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Um estudo em animais realizado pela Wake Forest University School of Medicine, nos Estados Unidos, constatou que, mesmo em quantidades moderadas, a ingestão de bebidas alcoólicas pode acelerar o processo de atrofia cerebral relacionado ao desenvolvimento da doença de Alzheimer. A pesquisa foi publicada no periódico Neurobiology of Disease.

Os cientistas identificaram que o álcool provoca a perda de células cerebrais e o aumento do número de placas amiloides, que são o acúmulo de proteínas tóxicas para os neurônios e as ligações que eles precisam ter para manter o processo cognitivo. Para a análise, os pesquisadores utilizaram modelos de camundongos da patologia relacionada à doença de Alzheimer, com uma abordagem de consumo crônico por dez semanas. Assim, os animais tiveram a opção de consumir água ou álcool, reproduzindo o comportamento de escolha humano.

A partir daí, eles puderam observar como o consumo moderado e voluntário de álcool alterava a função e o comportamento saudável do cérebro e se havia modificações associadas aos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Em relação às placas amiloides, o grupo de cientistas concluiu que o álcool aumentava o número de placas menores, potencialmente preparando o terreno para um futuro crescimento da proliferação de placas. Além disso, eles também constataram que a abstinência aguda de álcool aumentou os níveis de beta-amilóide, que é um componente-chave das placas amiloides que se acumulam na doença de Alzheimer.

Ainda entre as descobertas, os pesquisadores puderam observar que o consumo moderado de bebidas alcoólicas provocava alterações em comportamentos relacionados à ansiedade e demência, assim como um aumento na quantidade de açúcar no sangue e nos marcadores de resistência à insulina, o que aumenta o risco não apenas para a doença de Alzheimer, mas também para outras doenças, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

R7

Matthew Childs/Reuters

Um estudo inédito conduzido por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Harvard e publicado nesta quarta-feira (1º) na revista Nature, mostra passo a passo como as bactérias conseguem romper proteções cerebrais e causar a meningite.

cerebro

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causadas por diversos agentes infecciosos, incluindo bactérias.

Durante as investigações, feitas em camundongos, eles descobriram que as bactérias são capazes de suprimir respostas imunes das células nervosas das meninges, permitindo que a infecção se espalhe.

"Identificamos um eixo neuroimune nas fronteiras protetoras do cérebro que é sequestrado por bactérias para causar infecção – uma manobra inteligente que garante a sobrevivência bacteriana e leva à disseminação da doença", explica em comunicado o autor sênior do estudo, o professor de imunologia Isaac Chiu.

A meningite bacteriana em humanos tem como causa, na maioria das vezes, duas bactérias: Streptococcus pneumoniae e Streptococcus agalactia Ao chegar nas meninges, essas bactérias liberam uma toxina que ativa os neurônios da dor. Segundo os autores, isso explicaria a intensa dor de cabeça característica da meningite.

Os neurônios da dor ativados liberam uma substância química de sinalização chamada CGRP, que se liga a um receptor de célula imune chamado RAMP1.

Essa "tempestade" de substâncias químicas inunda os macrófagos, que são células de defesa responsáveis por detectar a presença de invasores – no caso, as bactérias –, atacá-las e destruí-las.

Os macrófagos também enviam pedidos de socorro para outras células do sistema imunológico para que haja uma segunda linha de defesa.

A liberação do CGRP e a ligação dele ao receptor RAMP1 presente nos macrófagos impede que essas células do sistema de defesa recrutem ajuda.

O resultado é que as bactérias se proliferam rapidamente e causam uma infecção na camada protetora do cérebro.

Os cientistas confirmaram que camundongos que não tinham o neurônio da dor ativado desenvolveram infecções cerebrais menos graves quando infectados pelas bactérias Streptococcus pneumoniae e Streptococcus agalactiae.

As meninges deles tinham altos níveis de células imunológicas capazes de combater a infecção.

Já os camundongos que tinham o neurônio da dor intacto apresentaram baixa resposta imune e níveis elevados de bactérias.

Potenciais tratamentos

Os pesquisadores fizeram outro experimento em que usaram uma substância química para bloquear o receptor RAMP1 e impedi-lo de se comunicar com o CGRP, que é liberado pelo neurônio da dor ativado pelas bactérias.

Eles concluíram que o bloqueador de RAMP1 funcionou como prevenção, antes da infecção, e também como tratamento, após as bactérias já estarem nas meninges.

Os camundongos que receberam os bloqueadores de RAMP1 antes de serem expostos às bactérias apresentaram uma presença bacteriana reduzida nas meninges.

Os que tomaram depois da infecção tiveram sintomas mais leves e foram mais capazes de eliminar as bactérias, em comparação com os animais não tratados.

O estudo abre caminho para que no futuro haja um medicamento capaz de frear a meningite antes que ela evolua para quadros graves.

Segundo o artigo, os compostos que bloqueiam o CGRP e o RAMP1 são encontrados em uma série de medicamentos usados para tratar enxaqueca e poderiam se tonar a base de novos fármacos para a meningite.

"Qualquer coisa que encontrarmos que possa afetar o tratamento da meningite durante os estágios iniciais da infecção, antes que a doença se agrave e se espalhe, pode ser útil para diminuir a mortalidade ou minimizar os danos subsequentes", complementa Felipe Pinho-Ribeiro, que também assina o artigo.

R7

Foto: Freepik

 

Dados coletados pelo laboratório Dasa, um dos maiores laboratórios privados do país, mostram que houve um aumento no número de testes positivos para COVID-19 na última semana em suas quase mil unidades, em comparação à semana anterior.

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Enquanto na semana anterior ao carnaval, dos dias 10 a 16 de fevereiro, os números de positivados girava em torno de 20,2%, porém agora na semana do carnaval, dos dias 17 a 23 de fevereiro, esses números chegaram a 23,85%, o que gerou um aumento de 3,65% em relação a semana anterior.

O estado em que houve maior aumento nessa média, foi o estado do Rio de Janeiro, que aumentou de 19,19% na semana pré carnaval e na semana do carnaval registrou 31,5% de casos positivos. Em seguida vem São Paulo, que aumentou de 25,14% para 28,08% de positivados.

Já o Nordeste brasileiro, houve um aumento um pouco mais tímido, mas há a confirmação de tendência de alta, com variação de taxa de positividade, antes do carnaval de 4,27% para 7,16% na semana do evento. A subvariante responsável por esse aumento de casos é XBB.1.5, subvariante da Ômicron, que se tornou predominante nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo e é considerada mais infecciosa do que as anteriores. Essa subvariante consegue gerar uma reinfecção na pessoa que foi contagiada com menos tempo do que as outras variantes da Ômicron.

Estudos mostram que apesar dessa subvariante ser mais contagiosa e a transmissão ser mais fácil, ela não tem gerado casos mais graves da doença em quem tem o esquema vacinal completo com pelo menos 3 doses. Nessa semana começa a ser aplicada no país a partir dessa segunda-feira na maioria dos estados do país.

A XBB.1.5 é surgiu na China e se disseminou no inverno Europeu e dos Estados Unidos, gerando um aumento bastante expressivo nos números de casos e reduzidos nos de internação. No Brasil, o primeiro caso detectado dessa variante ocorreu no fim de janeiro no estado de São Paulo e desde então a FIOCRUZ segue acompanhando os casos.

3min de leitura R7

Foto: Reprodução/Twitter

Uma dose diária do probiótico Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905, isolado da produção de cachaça, pode prevenir a asma, doença caracterizada pela inflamação das vias aéreas, limitação do fluxo de ar e remodelamento brônquico (consequência anatômica da inflamação nas vias aéreas) e que afeta 334 milhões de crianças e adultos em todo o mundo. Foi o que mostrou um estudo feito por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Federal de Minas Gerais (UFMG) com camundongos machos. Os resultados foram publicados na revista Probiotics and Antimicrobial Proteins.

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Embora tratamentos funcionais com probióticos para prevenir ou tratar diversas doenças — de pele, gastrointestinais, neurológicas e alérgicas — venham despertando maior interesse, ainda faltam, em muitos casos, estudos que definam dose e regime de administração ideais para realmente atingir os benefícios esperados. Era o caso da S. cerevisiae UFMG A-905, levedura utilizada pela indústria alimentícia na produção não só de cachaça como também de cerveja e pão. Seu potencial para atenuar sintomas da asma em modelo animal já era conhecido, porém eram necessários mais detalhes de como aproveitá-lo. O novo estudo mostra que o ideal é ingerir diariamente uma dose na concentração de 109 UFC/ml (Unidades Formadoras de Colônias por mililitro da solução administrada aos roedores). Isso representa uma estimativa de 10 bilhões de bactérias viáveis por mililitro. Para se ter uma ideia, o leite fermentado Yakult tem 16 bilhões de probióticos em um frasco de 65 ml.

“É preciso entender que os probióticos funcionam como medicamentos, ou seja, não adianta tomar de vez em quando ou na dose inadequada”, explica Marcos de Carvalho Borges, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e orientador do estudo.

O trabalho, que contou com o apoio da Fapesp, avaliou, durante 27 dias consecutivos, os efeitos de uma dose diária de 100 microlitros (μL) de uma solução com o probiótico em três concentrações diferentes: 107, 108 e 109 UFC/ml. Também foi investigado o regime de dias alternados (três vezes por semana) de administração de 100 μL da solução com 109 UFC/ml de S. cerevisiae UFMG A-905 durante cinco semanas. efeitos de uma dose diária de 100 microlitros (μL) de uma solução com o probiótico em três concentrações diferentes: 107, 108 e 109 UFC/ml. Também foi investigado o regime de dias alternados (três vezes por semana) de administração de 100 μL da solução com 109 UFC/ml de S. cerevisiae UFMG A-905 durante cinco semanas. A avaliação foi feita em camundongos machos sensibilizados intraperitonealmente com ovalbumina (proteína da clara do ovo que induz a asma) e também desafiados com ela intranasalmente. Eles receberam a levedura diretamente no estômago por meio de um tubo.

Os autores descobriram que, em comparação a camundongos do grupo de controle, que receberam apenas solução salina, tanto a administração diária do probiótico quanto aquela em dias alternados reduziram significativamente a hiper-responsividade brônquica, ou seja, o estreitamento exagerado das vias aéreas em resposta a um estímulo, uma das principais características da asma.

Porém, do ponto de vista da inflamação das vias aéreas propriamente dita, apenas a dose mais alta ministrada todos os dias foi capaz de reduzi-la nos camundongos asmáticos.

“Observamos o grau de inflamação pela quantidade de eosinófilos [células de defesa] e pela produção das citocinas, ambos marcadores inflamatórios da asma que se mostraram consideravelmente reduzidos”, explica Borges. “Chegamos à conclusão de que a S. cerevisiae UFMG A-905 isolada da cachaça artesanal tem um bom potencial para prevenir a doença, porém, para isso, deve ser ingerida todos os dias, em uma dose alta.”

A administração diária do probiótico em concentrações de 107 e 108 UFC/ml e em regime de dias alternados não diminuiu significativamente a inflamação das vias aéreas e pulmonares.

“Do ponto de vista de política pública, ter um produto natural como um probiótico, que praticamente não apresenta efeitos colaterais, para potencialmente prevenir o desenvolvimento de uma doença tão prevalente como a asma é muito importante”, completa Borges.

Remédio em formato ideal

Com os estudos em animais finalizados, a ideia agora é elucidar os mecanismos envolvidos no efeito benéfico da S. cerevisiae UFMG A-905 e avaliá-la em humanos para confirmar se os mesmos resultados são reportados. Para isso, os pesquisadores querem ir além de criar um simples comprimido com a solução e pensam em desenvolver produtos alimentícios fermentados com o probiótico.

Em outro trabalho, um mestrado orientado por Borges em parceria com a Universidade de Campinas (Unicamp) e a UFMG, já foi desenvolvido um pão com o efeito preventivo. O produto acaba de ser patenteado e deve ser reportado em breve em revistas científicas.

Agência Fapesp

Foto: Reprodução Agência FAPESP/ Marcos de Carvalho Borges/USP