Em 2020, uma pesquisa da YouGov, apontou que a incidência do hipotireoidismo na população adulta masculina é de cerca de 3%, enquanto nas mulheres a incidência aumenta para 15%. Além disso apontou a possibilidade de 1,6 bilhão de pessoas terem algum distúrbio da tireóide durante a vida.
Segundo o especialista em reprodução humana, Dr. Nilo Frantz, o Hipotireoidismo é caracterizado pela queda na produção dos hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina) que são produzidos pela glândula tireóide. Essa glândula é responsável pela regulação do metabolismo do nosso corpo.
Apesar de ser mais comum em mulheres cisgênero em idade reprodutiva, a doença pode atingir qualquer pessoa e de qualquer idade.
De acordo com o artigo publicado em 2011 sobre as “Diretrizes da American Thyroid Association para o diagnóstico e tratamento de doenças da tireoide durante a gravidez e pós-parto”, o número de gestantes que podem adquirir o hipotireoidismo durante a gravidez chega a 3%, o que pode acarretar em problemas ao desenvolvimento do feto. Segundo Frantz, a deficiência de iodo é uma das principais causas desse distúrbio hormonal.
“Pessoas que consomem poucos alimentos ricos em iodo, como peixes, crustáceos, moluscos, leite e ovos, podem apresentar falta desse mineral no organismo”, afirma.
Alterações imunológicas como no caso de pessoas que possuem a doença autoimune Tireoidite de Hashimoto também podem levar o indivíduo para um quadro de hipotireoidismo.
Como identificar
O exame de sangue é um dos principais diagnósticos da doença, já que por meio dele é possível avaliar e medir os níveis dos hormônios T3, T4 e TSH. Porém, outra forma de identificar alterações na tireóide é ao examinar o pescoço do paciente.
O ultrassom é o exame de imagem complementar que também pode ajudar a detectar o hipotireoidismo e outras anomalias na tireoide.
Em recém-nascidos, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o hipotireoidismo pode ser diagnosticado pelo “Teste do Pezinho” que deve ser feito entre o terceiro e o sétimo dias de vida do bebê. Se confirmada a doença é necessário que o bebê já comece a tratar a condição imediatamente para evitar consequências que possam atrapalhar o seu desenvolvimento no futuro.
Hipotireoidismo compromete a fertilidade?
De acordo com Frantz, sim. A doença atinge a fertilidade feminina, já que os hormônios liberados pela tireoide exercem efeitos sobre a função ovariana.
“Eles interagem com hormônios da hipófise, que são responsáveis por estimular a ovulação. Dessa forma, prejudicam a maturação dos óvulos, interferem no ciclo menstrual e também no período fértil. O hipotireoidismo está relacionado também a casos de abortamento e de complicações obstétricas e fetais”, explica o especialista.
Mas isso não quer dizer que a mulher não possa engravidar, a doença pode tornar o processo mais difícil e requerer maiores cuidados. Vale lembrar que o hipotireoidismo também pode surgir durante a gestação, sendo necessário um maior acompanhamento médico para resguardar a vida da gestante e do bebê.
Nos homens a doença pode prejudicar a produção dos espermatozoides.
“Existe também a possibilidade da doença desencadear casos de disfunção erétil, que não deixa o homem infértil, mas dificulta a gravidez. Por esses motivos, exames de rotina para diagnosticar qualquer alteração na glândula tireoide é fundamental”, afirma.
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, aproximadamente um a cada 4 mil recém-nascidos possuem hipotireoidismo congênito.
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