Pesquisadores canadenses publicaram um estudo no jornal Environmental Health, onde eles afirmam que a exposição a poluição atmosférica mesmo que em pequenas quantias, por um curto período de tempo, já é o suficiente para prejudicar algumas funções do cérebro.

De acordo com os pesquisadores, o teste foi feito selecionando cerca de 25 adultos, saudáveis, que foram expostos ao escapamento de diesel e ao ar filtrado, em diferentes momentos, sendo passados por ressonância magnética cerebral antes e depois do teste.

De acordo com o autor sênior do estudo, e chefe de medicina respiratória na Universidade da Columbia Britânica, Chris Carlsten, a pesquisa rebateu teses que antes eram pensadas e tratadas como certas: “Por muitas décadas, os cientistas pensaram que o cérebro podia estar protegido dos efeitos nocivos da poluição do ar. Este estudo, que é o primeiro desse tipo no mundo, fornece entretanto novas evidências que sustentam uma conexão entre a poluição do ar e a cognição”

É mostrado no estudo, que a área afetada no pouco tempo de exposição é chamada de default mode network (DMN), traduzido como rede de modo padrão, no cérebro. Essa área é importante para questões relacionadas a memória e o pensamento, podendo influenciar até na questão relacionada a depressão.

A parte boa do estudo, é que de acordo com as pesquisas, os sintomas detectados foram temporários, entretanto, uma pessoa que vive rotineiramente em situações na qual recebe esses poluentes com constância, os sintomas que irão atingi-la, poderá acontecer por um longo período de tempo.

Carlsten não sabe dizer como isso afetaria em um longo prazo, mas faz uma ressalva para os líderes de governos e autoridades da saúde pública: “A poluição do ar é agora reconhecida como a maior ameaça ambiental à saúde humana... Acho que veríamos impactos semelhantes no cérebro da exposição a outros poluentes atmosféricos, como fumaça de incêndio florestal. Com a crescente incidência de distúrbios neuro cognitivos, é uma consideração importante para autoridades de saúde pública e formuladores de políticas.

Hoje, a poluição do ar, é a maior ameaça a saúde ambiental do mundo, sendo responsável por cerca de 7 milhões de mortes no ano, no mundo todo. Além disso ela é responsável por causar inúmeras doenças que variam de asma até câncer, ou até mesmo, doenças pulmonares e no coração.

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O diretor do Departamento de Imunizações do Ministério da Saúde, Éder Gatti, anunciou nesta quinta-feira (26) que o SUS (Sistema Único de Saúde) aplicará, a partir de 27 de fevereiro, a vacina atualizada da Pfizer contra a Covid-19.

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Durante a 1ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite de 2023 — que envolve chefes das equipes de saúde da União, estados e municípios —, o representante do Ministério da Saúde apresentou o esquema da campanha de imunização contra a Covid que será lançada em breve. O reforço com a vacina bivalente da Pfizer, que oferece proteção específica contra a variante Ômicron do coronavírus, será destinado a grupos prioritários estabelecidos pelo governo. A exigência é que a pessoa tenha tomado ao menos duas doses dos imunizantes disponíveis até então. A vacinação será escalonada, assim como acontece com a injeção da gripe anualmente, no seguinte esquema:

  • Fase 1: pessoas maiores de 70 anos, residentes de instituições de longa permanência, indivíduos imunocomprometidos, moradores de comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas;
  • Fase 2: pessoas de 60 a 69 anos;
  • Fase 3: gestantes e puérperas;
  • Fase 4: Profissionais da saúde;

O governo conseguiu, segundo Gatti, garantir 49 milhões de doses da vacina atualizada para cobrir esses grupos. A meta é vacinar 90% dessa população.

"A ideia é garantir vacinação de reforço com bivalente para os grupos prioritários logo agora no começo do ano. São justamente as pessoas que têm maior risco de se expor e de morrer por Covid-19", disse o diretor.

Além do reforço com o imunizante bivalente, o governo vai usar a campanha para aumentar a cobertura vacinal de indivíduos que não completaram o esquema primário.

Atualmente, pessoas até 40 anos podem tomar uma dose adicional. Para quem tem mais de 40 anos, estão liberadas duas doses.

Todas essas são feitas com vacinas monovalentes, de primeira geração (Pfizer, Janssen e AstraZeneca). A CoronaVac chegou a ser usada em adultos no início da campanha, em 2021, mas não está mais disponível. Vacina da Covid-19 para crianças

Outro foco do Departamento de Imunizações é a vacinação de crianças contra a Covid-19. Para isso, o ministério começará a distribuição aos estados de 8,5 milhões de doses da vacina Pfizer Baby (6 meses a 4 anos) e de 9,2 milhões de vacinas pediátricas da Pfizer (5 a 11 anos).

Em outra frente, o ministério comprou todo o estoque disponível de CoronaVac do Instituto Butantan, um total de 2,6 milhões de doses, das quais cerca de 750 mil já foram distribuídas. Essa vacina pode ser aplicada em crianças de 3 a 11 anos.

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Foto: Eric Gaillard/Reuters

Como sabemos que ser saudável é muito mais do que não estar doente ou ir apenas em consultas médicas periódicas: Como define a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é um estado de equilíbrio físico, mental e social.

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Para os brasileiros a precupação com a saúde está no topo da lista de preocupações. E essa preocupação se intensificou com a pandemia, a qual fez com que os holofotes voltassem para demonstrar a importância de cuidar não só do corpo mas da saúde mental também, afinal, corpo e mente são indissociáveis. Afinal, nossa saúde não é aleatória nem uma sentença da genética: ela depende das escolhas que fazemos no dia a dia, dos nossos hábitos e comportamentos.

“Estudos mostram que 43% dos nossos comportamentos são automáticos. Se queremos incluir hábitos mais saudáveis na rotina é importante ‘retreinar' nosso cérebro”, afirma a psicóloga Fernanda Bornhausen, uma das líderes do Saúde-Se, projeto global do Grupo Mulheres do Brasil, que tem como objetivo inspirar e ajudar, até dezembro deste ano, 1 milhão de pessoas a adotar um estilo de vida mais saudável.

Fernanda sugere que, se queremos adotar comportamentos mais saudáveis, o primeiro passo é ter consciência de nossos hábitos diários, compreender a motivação interna para a mudança e, a partir do comportamento que desejamos incorporar, definir pequenos passos viáveis para chegar lá. E celebrar sempre cada pequena conquista.

Sabe-se que um dos segredos para mudança pe escolher comportamentos que ativem naturalmente os neurotransmissores de seratonina, endorfina, dopamina e ocitocina, que promovem sensações de bem-estar e ajudam diretamente na formação e manutanção dos hábitos. Isso ocorre quando optamos por uma atividade que nos dá prazer.

Conforme os estudam mostram, que adotar hábitos mais saudáveis pode reduzir até 80% a incidência de doenças crônicas não-transmissíveis,, entre elas o colesterol alto, hipertensão, problemas cardíacos, diabetes, obesidade e diversos tipos de câncer.

O conjunto de evidências sobre os benefícios de ter uma vida saudável é a base da Medicina do Estilo de Vida, que tem seis pilares principais

alimentação balanceada; prática regular de atividade física; busca de um sono reparador; controle do estresse; controle do consumo de substâncias tóxicas (como cigarro e álcool) e relacionamentos saudáveis

Não são pilares isolados, mas um conjunto de elementos inter-relacionados, pois cuidar das emoções é tão importante quanto ter uma alimentação equilibrada. E os estudos comprovam que genética não é destino: os nossos hábitos podem reduzir o peso dessa herança.

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Um estudo divulgado na terça-feira (24) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) traçou um perfil dos profissionais de saúde mortos no primeiro ano da pandemia de covid-19 e mostrou que mais enfermeiros foram vítimas da doença na Região Norte que na Região Sudeste. O trabalho foi publicado na revista científica Ciência & Saúde Coletiva.

A autora principal do artigo, Maria Helena Machado, diz que os dados regionais de mortalidade dos profissionais de saúde por covid-19 entre março de 2020 e março de 2021 são “uma fotografia real, crua e dura da desigualdade social que impera no país e no Sistema Único de Saúde [SUS]”.

A pesquisa mostra que, dos 582 mil enfermeiros que existem no país, apenas 7,6% estão na Região Norte, e 45,1%, na Região Sudeste. Mesmo assim, dos 200 enfermeiros mortos por covid-19 e contabilizados pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) no primeiro ano da pandemia, 29,5% eram do Norte e 26,5%, do Sudeste. Em números absolutos, foram 59 vítimas no Norte, e 53, no Sudeste.

"É lá [Região Norte] que se vê com clareza onde o genocídio dos profissionais se deu forma mais aguda. É onde tem piores condições de trabalho e maior aglomeração da população desesperada por atendimento. O Amazonas foi um exemplo vivo do descaso com que a Amazônia Legal vem sendo tratada no país. Ela ficou muito descoberta e desprotegida", disse a pesquisadora, em texto publicado pela Agência Fiocruz de Notícias.

O Amazonas foi o estado brasileiro em que houve mais mortes de enfermeiros no primeiro ano da pandemia, com 12,5% do total. São Paulo teve 10,5%, e Rio de Janeiro, 9,5%. Subnotificação

Outro alerta trazido pela pesquisa é a possível subnotificação nos dados de profissionais de saúde vítimas da pandemia. O estudo cita números da Organização Mundial da Saúde (OMS) que estima pelo menos 115 mil profissionais da saúde vítimas da covid-19 até maio de 2021, em todo o mundo, mas considera que o total pode ser ainda maior.

Para o estudo da Fiocruz, foram usados os bancos de dados do Cofen e do Conselho Federal de Medicina (CFM), mas a pesquisa chama a atenção para o fato de não haver no país sistematização dos números de contaminados e de mortes entre os trabalhadores da saúde.

"É importante assinalar que a escassez e, por vezes, a ausência sistemática de dados sobre óbitos de profissionais de saúde em geral durante a pandemia é um fato grave. Isso implica um apagão de fatos que aconteceram e estão acontecendo com esses trabalhadores, gerando um cenário de incertezas na pandemia e no pós-pandemia", diz um trecho do artigo. Médicos e auxiliares de enfermagem

A disparidade entre a proporção de profissionais e a proporção de mortes também aparece entre médicos e auxiliares de enfermagem. Com apenas 4,5% dos médicos do país, mas teve 16,1% dos óbitos entre esses profissionais. Entre os auxiliares de enfermagem, 8,7% estão no Norte, enquanto 23,2% das vítimas dessa categoria profissional se concentram nesses estados.

A pesquisa mostra ainda que 75% dos médicos mortos estavam acima dos 60 anos, enquanto 80% dos técnicos ou auxiliares de enfermagem mortos estavam abaixo dessa faixa etária.

"A enfermagem tem uma inserção mais institucional, assalariada e com tempo de trabalho predeterminado. Boa parte da enfermagem no Brasil tem assegurado o direito formal à aposentadoria. Na medicina, é exatamente o contrário, pois infelizmente os médicos estão cada vez mais de forma autônoma no mercado profissional. A outra questão é que as categorias da enfermagem têm inserção no mercado de trabalho em fases da vida bastante distintas. Os técnicos podem iniciar a jornada por volta dos 18 anos, por exemplo. Os enfermeiros, assim como os médicos, precisam primeiro se formar na universidade, mas o curso de medicina é mais longo, fazendo que com que esses profissionais entrem mais tarde no mercado, o que também contribui para o prolongamento de suas carreiras”, analisa a pesquisadora.

O perfil dos profissionais da enfermagem mortos por covid-19 foi principalmente de mulheres negras. Entre os enfermeiros vitimados, 59,5% eram mulheres, enquanto, entre os auxiliares de enfermagem, elas eram 69,1%. Já em relação à raça, 31% dos enfermeiros que morreram por Covid-19 eram brancos, e 51%, pretos e pardos. Já entre os auxiliares e técnicos, 29,6% eram brancos e 47,6% pretos e pardos.

Entre os médicos, 87,6% das vítimas são homens, e 12,4%, mulheres. A pesquisa informou que dados sobre cor e/ou raça não estão disponíveis no caso dos médicos.

Agência Brasil