• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • vamol.jpg
  • WhatsApp_Image_2025-06-06_at_12.28.35_2.jpeg

Um estudo apresentado no Congresso Mundial de Cardiologia trouxe uma boa novidade aos homens casados: o matrimônio pode colaborar com o coração — literalmente. Para os solteiros, no entanto, o prognóstico não é tão positivo, já que evitar o casamento aumenta em duas vezes os riscos de morrer em cinco anos por insuficiência cardíaca.

A pesquisa trouxe evidências de que o sexo e o estado civil podem exercer influência direta no risco de doenças cardíacas.

Um estudo publicado na Brazilian Medical Students Journal mostrou que, no Brasil, a insuficiência cardíaca é responsável por uma elevada taxa de internações e óbitos, que gera um alto custo para o sistema público.

De 2015 a 2020, foram registrados 1.212.249 de internações e 134.703 óbitos pela condição.

Vale ressaltar que a insuficiência cardíaca ocorre quando o músculo do coração fica muito fraco ou rígido para bombear o sangue para o restante do corpo.

"Existe uma ligação entre o status de relacionamento de uma pessoa e seu prognóstico clínico [com insuficiência cardíaca], e é importante descobrir por que isso ocorre", disse Katarina Leyba, médica da Universidade do Colorado e principal autora do estudo, em comunicado.

Os cientistas usaram dados de outra pesquisa, intitulada Estudo Multiétnico de Arterosclerose, com 6.800 adultos americanos entre 45 e 84 anos. Do total, eles analisaram 94 voluntários com insuficiência cardíaca.

A investigação avaliou o tempo que essas pessoas permaneceram vivas após o diagnóstico de insuficiência, considerando o gênero e estado civil de cada um. Como, naturalmente, a taxa de mortalidade da condição é maior entre os idosos, o estudo também separou esses dois critérios de outros fatores de risco mais conhecidos, como a depressão, por exemplo.

Os resultados mostraram que homens que nunca se casaram tinham duas vezes — 2,2, mais precisamente — mais possibilidades de morrer de insuficiência cardíaca dentro de, em média, cinco anos após o diagnóstico quando comparados a mulheres de qualquer estado civil e homens casados.

Quando os solteiros ao longo da vida foram comparados com homens viúvos, divorciados ou separados, esse risco não aumentou. Para as mulheres, o estado civil não desempenhou um papel significativo.

A possível explicação para a colaboração do matrimônio para a saúde é o apoio mútuo. Além da clara influência benéfica que a interação social desempenha no humor e no bem-estar em geral, ter alguém para atuar como cuidador, por exemplo, acompanhando diretamente a sua saúde, observando se está tomando corretamente os medicamentos e levando para consultas médicas, faz toda a diferença.

Conviver com outras distinções, como comportamentos de saúde, dieta, exercício e ausência de consumo de álcool, também exerce influência.

Esses fatores podem mudar de pessoa para pessoa, mas estar com alguém que conheça as suas limitações e que esteja ciente da situação geral pode ajudar no momento de traçar estratégias mais assertivas para o cuidado com a saúde.

"Como médicos, precisamos pensar em nossos pacientes não apenas em termos de fatores de risco médicos, mas também no contexto de sua vida", ponderou Leyba.

Ainda não há cura para a insuficiência cardíaca, porém medicamentos, alterações na dieta e a prática de atividade física podem melhorar a qualidade de vida do indivíduo.

Por se tratar de uma condição crônica, ela deve ser monitorada de perto e gerenciada pelo resto da vida, com medições diárias de peso (um aumento repentino pode significar acúmulo de líquido), por exemplo.

Os cientistas recomendam que os profissionais de saúde conversem com seus pacientes para entender como as relações pessoais podem afetar o seu tratamento.

"Como nossa população está envelhecendo e vivendo mais, é imperativo determinar a melhor forma de apoiá-la durante o processo de envelhecimento, e isso pode não ser tão fácil quanto tomar uma pílula. Precisamos adotar uma abordagem personalizada e holística para apoiar os pacientes, especialmente com um processo de doença crônica como insuficiência cardíaca", finaliza a pesquisadora.

R7

 

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou, na terça-feira (28), o Instituto Butantan a iniciar os testes finais em humanos de uma nova vacina (tetravalente) contra a gripe. O imunizante confere uma proteção adicional contra mais um tipo do vírus influenza.

butantan

O objetivo dessa fase da pesquisa é avaliar a segurança, a imunogenicidade (capacidade de estimular a produção de anticorpos) e a consistência da resposta imune. O Instituto Butantan é o único fornecedor das vacinas contra a gripe que são usadas pelo SUS em todo o Brasil.

As vacinas são trivalente. A formulação varia de acordo com os vírus que circulam a cada ano, mas, basicamente, inclui duas cepas do influenza A e uma cepa do influenza B. A definição é feita pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Atualmente, é composta pelo vírus influenza fragmentado e inativado, contendo a cepa A (H1N1), a cepa A (H3N2) e a cepa B (linhagem Victoria e Yamagata).

O Butantan quer agora uma vacina nos moldes das que já são usadas na rede privada, com duas cepas de influenza A e outras duas de influenza B.

A nova formulação inclui também o vírus influenza B (linhagem Victoria – TIV-V-IB).

"Dessa forma, espera-se obter uma vacina análoga à trivalente, mas com uma proteção adicional contra uma segunda cepa B, determinada sazonalmente pela Organização Mundial da Saúde", diz a Anvisa em comunicado.

Na campanha do ano passado, o Ministério da Saúde distribuiu 80 milhões de doses.

Neste ano, o calendário de imunização contra a gripe para os grupos prioritários deve ter início em abril, porém, ainda com a vacina trivalente.

O estudo atual da vacina tetravalente pretende incluir cerca de 7.000 participantes em São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Ceará, Sergipe e Pernambuco.

Esta última fase do estudo, antes do pedido de registro na Anvisa, deve durar 12 meses, podendo ser prorrogada.

R7

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, descobriu um medicamento injetável capaz de reduzir a internação de pacientes com Covid-19 logo no início da doença - o Interferon Lambda Peguilado.

A pesquisa, liderada pelo brasileiro Gilmar Reis e por Edward Mills, docentes da Universidade McMaster, contou com a parceria de Jordan Feld da UHN (University Health Network) e de Jeffrey Glenn, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. As descobertas foram publicadas no periódico The New England Journal of Medicine, em 9 de fevereiro. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, descobriu um medicamento injetável capaz de reduzir a internação de pacientes com Covid-19 logo no início da doença - o Interferon Lambda Peguilado.

A pesquisa, liderada pelo brasileiro Gilmar Reis e por Edward Mills, docentes da Universidade McMaster, contou com a parceria de Jordan Feld da UHN (University Health Network) e de Jeffrey Glenn, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. As descobertas foram publicadas no periódico The New England Journal of Medicine, em 9 de fevereiro. Eles alegam, ainda, que o Lambda não é um medicamento específico para um vírus, podendo atender todas as suas variantes, e até mesmo outros vírus respiratórios, como o da Influenza - o qual estão iniciando testes para sua efetividade, na ocasião.

“Esta descoberta nos permite entrar em uma nova era onde você pode ter intervenções de pan-vírus contra uma série de doenças”, disse Mills, professor do Departamento de Métodos de Pesquisa em Saúde, Evidências e Impacto.

“O objetivo final seria usá-lo em combinação com Paxlovid, mas isso precisa ser avaliado em um ambiente de ensaio clínico”, finaliza Reis.

R7

O sono, junto com a alimentação e atividade física, faz parte de uma tríade da qualidade de vida. Agora, cientistas descobriram que a falta dele representa um alto risco de você sofrer um infarto.

isonia

Em um estudo apresentado durante o Congresso Mundial de Cardiologia, pesquisadores da Universidade de Alexandria, no Egito, revelaram que indivíduos que sofrem de insônia podem ter até 69% mais chances de ter um ataque cardíaco, em comparação com quem não tinha o distúrbio do sono. A autora do estudo, Yomna E. Dean, e seus colegas realizaram uma revisão sistemática de outros estudos relacionados, totalizando 1.226 artigos científicos com dados de 1,1 milhão de adultos.

Deste total, 13% (153,8 mil) apresentavam insônia, definida com base em diagnóstico médico ou em sintomas (dificuldade em adormecer, dificuldade em manter o sono ou acordar cedo e não conseguir dormir de novo).

O estudo não incluiu indivíduos com apneia obstrutiva do sono, outra doença que é fator de risco para problemas cardiovasculares. Mesmo desconsiderando outros fatores de risco para infarto, como idade, comorbidades e tabagismo, por exemplo, os pesquisadores encontraram uma associação estatisticamente significativa entre insônia e ataque cardíaco.

As comorbidades, todavia, acabam se somando ao risco da própria insônia. No caso de indivíduos com diabetes e o distúrbio do sono, a probabilidade de infartar dobra.

“Nosso estudo mostrou que pessoas com insônia são mais propensas a ter um ataque cardíaco, independentemente da idade, e ataques cardíacos ocorreram com mais frequência em mulheres com insônia", afirmou Yomna em comunicado.

Os autores ainda chamaram atenção para o tempo de sono. Indivíduos que relataram dormir menos de cinco horas por noite tiveram chance aumentada em até 1,56 vez de sofrer um ataque cardíaco, em comparação com aqueles que dormiam de seis a oito horas.

Yomna defende que a comunidade médica se esforce para demonstrar à população a importância do sono.

"Precisamos fazer um trabalho melhor para educar as pessoas sobre o quão perigoso [a falta de um bom sono] pode ser", diz.

R7

Foto: Freepik