É comum que à medida que se envelhece o corpo passe por algumas modificações naturais como a perda involuntária de xixi. Apesar de também atingir homens a incontinência urinária, como o distúrbio é chamado pela comunidade médica, é mais comum em mulheres por essas já possuírem duas falhas naturais nos músculos que sustentam os órgãos pélvicos: o hiato vaginal e o hiato retal.

Segundo um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a incontinência urinária atinge pelo menos 45% das mulheres brasileiras acima dos 40 anos, enquanto que, de acordo com o Instituto da Próstata, cerca de 20% a 30% dos homens acima de 50 anos passam a desenvolver os sintomas do trato urinário inferior (LUTS, na sigla em inglês). A perda involuntária de urina nas mulheres acontece quando os músculos de sustentação do assoalho pélvico e do trato urinário estão enfraquecidos, não podendo realizar a contração da uretra de forma adequada, o que pode ocorrer mesmo antes do período de menopausa. A incontinência urinária precoce acontece após a realização de esforço físico excessivo, parto normal/vaginal, sedentarismo, obesidade, má alimentação, tabagismo, estresse, pré-disposição genética e problemas cerebrais ou na coluna.

Os sintomas podem se apresentar após uma tosse agressiva, espirros, realização de atividades físicas de impacto, ou mesmo após risadas, forçando as mulheres a irem ao banheiro com mais frequência. Apesar de muitas pessoas acharem o contrário, a incontinência urinária tem tratamento, dependendo do grau do prolapso (bexiga baixa ou caída), que pode variar de 1 (leve) a 4 (grave), e da idade da mulher, é o que afirma o cirurgião urologista da Urocentr “Muitas mulheres têm vergonha de procurar um médico quando apresentam sintomas como esse. Mas, é importante dizer que, na maior parte dos casos, há tratamento para amenizar os sintomas da bexiga caída, promovendo a melhoria na qualidade de vida dessas pacientes”, destaca o cirurgião.o Manaus, Giuseppe Figliuolo. Tipos e tratamentos

Dividida em três tipos, a incontinência urinária pode ter diversas formas de tratamento, variando de fisioterapia, utilização de medicamentos, até cirurgia.

Incontinência de esforço – ocorre devido a lesões ou enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico. A perda de urina nesse tipo do distúrbio acontece, muito comumente, após tossir, espirrar, rir ou realizar exercícios.

O tratamento mais eficaz nesse caso é a realização de um procedimento cirúrgico, onde poderá ser feito a correção do prolapso ou o implante de um sling (fita de polipropileno) na uretra da paciente, que funcionará como uma espécie de barreira para a urina.

Bexiga hiperativa – também conhecida como incontinência de urgência é causada devido a contrações involuntárias da bexiga, aumentando as idas ao banheiro principalmente no período noturno.

Esse tipo de incontinência pode ser tratada através da utilização de medicamentos, que aliada a fisioterapia pélvica atuarão na reabilitação dos músculos e ligamentos que sustentam o útero, bexiga e outros órgãos que ficam a baixo do abdômen.

Incontinência mista – como o nome sugere, esse tipo de incontinência é caracterizada pela junção das duas anteriores, impossibilitando o controle da micção pelas pacientes.

Nesses casos o tratamento poderá ser uma mistura dos dois anteriores, primeiro a utilização de medicamentos e fisioterapia e em último caso a realização de cirurgia que possibilite o controle da urina.

Recomendações

O diagnóstico e tratamento da incontinência urinária deve ser realizado por um profissional especializado, por isso, em caso de apresentação de sintomas consulte seu médico. A realização de exercícios diários aliada a boa alimentação podem prevenir o desenvolvimento do distúrbio urinário, assim como melhorar a qualidade de vida das pacientes.

Lorena R7

Vacinas podem ser atualizadas para manter, ou mesmo melhorar, sua capacidade de proteção à medida que os vírus sofrem mutações e alteram sua forma de ação no organismo. O que falta para o processo de atualização — amplamente conhecido pela ciência e empregado anualmente na vacinação contra a gripe — possa ser aplicado no combate à Covid-19?

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É importante ressaltar que todas as vacinas utilizadas no Brasil são comprovadamente eficazes para reduzir internações e mortes pela doença e foram responsáveis por frear o impacto que a variante Ômicron causou entre a população durante a terceira onda, quando houve um aumento exponencial do número de novas infecções pelo coronavírus.

As pesquisas sobre a segunda geração dos imunizantes têm avançado em passos lentos, na contramão do que foi visto no começo da pandemia, quando as primeiras vacinas contra o Sars-CoV-2 foram desenvolvidas em tempo recorde.

Segundo o presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Juarez Cunha, essa demora está relacionada a uma série de fatores, sobretudo o aparecimento de novas variantes.

“Muitas vacinas estão sendo estudadas de acordo com o que está acontecendo na vida real. Então, como as variantes vão surgindo e é preciso avaliar se aquela vacina que foi projetada vai proteger de forma adequada, isso acaba atrasando mais os estudos, porque não adianta fazer as pesquisas com a cepa ancestral [que desencadeou a pandemia], porque ela não está mais acontecendo”, explica o especialista.

Cunha ressalta que como a vacinação avançou pelo mundo, com vários países decretando o fim do estado de emergência causado pela Covid-19, a urgência em relação ao desenvolvimento de vacinas também diminuiu.

“No início tínhamos uma carga muito grande da variante original que permitia que os estudos corressem de forma mais rápida, tinha muita gente adoecendo, então se comparava a eficácia de forma bastante rápida. Felizmente, estamos em um outro momento, de quadros mais leves, em especial nas pessoas vacinadas. Então aquela necessidade que tivemos em 2020 mudou um pouco, porque as características da doença também mudaram”, afirma.

Além disso, os imunizantes de segunda geração, assim como as primeiras vacinas que foram aplicadas, só podem ser distribuídos à população após a autorização dos órgãos reguladores respectivos de cada país, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil.

“O que temos bastante adiantado em relação à segunda geração é a vacina da Moderna, que já está sendo colocada para avaliação nos Estados Unidos. Essa nova vacina bivalente já dá uma proteção mais adequada tanto para a Delta quanto para a Ômicron, além de manter a cepa ancestral”, afirma Cunha.

R7

Foto: Freepik

Uma nova resolução do CFBM (Conselho Federal de Biomedicina) regulamenta as condições para que biomédicos possam assumir a responsabilidade técnica de empresas que produzem e comercializam suplementos alimentares.

Além de devidamente registrados no conselho, os profissionais deverão ter habilitação em análises clínicas ou bromatológicas ou, ainda, em fisiologia do esporte e da prática do exercício físico.

A Resolução nº 348 do CFBM também autoriza biomédicos habilitados em acupuntura, biomedicina estética ou fisiologia do esporte e da prática do exercício físico a prescrever suplementos alimentares, desde que estes sejam isentos de orientação e da obrigatoriedade de prescrição médica.

Definição

O texto da resolução lembra que suplementos alimentares não são considerados medicamentos e não têm finalidade de prevenir, tratar ou curar doenças, destinando-se a “suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos, isolados ou combinados”.

Por definição, o biomédico é o profissional responsável por funções como identificar, classificar e estudar os microrganismos causadores de enfermidades; realizar exames diagnósticos; desenvolver medicamentos; e produzir vacinas.

Agência Brasil

Um artigo publicado no dia 21 de junho na revista científica The Lancet Microbe mostra que as bactérias que causam a febre tifoide estão cada vez mais resistentes a antibióticos, além de terem se espalhado de maneira acentuada e com frequência por alguns países no últimos 30 anos.

febretifoide

A febre tifoide é uma doença sistêmica causada por bactérias Salmonella typhi (S. typhi).

Os principais sintomas são febre, prostração, dor abdominal e exantema róseo (irritação avermelhada na pele).

Esse foi o maior estudo de sequenciamento genético da S. typhi e analisou mais de 7.500 genomas.

"A análise mostra que cepas resistentes de S. typhi se espalharam entre países pelo menos 197 vezes desde 1990. Embora essas cepas tenham ocorrido com mais frequência no sul da Ásia e do sul da Ásia ao sudeste da Ásia, leste e sul da África, elas também foram relatadas no Reino Unido, EUA e Canadá", dizem os autores do trabalho em comunicado.

O tratamento da febre tifoide envolve o uso de antibióticos como cloranfenicol e trimetoprima/sulfametoxazol.

Também podem ser usados antibióticos da classe dos macrolídeos (o principal exemplo é a azitromicina) e quinolonas (por exemplo, ciprofloxacina).

No trabalho, os pesquisadores classificaram de cepas multirresistentes aquelas que apresentaram características genéticas que se encaixaram na resistência a antibióticos de primeira linha – ampicilina, cloranfenicol e trimetoprima/sulfametoxazol. Eles também rastrearam a presença de genes que conferem resistência aos macrolídeos e quinolonas, "que estão entre os antibióticos mais importantes para a saúde humana".

Os resultados foram preocupantes. As mutações genéticas que tornam a S. typhi resistente às quinelonas, por exemplo, espalharam-se pelo menos 94 vezes desde 1990, sendo 97% originárias no sul da Ásia.

Já as mutações resistentes à azitromicina apareceram ao menos sete vezes em um intervalo de 20 anos.

"Em Bangladesh, cepas contendo essas mutações surgiram por volta de 2013 e, desde então, seu tamanho populacional aumentou constantemente", dizem os autores.

O autor principal do estudo, Jason Andrews, da Universidade Stanford (EUA), alerta para a necessidade de ver o controle da febre tifoide e a resistência a antibióticos em geral como um problema de saúde global.

"A velocidade com que cepas altamente resistentes de S. typhi surgiram e se espalharam nos últimos anos é um motivo real de preocupação e destaca a necessidade de expandir urgentemente a prevenção medidas, especialmente nos países de maior risco", afirma em comunicado.

Os pesquisadores salientam que o estudo precisaria ter mais abrangência em amostras coletadas em regiões como a África Subsaariana e a Oceania, onde a febre tifoide é endêmica.

"Como os genomas de S. typhi cobrem apenas uma fração de todos os casos de febre tifoide, as estimativas de mutações causadoras de resistência e disseminação internacional são provavelmente subestimadas", dizem.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que entre 11 milhões e 21 milhões de pessoas adoeçam por causa da febre tifoide em todo o mundo anualmente. Desse total, entre 128 mil e 161 mil morrem.

A doença é mais comum em comunidades sem acesso a água potável e saneamento básico.

"Mesmo quando os sintomas desaparecem, as pessoas ainda podem estar carregando a bactéria da febre tifoide, o que significa que podem espalhá-la para outras pessoas por meio de suas fezes", salienta a OMS.

R7

Foto: REPRODUÇÃO/NIAID