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Uma ampla revisão sistemática de diversos estudos já publicados concluiu que pessoas com determinados tipos sanguíneos têm mais risco de sofrer AVC (acidente vascular cerebral), popularmente conhecido como derrame, antes dos 60 anos.

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Os resultados foram publicados nesta quarta-feira (31) na revista Neurology, da Associação Americana de Neurologia.

O trabalho, chamado de meta-análise, incluiu 48 estudos que abordaram genética e acidente vascular isquêmico (o tipo mais comum) na América do Norte, Europa e Ásia.

Os dados disponíveis eram de quase 600 mil pessoas, sendo 16,9 mil que haviam sofrido um AVC e outras 576,3 mil que não tiveram.

Dos 16,9 mil, cerca de 35% tiveram AVC de início precoce – antes dos 60 anos – enquanto o restante foi tardio, após essa idade.

Os pesquisadores verificaram que havia uma ligação entre o AVC precoce e a área do cromossomo que inclui o gene que determina o tipo sanguíneo A, AB, B ou O.

Eles calibraram os dados para sexo e outros fatores de risco. Ao final, concluíram que pessoas com sangue tipo A têm 18% mais chances de sofrer um derrame antes dos 60 anos do que qualquer outro tipo sanguíneo.

Por outro lado, portadores de sangue tipo O tinham risco 12% menor de ter um acidente vascular cerebral antes dos 60 anos.

O tipo sanguíneo B também foi associado a um risco mais elevado de AVC precoce.

Quando observados os dados apenas dos indivíduos europeus, os autores do estudo descobriram o seguinte:

  • O AVC precoce ocorreu em 48% dos que tinham sangue tipo A.
  • Entre os que tinham sangue O, foram 35%.

O coinvestigador principal do estudo, Steven J. Kittner, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland (EUA), enfatiza, em comunicado, que o risco aumentado foi muito modesto e que aqueles com sangue tipo A não devem se preocupar em ter um AVC de início precoce ou fazer exames extras. Alguns estudos anteriores já apontavam que indivíduos com tipo sanguíneo A têm um risco ligeiramente maior de desenvolver trombose venosa nas pernas, condição provocada por coágulos.

Os mecanismos pelos quais essas pessoas também têm mais chances de sofrer um AVC precisam ser mais bem-estudados, segundo os próprios pesquisadores.

“Pesquisas futuras são necessárias para ajudar a desenvolver uma compreensão mais precisa de como o AVC se desenvolve. Isso pode levar a tratamentos preventivos direcionados para o AVC de início precoce, o que pode resultar em menos incapacidade durante os anos mais produtivos das pessoas", afirmou em comunicado a pesquisadora Jennifer Juhl Majersik, da Universidade de Utah e membro da Academia Americana de Neurologia. Acidente vascular cerebral

O AVC isquêmico é o mais frequente e ocorre quando há o bloqueio de algum vaso sanguíneo do cérebro, impedindo o transporte de oxigênio para partes do órgão. Quando há rompimento do vaso, o AVC é chamado de hemorrágico – é também o tipo mais grave.

Embora o tipo sanguíneo tenha sido associado ao AVC isquêmico no estudo publicado hoje, há fatores de risco conhecidos para a doença que incluem pressão alta, colesterol elevado, diabetes, tabagismo, obesidade, sedentarismo e uso de drogas, por exemplo.

Dados da Arpen Brasil (Associação de Registradores de Pessoas Naturais) mostram que somente no ano passado, 108 mil pessoas morreram no país vítima de AVC, um número ligeiramente maior do que os óbitos por infarto (103 mil).

O Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento lista os seguintes sintomas como principais do AVC:

  • Súbita fraqueza ou paralisia de um lado do corpo (por exemplo, metade do rosto, um braço ou uma perna, ou um lado inteiro).
  • Súbita perda de sensibilidade ou sensibilidade anormal em um lado do corpo.
  • Dificuldade súbita em falar, incluindo dificuldade em achar as palavras e algumas vezes linguagem ininteligível.
  • Confusão súbita, acompanhada de dificuldade em compreender a linguagem e em falar.
  • Obscurecimento súbito, visão turva ou perda da visão, em particular em um olho.
  • Tontura súbita ou perda de equilíbrio e coordenação, levando a quedas.

Pessoas que tiverem suspeita de um AVC precisam buscar atendimento médico com urgência, pois quanto mais tempo demorar, maior é o risco de sequelas e morte.

R7

Foto: Freepik

O Brasil registra mais casos de varíola do macaco (monkeypox) do que somados todos os outros 26 países ou territórios da América Latina e Caribe que já detectaram a doença.

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Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, até esta segunda-feira (29), o país tinha 4.693 infecções confirmadas, o terceiro do mundo, atrás dos Estados Unidos (18.101) e da Espanha (6.548). O monitoramento feito pela iniciativa Monkeypoxtally, que reúne dados oficiais, mostra que a América Latina e o Caribe tinham até esta terça-feira (30) 3.167 ocorrências.

O Peru é o segundo país com mais diagnósticos, com 1.463 confirmações. Em seguida, aparecem Colômbia (582), México (386), Chile (344) e Argentina (133).

As Américas são justamente foco de preocupação da OMS (Organização Mundial da Saúde) em relação ao avanço da varíola do macaco, enquanto boa parte da Europa vê um declínio de novas infecções. “Na América Latina, em particular, a conscientização insuficiente ou as medidas de saúde pública estão se combinando com a falta de acesso a vacinas para atiçar as chamas do surto", afirmou na semana passada o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Na Colômbia, por exemplo, o número de casos dobrou em uma semana. O Brasil registrou mil novas infecções no período de dez dias, embora o Ministério da Saúde afirme haver indicativos de estabilização da doença. Casos suspeitos aumentam no Brasil

Enquanto sobe o número de casos confirmados, o Brasil também vê um aumento considerável das suspeitas.

No dia 22, 4.155 pessoas aguardavam resultado de exame para confirmar ou descartar infecção pelo vírus monkeypox. Uma semana depois, eram 5.176.

O primeiro lote de vacinas contra a varíola do macaco comprado pelo Brasil, por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), deve chegar ao país em setembro.

Os imunizantes serão direcionados inicialmente a profissionais da saúde que trabalham com coleta de amostras dos pacientes e a trabalhadores de laboratórios que processam os exames.

Posteriormente, pode haver também a imunização de contatos próximos de pacientes confirmados.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, advertiu, entretanto, que as vacinas não são suficientes para frear o surto da doença no país.

R7

Depois que os médicos diagnosticaram Paula Estrada com câncer de mama em 2009, a então argentina de 41 anos decidiu que não apenas venceria a doença, mas o faria sem perder seus longos cabelos loiros para os estragos da quimioterapia.

capacete

Em sua casa em Buenos Aires, Paula, designer gráfica de profissão, começou a criar um capacete improvisado com compressas de gelo que, em vez de ajudar em lesões esportivas, manteria seu couro cabeludo frio – e evitaria a queda de cabelo. Seu dispositivo funcionou: o frio do capacete constringiu os vasos sanguíneos e ajudou a impedir que os medicamentos quimioterápicos atingissem os folículos capilares de Estrada.

“Acho que [o capacete] foi a chave para manter meu humor. Não sinto nada [enquanto uso o capacete]. Eu saio [da quimioterapia], tiro o capacete e vivo minha vida como qualquer outra pessoa", conta a designer.

E acrescenta: "É confortável [usar o capacete], não incomoda nada. Quando você coloca o capacete, fica frio no começo, mas não é desconfortável". Mais de uma década depois, as versões dos capacetes de Paula ajudaram cerca de 60.000 pacientes com câncer na Argentina, bem como no Chile, México, Espanha e Estados Unidos.

Os capacetes têm sido cada vez mais usados ​​nos principais hospitais da Argentina após a aprovação do método pela Food and Drug Administration em 2017.

Gonzalo Recondo, oncologista de Estrada e chefe de oncologia clínica do hospital CEMIC em Buenos Aires, disse que há evidências claras de que esses capacetes podem ser úteis para a prevenção.

Os capacetes devem ser usados ​​desde a primeira sessão de quimioterapia e precisam estar a -20 graus Celsius, além de serem trocados a cada 30 minutos.

“Tem que colocar [o capacete] no freezer com dois dias de antecedência. Eu sei que pegar o capacete, que é um pacote de gelo em gel, leva um pouco de logística, mas vale a pena porque faz você lutar contra a doença de forma diferente. Você, seus filhos e seu entorno se vêem de maneira diferente", relata Paula.

Reuters

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), através do Centro de Informações Estratégicas e Vigilância em Saúde do estado do Piauí (CIEVS), confirmou mais um caso de Monekeypox (varíola dos macacos) no estado. Trata-se de uma pessoa do sexo masculino da cidade de Parnaíba.

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No estado, três casos já foram confirmados, em indivíduos do sexo masculino, nas cidades de Batalha, Teresina e agora em Parnaíba. De acordo com a coordenadora do CIEVS, Amélia Costa, o homem já passou pelos 21 dias de isolamento, porém o centro está acompanhando junto com a vigilância do município a situação do caso positivo como os de seus familiares e contatos.

“Estamos conversando com a vigilância de Parnaíba e acompanhando a situação desse homem que testou positivo, como de todos os seus contatos. A cidade de Parnaíba já notificou 08 casos de varíola dos macacos, desses 01 foi confirmado, 05 estão em investigação e 02 foram descartados”, disse a coordenadora.

Até esta sexta-feira- 26 de agosto- o Piauí já notificou 69 casos de Monkeypox, com 03 casos confirmados, 15 descartados, 50 em investigação e 01 provável. De acordo com o levantamento do CIEVS, 20 municípios, de norte a sul do estado, já notificaram casos suspeitos da doença, sendo a capital Teresina e Parnaíba as cidades com maiores registros.

“Com a confirmação dos novos casos é de fundamental importância a população ficar atenta aos sinais e sintomas da doença, e procurar os serviços de saúde do município caso a pessoa comece a detectar sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular e o surgimento de vesículas pelo corpo”, lembra Amélia Costa.

Foto: Crédito: VisualDX