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Data: 5/04/2025

A perda de cabelo é muitas vezes considerada inevitável, já que o crescimento de novos fios é difícil. No entanto, cientistas da Universidade Nacional de Yokohama, no Japão, conseguiram produzir em laboratório novos folículos capilares — estrutura em formato de bolsa onde fica a raiz do cabelo, localizada na camada de pele abaixo da epiderme.

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Na pesquisa publicada na revista Science Advances na última sexta-feira (21), os pesquisadores mostraram que os folículos são cavidades presentes em quase todo o corpo humano e se formam ainda na fase embrionária, graças à interação entre a camada externa da pele e o tecido conjuntivo, chamado mesênquima, que se encontra abaixo.

Exatamente por isso, a produção artificial dos folículos sempre foi mais difícil. Para entender melhor essas interações, Junji Fukuda, da Universidade de Yokohama, no Japão, e sua equipe de cientistas estudam organoides — versões pequenas e simples de um órgão — de folículos capilares.

Ao controlar a estrutura das organelas, a equipe conseguiu melhorar o crescimento dos folículos capilares. "Investigamos várias condições, incluindo fatores de crescimento, ativadores e inibidores de vias de sinalização e componentes básicos do meio de cultura", disse Fukuda na publicação.

No ensaio, os japoneses usaram células embrionárias da pele de camundongos e conseguiram cultivá-las em um tipo especial de gel, que permite que as células sejam reprogramadas em folículos pilosos. Esse gel possibilita que as partículas cresçam no laboratório, escalando umas sobre as outras, como fazem no corpo. Em um mês, os folículos atingiram o comprimento de até 3 milímetros.

"Isso provavelmente está relacionado ao fato de que o ciclo de mudança em camundongos é de cerca de um mês", aponta Fukuda.

A equipe agora está trabalha na recriação do experimento com células humanas. E, com isso, um dia pode ser a solução para a perda de cabelo.

A intenção dos pesquisadores é tirar o cabelo de uma pessoa que tenha os fios em boas condições, cultivar em um laboratório e depois usar esses folículos para implantar nas pessoas com queda capilar ou calvície.

Esse avanço pode abrir caminho para medicamentos e tratamentos para o crescimento do cabelo que podem afetar inclusive sua cor e seu formato, uma vez que os folículos implantados terão as características dos doadores.

"Nosso próximo passo será usar células derivadas de humanos e aplicá-las ao desenvolvimento de medicamentos e medicina regenerativa", disse Junji Fukuda, coautor do estudo.

Atualmente, o transplante capilar é feito a partir da retirada de cabelo de uma parte do corpo para uma área que está diminuindo ou ficando calva, o que pode levar a cicatrizes.

R7

Foto: Freepik

No sábado, 22, muitos atendimentos foram realizados nos Postos de Saúde, de Floriano, num mutirão que envolveu vários profissionais. Os atendimentos começaram nas primeiras horas da manhã e se estenderam até o meio dia.

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O mutirão foi de exames citopatológico (prevenções) com pedidos de mamografias e, os atendiento estavam ocorrendo nos vários postos de Floriano-PI. O Ivan Nunes, do Piauí Notícias, esteve fazendo as imagens no Posto de Saúde do bairro Bosque Sana Teresinha. 

Da redação

 

 

 

Um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos publicou, nesta sexta-feira (20), um artigo no Jama (Jornal da Associação Médica Americana) em que, mais uma vez, o antiparasitário ivermectina é descartado como possibilidade de tratamento para casos leves e moderados de Covid-19.

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A conclusão se deu após a análise de 1.591 pacientes que foram diagnosticados com Covid-19 entre junho de 2021 e fevereiro de 2022. Eles foram divididos em dois grupos, sendo que o primeiro tomou 400 microgramas de ivermectina por quilo durante três dias; o segundo recebeu placebo.

O objetivo do estudo era verificar se a ivermectina era capaz de encurtar a duração dos sintomas ou evitar a hospitalização.

No primeiro critério, verificou-se que o tempo médio de recuperação dos pacientes foi praticamente o mesmo: 12 dias no grupo ivermectina e 13 dias no grupo placebo.

A taxa de hospitalização foi baixa e ficou em 1,2% dos pacientes em ambos os grupos.

"O resultado secundário composto de consultas de urgência ou emergência, hospitalizações ou morte foi semelhante para ivermectina (3,9%) em comparação com placebo (3,6%)", descrevem os autores.

Ao fim, os pesquisadores ressaltam que "esses achados não suportam o uso de ivermectina em pacientes com Covid-19 leve a moderada".

Nenhum estudo respeitado até hoje apresentou resultados que validem a eficácia da ivermectina contra a Covid-19.

Recentemente, uma fake news circulou nas redes sociais alegando que o NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos) indicava o medicamento.

O órgão, todavia, sublinha que a ivermectina pode ser usada somente em ensaios clínicos, e que ensaios clínicos randomizados publicados nos últimos dois anos “mostraram que o uso da ivermectina para o tratamento da Covid-19 não teve benefício clínico”.

No Brasil, as vendas de ivermectina dispararam no primeiro ano da pandemia, apesar de entidades médicas recomendassem que a droga não fosse utilizada como tratamento nem como prevenção.

Houve, inclusive, casos de transplante de fígado em indivíduos que tiveram falência hepática pelo uso indiscriminado do medicamento.

R7

Foto: Divulgação/Merck Sharp & Dohme

 

Estudo publicado na revista Science Advances descreveu, pela primeira vez, um circuito neuromuscular que liga a queima de gordura no músculo à ação de uma proteína no cérebro.

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Os resultados, obtidos por pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo), ajudam a entender como a prática de exercício físico ajuda na perda de peso e reforçam a importância desse hábito para a saúde.

“O trabalho teve como objetivo estudar a ação de uma proteína chamada interleucina 6 [IL-6], que tem característica inflamatória, mas que em algumas situações, como a de exercício físico, assume funções diferentes. Nesse caso, a queima de gordura no músculo”, explica Eduardo Ropelle, professor da FCA (Faculdade de Ciências Aplicadas) da Unicamp, em Limeira, que coordenou o estudo apoiado pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O grupo liderado pelo pesquisador já havia observado que camundongos que tinham a proteína injetada diretamente no cérebro começavam imediatamente um processo de oxidação da gordura no músculo da pata. Essa parte do estudo foi realizada durante o mestrado de Thayana Micheletti, bolsista da FAPESP. Micheletti realizou parte das análises durante estágio na Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha.

Com os resultados, os pesquisadores buscaram entender se havia um circuito que ligasse a produção da IL-6 no hipotálamo, parte do cérebro que comanda várias funções, com a quebra da gordura observada no tecido musculoesquelético.

Essa etapa da pesquisa contou com a colaboração de Carlos Katashima, que atualmente realiza estágio de pós-doutorado no LaBMEx (Laboratório de Biologia Molecular do Exercício) da FCA-Unicamp, coordenado por Ropelle.

Estudos prévios indicavam que uma parte específica do hipotálamo, a porção ventromedial, poderia alterar o metabolismo muscular quando estimulada. Ao detectar a presença do receptor de IL-6 naquela parte do cérebro, pesquisadores brasileiros chegaram, então, à hipótese de que a ação da proteína produzida ali poderia desencadear um circuito neuromuscular, favorecendo a queima de gordura no tecido musculoesquelético.

Para demonstrar a existência do circuito, foram realizados vários experimentos. Em um deles, Katashima e os colegas fizeram um corte no nervo ciático, que liga a coluna vertebral ao músculo da coxa, em apenas uma das patas de camundongos.

Quando a IL-6 foi injetada no cérebro, a queima de gordura ocorreu como esperado na pata íntegra, mas não na que tinha tido sofrido o corte do nervo. “O experimento mostrou, portanto, que a queima de gordura muscular só ocorre graças à ligação nervosa entre o hipotálamo e o músculo”, conta Katashima. Receptores bloqueados

Restava aos pesquisadores descobrir como era feita essa ligação entre sistema nervoso e muscular. Para isso, administraram nos camundongos drogas que bloqueiam os chamados receptores alfa e beta adrenérgicos, neste caso responsáveis por receber o sinal nervoso para que o músculo possa desempenhar a função determinada pelo cérebro.

Enquanto o bloqueio dos receptores beta não surtiu tanto efeito, o “desligamento” dos receptores alfa adrenérgicos fez com que a oxidação da gordura no músculo fosse bastante reduzida ou nem sequer ocorresse.

Análises computacionais (in silico) apontaram forte correlação entre o gene da IL-6 no hipotálamo e duas subunidades dos receptores alfa no músculo, alfa2A e alfa2C. Os resultados foram validados quando os pesquisadores injetaram IL-6 no cérebro de camundongos que não produzem esses receptores específicos e os animais não apresentaram quebra de gordura no músculo.

“Uma descoberta importante desse estudo foi ter associado esse circuito neuromuscular ao chamado afterburn, que é a queima de gordura que acontece depois que paramos de fazer exercício. Isso já foi dado como secundário, mas, na verdade, pode durar horas e deve ser considerado de fundamental importância no processo de perda de peso”, aponta Ropelle.

“Mostramos que o exercício físico, além de produzir IL-6 no músculo, como já se sabia, também aumenta o conteúdo dessa proteína no hipotálamo. Portanto, os efeitos provavelmente são muito mais duradouros do que apenas durante a atividade em si. Isso mostra mais uma vez a importância do exercício físico numa intervenção contra a obesidade”, encerra Katashima.

Agência Fapesp

Foto: Pixabay