Um estudo publicado nesta quinta-feira (5) na revista Science afirma que indivíduos obesos podem ter prejuízo no sistema imunológico mesmo após emagrecerem.

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O grupo de cientistas, conduzido pelo pesquisador Masayuki Hata, da Universidade de Kyoto, no Japão, obteve evidências de que uma dieta rica em gordura altera a imunidade inata — anticorpos que estão presentes desde o nascimento e oferecem resposta imediata a invasões estranhas —, a ponto de facilitar o surgimento de doenças inflamatórias.

Em uma análise feita com camundongos, eles verificaram que os macrófagos (um tipo de célula de defesa) do tecido adiposo dos roedores alimentados com uma dieta rica em gordura apresentaram mudanças epigenéticas que levaram ao aumento da expressão de genes que funcionam em respostas inflamatórias.

Os achados abrem caminho para a explicação, por exemplo, da degeneração macular, uma doença neuroinflamatória que causa cegueira irreversível, associada à idade e à obesidade.

No estudo com camundongos, mesmo após eles retornarem ao peso e metabolismo normais, a expressão de genes relacionados às respostas inflamatórias permaneceu alterada.

Uma das hipóteses para o caso da degeneração macular, segundo Hata, que atua no departamento de oftalmologia e ciências visuais, é que a gordura, mais especificamente ácidos graxos, como o ácido estérico, provoca modificações nos macrófagos resistentes adiposos para um fenótipo pró-inflamatório, que é retido durante o envelhecimento.

Essas células retidas podem viajar para outras partes do corpo, incluindo os olhos, e provocar cegueira.

Estudos mais aprofundados, inclusive em humanos, poderão direcionar essas descobertas para a reversão das mudanças no sistema imunológico ocorridas em períodos de obesidade.

R7

Foto: shutterstock/Reprodução

Não sei quando que esse modismo apareceu, mas certamente foi nesse verão que o acessório se consagrou como o símbolo da galera descolada, cool e moderna. Pelo menos é o que vejo no litoral norte paulista.

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O copo Stanley e suas variações de marcas, modelos e tamanhos, é um recipiente térmico onde se armazenam bebidas e seu grande diferencial é a manutenção da temperatura por pelo menos cinco horas, sem suar o lado externo do copo. É a grande sensação do verão brasileiro. Essas qualidades seriam perfeitas se o líquido contido no interior ajudasse a hidratar os corpos suados por um calor de mais de 30 graus, mas não é isso que vejo.

O utensílio ajuda a manter a temperatura do gin, vodca, cerveja e outras bebidas alcoólicas, e aí que mora o perigo. A capacidade do copo é de quase meio litro, o gelo demora a derreter, não colaborando com a diluição do álcool, a temperatura exterior convida a aumentar o consumo.

Ao contrário do que se pensa, o consumo do álcool no verão aumenta a chance de desidratação. Além da transpiração, mecanismo natural de resfriamento do corpo, em que há a perda de líquido e de sais minerais, o álcool inibe a produção de um hormônio antidiurético chamado vasopressina, responsável por reabsorver água, principalmente da urina, a fim de evitar a desidratação. Com o álcool presente no organismo, favorece excreção de água, além da formação de cálculos renais, as famosas pedras nos rins. Essa é a razão pela qual a pessoa, quando bebe, costuma ir ao banheiro mais vezes do que de costume.

Algumas pessoas, quando bebem muito, têm diarreia, isso porque o álcool é reabsorvido na parede no intestino, colaborando para a desidratação.

Entre os sais minerais perdidos na desidratação, estão o sódio e o potássio, responsáveis pelo equilíbrio eletrolítico do corpo e são minerais necessários para que as células, músculos e nervos funcionem corretamente. Isso leva a piora da sensação de sonolência que o álcool causa, daí o motivo pelo qual nos sentimos cansados após ficarmos o dia inteiro esparramados na espreguiçadeira. A falta desses dois minerais também causa câimbras, letargia, queda da pressão arterial e confusão mental.

As bebidas alcoólicas também podem prejudicar a perda ou a manutenção do peso. O álcool não só é mais calórico do que o açúcar, como tem quase o dobro de calorias (7 Kcal/g contra 4 Kcal/g), para se ter uma ideia das calorias dos drinks mais famosos das praias brasileiras, a lata de cerveja (350 ml) fornece 150 Kcal, um copo de caipirinha (200 ml) pode chegar a 500 Kcal, se for colocado no tal copo Stanley, duplica-se esse número.

Quase nunca o consumo de álcool acontece sozinho, na praia, a bebida “chama” um acompanhamento: queijo, amendoim, espetinho, peixe frito. Isso porque o álcool aumenta a percepção do apetite (daí os chamados aperitivos — pois abrem o apetite), podendo influenciar em uma série de hormônios responsáveis pela sensação de saciedade inibindo, por exemplo, a ação do GLP 1 e das leptinas.

O álcool é chamado de caloria vazia porque não fornece nenhum nutriente além de energia, ou seja, engorda sem nutrir. Não pode ser armazenado no organismo por ser uma substância tóxica e, portanto, deve ser eliminado imediatamente. Para que isso ocorra, nossas vias metabólicas são todas alteradas e, entre as consequências, ocorre o favorecimento de acúmulo de gordura, principalmente na região abdominal.

Mas como nessa vida tudo é equilíbrio, é possível continuar tomando seus bons (pouco) drinks embaixo do guarda-sol. Reveze o conteúdo do copo com água, água de coco, chá ou suco de frutas. Opte por petiscos mais leves, como palitinhos de legumes, tomate cereja, picles, ovos de codorna cozidos, torradas com conserva de legumes e guacamole. Prefira os fermentados aos destilados, que são mais calóricos e com maior teor alcoólico, e aprecie com moderação.

O Globo

Foto: Fabiano Rocha / Agência O Globo

Um novo medicamento que conseguiu, em estudos, reduzir em média 17% do peso de pacientes com obesidade ou sobrepeso (com comorbidades) chegará ao Brasil nos próximos meses. O primeiro passo já foi cumprido, na segunda-feira (2), com a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O remédio em questão é o Wegovy, cujo princípio ativo é a semaglutida, o mesmo de outra droga já liberada no país para o tratamento de diabetes tipo 2, o Ozempic. Esse último, todavia, já tem sido prescrito por médicos em caráter off-label (sem indicação em bula) para emagrecer. Um novo medicamento que conseguiu, em estudos, reduzir em média 17% do peso de pacientes com obesidade ou sobrepeso (com comorbidades) chegará ao Brasil nos próximos meses. O primeiro passo já foi cumprido, na segunda-feira (2), com a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O remédio em questão é o Wegovy, cujo princípio ativo é a semaglutida, o mesmo de outra droga já liberada no país para o tratamento de diabetes tipo 2, o Ozempic. Esse último, todavia, já tem sido prescrito por médicos em caráter off-label (sem indicação em bula) para emagrecer. O tratamento continua sendo com o uso de injeções semanais de semaglutida. O Wegovy é vendido em cinco tipos de canetas aplicadoras, com doses de 0,25 mg, 0,5 mg, 1 mg, 1,7 mg e 2,4 mg.

O paciente inicia com 0,25 mg (quatro semanas), e as doses são aumentadas gradualmente ao longo de 16 semanas, até a dose de manutenção, que é de 2,4 mg.

A fabricante dos dois medicamentos, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, faz a seguinte ressalva em seu site voltado ao público dos Estados Unidos, onde o Wegovy já está disponível desde 2021: "Embora Wegovy e Ozempic contenham semaglutida, eles são produtos diferentes, com indicações, dosagens, informações de prescrição, esquemas de titulação etc. diversas. Os produtos não são intercambiáveis".

A própria Novo Nordisk diz que não faz nenhum tipo de promoção para uso off-label do Ozempic no tratamento de sobrepreso ou obesidade.

Enquanto o Wegovy não chega ao mercado, a única opção disponível é um "primo" dele, o Saxenda, que consiste em injeções diárias de liraglutida.

Uma revisão feita por pesquisadores do Texas em 2016 e publicada na revista Obesity Science & Practice mostrou que quem fez uso de 3 mg do Saxenda perdeu, em média, 6% do peso original (6,4 kg) após 56 semanas.

Indivíduos que utilizaram 1,8 mg perderam uma média de 4,7% do peso (5 kg). O grupo que tomou placebo — substância sem efeito no organismo — emagreceu 2% (2,2 kg).

R7

A subvariante Ômicron, XBB.1.5, está causando preocupação entre os cientistas depois de sua rápida disseminação na Europa e nos Estados Unidos em dezembro.

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Aqui está o que se sabe até agora sobre ela: O que é a subvariante XBB.1.5 e como ela se comporta?

A epidemiologista sênior da OMS (Organização Mundial da Saúde), Maria Van Kerkhove, disse que o XBB.1.5 é a subvariante Ômicron mais transmissível que foi detectada até agora. Ele se espalha rapidamente por causa das mutações que contém, permitindo que ele se junte às células e se replique facilmente.

"Nossa preocupação é quão transmissível é", disse Van Kerkhove em entrevista coletiva na quarta-feira (4). Estima-se que a XBB e XBB.1.5 representem 44,1% dos casos de Covid-19 nos Estados Unidos na semana de 31 de dezembro, acima dos 25,9% da semana anterior, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Ela também foi detectada em 28 outros países em todo o mundo, disse a OMS.

O XBB.1.5 é mais um descendente da Ômicron, a variante mais contagiosa do vírus causador da Covid, que agora é globalmente dominante. A XBB, detectada pela primeira vez em outubro de 2022, é um recombinante de duas outras subvariantes da Ômicron. O quão perigoso é XBB.1.5?

A OMS disse que ainda não possui dados sobre a gravidade, nem um quadro clínico sobre seu impacto. A pasta afirma que não viu nenhuma indicação de que sua gravidade havia mudado, mas que o aumento da transmissibilidade é sempre uma preocupação.

"Esperamos novas ondas de infecção em todo o mundo, mas isso não precisa se traduzir em mais ondas de morte porque nossas contramedidas continuam funcionando", disse Van Kerkhove, referindo-se a vacinas e tratamentos.

Ela disse que a OMS não pode atribuir atualmente o aumento de hospitalizações no nordeste dos Estados Unidos à variante, uma vez que muitos outros vírus respiratórios também estão em circulação.

Os virologistas concordam que o surgimento da nova subvariante não significa que haja uma nova crise na pandemia. Novas variantes são esperadas à medida que o vírus continua a se espalhar.

É provável que o XBB.1.5 se espalhe globalmente, mas ainda não está claro se causará sua própria onda de infecções em todo o mundo. As vacinas atuais continuam protegendo contra sintomas graves, hospitalização e morte, dizem os especialistas.

"Não há razão para pensar que o XBB.1.5 seja mais preocupante do que outras variantes que vêm e vão no cenário em constante mudança das mutações do Covid", disse o professor Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group. O que e quem está fazendo algo sobre isso?

O Grupo Consultivo Técnico sobre Evolução do Vírus da OMS está fazendo uma avaliação de risco da subvariante. Van Kerkhove disse na quarta-feira (4) que espera publicar isso nos próximos dias.

A OMS disse que está monitorando de perto quaisquer possíveis mudanças na gravidade da subvariante com a ajuda de estudos de laboratório e dados do mundo real.

Reuters

Foto: Kobby Mendez/ Unplash