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tiposanguineoCoágulos sanguíneos, hemorragias, pedra nos rins ou hipertensão induzida pela gravidez. Estes são alguns problemas de saúde que, segundo uma pesquisa recente com dados de mais de 5 milhões de pessoas, podem surgir com mais frequência de acordo com o tipo sanguíneo do indivíduo.

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Karolinska Institutet, na Suécia, e publicado nesta semana na revista científica eLife. No artigo, o grupo confirma conexões previamente identificadas de que pessoas com sangue tipo A são mais propensas a desenvolver coágulos sanguíneos, quando comparadas a pessoas com sangue O, enquanto quem tem sangue tipo O apresenta maior probabilidade de sofrer algum distúrbio hemorrágico.

Além disso, os cientistas descobriram que indivíduos com sangue tipo B possuem risco menor de desenvolver pedra nos rins. Mulheres com sangue O+, de acordo com o artigo, têm mais chances de apresentar hipertensão induzida pela gravidez.

O principal autor do estudo, Torsten Dahlén, conta que foi usada "uma abordagem imparcial para investigar a ligação entre os tipos de sangue ABO e os grupos RhD [positivo ou negativo] e mais de 1.000 doenças".

"Ainda há muito pouca informação disponível sobre se as pessoas com grupos sanguíneos RhD-positivos ou RhD-negativos podem estar sob risco de certas doenças, ou quantas outras doenças podem ser afetadas pelo tipo ou grupo sanguíneo", acrescenta o pesquisador, que é estudante de doutorado do Departamento de Medicina do Karolinska Institutet.

O autor sênior do estudo, Gustaf Edgren, professor associado de epidemiologia do Karolinska Institutet e médico do Departamento de Cardiologia da Södersjukhuset Hospital, em Estocolmo, reconhece que os resultados são um avanço, mas que requerem mais estudos para confirmar os resultados ou determinar se existem explicações alternativas para essas relações.

"Nossas descobertas destacam relações novas e interessantes entre condições como cálculos renais e hipertensão induzida pela gravidez e tipo ou grupo sanguíneo. [...] Eles estabelecem as bases para estudos futuros para identificar os mecanismos por trás do desenvolvimento de doenças, ou para investigar novas maneiras de identificar e tratar indivíduos com certas condições."

 

R7

Foto: Pixabay

queirogaO governo federal negocia a compra de vacinas contra covid-19 de fabricantes chineses, disse nesta segunda-feira (26) o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante audiência na comissão que acompanha a pandemia de coronavírus no Senado.

"Há também negociações com outros fabricantes de vacinas da China que estão sendo encaminhadas e no momento que houver algo conclusivo, eu terei muita satisfação em passar para os senhores", disse Queiroga aos parlamentares, sem dar mais detalhes ou informar com quais fabricantes as negociações estão sendo feitas. Atualmente, a maior parte da campanha de vacinação contra Covid-19 no Brasil está sendo feita com a CoronaVac, vacina do laboratório chinês Sinovac, que está sendo envasada no Brasil pelo Instituto Butantan, ligado ao governo do Estado de São Paulo.

 

Reuters

Foto: Marcelo Camargo/AGÊNCIA BRASIL

hidroxocloroquinaO trabalho científico mais abrangente sobre o uso da hidroxicloroquina por pacientes com covid-19 realizado até hoje concluiu que a droga não só é ineficaz contra o coronavírus como aumenta a mortalidade dos pacientes infectados.

Publicado na renomada revista científica Nature, no último dia 15, o artigo traz a análise de 28 ensaios clínicos randomizados ou não, envolvendo 10.319 pacientes, realizados ao redor do mundo.

A conclusão dos pesquisadores foi de que "o tratamento com HCQ [hidroxicloroquina] foi associado ao aumento da mortalidade em pacientes com covid-19, e não houve benefício do tratamento com CQ [cloroquina]".

Um dos estudos prévios analisados pelos autores do artigo publicado na Nature foi justamente o Recovery, que já havia apontado "nenhum benefício" de evitar mortes e, pior, concluiu que pessoas que tomaram hidroxicloroquina tinham "hospitalização mais longa e maior risco de progressão para ventilação mecânica invasiva e/ou morte".

Após os achados no Recovery, a OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a desaconselhar o uso das duas drogas no tratamento de pacientes com covid-19.

A cloroquina é um medicamento usado no tratamento de casos de malária, para os quais têm segurança comprovada há décadas.

A versão com menos efeitos colaterais, hidroxicloroquina, é também aprovada por órgãos reguladores de medicamentos para pessoas com doenças reumáticas — como lúpus eritematoso, artrite reumatoide, síndrome de Sjogren e algumas vasculites.

As duas drogas ganharam fama após o pesquisador francês Didier Raoult divulgar um estudo com resultados extremamente otimistas em relação ao uso da droga.

Ocorre que após outros trabalhos indicarem o contrário, além daquilo já observado na prática, Raoult e equipe publicaram uma carta aberta à comunidade científica admitindo erros na pesquisa, que também associava o uso do antibiótico azitromicina.

Embora em muitos lugares, como nos Estados Unidos, o medicamento tenha sido descartado logo no início da pandemia, o Ministério da Saúde brasileiro mantém até hoje diretrizes que podem ser endossadas por médicos para prescrever o tratamento.

As compras vultosas de matéria-prima pelo Exército para fabricação de cloroquina e hidroxicloroquina e as distribuições aos estados e municípios, bem como incentivo ao uso, devem ser objeto de discussão na CPI (comissão parlamentar de inquérito) que vai investigar as ações do governo federal no combate à pandemia.

R7

Foto: divulgação

 

envelhecimentoUma nova pesquisa do Instituto de Neurociência do Trinity College, em Dublin, é quase um bálsamo comparada com as notícias que enfatizam os aspectos do declínio cognitivo que ocorre com o envelhecimento. Na contramão do noticiário, o trabalho, publicado na revista “Psychology and Aging”, mostra que adultos mais velhos conseguem manter o foco no que fazem e são menos afetados pela ansiedade e agitação mental que perturbam os mais jovens.

O cérebro humano tem uma tendência natural de divagar e é preciso esforço para não deixar que nossa atenção se disperse. No entanto, estudos recentes apontam que, entre idosos saudáveis, a tendência à dispersão se reduz com o avançar da idade. Apesar de várias teorias terem sido elaboradas, ainda não há uma explicação para o mecanismo neuropsíquico por trás da característica.

A equipe de pesquisadores do professor Paul Dockree realizou testes cognitivos e psicológicos com grupos de diferentes faixas etárias e chegou às seguintes conclusões:

1) Os adultos mais velhos apresentavam tendência menor de divagar: apenas 27% relatavam o problema, enquanto o percentual chegava a 45% entre os mais jovens.

2) Apesar de o desempenho dos seniores em testes cognitivos padronizados ser pior, eles tinham um nível menor de ansiedade e depressão. 3) A análise também destacou a capacidade de adaptação dos idosos, que foram capazes de manter o foco e se motivar para realizar as tarefas.

Para o doutor Dockree, apesar de o senso comum considerar que os velhos são distraídos, essa não é uma verdade universal: “nossa pesquisa sugere que idosos podem ser mais focados e menos afetados pela ansiedade que os jovens. Além disso, são capazes de mitigar os efeitos negativos do declínio cognitivo através da motivação e da adoção de estratégias para controlar a dispersão”.

G1

Foto: https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid