A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) iniciou nesta terça-feira, 7, a aplicação da vacina bivalente para pessoas com 65 anos ou mais de idade. A vacinação, em algumas cidades, também segue para imunocomprometidos com 12 anos ou mais.
O Ivan Nunes, do Piauí Notícias, esteve acompanhando alguns momentos da vacina e, na oportunidade, esteve entrevistando um idoso e ainda uma profissional que estava com os colegas no processo de aplicação da vacina.
Sete em cada dez casos de câncer de colo de útero são causados por um vírus contra o qual existe vacina disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde. Esse vírus é o HPV (papilomavírus humano), que também causa nove em cada dez casos de câncer de ânus e está relacionado a neoplasias malignas no pênis, vagina, vulva, boca e garganta.
Mesmo com tantas evidências do perigo que representa estar desprotegido contra essa IST (infecção sexualmente transmissível), o PNI (Programa Nacional de Imunizações) constatou queda na proteção do público-alvo dessa vacina no ano passado. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde em 21 de fevereiro, 87,08% das meninas brasileiras entre 9 e 14 anos de idade receberam a primeira dose da vacina em 2019, e, em 2022, a cobertura caiu para 75,81%. Entre os meninos, a cobertura vacinal caiu de 61,55%, em 2019, para 52,16%, em 2022.
Procurado nesta segunda-feira (6) pela Agência Brasil para atualizar os dados, o Ministério informou que, entre as meninas, a cobertura da vacina contra o HPV em 2022 alcançou 77,37% na primeira dose e 58,29% na segunda. Entre os meninos, 56,76% receberam a primeira dose e apenas 38,39% a segunda. Infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto I'Dor, José Cerbino Neto explica que poucos dos mais de 100 tipos de HPV são relacionados ao câncer, e os tipos 16 e 18 são os mais perigosos. Indicada no SUS (Sistema Único de Saúde) para adolescentes de 11 a 14 anos e pessoas com situações específicas de saúde, a vacina contra o HPV protege contra esses dois tipos e também contra duas cepas responsáveis por verrugas genitais. Além do público-alvo do PNI, pessoas de até 45 anos podem obter a vacina em clínicas privadas de imunização, segundo autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Se entende que a vacinação nessa população de 11 a 14 anos vai ter um maior impacto, porque essas pessoas estarão vacinadas desde antes de iniciar sua vida sexual. Mas para qualquer pessoa não vacinada até 45 anos há um benefício com a vacinação", destaca o pesquisador. Pessoas que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos também podem ser vacinados gratuitamente no SUS, em algum centro de referência de imunobiológicos especiais, com o esquema de três doses.
As estimativas do Ministério da Saúde dão conta de que cerca de metade de todas as mulheres diagnosticadas com câncer do colo de útero tem entre 35 e 55 anos e muitas, provavelmente, foram expostas ao HPV na adolescência ou na faixa dos 20 anos. Incidência
Apesar da associação a casos de câncer, a grande maioria dos casos de infecção pelo HPV não evolui dessa forma. Em grande parte dos casos, o próprio sistema imunológico se encarrega de combater o vírus antes do surgimento de sintomas.
Segundo o Ministério da Saúde, os primeiros sintomas podem aparecer de dois a oito meses após a infecção pelo HPV, mas continua a existir risco mesmo duas décadas após o contato. As manifestações sintomáticas são mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa. O vírus pode causar lesões visíveis e invisíveis a olho nu, e a manifestação mais frequente são verrugas na região genital ou anal. Essas verrugas, em geral, estão associadas aos tipos não cancerígenos de HPV.
Cerbino destaca que a maioria da população adulta vai ser infectada pelo HPV em algum momento da vida. Como os tipos do vírus associados ao câncer são os que provocam lesões mais graves, eles são os mais frequentemente diagnosticados e testados laboratorialmente, o que não significa que sejam os que mais circulam. "Eles são os mais identificados por serem os que causam mais doenças", destaca. "Como existe mais de um subtipo, há benefícios em tomar a vacina para quem já teve o HPV, porque você estaria aumentando sua proteção contra uma eventual nova infecção, embora isso não seja comum."
O Ministério da Saúde e o Inca (Instituto Nacional de Câncer) citam estudos internacionais que mostram que chega a 80% o percentual de mulheres sexualmente ativas que terão contato com um ou mais tipos de HPV em algum momento da vida, e essa porcentagem pode ser ainda maior em homens. Pesquisadores que se debruçam sobre o tema estimam que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada por HPV.
Para o infectologista da Fiocruz, campanhas antivacina e boatos se somam à dificuldade de mobilizar a faixa etária alvo da vacinação como alguns dos obstáculos a uma cobertura maior para a imunização contra o HPV.
"O nosso calendário vacinal tem vacinas recomendadas para todas as faixas etárias, mas a nossa cultura é vacinar as crianças. Então, o fato de a vacina ser aplicada dos 11 aos 14 anos pode ter contribuído para a cobertura ter sido mais baixa", avalia ele, que destaca que a vacina é segura e eficaz, além de ser aplicada em mais de 100 países. Vacina nova
O imunizante contra o HPV disponível no PNI e nas clínicas privadas até este ano é o quadrivalente, que protege contra quatro tipos do vírus, entre eles o 16 e 18, considerados mais perigosos. As clínicas privadas devem começar a aplicar nas próximas semanas uma nova versão da vacina, contra nove cepas, também incluindo o 16 e o 18 e outros cinco tipos de HPV de alto risco.
Responsável pelo setor de Imunização Humana do Richet Medicina & Diagnóstico, Patrícia Rosa Vanderborght explica que essa nova vacina vai aumentar a proteção contra o câncer de colo de útero e de outros tipos. A pesquisadora também destaca que a comunicação sobre a prevenção do HPV vem sendo muito restrita aos adolescentes, por causa das campanhas oficiais de vacinação, e às mulheres, por conta da prevenção do câncer de colo de útero.
"A incidência é muita alta, e homens não têm a cultura de ir ao médico e fazer exames como a mulher, que vai ao ginecologista. A gente observa muita falta de informação entre os homens, que acham que a vacina só é importante para mulheres", alerta. "Outra população importante é a população LGBT. A gente tem conversado com os infectologistas sobre a necessidade de essa população ter ciência da prevenção e da incidência de câncer."
Patrícia acrescenta que a vacinação contra o HPV na adolescência tem a vantagem de ser em esquema de apenas duas doses. Nas clínicas privadas, que vacinam o público adulto, são necessárias três doses.
A vitamina D é um hormônio fundamental para o bom funcionamento do nosso corpo. Além de auxiliar na formação dos ossos e dentes, ela também atua em diversas outras funções do organismo, como metabolismo e imunidade. Sendo assim, sua falta pode trazer sérios problemas para a saúde. “Em casos mais extremos, poderá levar a aumento da pressão arterial, bem como predispor à intolerância à glicose e alterações na secreção de insulina, aumentando as chances de desenvolvimento de diabetes tipo 2. Também pode estar associada a alterações ósseas, como a osteomalácia ou a osteoporose, nos adultos, e raquitismo, nas crianças”, explica Dr. Daniel Lerario, clínico geral e endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina.
Por este motivo, é importante que a avaliação dos níveis de vitamina D estejam presentes nos exames de rotina, e que o médico possa orientar a suplementação caso essa quantidade esteja abaixo do recomendado.
Sintomas da falta de vitamina D
Muitos sintomas podem ser elencados a partir da ausência de vitamina D. No entanto, entre os principais estão:
Sintomas da falta de vitamina D
Muitos sintomas podem ser elencados a partir da ausência de vitamina D. No entanto, entre os principais estão:
Fraqueza muscular; Dores crônicas; Sonolência; Fadiga; Quadros de irritabilidade e depressão; Queda de cabelo; Baixa resposta imunológica; Alterações no sono; Pressão alta; Gripes, resfriados e outras infecções respiratórias recorrentes, Alterações na densidade óssea e no cálcio.
Como consumir vitamina D?
De acordo com o especialista, o nosso organismo produz o nutriente sob a forma de vitamina D3, por meio da exposição da pele à luz solar, ou obtida no consumo de alguns alimentos de origem animal, como peixes e leite. “Outra forma é o consumo da vitamina D2, presente em suplementos, alimentos fortificados e alguns vegetais e fungos”, pontua.
Porém, para se expor ao sol com segurança, é importante que as regiões mais sensíveis do corpo, como o rosto, estejam protegidas. O médico recomenda 15 minutos para quem tem pele clara e 30 minutos a 1 hora para quem tem pele negra. Em ambos os casos, a exposição deve ocorrer de 2 a 3 vezes por semana, sem o uso do protetor solar. Como funciona a suplementação?
Nos casos em que há a necessidade de suplementação de vitamina D, a dose e a duração podem variar conforme cada caso, estado de saúde do paciente e os níveis do nutriente apontados no exame de sangue. Portanto, somente um médico poderá orientar sobre esta dosagem.
“É importante seguir corretamente a orientação de um especialista, pois assim como a falta de vitamina D, também o excesso poderá ser prejudicial à saúde”, conclui o endocrinologista.
Deixar de tomar o café da manhã pode comprometer o sistema imunológico e, por consequência, aumentar o risco de infecções, doenças cardíacas e até mesmo câncer. Os dados são de um novo estudo da Escola de Medicina Icahn, no Hospital Monte Sinai, nos Estados Unidos.
"Há uma consciência crescente de que o jejum é saudável e, de fato, há evidências abundantes dos benefícios do jejum. Nosso estudo fornece uma palavra de cautela, pois sugere que também pode haver um custo para o jejum, que acarreta um risco à saúde", diz o principal autor da pesquisa, Filip Swirski, em comunicado.
Para entender como o jejum afeta o sistema imunológico, os cientistas analisaram dois grupos de camundongos. Um deles tomou café da manhã logo após acordar, enquanto o outro não fez a refeição. Ao examinar os exames de sangue dos dois conjuntos, notaram que o número de monócitos (glóbulos brancos produzidos na medula óssea responsáveis por defender o organismo de corpos estranhos) caíram drasticamente no grupo em jejum após quatro horas de experimento.
Os cientistas descobriram que 90% dessas células desapareceram da corrente sanguínea, chegando a um quadro ainda mais drástico após oito horas em jejum.
Enquanto isso, os camundongos que tomaram café da manhã permaneciam com o mesmo número de monócitos.
Após 24 horas sem comer, os pesquisadores reintroduziram a refeição à rotina do grupo em jejum.
As células, que antes estavam em baixa, voltaram à corrente sanguínea em poucas horas. Porém, ao invés dos monócitos desempenharem o papel protetor que tinham, foram alterados e causaram um nível elevado de inflamação.
Isso significa que, ao invés de proteger contra infecções, estavam diminuindo a resistência do corpo às doenças.
Em suma, os pesquisadores constataram que há regiões específicas do cérebro responsáveis pela resposta dos monócitos durante o jejum. Porém, pular a primeira refeição do dia causa um estresse no cérebro, que muda o curso comum desses glóbulos brancos.
"O estudo mostra que, por um lado, o jejum reduz o número de monócitos circulantes, o que pode ser considerado bom, já que essas células são componentes importantes da inflamação. Por outro lado, a reintrodução de alimentos cria um surto de monócitos que retornam ao sangue, o que pode ser problemático", explica Swirski.
"Como essas células são tão importantes para outras doenças, como doenças cardíacas ou câncer, é fundamental entender como sua função é controlada", finaliza o pesquisador.