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Recentemente o Conselho Federal de Medicina (CFM) restringiu a prescrição de Canabidiol para tratar apenas alguns quadros de epilepsia, excluindo o transtorno do espectro do autismo (TEA) desta lista, por exemplo, entre outros. Vale destacar que há poucos dias a decisão foi suspensa pelas autoridades, considerado uma vitória por parte da sociedade civil e ressaltando a importância desse tratamento para milhares de casos.

cannabis

Desde 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou norma que permite registro de produto à base de canabidiol. Desde lá, vários pacientes são beneficiados com o tratamento por meio da substância, incluindo casos específicos dentro do espectro autista. Se a restrição de prescrição não fosse suspensa, muitas crianças, famílias e cuidadores seriam impactados.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que em todo o mundo, uma em cada 160 crianças conviva com o transtorno do espectro autista (TEA). Com base em estudos epidemiológicos realizados nos últimos 50 anos, o número de diagnósticos de TEA estão aumentando globalmente e, automaticamente, a ciência e a conscientização sobre o tema têm expandido e acompanhado o ritmo com critérios mais rigorosos para identificação dos casos.

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta o desenvolvimento cognitivo, o comportamento, a comunicação social e as habilidades motoras. Na maioria dos casos, o diagnóstico se dá durante os primeiros cinco anos de vida e o uso de canabidiol para tratamento do autismo vem sendo buscado por muitas famílias que enxergam no CBD uma possibilidade para melhorar situações de agressividade e interação social, entre pessoas no espectro. Há evidências científicas de disfunção do sistema endocanabinoide (receptores humanos aos compostos da Cannabis) em pacientes portadores de TEA e estudos animadores em relação ao alívio da ansiedade, irritabilidade, insônia e agressividade. Além disso, a Cannabis promove ganhos importantes na fala e na interação social.

Estudo clínico realizado por um centro de saúde localizado em Jerusalém avaliou a tolerância e a eficácia da administração de um produto de cannabis rico em CBD na forma de extrato oleoso com absorção sublingual, administrado de modo complementar ao tratamento farmacoterapêutico já realizado por cada paciente. Participaram ao todo do estudo 60 crianças com idade média de 12 anos, diagnóstico de TEA e problemas comportamentais graves e refratários.

Destes, 83% eram meninos e a eficácia do tratamento foi avaliada através da escala clínica Caregiver Global Impression of Change. Os resultados mostraram que houve melhora no comportamento de 61% dos pacientes por meio da prescrição do Canabidiol.

A cannabis medicinal como tratamento para pacientes com transtornos do espectro do autismo vem sendo fundamental, segura e eficaz para aliviar os sintomas, principalmente na parte comportamental, sociabilização, sono, ansiedade, e com poucos efeitos colaterais.

O impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida das crianças autistas e seus cuidadores são indiscutíveis e os estudos não podem parar.

3 min de leitura R7

O consumo de cigarros eletrônicos aumenta quase que na mesma proporção em que surgem evidências científicas sobre os problemas de saúde causados por eles. Desta vez, pesquisadores da universidade Tufts School of Dental Medicine, dos Estados Unidos, encontraram evidências que associam o uso dos vapes com maior probabilidade para o surgimento cáries dentárias.

Foram acompanhados 13.216 voluntários com mais de 16 anos, entre os anos de 2019 e 2022, que passaram por tratamentos odontológicos na universidade. A maioria deles afirmou que não utilizava os dispositivos.

Já entre os fumantes dos cigarros eletrônicos, os cientistas notaram que 79% tinham um risco maior de apresentar o problema bucal em comparação a quase 60% do grupo de controle, composto daqueles que consumiam cigarros em geral.

Na ensaio publicado no The Journal of the American Dental Association, cientistas disseram que o teor de açúcares e a viscosidade do líquido usado nos vapes para produzir o vapor a ser inalado aderem aos dentes dos usuários e formam uma camada que altera o microbioma oral e facilita a proliferação de bactérias bucais.

Além disso, o estudo concluiu que o vaporizador parece estimular a cárie em áreas onde geralmente não ocorre, como as bordas inferiores dos dentes da frente.

Uma pesquisa feita em 2018 por profissionais ligados à Associação Dental Americana e publicado na revista PlosOne já havia constatado que a maioria dos líquidos para cigarros eletrônicos contém propilenoglicol, glicerina, nicotina e uma grande variedade de sabores, muitos dos quais são doces. Os aerossóis têm propriedades físico-químicas semelhantes às de alto teor de sacarose, balas gelatinosas e bebidas ácidas", concluíram os cientistas na época.

Karina Irusa, principal autora do estudo da Tufts, admite que a extensão dos efeitos dos vapes na saúde bucal, especificamente na cárie dentária, ainda é relativamente desconhecida e precisa de mais pesquisas.

"Nos últimos anos, a conscientização pública aumentou sobre os perigos do vaping para a saúde sistêmica, especialmente depois que o uso de dispositivos de vaping foi associado a doenças pulmonares. Algumas pesquisas odontológicas mostraram vínculos entre o uso de cigarros eletrônicos e o aumento de marcadores de doenças gengivais e, separadamente, danos ao esmalte do dente, sua camada externa. Mas relativamente pouca ênfase foi colocada na interseção entre o uso de cigarros eletrônicos e a saúde bucal, mesmo por dentistas", disse ela.

O artigo recomendou que os dentistas passem a perguntar aos pacientes sobre o uso de cigarros eletrônicos como parte do histórico médico. Ressalta, ainda, que os odontopediatras, que atendem adolescentes, devem questionar também os mais jovens, uma vez que o consumo aumenta nessa faixa etária.

No caso de ser usuário dos dispositivos, o paciente deve ser considerado para um "protocolo de gerenciamento de cárie mais rigoroso", que pode incluir creme dental de flúor e enxágue com flúor no consultório, aplicações de flúor no consultório e exames com mais frequência do que duas vezes por ano.

R7

Foto: pixabay

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou um alerta sobre uso de produtos para trançar e modelar cabelos comercializados no país.

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De acordo com a Anvisa, supostamente esses produtos estariam "ocasionando cegueira temporária, entre outros efeitos indesejáveis". A agência cita casos de ardência nos olhos, lacrimejamento intenso, coceira, vermelhidão, inchaço ocular e dor de cabeça.

"Segundo diagnóstico médico, em um dos casos, o paciente apresentou lesão grave nos olhos. Há ainda relatos de demora na recuperação da visão de consumidores com prazos de até 15 dias." O alerta foi emitido na última terça-feira (13). A Anvisa ressaltou que é de fundamental importância que quaisquer efeitos indesejáveis à saúde supostamente relacionados ao uso desses produtos — e de outros cosméticos — sejam registrados.

"Há links específicos para registro por parte de cidadãos e profissionais que manejam produtos cosméticos e empresas e profissionais de saúde."

A Anvisa ainda recomenda que a população só faça uso de produtos que são regulamentados por ela. Os consumidores também devem evitar tomar banho de piscina e mar após trançar os cabelos e, ao lavá-los, proteger, de forma cuidadosa, os olhos.

Se a pessoa está com algum problema nos olhos, como conjuntivite, é recomendado evitar o uso de produtos para trançar/modelar os cabelos, para impedir que isso possa se agravar.

Efeito grave

Um efeito indesejável grave é uma reação adversa inesperada e prejudicial à saúde humana, que leva à incapacidade funcional temporária ou permanente, invalidez, hospitalização, anomalias congênitas, risco imediato à vida ou morte.

R7 com Agência Brasil

Foto: Freepik

Recentemente viralizou no Tik Tok uma trend chamada Mouth Taping, em que os usuários recomendam o uso de uma fita na boca com o intuito de garantir que a respiração ocorra pelo nariz durante o sono.

Os defensores dessa nova “onda” das redes sociais estão incentivando as pessoas a se envolver em uma prática controversa, com o objetivo de retardar o envelhecimento e dormir melhor: respirar apenas pelo nariz. Eles acreditam que isso é uma solução para os problemas de respiração. Porém, os médicos alertam que essa técnica é extremamente perigosa e colocar a saúde em risco.

De fato a respiração bucal pode acarretar diversos problemas para a saúde do paciente, e inclusiva ser o responsável pelo temido mau hálito. Porém, os especialistas afirmam que tapar a boca durante o sono para obrigar a respirar somente pelo nariz, com nenhum tratamento indicado, não é a forma correta de resolver o problema.

Sabe-se que a respiração nasal é fundamental para o desenvolvimento do complexo craniofacial, e influência nas funções de sucção, mastigação e deglutição. E a respiração bucal pode provocar alterações miofasciais, posturais, como queixo levantado e boca aberta, socioemocionais, expressivas, digestivas, fonéticas e de oclusão dentária.

O ato de respirar através da boca provoca o ressecamento da mesma, o que promove uma descamação excessiva de células da mucosa bucal, ou seja, uma descamação excessiva de “pele” dos lábios e bochechas, e essa “pele” acaba servindo de alimento às bactérias que são responsáveis pelo mau hálito.

A cirurgiã-dentista e especialista em saúde oral, Dra. Bruna Conde, explica que isso acontece porque a boca é um ambiente propício para a proliferação de bactérias, e elas são responsáveis pelo mau cheiro. Além disso, a salivação é um mecanismo importante para eliminar essas bactérias, e quando respiramos pela boca, ela não ocorre de forma adequada. Por isso, é importante manter os dentes higienizados e buscar formas de não respirar frequentemente pela boca, para manter um hálito sempre agradável.

Principais causas do aparecimento da respiração bucal

  • Obstruções nasais por alergias (Rinites e Rinossinusites); • Hipertrofia de cornetos; • Desvio de septo nasal; • Adenoides aumentadas; • Amígdalas aumentadas.

Considerando as causas para o desenvolvimento da respiração bucal, é possível entender o perigo de tapar a boca para dormir sem alguma orientação e indicação médica de como proceder.

Relações de problemas respiratórios e halitose

Infecções respiratórias e o mau hálito

Tuberculose, abscesso pulmonar, sinusite, amigdalite, pneumonia e outras doenças de vias aéreas também podem gerar um odor fétido que se propaga para a boca e provoca o mau hálito. Porém são 8% dos casos. 90% dos problemas de mau hálito vem da boca.

“Esses problemas são geralmente tratados com antibióticos, mas às vezes podem ser causados por bactérias ou vírus que não respondem a esses medicamentos. Nesses casos, é importante procurar um médico para avaliar se há alguma outra condição médica subjacente que precisa ser tratada.” indica a Dra. Bruna Conde.

Nesse caso, deve-se ter certeza de que a higiene bucal está sendo feita corretamente e que não há nenhuma doença na boca ou hábitos errados que poderia explicar o problema.

Mau hálito pulmonar existe? Infecções que causam mau odor

Quando o mau hálito emana dos pulmões, às vezes a causa é uma infecção de curto prazo. Algumas condições como bronquite, sinusite e até pneumonia podem causar mau hálito. O único bom aspecto do mau hálito causado por essas condições respiratórias é que, quando a pessoa se recupera, a halitose também desaparece se todos os problemas de mau hálito forem removidos.

Às vezes, a razão do mau hálito dos pulmões pode ser uma aflição crônica. Pessoas com Fibrose Cística sofrem com esse sintoma, segundo a Sociedade Americana de Rinologia. Esta condição causa a secreção de muco espesso nas vias respiratórias, provocando infecções recorrentes e congestionamento nasal. Esta doença é hereditária e não tem cura, por isso o muco espesso e a dificuldade em respirar podem ser sempre uma preocupação.

A asma é outra condição respiratória que pode causar mau hálito. As pessoas com asma muitas vezes respiram pela boca, o que resseca os tecidos orais. Muitas das bactérias que causam mau hálito florescem em uma boca seca. Além disso, os inaladores medicamentosos também podem ter um efeito colateral da boca seca, influenciando ainda mais no problema.

O câncer de pulmão é outra condição que tem um odor característico e pode até ser identificado pela combinação específica de gases no hálito de uma pessoa.

As causas de halitose procedentes do aparelho respiratório inferior, isto é, com origem primária abaixo do nível da laringe, são mais raras, e incluem as bronquites, bronquiectasias, pneumonias, abcessos pulmonares e carcinomas do pulmão.

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Cuidados e tratamentos A cirurgiã-dentista Bruna Conde ressalta que o tratamento de mau hálito associado a outros problemas deve ter acompanhamento multidisciplinar. Seu cirurgião-dentista especialista em Halitose será capaz de saber se as mudanças na higiene dentária podem ajudar no mau hálito e também indicar se você deve conversar com um médico especializado nas questões respiratórias.

“Respiração bucal tem tratamento e a escolha da modalidade terapêutica depende diretamente das causas do problema. Esse cuidado é essencial para prevenção das diversas complicações que podem decorrer desta condição. Se identificar algum sintoma, evite fazer qualquer prática sem recomendação médica, não deixe de buscar ajuda profissional.” finaliza a Dra. Bruna Conde.

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R7

Foto: reprodução