O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, nesta terça-feira, 1º, que é muito cedo para os países declararem vitória sobre a pandemia da covid-19 ou desistirem das tentativas de interromper a transmissão.

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“Estamos preocupados que uma narrativa tenha se consolidado em alguns países que, por causa das vacinas e por causa da alta transmissibilidade e menor gravidade da Ômicron, a prevenção da transmissão não é mais possível e não é mais necessária”, disse Tedros.

“Nada poderia estar mais longe da verdade”, disse ele, enfatizando que “mais transmissão da Covid-19 significa mais mortes”, completou ele, que disse que o vírus é perigoso e continua a evoluir “diante de nossos olhos”.

Vacinação e crucial

O diretor da OMS destacou que acabar com pandemia é uma questão de escolha das autoridades mundiais. Para isso, segundo ele, é fundamental vacinar 70% das populações de todo o mundo até meados de 2022.

“Todos estamos cansados. O mundo não aguenta mais e nós precisamos terminar essa pandemia. Temos meios de fazer isso”, disse o chefe da OMS.

Ele enfatizou que desde que a Ômicron foi detectada pela primeira vez no sul da África há 10 semanas, quase 90 milhões de casos foram relatados à OMS – mais do que em todo o ano de 2020.

E embora a nova variante tenha sido provocado casos menos graves, ele enfatizou que “agora estamos começando a ver um aumento muito preocupante de mortes na maioria das regiões do mundo”.

“Não estamos pedindo que nenhum país retorne ao chamado bloqueio, estamos pedindo a todos os países que protejam seu povo usando todas as ferramentas do kit de ferramentas, não apenas vacinas”, disse Tedros, destacando a importância de continuar rastreando variantes que continuam a surgir como a sublinhagem da Ômicron, a BA.2.

“Este vírus continuará a evoluir, e é por isso que pedimos aos países que continuem testando, vigiando e sequenciando”, disse ele.

Catraca Livre

Foto: ONU/Elma Okic

Em meio ao avanço dos casos de Covid-19 no Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) avalia a inclusão de duas pílulas contra a infecção no mercado nacional. Os medicamentos molnupiravir e paxlovid prometem bloquear a replicação do vírus e impedir a evolução da doença para quadros graves.

pilulas

No caso do antiviral molnupiravir, fabricado pela MSD (Merck Sharp & Dohme Farmacêutica), há um pedido de uso emergencial em análise desde o dia 26 de novembro. A Anvisa já realizou reuniões com a empresa, solicitou mais dados e aguarda o envio dos documentos. De acordo com os estudos divulgados pela MSD, o molnupiravir demonstrou reduzir as hospitalizações e mortes em cerca de 30% em pacientes de alto risco, e em fase inicial da infecção. A agência também já realizou reuniões de pré-submissão com relação ao medicamento paxlovid, fabricado pela Wyeth Indústria Farmacêutica. De acordo com a Anvisa, foram repassadas as orientações para que a empresa envie os dados necessários à aprovação do comprimido. No entanto, ainda não houve um pedido de uso emergencial.

"Tão logo o dossiê seja submetido, iniciará os procedimentos de triagem e, estando o dossiê completo, dará início à avaliação do pedido", disse a agência, em nota.  A pílula já foi aprovada nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Austrália. Nos estudos clínicos, o paxlovid chegou a reduzir em mais de 70% as hospitalizações e os óbitos nas populações vulneráveis à Covid-19. De acordo com a fabricante, é recomendado que o medicamento seja administrado por cinco dias, logo após os primeiros sintomas da doença. Coquetel de anticorpos da AstraZeneca

Outro medicamento contra a Covid-19 em vias de ser analisado pela agência é o Evusheld/AZD7442, coquetel de anticorpos fabricado pela AstraZeneca. Em dezembro, a farmacêutica divulgou que o medicamento, administrado em duas injeções sequenciais, foi capaz de manter a atividade neutralizante contra a variante Ômicron.

A empresa pediu o uso emergencial do remédio no dia 17 de dezembro de 2021. A Anvisa começou a analisar o pedido no mesmo mês e solicitou à empresa dados adicionais e esclarecimentos necessários para a conclusão da análise. Parte dos questionamentos já foi respondida e está sendo avaliada pela equipe técnica. Outras informações ainda seguem pendentes por parte da empresa.

R7

Foto: Pixabay

O Instituto Butantan confirmou, nesta terça-feira (1º), a possibilidade de entregar, imediatamente, 10 milhões de doses da CoronaVac para avançar na vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19. A novidade faz parte da resposta da fundação ao Ministério da Saúde, que enviou um ofício pedindo o montante do imunizante para aquisição federal. Antes do envio, o governo federal e o Butantan precisam firmar o novo acordo para a incorporação da remessa ao PNI (Programa Nacional de Imunizações).

"No ofício, o Butantan oferece o quantitativo de imunizante já envasado e certificado pelo rigoroso controle de qualidade do instituto, além de 20 milhões de doses adicionais para entrega de 20 a 25 dias, mediante assinatura do contrato", detalha a nota do Butantan. A demanda por 10 milhões de doses solicitadas pelo Ministério da Saúde foi calculada a partir de um levantamento feito junto aos estados e ao Distrito Federal a fim de avaliar o quantitativo necessário da CoronaVac.

Desde que o imunizante foi liberado para aplicação em crianças e adolescentes, a pasta distribuiu 3,3 milhões de doses que estavam em estoque aos entes que não tinham a própria reserva. As vacinas já entregues fazem parte do acordo anterior, em que o Butantan forneceu 100 milhões de doses ao PNI.

Além do novo quantitativo ofertado ao ministério, o Butantan destaca ter "total capacidade de atender a qualquer outra demanda de CoronaVac". O instituto afirma ter capacidade de produzir 1 milhão de doses por dia e que é possível fechar contratos diretamente com os estados. É o caso de São Paulo, que iniciou a campanha vacinal infantil com a CoronaVac assim que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou o uso para a faixa etária de 6 a 17 anos. O estado tem 8 milhões de doses para o público.

R7

E se aquela cervejinha despretensiosa que você bebe fizesse aumentar seu risco de contrair covid-19? Um novo estudo feito na China analisou dados de saúde de quase 500.000 pessoas do Reino Unido e descobriu que os indivíduos que bebiam cerveja com frequência tinham uma chance 28% maior de contrair o vírus do que os que não bebiam. Por outro lado, o vinho representou um efeito contrário. Os indivíduos que bebiam de um a dois copos de vinho tinto por dia tinham um risco 10 a 17% menor de contrair a doença do que os não bebedores.

cerveja

O estudo, publicado na revista Frontiers in Nutrition , foi conduzido por uma equipe de pesquisadores do Hospital Shenzhen Kangning. Eles queriam analisar possíveis ligações entre o consumo de álcool e as taxas de infecção e mortalidade por covid.

Foram analisados os dados do UK Biobank Study, um projeto de pesquisa abrangente que coleta informações sobre saúde e estilo de vida de voluntários no Reino Unido desde 2006.

Depois da análise, os pesquisadores descobriram que não havia diferença significativa nas taxas de mortalidade por covid entre os indivíduos que bebiam e os que se abstinham. Mas as diferenças nas taxas de infecção foram dignas de nota.

Além das taxas mais baixas para bebedores de vinho e taxas mais altas para bebedores de cerveja, a equipe descobriu que as pessoas que bebiam cinco ou mais bebidas alcoólicas por semana tinham um risco maior de infecção. E o consumo pesado de qualquer álcool também aumentou o risco. Mas é preciso olhar com cautela esses resultados…

Um estudo como este analisa a correlação, não a causa, por isso não está claro por que os bebedores de vinho tinto tiveram uma taxa de infecção mais baixa.

Pode ser que outros fatores estejam em jogo: os bebedores de vinho tinto podem ter menos probabilidade de sofrer outros riscos de covid-19; eles podem se exercitar mais ou ter uma nutrição melhor; ou eles podem ser mais propensos a serem vacinados.

Mas os autores acreditam que os resultados específicos do vinho tinto em comparação com outros tipos de álcool sugerem que os compostos que diferenciam o vinho tinto de outras bebidas podem merecer o crédito.

“O vinho tinto oferece benefícios adicionais a outras bebidas alcoólicas provavelmente devido ao seu maior teor de polifenois, diminuindo a pressão arterial, inibindo a oxidação de partículas de lipoproteínas de baixa densidade e outros efeitos favoráveis ​​no estado redox celular, melhorando a função endotelial, inibindo a agregação plaquetária, reduzindo a inflamação e a adesão celular e ativando proteínas que previnem a morte celular”, escreveram eles.

Catraca Livre