Uma pesquisa recente, apresentada no 9º Simpósio da Bienal de Benefícios do Morango para a Saúde (BHBS, na sigla em inglês), demonstrou que comer uma xícara de morangos — em torno de oito — por dia colabora com a saúde do coração e traz benefícios cardiometabólicos para o ser humano.
"O estudo 'Global Burden of Disease' mostrou que uma dieta pobre em frutas está entre os três principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e diabetes. Para resolver a 'lacuna de frutas', precisamos aumentar a quantidade total de frutas consumidas, bem como a diversidade de frutas na dieta. O acúmulo de evidências na saúde cardiometabólica sugere que apenas uma xícara de morangos por dia pode mostrar efeitos benéficos", diz Britt Burton-Freeman, professora do Instituto de Tecnologia de Illinois, em comunicado. Outras pesquisas já apontavam os benefícios cardiometabólicos do morango, como diminuição do colesterol total e do "ruim" (lipoproteína de baixa densidade), aumento do relaxamento e elasticidade vascular, diminuição da inflamação, do estresse oxidativo e da resistência à insulina — além de redução do açúcar no sangue.
Um estudo com 34 homens e mulheres com hipercolesterolemia moderada, feito no Instituto de Tecnologia de Illinois, também concluiu que a função vascular melhora de forma rápida após a ingestão de morango — em cerca de uma hora.
Para complementar esses achados, os cientistas fizeram uma pesquisa randomizada e controlada com 33 adultos obesos, em que eles consumiam, diariamente, duas xícaras e meia de morango. Essa iniciativa diminuiu significamente a resistência dos voluntários à insulina e aumentou o tamanho das partículas de "colesterol bom" (lipoproteína de alta densidade), em comparação com o grupo que não comeu a fruta.
"Nosso estudo apoia a hipótese de que o consumo de morango pode reduzir os riscos cardiometabólicos", disse o investigador principal, Arpita Basu.
E acrescentou: "Além disso, acreditamos que essa evidência apoia o papel de morangos em uma abordagem de 'alimento como remédio' para a prevenção de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares em adultos".
Por fim, os pesquisadores recordam que oito morangos cumprem o valor diário recomendado de vitamina C e fornecem diversos outros nutrientes e compostos bioativos benéficos à saúde, além de ser uma fruta versátil e saborosa.
Uma pessoa está tão protegida contra a Covid-19 após um contágio com o coronavírus como quando foi vacinada contra a doença, afirma um estudo publicado nesta sexta-feira (17), um dos mais extensos sobre o tema.
Nos meses posteriores à infecção, a imunidade permanece igual ou superior a 88%. "Embora uma infecção proporcione uma proteção que diminui com o tempo, o nível desta (...) parece tão duradouro, ou até maior, que o conferido pela vacinação", afirma o trabalho publicado na revista The Lancet.
A comparação é baseada nas vacinas de RNA mensageiro da Pfizer/BioNTech e da Moderna, que estão entre as mais eficazes contra a Covid-19 e que são as principais das campanhas de vacinação de muitos países ocidentais. O tema não é novo e muitos estudos já tentaram comparar os riscos de reinfecção, dependendo se a pessoa está vacinada ou já foi infectada. Mas o trabalho publicado pela revista The Lancet tem uma dimensão sem precedentes. Compila quase 60 estudos preexistentes, que remontam a vários anos e levam em consideração o surgimento, no fim de 2021, da variante Ômicron.
Esta última é muito mais contagiosa que as antecessoras e capaz de infectar muitas pessoas vacinadas, sem que estas corram um risco elevado de sofrer uma forma grave da doença.
O estudo conclui que o mesmo acontece em caso de infecção anterior por coronavírus. A proteção é bem mais fraca contra a reinfecção com a variante Ômicron, mas considerada sólida contra uma forma grave de Covid.
A proteção da imunidade natural contra a reinfecção é de cerca de 85% em dez meses no caso das variantes Alfa e Delta, enquanto no caso da Ômicron BA.1 essa salvaguarda cai para 36% após esse período de tempo.
No entanto, a proteção é de 90% em dez meses nas variantes Alfa e Delta contra hospitalização e morte, e de 88% no caso da Ômicron BA.1, segundo o estudo.
Os resultados não significam que é indiferente ser vacinado ou infectado para adquirir uma primeira imunidade. É muito mais arriscado sofrer a doença, em particular no caso de pessoas idosas.
"A vacinação é a maneira mais segura de adquirir imunidade", enfatizou à revista o principal autor da análise, Stephen Lim, pesquisador da Escola de Medicina da Universidade de Washington.
O estudo, no entanto, oferece uma visão mais precisa do que é possível esperar do desenvolvimento de uma imunidade "híbrida" na população, pois cada vez mais pessoas estão vacinadas e contraíram o vírus pelo menos uma vez.
Os resultados sugerem que as futuras ondas de Covid resultarão em níveis reduzidos de hospitalização, conclui o estudo.
O Carnaval está chegando e, neste período, as viagens para lugares quentes são propícias. Também é neste período que aumentam o número de diagnósticos de viroses. As viroses de verão, geralmente são as respiratórias e as gastrointestinais, aquelas que fazem mal ao sistema digestivo e causam diarreia e enjoo. Elas são causadas, principalmente, pelo enterovírus que causa uma inflamação e é transmissível pelo contato com superfícies, águas e alimentos.
"Durante a estação mais quente do ano, as pessoas tendem a cuidar menos da saúde, como, por exemplo, ter uma alimentação desequilibrada e uma rotina mais bagunçada. Essas mudanças podem enfraquecer o organismo, deixando ele mais suscetível à doenças", afirma a infectologista, Viviane França de Macedo, do Eco Medical Center,
Para prevenção das gastroenterites a recomendação é higienização das mãos antes do consumo dos alimentos. "Se for comer fora das preferência aos alimentos cozidos, evitando alimentos crus. Já os líquidos, preferir latas e garrafas lacradas ao comprar fora de casa", orienta.
Entre os sintomas de virose estão a dor abdominal, diarreia - que pode ser mais líquida e pastosa - ou até mesmo o aumento da frequência da evacuação. Banho de mar em água contaminada também pode ocasionar viroses
O descarte incorreto do esgoto no mar pode ocasionar a transmissão de agentes infecciosos, viroses e até hepatite A. Isso porque estas são doenças que podem ser contraídas na água com alto índice de micro-organismos. A infectologista Viviane França de Macedo, do Eco Medical Center, explica que praias impróprias para banho apresentam riscos à saúde. "A população deve estar atenta a sinalização dos órgãos ambientais estaduais sobre a balneabilidade das praias. Não havendo sinalização, o ideal é procurar informação no site dos órgãos públicos antes de entrar no mar", orienta.
Outra dica da infectologista é olhar no entorno a existência de rios, canais e esgoto a céu aberto que desembocam no mar próximo aos locais de banho, porque podem conter agentes infecciosos que podem trazer doenças.
Viroses em crianças
A pediatra Fabiana de Cássia Bernieri, do Eco Medical Center, chama atenção, primeiramente, da contaminação por objetos ou alimentos contaminados. Ela também chama a atenção para a água contaminada e também alimentos vendidos na praia sem a higiene adequada no preparo.
"A chave do sucesso é hidratação constante e cuidado no consumo de alimentos. Crianças pequenas, especialmente, não entendem a necessidade de tomar água, perdem líquido na transpiração e também não sentem tanta sede. É fundamental mantê-las hidratadas até mesmo para evitar possíveis perdas de líquidos que venham a ocorrer em casos de virose", orienta.
Diferentemente dos adultos, a orientação da pediatra é, ao primeiro sinal de febre, dor de estômago, vômito ou diarréia, levar o pequeno para avaliação médica para um diagnóstico correto.
"A criança come algo e começa a passar mal. São casos em que não pedimos para os pais esperarem, pois nesta época do ano sabemos que tem muito vírus circulando e o diagnóstico correto é imprescindível para a recuperação da criança", ressalta a pediatra.
Entre as orientações da especialista estão evitar oferecer à criança alimentos processados e fast food, evitar de comprar sucos e comida na rua, evitar comer alimentos mal cozidos e sempre optar por alimentos mais saudáveis e, por último, sempre que possível cozinhar em casa e levar sanduíches e lanchinhos saudáveis feitos em casa para a praia.
Tratamentos
O principal tratamento para as viroses é o sintomático e inclui uma boa hidratação para repor líquidos perdidos por vômitos e diarreias
Isso porque, apesar de comuns, não existem remédios específicos para os vírus que causam esse tipo de infecção. Eles são considerados autolimitados, ou seja, têm um período de sobrevivência no organismo que pode variar de três a sete dias.
O recomendado como tratamento para viroses é o repouso e, principalmente, a hidratação. Isso porque entre os principais sintomas da doença está a perda de líquido, seja por diarreia ou vômito. Além disso, deve-se consumir alimentos considerados leves, com menor índice de gordura e açúcar, para não sobrecarregar o organismo.
Quando o assunto é hidratação, o mais recomendado é o consumo de sucos naturais, água e água de coco. Já bebidas como café, chá e refrigerantes devem ser evitadas, pois são consideradas diuréticas, ou seja, elas ajudam a perder líquido.
Uma outra opção para se manter hidratado é o soro caseiro. Para fazer são necessários apenas três ingredientes: água filtrada, açúcar e sal. Veja como é simples fazer:
Em um recipiente limpo, dissolva uma colher de sopa de açúcar (20 g) e uma de chá de sal (3,5 g) em um litro de água filtrada ou fervida. Deve-se consumir aos poucos, com intervalos de 20 minutos.
Além do repouso e da hidratação, é possível amenizar os sintomas com medicações específicas para febre, dor e enjoo. Mas atenção, se o quadro de desidratação persistir, é necessário buscar auxílio medico .
Um estudo publicado na revista científica Enviromental Research constatou que altos níveis de determinados poluentes na corrente sanguínea estão associados a maiores chances de desenvolvimento de Covid-19. Trata-se da primeira análise prospectiva usando dados pré-pandêmicos de poluentes no sangue de pessoas saudáveis.
O estudo foi realizado pelo Hospital del Mar Medical Research Institute, o ISGlobal (Instituto de Saúde Global de Barcelona), um centro apoiado pela Fundação "la Caixa", e a Universidade de Las Palmas, com o apoio dos CIBERs de Epidemiologia e Saúde Pública (CIBERESP), Obesidade e Nutrição (CIBEROBN) e Doenças Infecciosas ( CIBERINFEC), todos na Espanha. De acordo com os pesquisadores, as descobertas poderiam ajudar a responder o porquê de algumas pessoas, com as mesmas condições de exposição ao vírus, seriam infectadas e outras não.
"O que nosso estudo mostra é que os níveis individuais de certos poluentes ambientais aumentam o risco de infecção e o risco de desenvolver a doença", afirma Miquel Porta, médico do Hospital del Mar e um dos principais autores do estudo. Além disso, comorbidades, tabagismo, idade, nível de escolaridade, densidade de pessoas na casa ou exposição ao vírus no transporte público ou no trabalho também estariam associados aos níveis de infecção e sua suscetibilidade.
Para o estudo, foram utilizadas amostras de sangue congeladas coletadas em 2016 de 240 pessoas da população geral de Barcelona. Eles analisaram a relação entre os níveis sanguíneos de poluentes orgânicos e elementos químicos com a frequência de infecção pela Covid-19 nos mesmos indivíduos entre 2020 e 2021. Os resultados mostraram que as pessoas com maiores níveis de concentração de poluentes no sangue tiveram um risco maior de se infectar e desenvolver a doença. Entre os poluentes mais associados à infecção, estavam derivados do pesticida DDT, chumbo, ouro, tálio, rutênio, tântalo, benzofluoranteno e manganês. Já os altos níveis de ferro e selênio no sangue se mostraram protetores contra a doença.
“Uma descoberta importante do estudo é que ele identifica misturas de até cinco substâncias, de diferentes grupos químicos, cada uma das quais aumenta o risco de infecção e doença”, acrescenta Gemma Moncunill, pesquisadora do ISGlobal e uma das autoras do artigo.
Os autores entendem que os resultados são de extrema importância social e cientificamente, sendo o primeiro com evidências que ligam a infecção por Covid-19 e níveis de poluentes na corrente sanguínea. Eles explicam que tais substâncias entram em nossa corrente sanguínea por diversos meios, tais como dispositivos eletrônicos e até a ração usada na pecuária intensiva. Assim, se as associações forem confirmadas, serão possíveis novas políticas públicas para diminuir os riscos para a doença.