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casoscovidMuito poucos pacientes de covid-19 idosos e frágeis estão sendo hospitalizados e morrendo mesmo depois de terem recebido a primeira dose das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, mas isto não significa que as vacinas não estão funcionando, disseram pesquisadores britânicos nesta sexta-feira (30).

Apresentando dados do mundo real sobre um subgrupo de pacientes de covid-19 hospitalizados no Reino Unido, os pesquisadores disseram que as descobertas mostraram algum nível de "fracasso da vacina" — casos em que pessoas vacinadas ainda se infectam e adoecem —, mas disseram que isto "não era inesperado". "Isto está ocorrendo principalmente no grupo que corre mais risco de doenças futuras de qualquer maneira, que são os idosos. Estas pessoas são muito frágeis e muito idosas", disse Calum Semple, professor de saúde pediátrica e de surtos epidêmicos da Universidade de Liverpool e coautor da pesquisa.

"Não estamos dizendo que a vacina não funciona", explicou ele em entrevista coletiva. "De fato, estes são bons indícios do mundo real de que está funcionando. Mas eles também mostram que a vacina não é perfeita".

Os dados, publicados nesta sexta-feira para pré-impressão ainda sem o crivo da comunidade científica, mostraram que, entre pouco mais de 52 mil pacientes de covid-19 hospitalizados, 526 haviam sido vacinados com uma primeira dose ou da vacina da AstraZeneca ou da vacina da Pfizer ao menos três semanas antes — destes, 113 morreram.

A vasta maioria dos casos e mortes pós-vacinação ocorreram entre pessoas vulneráveis e idosas, segundo os pesquisadores.

Testes clínicos mostraram que a vacina da AstraZeneca é 76% eficaz contra doenças graves, e testes da Pfizer apontaram mais de 90% de eficiência.

Usando primeiro o imunizante da Pfizer e depois também o da AstraZeneca, o Reino Unido tem uma das distribuições de vacina contra covid-19 mais rápidas do mundo — mais de 33,8 milhões de primeiras doses já foram aplicadas e um quarto dos adultos já recebeu as duas doses.

Reuters

Foto: Eric Gaillard/Reuters

A Secretaria de Saúde de Floriano realiza nesta quinta-feira (29), o drive thru de vacinação contra gripe no caís da beira-rio para o público-alvo de gestantes, puérperas e crianças de seis meses a menores de seis anos.

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A ação é totalmente gratuita e envolve as equipes de vacinação do município. Segundo o secretário de saúde, James Rodrigues, essa modalidade de vacinação já foi utilizada e teve grande adesão por parte do florianense.

“Utilizamos essa estratégia ano passado e tivemos resultados expressivos. Este ano, nós acreditamos que não será diferente”, explica.

Juntos, os três públicos-alvo dessa primeira etapa da campanha somam mais de 5200 pessoas. Desde que teve início, na última quinta-feira (22), o município de Floriano já vacinou mais de 2500 pessoas contra a gripe.

O Ministério da Saúde ressalta a importância da vacinação contra a influenza em 2021. A imunização vai prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença, óbitos, internações e a sobrecarga nos serviços de saúde, além de reduzir os sintomas que podem ser confundidos com os da Covid-19.

ASCOM

 

sputinnkvDesde a noite da última segunda-feira (26), quando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou o pedido da importação da vacina russa Sputnik V, duas palavras ficaram mais famosas no vocabulário dos brasileiros: adenovírus replicante.

A possibilidade de o imunizante contra covid-19 causar a replicação de um adenovírus no corpo humano foi o principal motivo apontado pela Anvisa para não aceitar a vacina por aqui.

Mas, afinal, o que significa esse problema?

O infectologista Gonzalo Vecina, fundador e ex-diretor presidente da Anvisa, explica: "a vacina introduz um pedaço do SARS-CoV-2 em nosso corpo para que ele produza uma reação. No caso da russa, foi pego o vírus de resfriado, um adenovírus, e foram atenuadas as características dele, de tal forma que ele não possa se multiplicar. A partir daí, foi colocado um pedaço da proteína S [responsável pela entrada do coronavírus na célula humana] para que o corpo reaja", explicou Vecina.

E completa: "Após a aplicação da vacina, o vírus entra no nosso corpo. A expectativa é que ele seja destruído e libere a proteína S. Assim, começamos desenvolver a imunidade contra o SARS-CoV-2. O problema é que parece que na Sputnik, ele não está sendo destruído e começou a se multiplicar no organismo humano", alerta o médico.

O que esse problema pode causar nas pessoas? De acordo com Renato Kfouri, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunização), não é possível dizer com certeza quais seriam os efeitos que a replicação do adenovírus causariam nas pessoas.

"Não é possível prever o que pode acontecer. Nunca tivemos um desvio desses com uma vacina produzida em quantidade tão alta. De acordo com a Anvisa, é um desvio já previsto no dossiê enviado para aprovação da vacina. Talvez seja só um dado de margem de segurança", afirmou Kfouri.

A virologista Angela Rasmussen, da Universidade de Columbia, dos Estados Unidos, publicou em sua conta no Twitter uma explicação de que o adenovírus provavelmente não foi atenuado pelo Instituto Gamaleya, responsável pela vacina.

"O vetor Ad5 (adenovírus) da vacina Sputnik V, evidentemente, é capaz de replicação. Os fabricantes, aparentemente, negligenciaram a exclusão do E1 (gene que impede que o vírus se multiplique). Portanto, obter essa vacina significa estar infectado com o adenovírus 5 ativo. O regulador brasileiro rejeitou corretamente", publicou a norte-americana.

Se confirmado, a vacina pode ser aplicada? De acordo com Gustavo Mendes, Gerente de Medicamentos e Produtos Biológicos da Anvisa, o Instituto Gamaleya, criador da Sputnik V, não forneceu dados científicos sobre a possível multiplicação dos vírus.

"Precisamos saber se existe mesmo um vírus replicante que não é esperado na Sputnik? Qual é o risco de ter esse vírus? Esse vírus pode se acumular em algum órgão? Pode gerar um efeito tóxico? Pode gerar uma adenovirose? Pode ser transmitido para outras pessoas?", explicou Mendes em audiência pública na Câmara dos Deputados.

A preocupação faz sentido, uma vez que a replicação do vírus, indica que o imunizante não pode ser usado.

"Se o vírus do resfriado consegue dar ordem para o nosso corpo para ele se multiplicar, a vacina está condenada", alerta o fundador da Anvisa.

O que significa a vacina apresentar impurezas? undefined No comunicado com as explicações sobre a recusa da importação, a Anvisa avisou: "Foram detectados estudos de caracterização inadequados da vacina, inclusive com relação à análise de impurezas e de vírus contaminantes durante o processo de fabricação, além de ausência de validação/qualificação de métodos de controle de qualidade."

O médico da SBIm lembra que todo processo de fabricação requer um controle de qualidade rígido.

"É esperado que a vacina não tenha impureza, material de outros vírus, antibióticos, conservantes, ou qualquer outro produto que não seja a vacina. É importante que o produto esteja dentro dos critérios de boas práticas não só dos estudos feitos, mas de fabricação também. Para isso, a Anvisa teria que visitar a fábrica onde seriam produzido o lote de seria importado para o Brasil", salienta Renato Kfouri.

R7

Foto: CSABA KRIZSAN/EFE/EPA

vacinpifzerO primeiro lote com 1 milhão de doses da vacina covid-19 da Pfizer chega ao Brasil nesta quinta-feira (29). A remessa faz parte do acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a farmacêutica em março para a aquisição e entrega de 100 milhões de doses de vacinas até o final do terceiro trimestre de 2021.

Essas primeiras doses foram produzidas na fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica. A entrega do lote será acompanhada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o presidente regional da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo. Eles receberão a carga no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 19 horas.

A vacina da Pfizer possui registro para uso definitivo concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 16 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas.

A logística de distribuição das vacinas da Pfizer, organizada pelo Ministério da Saúde, leva em conta as baixas temperaturas de refrigeração das doses, que chegarão ao Brasil armazenadas em caixas a uma temperatura de -70°C. A previsão é de que a distribuição para as 27 capitais comece entre sexta-feira (30) e sábado (1°), em uma divisão proporcional.

Os estados vão receber as vacinas armazenadas entre -25°C e -15°C - elas podem ficar nesta faixa de temperatura por até 14 dias. Por conta disso, a distribuição desse lote inicial será feita em duas etapas: primeiramente, serão enviadas aos estados e Distrito Federal as vacinas destinadas para a primeira dose (500 mil). Uma semana depois, as Unidades Federativas receberão os lotes para segunda dose (500 mil), respeitando o intervalo de aplicação entre uma dose e outra.

Assim que os imunizantes chegarem nas salas de vacinação, na rede de frio nacional (+2°C a +8°C), a aplicação na população deve ocorrer em até cinco dias. Devido ao curto espaço de tempo, o Ministério da Saúde está orientando, para essa primeira remessa, que a vacinação com as doses da Pfizer fique restrita às capitais e, se possível, ocorra em unidades de saúde que possuam câmaras refrigeradas cadastradas na Anvisa.

R7

Foto: Bienvenido Velasco/EFE