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cargaviralO que é carga viral? O pneumologista José Rodrigues Pereira, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que carga viral é o número de cópias que a gente tem de um vírus em uma amostra de tecido ou secreção.


A carga viral pode tornar a covid-19 mais grave? De acordo com Pereira, não há comprovação científica de que uma maior carga viral reflete diretamente na gravidade da covid-19. "O que a gente sabe, com certeza, é que a exposição à carga viral maior aumenta o risco de a pessoa ter sintomas da doença", afirma. O especialista explica que isso acontece porque quanto maior o número de cópias do vírus, mais difícil é o combatê-lo e faz uma analogia: "O sistema imune é nosso exército protetor e o coronavírus é o exército invasor. Se o número de elementos desse exército for muito grande, a capacidade de invadir o sistema imune é maior"

Por sua vez, o pneumologista Carlos Carvalho, Diretor da Divisão de Pneumologia do InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, observa que quanto maior a carga viral, mais forte será a reação do sistema imune. É essa resposta exagerada do sistema imune que leva a casos mais graves de covid-19. "Vamos supor que eu sou o sistema de defesa da sala onde me encontro. Se entra um rato aqui eu posso dar uma vassourada e ele vai embora. Essa seria uma resposta leve e efetiva. Mas também posso dar uma resposta exacerbada e jogar uma dinamite, o rato vai embora do mesmo jeito, mas eu também vou explodir a porta", compara.

Vamos supor que sou o sistema de defesa dessa sala aqui. se vai entrar um cachorro aqui eu posso dar uma vassourada e ele vaiembora - leve e efetiva eu posso ter uma resposta exacerbada e jogar uma banana de dinamite e o cachorro vai embora, mas tbm vai explodir a porta (rato).

Um estudo mostrou que o coronavírus permanece por até 28 dias em algumas superfícies, como a tela de celular. Mas a carga viral ali presente é capaz de provocar infecção? Sim, é capaz, porém é pouco provável que isso aconteça, segundo Pereira. "Em superfícies como vidro, metal, papelão a carga viral vai diminuindo com o passar do tempo e assim, menor o risco de a pessoa se contaminar. Então, é possível o contágio, mas é pouco provável que ele ocorra", esclarece.


Em que fase da doença o paciente possui maior carga viral e possibilidade de infectar outras pessoas? Entre o sétimo e o décimo dia após o contágio. Essa é a fase de maior replicação viral, quando o vírus cria cópias de si mesmo. Pereira destaca que essa fase exige atenção, pois corresponde a um pico inflamatório e, depois dela, há pacientes que vão melhorar, enquanto outros vão apresentar uma evolução grave do quadro de covid-19
Crianças tendem a adquirir menos carga viral que adultos e idosos? Não se sabe. Mas, independente da carga viral, há algum fator de proteção que faz com que elas tenham menos risco de desenvolver sintomas sintomas e de apresentar formas graves da covid-19, de acordo com Pereira.

O uso de máscara reduz a exposição à carga viral? Sim, por isso a máscara é um método eficaz de prevenção."A pior máscara ainda é melhor que nenhuma máscara", destaca Pereira. Elas funcionam como uma barreira para todo tipo de infecção respiratória porque bloqueiam as gotículas maiores expelidas quando uma pessoa fala, canta, tosse e principalmente espirra. "Aerossóis [pequenas partículas líquidas contaminadas com o vírus que ficam suspensas no ar] ou gotículas menores podem passar, mas o risco de contágio é muito menor", acrescenta.

 

R7

lacenO Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga (Lacen-PI) detectou material genético do novo coronavírus no líquido cefalorraquiano de um paciente vitimado recentemente por síndrome de Guillain-Barré. O exame foi realizado no setor de biologia molecular do Lacen-PI, por meio da técnica RT-PCR.

Segundo o médico neurologista e responsável pela pesquisa, Marcelo Adriano, essa identificação é um achado inédito para a ciência. “É o primeiro caso documentado no mundo em que o vírus é detectado no sistema nervoso de um paciente com a doença”, explica o médico.

Diante dos indícios iniciais de que a Covid-19 poderia atacar o sistema nervoso dos indivíduos, o programa local de vigilância epidemiológica dos agravos com manifestações neurológicas passou a incluir a pesquisa do SARS-CoV-2 no líquido cefalorraquidiano dos pacientes desde maio de 2020, no Lacen-PI.

Lacen está trabalhando 24 horas por dia para acelerar nos exames de identificação do coronavírus. “Nós estamos trabalhando sem parar desde o início da pandemia, buscando levar aos pacientes um diagnóstico preciso e de qualidade. Também realizamos pesquisas como esta que vão ajudar a entender como o vírus se comporta no sistema nervoso central”, destaca a diretora do Lacen-PI, Walterlene de Carvalho.

O exame de RT-PCR para o novo coronavírus foi adicionado ao painel de investigação laboratorial de herpes vírus, enterovírus e arbovírus dentre eles: zika, dengue, chikungunya e vírus do Nilo Ocidental. Essa estratégia foi responsável pela detecção do primeiro caso de encefalite pelo vírus da febre do Nilo Ocidental do país, em 2014.

“Em 2019, o Piauí foi alvo de uma visita de uma equipe de neuroepidemiologistas do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, por conta dos resultados positivos do programa”, lembra o neurologista Marcelo Adriano.

Atualmente, o Ministério da Saúde estuda a ampliação dos procedimentos de vigilância executados pelo Piauí para outros Estados da federação. A pesquisa realizada pelo laboratório do Piauí será encaminhada para o Instituto Evandro Chagas, no Pará, centro de referência para o estudo da doença.

“Após detectarmos líquor positivo, repetimos a análise por três vezes. Essa amostra será enviada para Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará. Foi feito também quimioluminescência do soro do paciente com detecção do IgM e IgG, que testaram positivo para o vírus”, pontua a diretora do Lacen.

Síndrome

O líquido cefalorraquidiano é um fluido que envolve e protege o cérebro, a medula espinhal e as raízes de todos os nervos do corpo humano. Esse líquido é coletado por punção na região da coluna lombar, nos casos suspeitos da doença. A síndrome de Guillain-Barré é caracterizada pela perda aguda da força muscular e da sensibilidade nas pernas, nos braços, na face e até mesmo nos músculos da respiração. “Geralmente, a doença é deflagrada por infecções virais ou bacterianas – especialmente a bactéria intestinal Campylobacter jejuni e o vírus Zika. Nesse estudo, queremos saber se a síndrome é mais um agravamento correlacionado com a Covid-19″, explica o neurologista Marcelo Adriano.

Diante de uma infecção, por vezes o sistema imunológico do paciente confunde-se e passa a atacar os próprios nervos do indivíduo, reconhecendo erroneamente os seus envoltórios como se fossem vírus ou bactéria a serem eliminados. Nessas situações, indica-se o uso da medicação “imunoglobulina humana hiperimune” (disponível pelo SUS), na tentativa de interromper o processo de lesão dos nervos pelo próprio sistema imunológico.

 

O diretor do Hospital Natan Portella e infectologista, José Noronha esclarece que esse caso avaliado é de um paciente que apresenta uma síndrome que é uma resposta desregulada do sistema imunológico. De acordo com o médico, a síndrome causa uma desregulação e inflamação nos nervos periféricos.

“Apesar de já termos alguns casos descritos na literatura, secundários à infecção por Covid-19, é a primeira vez que conseguimos isolar uma amostra. Além disso, nós temos implicações a serem estudadas adiante, como o próprio sistema nervoso central funcionar como um abrigo para o Sars-Cov-2, principalmente se o paciente desenvolver manifestações neurológicas”, explica o infectologista.

 

Sesapi

coviddGrande parte das mortes por covid-19 ocorrem devido à chamada "tempestade" de citocinas, que é o momento em que o organismo de alguns pacientes cria uma resposta imune exagerada contra o vírus e que acaba destruindo tecidos e órgãos. A principal dificuldade dos médicos sempre foi não saber quem poderia desenvolver essa forma mais grave da doença.

Agora, uma metodologia criada por pesquisadores do Royal College of Surgeons da Irlanda, da Universidade de Harvard, do Hospital Beaumont, em Dublin, e do Brigham and Women's Hospital, em Boston, pode ser utilizada para salvar vidas no futuro.


Oliver McElvaney e Gerard Curley trabalharam em um modelo linear, baseado em pontos, a partir de exames de sangue dos pacientes. São observados duas proteínas produzidas por leucócitos durante a infecção pelo coronavírus: a IL-6 (interleucina 6) e a IL-10 (interleucina 10).

A IL-6 é pró-inflamatória, enquanto a IL-10 é anti-inflamatória. Os níveis das duas são alterados em pacientes com covid-19 grave, sendo possível o monitoramento a partir do quarto dia desde o início dos sintomas.


A escala Dublin-Boston foi projetada para que os médicos possam identificar quem pode se beneficiar de determinados tratamentos, como uso de esteroides, além da ida precoce para unidades de terapia intensiva.

"A pontuação Dublin-Boston é facilmente calculada e pode ser aplicada a todos os pacientes covid-19 hospitalizados", explica McElvaney.

Estima-se que em torno de 20% a 30% dos pacientes internados com infecção pelo coronavírus SARS-CoV-2 evoluem para um quadro grave.

Essa fase secundária da infecção ocorre, normalmente, a partir do 7º ao 10º dias. Muitas vezes, o vírus já não está mais ativo no organismo, mas a resposta imunológica acaba sendo fatal para alguns pacientes.

 

R7

Foto: National Institute of Allergy and Infectious Diseases

Uma equipe de advogados, todos membros da Caixa de Assistência aos Advogados do Piaui - CAAPI, de Teresina, esteve na OAB, Subseccional de Floriano, no final de semana num trabalho de vacinação da classe.

A presidente da CAAPI a advogada Andréia Araújo acompanhou toda ação programada. Numa entrevista, ela cita que o trabalho vem se estendendo a várias regionais pelo Estado.

andrea

Veja as entrevistas que foram feitas pelo Carlos Iran.

 

Da redação