A presença do vírus da varíola do macaco no sêmen "não é raro nem aleatório", segundo um estudo realizado por pesquisadores italianos. A equipe foi a primeira a detectá-lo no sêmen durante um estudo preliminar.

De acordo com Francesco Vaia, diretor do hospital Spallanzani de Roma, instituição especializada em doenças infecciosas, os resultados de um estudo preliminar divulgado no dia 2 de junho mostraram que o DNA do vírus era detectado no sêmen de três homens a cada quatro acometidos da doença. "Essa descoberta demonstra que a presença do vírus no sêmen não é rara nem aleatória", garantiu Vaia à AFP, referindo-se ao estudo, que ainda não foi publicado oficialmente.

Foi constatado um aumento dos casos de varíola do macaco desde o começo de maio na Europa. Nos países da África Central e Ocidental a doença é endêmica há muito tempo.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) reportou mais de 3.400 casos confirmados e uma morte em cerca de 50 países onde a doença não é endêmica.

A grande maioria dos casos foi detectada em homens jovens que tiveram relações sexuais com outros homens, segundo a OMS.

"Não consideramos [esse vírus] uma infecção sexualmente transmissível", enfatizou na semana passada Meg Doherty, diretora dos programas globais da OMS sobre o HIV (vírus da aids), hepatite e as DSTs (doenças sexualmente transmissíveis). Os especialistas italianos estão tentando determinar quanto tempo o vírus permanece no sêmen depois do surgimento dos primeiros sintomas da doença.

Em um paciente, o DNA do vírus foi detectado três semanas depois do início dos sintomas, mesmo depois do desaparecimento das lesões. Vaia diz ter visto esse fenômeno no passado, em infecções virais como o zika.

Os pesquisadores também estudam as secreções vaginais para detectar a possível presença do vírus. Observaram em um primeiro momento, por meio do cultivo do vírus em laboratório, que estava "presente no sêmen como um vírus contagioso e capaz de se reproduzir", segundo Vaia.

Uma pergunta importante segue sem resposta: pode a vacina contra a varíola proteger contra a varíola do macaco?

"Para estudar isso, temos que analisar as pessoas vacinadas há 40 anos, antes da erradicação da varíola", respondeu o diretor.

AFP

Os casos de Covid-19 aumentaram 25% na América do Sul nesta semana, indicou nesta quarta-feira (29) a Opas (Organização Pan-Americana de Saúde), que insistiu que os países vacinem sua população e não afrouxem as medidas para evitar contágios.

covid19

“Na América do Sul, houve um aumento significativo na incidência de Covid-19, com quase meio milhão de novos casos informados durante a última semana, um crescimento de 24,6% na comparação com a semana anterior”, disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em uma coletiva de imprensa virtual. Ela afirmou que o maior aumento relativo de casos foi registrado na Bolívia, seguida pelo Peru.

O número de infecções subiu, porém, em todo o continente, com mais de 1,3 milhão de novos casos, uma alta de 13,9% com relação à semana anterior. “Esses números servem como uma clara lembrança de que pessoas demais seguem vulneráveis”, ressaltou a diretora, que pediu que o ritmo de vacinação seja acelerado, a fim de proteger os que podem sofrer as piores consequências devido ao vírus, como os idosos.

“Não podemos ignorar que ainda temos 224 milhões de pessoas em nossa região que não receberam uma só dose de vacina contra a Covid-19”, enfatizou.

Ainda que 17 países americanos tenham superado a meta de vacinar 70% de sua população e 40 países tenham imunizado mais de 40%, ainda há 11 países que não alcançaram nem o primeiro objetivo de 40%, segundo dados da Opas.

“Por favor, espalhem a palavra de que a gente precisa se vacinar”, pediu Carissa na coletiva. “A pandemia não acabou”, acrescentou.

A diretora insistiu também na necessidade de seguir com o uso de máscara em espaços fechados e com a manutenção de distanciamento de pelo menos 1 metro em relação às outras pessoas.

AFP

Foto: Freepik

Apesar de atualmente ter se tornado alvo de diversos debates, o aborto existe desde a antiguidade e era bastante comum à época, no entanto, com o tempo a prática foi estigmatizada e proibida em vários países.

Em várias sociedades antigas, como no império greco-romano, a prática do aborto não era criminalizada, inclusive incentivada, por exemplo, pelo filósofo Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) que disse “quando os casais têm filhos em excesso, faça-se o aborto antes que o sentido e a vida comecem”, ainda segundo o pensamento do filósofo, o marco que definira o início da vida distinguiria-se de acordo com o sexo do bebê.

Com o crescimento do cristianismo, e sua instituição como religião oficial de vários países, o aborto passou a ser mais mal visto pela sociedade devido à condenação que a religião faz à prática.

Em 1869, a igreja católica, em nome do Papa Pío IX, instituiu que os embriões, para todos os efeitos, eram dotados de alma desde sua concepção com base nas “provas” científicas da época que, através da visualização por meio de microscópios constatou que os embriões eram “pessoas em miniatura” e que apenas cresciam durante a gestação, esse ser era denominado homúnculo, a partir disso, a igreja interpretou o aborto como equivalente ao homicídio.

Na última sexta-feira (24), a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a decisão que garantia em âmbito nacional os direitos às mulheres realizarem abortos, chamada de “Roe contra Wade”, o que transferiu aos estados o poder de definição sobre a realização do procedimento.

O caso gerou protestos e manifestações de apoio, mostrando o quanto o tema ainda gera controvérsia, no entanto, a decisão não torna o aborto totalmente proibido no país, apesar de torná-lo ilegal em quase metade dos estados que, são de posições conservadoras, e agora poderão decidir separadamente sobre a regulação do aborto em seu território.

Lorena R7

Um estudo recente publicado recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que a aplicação de uma imunotoxina nos dutos mamários eliminou totalmente lesões pré-cancerosas visíveis e invisíveis de pacientes.

cancermama

A pesquisa foi feita em laboratório e liderada por pesquisadores do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, especializado em câncer de mama em estágio inicial. O estágio zero da doença, também conhecido como CDIS (carcinoma ductal in situ), é caracterizado pela presença de células pré-cancerosas anormais nos dutos de leite. De acordo com o autor sênior do estudo, Saraswati Sukumar, diversas mulheres realizam cirurgias de remoção, tratamentos de radiação e, em alguns casos, quimioterapia ou terapias hormonais para eliminar esses cânceres precoces.

“Em nossa pesquisa, propusemos um tratamento alternativo em que a injeção da droga imunotoxina pelo duto poderia resultar na limpeza do CDIS”, disse Sukumar em comunicado. Metodologias do estudo Primeiramente, o trabalho avaliou a eficácia da imunotoxina em quatro linhagens celulares de diferentes subtipos de câncer de mama em camundongos. Os resultados evidenciaram que o tratamento induziu à morte as células tumorais em todas elas.

Os pesquisadores também administraram o tratamento a cerca de dez camundongos para captar possíveis toxinas circulares no sangue após a intervenção e, de cinco a 30 minutos depois, não encontraram nada.

Em seguida, eles injetaram a imunotoxina diretamente nos dutos mamários de dois grupos de camundongos com CDIS, classificados como MCF7 E SUM225.

No primeiro, foi administrado uma vez por semana durante três semanas e, para viés de comparação de eficácia, aplicaram no corpo de outro conjunto de camundongos. No final da terapia, descobriram que aqueles que receberam a injeção no corpo tiveram um crescimento tumoral mais lento, mas que retornava após a interrupção.

Já os que receberam diretamente nos dutos tiveram os tumores completamente eliminados dentro de duas semanas após a conclusão do tratamento e a arquitetura da mama era parecida com glândulas mamárias normais. Nenhuma recorrência foi detectada após dois meses.

O grupo SUM225 suprimiu a doença em apenas duas semanas de tratamento e não demonstrou recorrência até o final do estudo.

De acordo com os autores, o tratamento foi bem tolerado, sem efeitos colaterais da toxina ou injeção. Eles disseram que a pesquisa fornece uma forte base pré-clínica para a realização de ensaios de viabilidade e segurança em pacientes com câncer de mama em estágio 0.

Segundo dados divulgados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), no ano passado, o Brasil totalizou 66,3 mil diagnósticos da doença no público feminino, com 17,8 mil mortes. O câncer de mama é também o mais incidente em mulheres de todas as regiões do país, após o câncer de pele não melanoma.

R7

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