De acordo com um levantamento chamado “ Convid Adolescentes - Pesquisa de Comportamentos” realizado pela Unicamp, Fundação Oswaldo Cruz e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 36% dos jovens entre 16 e 17 anos sofreram pioras na qualidade do sono durante a pandemia de Covid-19 e 12,1% que já possuíam distúrbios relacionados ao sono relataram uma piora.
Esses resultados mostram uma tendência que vem crescendo não apenas no Brasil, os adolescentes estão dormindo menos. O sono adequado é muito importante para a saúde dos adolescentes, segundo um estudo publicado em 2020, Faith Orchard, psicóloga da Universidade de Sussex, no Reino Unido, analisou dados de um grupo de adolescentes de idades entre 14 e 24 anos, aqueles que dormiam mal aos 15 anos eram mais propensos a ter ansiedade ou depressão aos 17 a 24 anos. O ciclo circadiano, a variação que regula o organismo entre o dia e a noite, o “relógio biológico” do corpo, sofre algumas alterações durante a adolescência, essas mudanças ocorrem devido a uma alteração na produção hormonal, principalmente de cortisol e melatonina. O cortisol é responsável por manter o corpo alerta durante o dia, já a melatonina, age preparando o corpo para dormir, com a desregulação dos hormônios ocorrem alguns distúrbios do sono durante a adolescência.
A falta de sono gera efeitos negativos no corpo do jovem e pode influenciar uma tendência de se afastar de familiares e amigos e aumentar a irritabilidade, pondo-o em maior risco de desenvolver depressão.
No entanto, além dos fatores biológicos, há outros fatores que influenciam na desregulação do ciclo do sono dos adolescentes, o uso excessivo de aparelhos eletrônicos, que estimula o estado de vigília do cérebro. Quando a noite se inicia, a melatonina é inibida imediatamente após a detecção de luz, dessa forma a luz emitida pelas telas de aparelhos eletrônicos impede que o usuário sinta sono no horário correto, portanto, é de extrema importância reduzir o uso de eletrônicos antes de dormir.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Floriano participou nesta segunda-feira (06), da Semana Interna de Prevenção de Acidentes promovida pela empresa Unibras. A SIPAT tem como objetivo conscientizar os empregados sobre a saúde, segurança do trabalho e prevenção de acidentes e é voltada para funcionários, envolvendo, também, diretores e gerentes.
O corpo técnico do SAMU realizou palestra abordando os Primeiros Socorros. “Essas são medidas iniciais e imediatas dedicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar, que podem ser executadas por qualquer pessoa, desde que esteja treinada, a fim de garantir a vida do indivíduo em situação de risco”, explicou Alane Santos Nunes, Coordenadora do SAMU de Floriano.
“Quando você se depara com alguém que acaba de ser vítima de algum acidente ou mal súbito, é preciso manter a calma. Se você não tem conhecimento de técnicas de primeiros socorros, sua ajuda pode causar mais problemas ao acidentado do que benefícios. Sendo assim, o recomendado é que acione serviços médicos especializados, isole o local do acidente e aguarde a chegada do socorro médico”, explica João Felipe Bento, Coordenador de Enfermagem.
A Semana Interna de Prevenção de Acidentes é um evento obrigatório que deve ser realizado anualmente. É organizada pela CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), em conjunto com o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), onde houver. A SIPAT é uma atividade prevista na legislação brasileira, especificamente na norma regulamentadora NR-5 e na portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978.
Um estudo brasileiro reforça o valor e a segurança das atividades físicas no lazer durante a gravidez, inclusive em um cenário de maior vulnerabilidade social. Com base em dados de gestantes de uma cidade no Acre, os pesquisadores associaram a prática de ao menos 150 minutos de exercícios por semana, como recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), a uma redução do peso do bebê no nascimento, o que é positivo para evitar consequências como obesidade e diabetes na infância. E isso sem aumentar o risco de a criança nascer com peso abaixo do esperado para a idade gestacional.
O artigo, publicado no periódico PLOS ONE, é fruto do “Estudo MINA – materno-infantil no Acre: coorte de nascimentos da Amazônia ocidental brasileira”, projeto que vem sendo conduzido desde 2015, com apoio da FAPESP, sob a coordenação de pesquisadores FSP-USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo). “Outros trabalhos já haviam investigado o efeito das atividades físicas no lazer durante a gestação, tanto sobre o peso do bebê como para outros desfechos. Mas faltavam pesquisas prospectivas de países de baixa e média renda sobre a temática”, conta Marly Augusto Cardoso, nutricionista e coordenadora do projeto.
Segundo Cardoso, diferenças étnicas poderiam influenciar nos resultados – ao contrário de outros levantamentos, cerca de 80% da população analisada se autodeclarou não branca. Acima disso, características próprias de áreas menos assistidas precisam entrar nessa equação.
Por exemplo, em países ricos, a preocupação em relação ao peso do bebê fica mais restrita a um extremo do problema: o do excesso de peso ao nascer. Já em locais de baixo status socioeconômico, a desnutrição materno-infantil é mais comum, o que pode contribuir para a ocorrência de crianças com baixo peso ao nascer.
Além disso, mulheres de regiões pobres tendem a fazer mais atividade física no trabalho ou no lar. “Será que, nesse contexto, a atividade física no lazer aumentaria o índice de bebês pequenos para a idade gestacional?”, questiona Cardoso.
A pesquisadora aponta que o projeto Mina-Brasil apresenta casuística com os dois extremos em sua amostra – baixo peso e excesso de peso ao nascer –, o que permitiu responder a essa questão. “É o primeiro estudo prospectivo de um país de média renda, com maioria de mulheres não brancas, a examinar o efeito da atividade física no lazer durante a gestação no peso dos filhos”, reitera o artigo.
A coleta de dados
A população estudada pelo grupo da FSP-USP é de Cruzeiro do Sul, uma cidade do Acre com cerca de 88 mil habitantes. Entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2016, gestantes do município foram acompanhadas e, após o consentimento dos familiares, os recém-nascidos também foram avaliados.
Os participantes foram examinados e responderam a questionários sobre diferentes aspectos, do estilo de vida à infecção por malária, passando pelo consumo alimentar infantil e pela microbiota intestinal. “Queremos abordar diferentes perguntas com essa coorte”, diz Cardoso.
Para esse artigo especificamente, os pesquisadores recorreram a informações sobre atividade física no lazer disponibilizadas por 500 voluntárias incluídas no projeto. As mulheres reportaram a quantidade de atividades realizadas no segundo e no terceiro trimestre da gravidez, em seguida tiveram o peso aferido.
A partir daí, foram categorizadas entre as que atingiram o mínimo recomendado de 150 minutos de exercícios por semana e as que estavam abaixo desse limiar. O peso dos bebês, por sua vez, foi medido ao nascer.
A primeira constatação: somente 7,3% das gestantes no segundo trimestre e 9,5% no terceiro alcançaram os 150 minutos semanais de atividade física no lazer. Antes da gestação, esse número era de 42%.
“Infelizmente, essa não é uma particularidade de Cruzeiro do Sul. Até hoje muitos profissionais recomendam repouso nessa fase da vida, principalmente no primeiro trimestre de gestação”, lamenta Maíra Malta, professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Católica de Santos (Unisantos) e coautora do artigo. “No entanto, temos fortes e sólidas evidências sobre os benefícios da atividade física no lazer para o binômio materno-infantil”, reforça Malta.
Peso adequado
O hábito de praticar ao menos 150 minutos semanais de atividade física no terceiro trimestre de gestação foi ligado a uma redução média de 137,9 gramas no peso de nascimento da criança. Essa diminuição, no entanto, não culminou em uma maior taxa de nascidos abaixo da faixa de peso ideal. “Ou seja, a atividade física reduz o risco de o bebê apresentar peso excessivo ao nascer, sem levar ao extremo oposto”, interpreta Malta.
O estudo também aponta que esse efeito foi parcialmente mediado pelo ganho de peso excessivo das mães ao longo da gestação. Em outras palavras, uma parcela do resultado obtido provavelmente decorre do fato de que os exercícios ajudam a evitar o acúmulo excessivo de peso entre as gestantes.
Como mulheres que engordam mais na gravidez tendem a dar à luz filhos maiores, o manejo adequado do peso da mãe por meio da atividade física explicaria parte da redução do peso do filho ao nascer – mas não ele todo.
“Foi um pequeno efeito mediador”, esclarece Malta. Estudos anteriores relataram que as associações permaneceram significativas após o ajuste para o índice de massa corporal (IMC) materno, sugerindo que o efeito da atividade física no peso ao nascer é apenas parcialmente mediado pelo peso materno.
Esses resultados não foram encontrados entre mulheres que atingiram a recomendação de atividade física no lazer durante o segundo trimestre da gestação.
“O nosso trabalho destaca a necessidade de os profissionais de saúde valorizarem a atividade física na gestação, especialmente entre mulheres com tendência a ganhar mais peso nessa fase”, argumenta Cardoso. “Claro que há necessidade de uma avaliação obstétrica durante o pré-natal, até porque certos casos demandam repouso. Mas precisamos reduzir as taxas de sedentarismo nessa população”, completa.
Limitações e planos futuros
O estudo Mina-Brasil integra a rede de colaboração internacional The Gestational Weight Gain (GWG) Pooling Project Consortium, financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates. O grupo investiga o impacto do ganho de peso gestacional em relação a desfechos de saúde materno-infantil em países de baixa e média renda.
Como poucas gestantes dessa coorte alcançaram as recomendações de 150 minutos de atividade física por semana, não foi possível avaliar o efeito da intensidade dessas práticas no peso do bebê e em outros desfechos. Pelo mesmo motivo, os pesquisadores também não conseguiram mensurar se há uma correlação contínua entre o tempo dedicado às atividades físicas e a magnitude dos benefícios.
Além disso, a população do estudo não contemplou gestantes de áreas rurais, que podem apresentar outras particularidades. “Mais investigações são necessárias nesse sentido”, apontam os autores no artigo.
Os pesquisadores continuarão acompanhando essas mulheres e seus filhos para averiguar o impacto da atividade física em médio e longo prazo. Em paralelo, o projeto seguirá investigando diferentes parâmetros de saúde e de estilo de vida na amostra. Trabalhos anteriores já mostraram, por exemplo, que a exposição recorrente à malária eleva o risco de anemia nos primeiros anos de vida.
A avaliação inicial foi realizada com 21 gestantes positivas para Covid e seus bebês. As mães fizeram uma série de exames durante e após a gravidez, com testes hormonais, salivares e questionários psicológicos, por exemplo. As análises foram reguladas para idade infantil, sexo e outras condições.
"Nem todos os bebês nascidos de mães infectadas com Covid apresentam diferenças de desenvolvimento neurológico, mas nossos dados mostram que seu risco é maior em comparação com aqueles não expostos ao Covid no útero", orientou a líder do projeto, Rosa Ayesa Arriola.
Os testes pós-natais incluíram uma NBAS (Escala de Avaliação Comportamental Neonatal), para medir o movimento e o comportamento do recém-nascido.
"Descobrimos que certos elementos da medição NBAS foram alterados em bebês de 6 semanas que foram expostos ao vírus Sars-CoV-2. Efetivamente, eles reagem de maneira um pouco diferente ao serem abraçados", afirma a investigadora Águeda Castro Quintas, da Rede Centro de Investigação Biomédica em Saúde Mental, da Universidade de Barcelona.
A pesquisa constatou que os casos mais recorrentes aconteceram quando o contágio se deu no fim da gravidez. Os principais sintomas são maiores dificuldades em relaxar e ajustar o corpo no colo e movimentar a cabeça e os ombros. Esses indícios evidenciam um possível efeito da Covid-19 no controle do movimento dos bebês.
A pesquisadora destaca que não se pode afirmar com certeza se a sintomatologia vai continuar a longo prazo e se resultará em problemas. Entretanto, as observações devem continuar, a fim de auxiliar no entendimento da situação.
“É claro que em bebês tão jovens há várias coisas que simplesmente não podemos medir, como habilidades de linguagem ou cognição. Também precisamos estar cientes de que esta é uma amostra comparativamente pequena, por isso estamos repetindo o trabalho e vamos acompanhá-lo por um período mais longo", afirmou a copesquisadora Nerea San Martín.
O projeto pretende observar a linguagem e o desenvolvimento motor dos bebês entre 18 e 42 meses e avaliar os efeitos a longo prazo.