O Governo Federal lançou nesta segunda-feira (27), através do Ministério da Saúde, o Movimento Nacional pela Vacinação, uma campanha que pretende resgatar o status brasileiro de país com altos índices de cobertura vacinal. Com o lema "Vacina é vida. Vacina é para todos", a iniciativa pretende ampliar a cobertura vacinal de todas vacinas disponíveis no Sistema Público de Saúde (SUS).
O Presidente Lula demonstrou preocupação com os níveis descrescentes de imunização na população brasileira nos últimos anos e destacou a ineficiência do governo passado e os movimentos negacionistas amplificados na sociedade durante a pandemia de Covid-19 como responsáveis pela problemática.
"Em 2015, o Brasil atingiu uma média de 95% de pessoas completamente imunizadas dentro do público-alvo de cada vacina do Programa de Imunizações, média que chegou a preocupantes 60,8% em 2021. Depois de um triste período de negacionismo e descrença na nossa ciência, o governo federal e o Ministério da Saúde voltarão a cuidar do povo brasileiro", ressaltou o presidente no Twitter
A primeira etapa da campanha consistirá na ampliação da cobertura vacinal de COVID-19, com aplicação de doses de reforço bivalentes em pessoas com maiores riscos de desenvolver formas graves da infecção. Este tipo de vacina protegerá contra a cepa original do coronavírus e as subvariantes ômicron, sendo considerada uma atualização mais eficiente das primeiras vacinas contra a infecção.
Serão vacinados idosos acima de 70 anos, pessoas imunocomprometidas, funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Segundo o Governo Federal, 18 milhões de brasileiros fazem parte desse grupo e por isso o Ministério da Saúde já distribuiu 19 milhões de doses para todos os estados brasileiros e o Distrito Federal.
No evento de lançamento da campanha, na cidade de Guará do Distrito Federal, o Presidente Lula recebeu uma dose da vacina bivalentes aplicado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Etapas da vacinação contra COVID-19 em 2022:
Fase 1: Pessoas com 70 anos ou mais, moradores de instituições de longa permanência (ILP), imunocomprometidas, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
Fase 2: 60 a 69 anos;
Fase 3: Gestantes e puérperas;
Fase 4: Profissionais da saúde.
Aqueles que tomaram apenas a primeira dose das vacina contra COVID-19, não poderão receber a bivalentes, devendo tomar a segunda dose antes
Os demais grupos, a partir dos 12 anos, serão incentivados a tomar uma dose de reforço da monovalente. É recomendado que tomem uma dose de reforço quem tiver menos de 40 anos e duas doses de reforço quem tiver mais de 40 anos .
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Um estudo publicado na revista General Psychiatry descobriu que ter relacionamentos ruins durante a meia-idade (entre os 40 e os 55 anos) pode aumentar o risco de doenças crônicas na velhice. Essa relação é ainda mais evidente entre as mulheres.
Dentre esses relacionamentos, estão parceiros, família, amigos, colegas de trabalho e outras conexões sociais. "Nossas descobertas têm implicações significativas para o gerenciamento e intervenção de doenças crônicas. Primeiro, no nível individual, essas implicações podem ajudar a aconselhar as mulheres sobre os benefícios de iniciar ou manter relações sociais diversificadas e de alta qualidade durante a meia-idade até o início da velhice", dizem os pesquisadores, em comunicado. Atualmente, diversas evidências científicas indicam fortes relações entre redes sociais bem estabelecidas e uma melhora do bem-estar durante o envelhecimento.
Para avaliar diretamente essa ligação, mas de um ponto de vista diferente, os pesquisadores analisaram 7.694 voluntárias do estudo longitudinal australiano de saúde da mulher e tentaram entender até que nível a satisfação delas com seus relacionamentos afetava a saúde. A pesquisa analisou mulheres entre 18 e 23 anos; 45 e 50 anos e 70 e 75 anos a cada três anos desde 1996 – o estudo transcorreu até 2016. Os dados foram obtidos a partir de diversos questionários.
As voluntárias classificavam os níveis de satisfação em cada um dos cinco tipos de relacionamento em uma escala de quatro pontos. Além do mais, também indicavam se haviam desenvolvido alguma das seguintes doenças crônicas: diabetes, pressão alta, doença cardíaca, AVC (acidente vascular cerebral), DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), asma, osteoporose, artrite, câncer, depressão e ansiedade.
Ter duas ou mais dessas doenças, ou apresentar outra condição a partir de uma das doenças listadas, foi considerado pelos pesquisadores como multimorbidade (múltiplas doenças).
Além das informações de estilo de vida e hormonais, os cientistas incluíram o país de nascimento, estado civil, residência, escolaridade, renda, peso, atividade física, consumo de álcool, tabagismo e estado da menopausa no estudo. No total, 58% das mulheres (4.484) tiveram múltiplas doenças crônicas a longo prazo (após 20 anos de monitoramento). Esses casos eram mais propensos a apresentar menor escolaridade, baixa renda, obesidade, tabagismo, serem fisicamente inativos e ter menopausa induzida cirurgicamente.
Considerando apenas o contentamento com relacionamentos amorosos, os pesquisadores descobriram uma relação interessante: quanto maiores os níveis de satisfação, menores os riscos de multimorbidade a longo prazo.
Em comparação a mulheres que relataram um nível alto de satisfação com as relações, aquelas que passaram por experiências ruins tiveram mais do que o dobro de probabilidade de desenvolver doenças crônicas na velhice.
De acordo com o estudo, a influência das relações foi equivalente a de fatores de risco bem estabelecidos, como sobrepeso ou obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool.
Se considerados todos os cinco tipos de relacionamento, apenas o de amizade não exerce influência direta sobre a incidência das doenças.
"No nível da comunidade, as intervenções com foco na satisfação ou qualidade do relacionamento social podem ser particularmente eficientes na prevenção da progressão de condições crônicas", pontuam os cientistas.
O estudo é observacional, portanto não estabelece uma relação de causa e efeito. Os resultados também se basearam em memórias das pessoas e não consideraram relacionamentos sociais do início da idade adulta.
Além disso, como a base de dados incluiu apenas mulheres australianas, as descobertas podem ser limitadas a esse grupo. Mas, em suma, a pesquisa serve de alerta e referência para outros estudos.
"Nos níveis nacional e global, as conexões sociais (por exemplo, satisfação no relacionamento social) devem ser consideradas uma prioridade de saúde pública na prevenção e intervenção de doenças crônicas", concluem os cientistas.
R7
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De acordo com dados do Ministério da Saúde, a endometriose afeta uma a cada dez mulheres entre 25 e 35 anos. A doença, explica a ginecologista e secretária da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da FEBRASGO, Dra. Márcia Mendonça Carneiro, é benigna e caracterizada pela presença de tecido menstrual (endométrio) fora do útero, podendo atingir não só órgãos reprodutivos, mas também intestino, bexiga e até os pulmões.
Segundo a ginecologista, em até 20% das mulheres a doença pode ser silenciosa. Os principais indícios da doenças são dores pélvicas relacionadas ao ciclo menstrual, dores durante o ato sexual e ao evacuar ou urinar. A dor pode apresentar piora durante o período menstrual e é uma alerta para a possibilidade de endometriose.
“Ao longo da vida, a endometriose pode comprometer o enfrentamento a esses desafios diários, resultando em limitações para alcançar objetivos de vida, como concluir os estudos, avançar na vida profissional”, aponta Dra Márcia. “Além disso, a doença pode interferir no desenvolvimento de relacionamentos estáveis e gratificantes ou afetar as chances de gravidez e formação de um família, o que em suma acaba alterando profundamente a trajetória de vida de uma pessoa”, conclui.
Quanto ao tratamento da endometriose, os principais objetivos são o alívio da dor, a obtenção de gravidez para as mulheres que desejam engravidar e a prevenção do retorno da doença. O tratamento pode incluir o uso de medicamentos, a realização de cirurgias ou a combinação de ambos. “É importante ressaltar que a doença não tem cura e que a recidiva (retorno) ocorre uma vez quando interrompido o tratamento”, explica a médica.
Ela ainda explica que a cirurgia, caso indicada, deve ser minimamente invasiva, ou seja, deve preservar útero e ovários, principalmente para as mulheres que desejam engravidar, já que a maioria estão em idade reprodutiva. O objetivo da cirurgia é remover todos os focos visíveis ou palpáveis de endometriose em uma única cirurgia. “A cirurgia melhora a dor, a qualidade de vida e a fertilidade da mulher”, diz Dra. Márcia. Ainda é importante ressaltar que para as mulheres que não planejam gravidez no futuro próximo ou tem custos ovarianos (endometrioma) , a preservação da fertilidade através do congelamento de óvulos deve ser considerada.
Ainda sobre o tratamento, as opções incluem a suspensão da menstruação através do uso de medicação hormonal, como a pílula combinada ou de progesterona, implante hormonal ou DIU medicado (Mirena©) e a remoção cirúrgica de lesões. “Apesar de seguro, o tratamento hormonal não funciona adequadamente ou não é tolerado por até 30% das mulheres e possui efeitos colaterais comuns, como sangramento irregular, dores de cabeça e alterações de libido”, pontua.
Sobre a prevenção da endometriose, Dra. Márcia comenta que não há meios eficazes de preveni-la e que alguns estudos sugerem que a prática de exercícios físicos e uma dieta equilibrada com alimentos ricos em ômega-3, com efeito anti-inflamatório e vitamina D, além do consumo de frutas e verduras preferencialmente orgânicas, e cereais integrais, parecem exercer efeito protetor, com redução no risco de desenvolvimento da endometriose.
“Quanto aos fatores de risco para a doença estão o histórico familiar, a ocorrência de ciclos menstruais com fluxo aumentado e a exposição a substâncias como os disruptores endócrinos presentes no meio ambiente, como plásticos e maquiagem, por exemplo, além disso a ingestão de alimentos em grandes quantidades podem piorar os sintomas, alimentos ricos em gordura trans, industrializados e carne vermelha”, conclui a Dra.
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