• Hospital Clinicor
  • Vamol
  • Roma

cerebrocovidPessoas em recuperação da Covid-19 podem sofrer impactos consideráveis nas funções cerebrais, e os piores casos da infecção ligados ao declínio mental equivalem a um envelhecimento de 10 anos do cérebro, alertaram pesquisadores do Imperial College de Londres, no Reino Unido, nesta terça-feira (27).

Coordenado por Adam Hampshire, médico do Imperial College de Londres, o estudo chamado Grande Exame da Inteligência Britânica analisou os resultados de 84.285 pessoas. As conclusões, que ainda têm que ser verificadas por outros especialistas, foram publicadas no site MedRxix.
A equipe de Hampshire descobriu que, em alguns casos graves, a infecção pelo coronavírus está ligada a déficits cognitivos consideráveis que duram meses.

"Nossas análises se alinham à visão de que existem consequências cognitivas crônicas de se contrair Covid-19", escreveram os pesquisadores na publicação.

"Pessoas que se recuperaram, incluindo aquelas que não relatam mais sintomas, exibiram déficits cognitivos significativos", concluíram.

Os exames cognitivos medem o quão bem o cérebro realiza tarefas, como lembrar palavras ou unir pontos em um quebra-cabeças. Tais exames são usados amplamente para avaliar o desempenho cerebral em doenças como o Alzheimer, e também podem ajudar os médicos a avaliarem deficiências cerebrais temporárias.

Os déficits cognitivos foram "de tamanho de efeito significativo", particularmente entre pessoas que foram hospitalizadas com Covid-19, disseram os pesquisadores, e os piores casos mostraram impactos "equivalentes ao declínio médio de 10 anos no desempenho global entre os 20 e os 70 anos".

Mas cientistas sem envolvimento direto com o estudo disseram que os resultados deveriam ser vistos com alguma cautela.

"A função cognitiva dos participantes não era conhecida antes da Covid, e os resultados tampouco refletem a recuperação de longo prazo, por isso quaisquer efeitos sobre a cognição podem ser de curto prazo", disse Joanna Wardlaw, professora de neuroimagética aplicada da Universidade de Edimburgo.

Derek Hill, professor de ciência imagética medicinal do University College de Londres, também observou que as descobertas do estudo não podem ser totalmente confiáveis, já que não compararam cifras de antes e depois e envolveram um número grande de pessoas que declararam ter tido Covid-19 por iniciativa própria sem ter sido diagnosticadas.

 

Reuters

Foto: Getty Images

reinfecçaõUm morador de 40 anos da cidade de Parnaíba testou positivo para o novo coronavírus por duas vezes em cinco meses, apresentando sintomas da Covid-19. A equipe de saúde do Hospital Municipal de Campanha Nossa Senhora de Fátima aponta que o caso se trata de uma reinfecção ou recrudescência, mas somente exames genéticos mais elaborados poderão confirmar. O caso será repassado a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) e para o Ministério da Saúde.

A infectologista Renata Beltrão, coordenadora do hospital de campanha, afirma que o caso do ponto de vista epidemiológico é preocupante porque o mesmo paciente pode ter ficado por pelo menos cinco meses com o vírus hibernando dentro do organismo.

“Ele fez exames sorológico e swab para Covid-19 e vieram positivos (no mês de maio). Ele ficou bem, fez os exames novamente e não tinha mais defesa nem o vírus na cavidade nasal. Ficou sem sintomas. Quando foi no final de setembro, voltou a sentir sintomas leves. Fez exames e encontramos de novo o vírus”, comenta a infectologista Renata Beltrão.

A infectologista explica que para descobrir uma reinfecção ou recrudescência, de acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde (OMS), o exame deve comparar as partículas virais dos dois momentos. Se o exame comprovar que a carga viral é diferente, trata-se de uma reinfecção. No entanto, se provar que é matéria equivalente, o caso é de recrudescência.

No caso da recrudescência, o paciente está com a mesma carga viral voltando a apresentar os sintomas da doença. No caso da reinfeção, o paciente é afetado por uma nova carga viral, diferente da anterior, voltando a apresentar os sintomas.

“A gente não tem como fazer essa comparação porque não se guarda o material genético. Então, não tem como enquadrar geneticamente se é ou não é a mesma partícula viral. Também não podemos afirmar se é reinfecção ou recrudescência porque isso não cabe a nós, mas aos órgãos maiores, como o Ministério da Saúde e a Sesapi”, diz Beltrão.

No caso desse paciente de 40 anos, a médica ressalta que ele teve um processo inicial da doença, apresentou cura e depois entrou em um novo processo inicial da doença. Equipes de infectologistas do hospital acompanharam diretamente o caso.

O boletim da Prefeitura Municipal de Parnaíba informa que a cidade registra 135 mortes e 7.333 casos confirmados da doença. O boletim ressalta que 18.407 casos foram descartados e pelo menos 7.182 pessoas venceram a doença.

 

cidadeverde

Foto: sesapi

coronavaccA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta sexta-feira (23) que já fez uma análise do pedido de importação pelo Instituto Butantan de insumos da vacina chinesa contra Covid-19 CoronaVac, na qual foram identificadas "discrepâncias" informadas ao centro de pesquisas paulista, e destacou que não houve qualquer tipo de atraso na verificação.

O Butantan havia reclamado na véspera, em comunicado, de um suposto atraso de mais de um mês da Anvisa em analisar pedido de importação de insumos da vacina chinesa, mas o órgão regulador, também em nota, havia contestado e dito que a questão será respondida em até cinco dias úteis, negando que tenha atrasado o processo.
Em uma nova manifestação nesta sexta, a Anvisa disse que "o referido processo já havia sido analisado, quando da publicação da notícia, e que foram identificadas discrepâncias. Estas discrepâncias foram comunicadas ao Instituto Butantan".

A Anvisa acrescentou que o instituto paulista fez no mesmo processo de insumos um pedido de autorização excepcional para importação de vacina na forma em seringa preenchida e na forma de um produto intermediário. Segundo a agência, são produtos em condições sanitárias diferentes.

"Para não haver perda de tempo, o processo foi desmembrado e as vacinas envasadas terão sua análise feita no prazo máximo de até cinco dias úteis, separada da análise do pedido de insumos", afirmou a agência.

O órgão regulador afirmou que o processo se encontrava pautado para 4 de novembro, "justamente para que houvesse tempo hábil para o atendimento das discrepâncias apontadas no processo referente à matéria prima vacinal".

"Assim sendo, não há nenhum tipo de retardo/atraso/morosidade por parte da Anvisa. A análise foi feita e as discrepâncias foram encaminhadas para o atendimento pelo laboratório", informou.

Na véspera, o Butantan havia dito que aguardava desde 18 de setembro parecer da Anvisa ao pedido de importação de matéria-prima para produção da CoronaVac no Brasil.

O centro de pesquisa biológica paulista, que será responsável pela produção da CoronaVac no Brasil, disse no comunicado que o pedido tem "caráter excepcional para agilizar o fornecimento do imunizante no Brasil, contribuindo para salvar vidas e combater a pandemia", e acrescentou que "obviamente" a vacina não será aplicada sem a aprovação e registro da Anvisa.

A vacina chinesa virou tema de disputa acirrada entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria, seu desafeto político, uma vez que o Butantan é ligado ao governo paulista.

Bolsonaro vetou um acordo costurado por seu ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que previa a compra de 46 milhões de doses da vacina produzida pelo Butantan com o objetivo de integrar o Programa Nacional de Imunização.

Apesar da disputa, o Butantan disse esperar que a agência "reavalie prazos e contribua para resguardar a saúde pública e a proteção dos brasileiros".

 

Reuters

Wu Hong/EFE/EPA

aviaocovidO risco de a covid-19 se disseminar em voos parece ser "muito baixo", mas não pode ser descartado, apesar de estudos só mostrarem um número pequeno de casos, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"A transmissão em voo é possível, mas o risco parece ser muito baixo, dado o volume de viajantes e o número pequeno de relatos de casos. O fato de que a transmissão não é amplamente documentada na literatura publicada não significa, porém, que não acontece", disse a OMS em um comunicado à Reuters.A caracterização do risco ecoa as descobertas de um estudo do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que na semana passada descreveu a probabilidade de se contrair a doença em aeronaves comerciais como "muito baixa".

Mas algumas empresas aéreas usaram uma linguagem mais vigorosa para descrever o risco da transmissão em voo.

Southwest Airlines e United Airlines disseram que estudos recentes mostraram que o risco é "virtualmente inexistente".

A Southwest, uma das poucas empresas aéreas que atualmente mantêm o assento do meio desocupado, disse nesta quinta-feira que, à luz da pesquisa, revogará a interdição destes assentos.

No dia 8 de outubro, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) disse que só potenciais 44 casos de transmissão em voo foram identificados entre 1,2 bilhão de viajantes neste ano.

 

Reuters