Não há evidências suficientes para recomendar mais de uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19 por ano para idosos e pessoas com sistema imunológico enfraquecido, disse um grupo consultivo de especialistas do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos nesta sexta-feira (24).
O grupo de trabalho para Covid-19 do Comitê Consultivo em Práticas de Imunização (ACIP, na sigla em inglês) do CDC apoiou uma campanha de reforço anual, provavelmente no outono norte-americano, especialmente para populações consideradas de alto risco, disse a dra. Sara Oliver, autoridade do CDC que lidera o grupo, durante uma reunião de assessores externos da agência.
Atualmente, a agência recomenda que idosos e pessoas imunocomprometidas recebam com mais frequência doses de reforço da vacina contra a Covid, já que a eficácia do imunizante geralmente diminui de forma mais rápida para essas populações em comparação com pessoas mais jovens com sistemas imunológicos fortalecidos.
Durante a primavera de 2022 nos EUA, o CDC recomendou que pessoas imunocomprometidas e com mais de 50 anos recebessem uma dose adicional caso já tivessem tomado sua primeira dose de reforço há pelo menos quatro meses.
Os consultores do CDC não votaram novas recomendações para a administração das doses da vacina contra a Covid-19 nesta sexta-feira.
Mas o ACIP aconselhou mostrar flexibilidade nas recomendações para pessoas com sistema imunológico comprometido ou enfraquecido a fim de permitir uma frequência maior de doses àqueles mais vulneráveis à forma grave da Covid.
Ao descrever o mecanismo de ação da metformina, o medicamento mais utilizado no tratamento do diabetes tipo 2, um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) demonstrou que a primeira e mais importante ação da droga acontece nos intestinos delgado e grosso e não no fígado, como até então acreditava a comunidade científica. Os resultados do estudo, apoiado pela FAPESP, foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
“Quando pensamos em condições fisiológicas, temos em mente o seguinte caminho: o indivíduo ingere uma carga de glicose [alimento], essa carga é absorvida pelas células do intestino, que liberam a glicose para o fígado e outros tecidos. Observamos que a metformina atua no caminho contrário. Ela retira a glicose da circulação sanguínea e a traz para a célula intestinal, onde será metabolizada”, explicou à Assessoria de Imprensa da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp a biomédica Natália Tobar, autora da tese de doutorado que deu origem ao artigo. O docente da FCM-Unicamp Mario Saad, orientador da pesquisa, informou que a metformina é prescrita há mais de 60 anos no tratamento do diabetes tipo 2 e seu mecanismo de ação, descrito até então, era a redução da produção hepática de glicose. Ao observar que o uso da metformina proporcionava maior captação reversa de glicose no intestino dos pacientes, eles descobriram que a droga estimulava, nesse órgão, o reaparecimento da proteína transportadora de glicose conhecida como GLUT1.
“Durante o período fetal, o transportador GLUT1 age na retirada da glicose da circulação sanguínea do cordão umbilical para o intestino fetal, garantindo a sobrevivência do bebê, sendo desativado após o nascimento. Compreendemos, a partir daí, que a principal ação da metformina, com o reaparecimento desse transportador no intestino humano adulto, seria a de aumentar a captação de glicose nesse órgão. Em resumo: pensávamos, até então, que o fígado era o primeiro e principal órgão de atuação da droga. Mas agora compreendemos que seus efeitos acontecem em uma etapa anterior, no intestino”, disse Saad também à Assessoria de Imprensa da FCM-Unicamp.
O pesquisador comentou ainda que, além de desencadear o reaparecimento de GLUT1 no intestino dos pacientes, a metformina também ativa outro transportador de glicose, o GLUT2, regulando a atuação de ambos os transportadores, de acordo com os níveis de glicemia. “Se a glicemia do paciente está muito alta, quem age mais é o GLUT2. Do contrário, quem age é o GLUT1. Concluímos, assim, que ambos os transportadores atuam na redução da glicose na circulação sanguínea.”
O biólogo da FCM-Unicamp Guilherme Rocha, que atuou na realização de vários experimentos para o estudo, deu mais detalhes sobre o funcionamento da metformina no intestino humano. Ele contou à Assessoria de Imprensa da FCM-Unicamp que, uma vez retirada da circulação sanguínea, a glicose é metabolizada no intestino, transformando-se em lactato e acetato, que são transportados para o fígado, contribuindo para a redução da produção hepática da glicose.
“Esses metabólitos, produzidos no intestino, ajudam a regular a produção hepática de glicose. Se a glicemia for muito elevada, haverá grande captação e metabolização de glicose no intestino e os produtos da glicose chegam ao fígado e aí sim reduzem a produção hepática de glicose. Entretanto, se a glicemia for normal ou discretamente elevada, a captação e metabolização de glicose será apenas moderada, com menos produtos chegando ao fígado. Nessa situação não haverá redução da produção hepática de glicose. Assim, quem determina o efeito final da metformina é o intestino, que por meio de metabólitos conversa com o fígado e diz a esse órgão se ele deve ou não reduzir a produção de glicose”, explicou Rocha.
De acordo com Saad, os resultados divulgados no artigo da PNAS descrevem um mecanismo farmacológico inédito contra o diabetes, abrindo novas perspectivas para o tratamento da doença e reforçando a prescrição da metformina como medicamento de primeira escolha para esses casos.
Depois de quatro dias intensos em que mais de 20 milhões de brasileiros saíram para festejar o primeiro Carnaval de rua a ser realizado desde o início da pandemia de Covid-19, agora é a vez dos estabelecimentos que prestam serviços de saúde ficarem em estado de alerta. Isso porque depois da festança em que beijos e abraços - e até mais que isso - são frequentes, é comum que doenças infectocontagiosas se espalhem e façam com que o retorno à rotina de trabalho e estudo pós-Carnaval seja ainda mais difícil para milhares de pessoas.
O clínico geral da maior rede de clínicas populares do Brasil, a AmorSaúde - associada ao Cartão de TODOS - o Dr. Yuri Cavalcanti Albuquerque Tenório destaca que em unidades médicas de todo o país, o pós-Carnaval é conhecido como um período em que há um boom de doenças intimamente ligadas a alguns hábitos e tradições que ocorrem durante a festança, em especial o beijo sem compromisso. O Dr. Yuri, que atua na unidade da AmorSaúde em Maceió - AL, ressalta também que são cinco as doenças mais comuns neste período. Confira quais são elas:
Doenças respiratórias
As grandes aglomerações, que são comuns nos dias carnavalescos, facilitam que vírus causadores de gripes, resfriados e até mesmo doenças mais graves como a Covid-19, transitem rapidamente entre os indivíduos. Por isso, é importante lembrar que o uso de máscaras de proteção e álcool em gel pode contribuir para restringir a transmissão das doenças.
Conjuntivites virais
Altamente contagiosas, as conjuntivites virais também estão entre as doenças mais comuns do pós-Carnaval. O contato próximo, comum da festança, somado à falta de higiene das mãos (que comumente tocam os olhos), após o contato com superfícies contaminadas, fazem com que a doença seja transmitida com facilidade e agilidade.
Doenças gastrointestinais
Sendo mais comuns os casos de diarreia e gastroenterite, as doenças gastrointestinais são causadas tanto pelo contato com pessoas contaminadas, quanto pela ingestão frequente de bebidas com alto teor alcoólico, hábito que também caracteriza a festança.
Hepatites virais
E por falar em fatores que afetam o fígado, as hepatites virais também ganham destaque no universo das doenças pós-Carnaval, sendo transmitidas por meio de relações íntimas feitas sem proteção.
Herpes
Outra doença frequentemente adquirida no período carnavalesco por meio do sexo sem proteção e também pelo beijo na boca é a herpes, mal que tem um aumento expressivo nessa época do ano e preocupa autoridades sanitárias do país.
O médico pontua ainda que, para não ser afetado por estes males, o cuidado deve vir antes e durante a festa. “Procure se divertir de forma saudável entre amigos e família. Lembre da hidratação que é fundamental mesmo antes de sair às ruas, pois os riscos de desidratação sob o sol forte em meio a aglomeração são altos. Previna a população de risco como idosos e imunodeprimidos de se expor a possíveis doenças trazidas da rua pelos foliões, por meio do uso de máscaras faciais e lavagem frequente das mãos. Cuidado com o uso de álcool em gel sob o sol para não agredir a pele. E, por fim, não se esqueça de usar preservativos durante relações sexuais”, recomenda o Dr. Yuri.
Como buscar ajuda rápida para as doenças do pós-Carnaval
Com o pico de doenças infectocontagiosas superlotando os hospitais, a telemedicina - um dos principais avanços do setor de saúde durante a pandemia de Covid-19 - torna-se um aliado para quem precisa de acesso a receitas médicas, indicações de tratamentos e atestados, de forma rápida e segura.
Na última semana, um assunto pegou o mundo de surpresa: um diagnóstico de Mal de Alzheimer em um rapaz de 19 anos. A doença, cabe lembrar, aparece normalmente em idosos. É a pessoa mais jovem diagnosticada com o problema.
O nome do paciente não foi revelado. Sabe-se apenas que ele mora em Pequim, na China. O jovem começou a ter sintomas há dois anos, o que intriga ainda mais os cientistas, que jamais se depararam com isso.
O caso foi publicado na revista Journal of Alzheimer’s Disease em janeiro. Antes deste, o paciente mais jovem diagnosticado com o problema tinha 21 anos e também era chinês.
A situação fica ainda mais curiosa pelo fato do jovem não ter histórico da doença da família. Além disso, os familiares relatam que ele não passou por nenhum problema que poderia ter afetado a sua memória. A perda desta é o principal sintoma da doença.
O caso está sendo estudado pela Capital Medical University, que também fica em Pequim. Eles realizaram uma série de testes cognitivos com o paciente para chegarem ao diagnóstico.
As dificuldades dele o fizeram, entre outras coisas, ter que abandonar a escola, no último ano do Ensino Médio. Agora, a situação serve de laboratório para entender melhor a doença, especialmente em jovens.
Os exames no jovem identificaram uma atrofia do hipocampo cerebral, além do acúmulo da proteína beta. As duas são características da doença. Também houve um aumento da proteína tau, outra característica.
“Explorar os mistérios dos jovens com doença de Alzheimer pode se tornar uma das questões científicas mais desafiadoras do futuro”, disseram os pesquisadores ao jornal South China Morning Post.