara de proteção, higienização constante das mãos, distanciamento e, se preciso, isolamento social.

Sesapi

Entre os milhões de indivíduos que curados da Covid-19 há um grupo que rapidamente se recupera e volta a condição normal de saúde. Porém, muitos outros passam por um período maior de recuperação, com sequelas mais longas.

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Algumas estimativas sugerem mais de 40% dos infectados sofrem efeitos crônicos conhecidos como sequelas pós-agudas de Covid-19 (PASC). A questão é por que o SARS-CoV-2 e suas variantes reagem diferente em cada pessoa? Pesquisadores do ISB Science Transforming Health, organização de pesquisas biomédicas sem fins lucrativos, localizada em Seattle, no Estados Unidos, descobriram os seguintes fatores que sugerem mais chances de ter a Covid longa:

  • Paciente com carga viral alta no começo da infecção;
  • Pessoas com doenças autoimunes, que têm muito autoanticorpos e, com isso, diminuem a produção de proteção contra o SARS-CoV-2;
    • Indivíduos com diabetes tipo 2;
  • A reativação do vírus EBV (Epstein-Barr), conhecido como "vírus do beijo" e que infecta a maioria das pessoas na juventude e depois tende a ficar inativo, durante a Covid-19

Os quatros fatores são possíveis de serem diagnosticados no começo da infecção, o que pode facilitar o tratamento e prevenção das sequelas. É importante ressaltar, que os especialistas descobriram que a Covid longa acontece independentemente de o paciente ter desenvolvido a forma grave ou leve da doença.

“A Covid longa está causando morbidade significativa nos sobreviventes, mas a patologia é pouco compreendida. Nosso estudo combina dados clínicos e resultados relatados pelos pacientes com análises desvendar associações biológicas que ocorrem em pacientes com PASC. Certos achados têm potencial para se traduzir rapidamente na clínica e formam uma base importante para o desenvolvimento de terapias para tratar o problema", explicou infectologista Jason Goldman, coautor do artigo que foi publicado nesta semana na revista científica Cell.

“Esta pesquisa enfatiza a importância de fazer medições no início da doença para descobrir como tratar os pacientes. Uma vez que você pode medir algo, então você pode começar a fazer algo sobre isso", disse Jim Heath, o investigador principal do estudo e presidente do IBS, ao jornal The New York Times.

O estudo acompanhou 209 pacientes de clínicas médicas de Seattle, com idades entre 18 e 89 anos, infectados de 2020 até o começo de 2021. Todos tiveram amostras de sangue e swab nasal coletadas em diferentes momentos da infecção, para realizar uma fenotipagem abrangente que foi integrada a dados clínicos e sintomas relatados pelo paciente para realizar uma investigação profunda.

“Fizemos essa análise porque sabemos que os pacientes vão aos médicos e eles dizem que estão cansados o tempo todo ou o que quer que seja, e o médico apenas diz para eles dormirem mais. Isso não é muito útil. Então, queríamos realmente ter uma maneira de quantificar e dizer que há realmente algo errado com esses pacientes”, acrescentou Heath ao jornal norte-americano.

Os voluntários eram pacientes com cerca de 20 sintomas associados ao Covid longo, incluindo fadiga, confusão mental e falta de ar. 37% dos pacientes relataram três ou mais sintomas da PASC dois ou três meses após a infecção. Outros 24% contaram um ou dois sintomas e 39% não relataram sintomas.

Dos pacientes que relataram três ou mais sintomas, 95% tinham um ou mais dos quatro fatores biológicos identificados no estudo quando foram diagnosticados com Covid-19.

As descobertas ainda estão em pesquisas pequenas, mas podem sugerir maneiras de prevenir ou tratar alguns casos de Covid longo, incluindo a possibilidade de administrar medicamentos antivirais às pessoas logo após o diagnóstico da infecção.

R7

Foto: GIUSEPPE LAMI/EFE/EPA