Um estudo clínico em fase final mostrou a eficácia do medicamento donanemabe, desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly, na desaceleração da progressão da doença de Alzheimer. Os resultados, publicados nesta segunda-feira (17) no Jama (Jornal da Associação Médica Americana), trazem esperança de que o novo tratamento para essa condição neurodegenerativa possa estar disponível em breve.

amiloide

Chamado de Trailblazer-ALZ 2, o estudo envolveu 1.736 pacientes com idade entre 60 e 85 anos e diagnóstico de Alzheimer em estágio inicial e foi conduzido em 277 centros de pesquisa de oito países. Os participantes foram divididos em dois grupos, sendo que a metade deles recebeu o donanemabe por via intravenosa a cada quatro semanas durante um período de 72 semanas. A outra metade recebeu placebo, também por via intravenosa. Nenhum participante sabia de qual braço do estudo fazia parte.

Os pesquisadores avaliaram a mudança na pontuação do iADRS, uma escala que mede a cognição e a função diária dos pacientes.

Os resultados revelaram que o grupo que recebeu donanemabe apresentou uma redução de 35,1% na progressão da doença na população de baixa/média patologia de tau e uma redução de 22,3% na população combinada. Esses números indicam uma desaceleração significativa do Alzheimer com o uso do medicamento.

A proteína tau é uma substância associada à formação de emaranhados neurofibrilares, outra característica neuropatológica encontrada na doença de Alzheimer.

A gravidade da patologia de tau pode variar entre os indivíduos, sendo classificada como baixa, média ou alta, dependendo da quantidade e distribuição das proteínas tau detectadas em exames de imagem.

Além disso, o donanemabe demonstrou reduzir a quantidade de placas de amiloide no cérebro dos participantes. Cerca de 80% dos pacientes tratados com a nova droga alcançaram a remoção dessas placas, um marco importante no tratamento da doença de Alzheimer.

As referidas placas são depósitos anormais de uma proteína chamada beta-amiloide que se acumulam no cérebro de pessoas com a doença de Alzheimer.

Essas placas interferem na comunicação entre as células cerebrais, causando danos nos neurônios e levando a problemas de memória e cognição.

Reduzir ou remover essas placas é um objetivo importante no tratamento da doença, pois se acredita que isso possa retardar a progressão da doença e melhorar os sintomas.

Outro ponto importante do estudo foi uma troca planejada para placebo após 24 ou 52 semanas em indivíduos que tomavam o medicamento e cujos exames de imagem mostrassem uma remoção suficiente de beta-amiloide, o que ocorreu em cerca de metade dos pacientes aos 12 meses.

O artigo mostra que o donanemabe apresentou alguns efeitos adversos relacionados a anormalidades em exames de imagem, como edema/efusão ou micro-hemorragias e depósitos de hemosiderina — substância que é liberada quando há sangramento ou danos nos tecidos.

Três mortes foram consideradas relacionadas ao medicamento entre os participantes que desenvolveram anormalidades graves de imagem relacionadas à amiloide ou sangramento e inchaço cerebral.

A maioria dos eventos adversos, entretanto, foi geralmente leve e autolimitada, mas estes devem ser monitorados cuidadosamente durante o tratamento, acrescentam os pesquisadores.

Por fim, os autores afirmaram que o donanemabe é um medicamento promissor para desacelerar a progressão da doença de Alzheimer.

Em um editorial, também publicado nesta edição do Jama, os médicos Eric W. Widera, Sharon A. Brangma e Nathaniel A. Chin comentaram o avanço que o donanemabe pode representar, mas esclareceram que ese ainda está longe de ser um tratamento revolucionário.

"Essa ligeira diminuição na piora é pequena quando vista em valores absolutos. No entanto, retardar a progressão em um quarto ou meio ano, como visto com o donanemabe, permite que alguém permaneça no CCL [comprometimento cognitivo leve] ou demência leve por um pouco mais de tempo. Além disso, 47% dos participantes no grupo de baixa/média patologia de tau que receberam donanemabe foram considerados estáveis com base na pontuação da CDR-SB [Escala de Avaliação Clínica da Demência] em um ano, em comparação com 29% dos participantes que receberam placebo. Para alguns, isso pode ser considerado clínica e pessoalmente relevante", escreveram.

Em outro editorial, no Jama, Jennifer J. Manly, professora de neuropsicologia no Gertrude H. Sergievsky Center e no Taub Institute for Research on Alzheimer's Disease and the Aging Brain, e Kacie Deters, professora no Brain Research Institute, na Universidade da Califórnia, em Los Angeles, salientam que o donanemabe foi bom em remover as placas amiloides no cérebro, mas não teve um efeito clínico forte o suficiente.

Elas observam que, durante o estudo, as pessoas que receberam o medicamento tiveram um declínio menor na cognição e na função diária em comparação com as que receberam placebo, mas todas ainda apresentaram declínio.

O tratamento foi mais eficaz em pessoas com baixa/média patologia de tau, mas não foi tão eficiente em pessoas com um determinado tipo de gene chamado APOE4 — variante genética que aumenta o risco de desenvolver Alzheimer.

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), atualmente 55 milhões de pessoas vivem com demência em todo o planeta, das quais entre 60% e 70% têm Alzheimer.

Com o envelhecimento da população, estima-se que a demência poderá atingir 78 milhões de pessoas daqui a oito anos e 139 milhões até 2050.

R7

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Um dos adoçantes mais populares do mundo é um “possível carcinógeno", mas permanece seguro para consumir em níveis já acordados.

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É o que afirmam dois grupos ligados à OMS (Organização Mundial da Saúde), que se pronunciaram nesta quinta-feira (13), após uma série de reuniões.

O vídeo divulgado pela OMS mostrou especialistas dos painéis discutindo as descobertas em uma coletiva de imprensa na quarta-feira.

"Portanto, o grupo de trabalho classificou o aspartame como possivelmente cancerígeno para humanos, ou seja, o Grupo 2B, com base em evidências limitadas de câncer em humanos", diz um dos representantes da agência.

O aspartame é um dos adoçantes mais utilizados pela indústria de alimentos e bebidas no mundo. A decisão põe o aspartame na mesma categoria que o extrato de aloe vera e os tradicionais vegetais asiáticos em conserva.

Embora as descobertas possam causar algum alarme, o chefe de nutrição da OMS, Francesco Branca, minimizou a probabilidade de produtos adoçados com aspartame realmente causarem câncer. "A conclusão desta avaliação não mostra que o consumo de produtos que contêm adoçantes leva automaticamente a um impacto na saúde. Tendo uma ingestão diária aceitável, significa que é possível consumir certa quantidade de aspartame sem ter efeitos apreciáveis na saúde. Essa quantidade é uma boa grande quantidade."

A ingestão diária aceitável é de 40 mg de aspartame por quilo de peso corpóreo. Na prática, um indivíduo adulto com 60 kg pode consumir até 2,4 g sem risco à saúde.

Vários cientistas não associados às análises disseram que as evidências que ligam o aspartame ao câncer são fracas.

As associações da indústria de alimentos e bebidas afirmaram que as decisões mostraram que o aspartame é seguro e uma boa opção para pessoas que desejam reduzir o açúcar em sua dieta.

Mas outros disseram que as descobertas devem levar a mudanças, incluindo o CSPI (Centro de Ciência de Interesse Público) dos EUA e um de seus principais cientistas, Thomas Galligan.

"Isso é algo que a indústria, os consumidores e os reguladores realmente precisam tomar conhecimento. Isso é muito preocupante. O CSPI gostaria que a indústria começasse a reformular seus produtos, usar alternativas mais seguras e ajudar os consumidores a evitar e minimizar sua exposição ao aspartame. Da mesma forma, os formuladores de políticas também podem levar em consideração essa avaliação muito importante e confiável e começar a tomar medidas para proteger os consumidores também."

Antes do anúncio, alguns médicos expressaram preocupação de que os consumidores de refrigerantes dietéticos pudessem agora mudar para bebidas calóricas e açucaradas.

Therese Bevers, diretora médica do Centro de Prevenção do Câncer da Universidade do Texas, em Houston, disse à Reuters:

"A possibilidade de ganho de peso e obesidade é um problema muito maior e um fator de risco maior do que o aspartame jamais poderia ser".

Mas a OMS e outros ressaltam que os consumidores confrontados com a decisão entre uma bebida açucarada e uma com adoçantes devem considerar uma terceira opção.

Um dos órgãos envolvidos na decisão foi a Apic (Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer), um braço da OMS. A entidade, todavia, é criticada por causar preocupações desnecessárias na população com suas afirmações.

A agência já incluiu o trabalho noturno, o consumo de carne vermelha e o uso de telefones celulares como potenciais causadores de câncer. Brasil

No Brasil, a Abiad (Associação Brasileira de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres) emitiu uma nota em que concorda com a decisão dos órgãos ligados à OMS.

"A Abiad reitera seu compromisso em promover a disseminação de informações embasadas em evidências científicas e a garantia da segurança alimentar. Continuaremos monitorando atentamente os avanços científicos nessa área e colaborando com as autoridades competentes para assegurar que os consumidores tenham acesso a alimentos seguros e de qualidade", diz a associação.

Reuters

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Uma versão de baixo custo do anestésico cetamina para tratar a depressão grave apresentou resultados positivos em um teste duplo-cego comparando-a com o placebo.

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A cetamina é um medicamento utilizado como alternativa no tratamento da depressão para pacientes que não obtiveram sucesso com tratamentos convencionais. Ela age de forma rápida e diferente dos antidepressivos tradicionais, afetando diretamente o sistema glutamatérgico do cérebro. Estudos mostram que a cetamina pode aliviar rapidamente os sintomas depressivos em pacientes, inclusive os considerados resistentes a tratamentos anteriores. Ela pode ser administrada por injeção intravenosa ou intramuscular.

Pesquisadores liderados pela Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW Sydney) e pelo Instituto Black Dog, afiliado à universidade, descobriram que mais de um em cada cinco participantes do estudo alcançou remissão total dos sintomas da depressão após um mês de injeções quinzenais, enquanto um terço viu seus sintomas melhorarem em pelo menos 50%. Os achados foram publicados nesta quinta-feira (13) no British Journal of Psychiatry.

"Para pessoas com depressão resistente ao tratamento – aquelas que não se beneficiaram de diferentes formas de terapia, antidepressivos comumente prescritos ou eletroconvulsoterapia – uma remissão de 20% é realmente bastante boa", afirma a pesquisadora principal, professora Colleen Loo.

Os autores do trabalho descobriram que a cetamina teve um desempenho claramente superior ao placebo, com 20% dos participantes relatando que não tinham mais depressão clínica, em comparação com apenas 2% do grupo placebo.

"Essa é uma diferença enorme e muito evidente, trazendo uma evidência definitiva para o campo, que antes só contava com estudos menores que comparavam a cetamina com o placebo", complementa a pesquisadora. Como foi feito o teste

Os pesquisadores recrutaram 179 pessoas com depressão resistente ao tratamento. A todos foi administrada uma injeção de uma forma genérica de cetamina que já está amplamente disponível na Austrália como medicamento para anestesia e sedação, ou um placebo.

Os participantes receberam duas injeções por semana em uma clínica, onde foram monitorados por cerca de duas horas enquanto os efeitos dissociativos e sedativos agudos diminuíam, geralmente dentro da primeira hora.

O tratamento durou um mês e os participantes foram solicitados a avaliar seu humor ao final do teste e um mês depois.

Como foi um teste duplo-cego, nem os participantes nem os pesquisadores que administraram o medicamento sabiam quais pacientes receberam cetamina genérica ou placebo, para garantir que os viéses psicológicos fossem minimizados.

Importante destacar que um placebo que também causa sedação foi escolhido para melhorar o mascaramento do tratamento.

O midazolam é um sedativo normalmente administrado antes de uma anestesia geral, enquanto em muitos estudos anteriores o placebo era uma solução salina.

"Porque não há efeitos subjetivos da solução salina, em estudos anteriores ficou óbvio quem estava recebendo a cetamina e quem estava recebendo o placebo", explica a professora.

"Ao usar midazolam – que não é um tratamento para a depressão, mas faz você se sentir um pouco tonto e fora de si – há muito menos chance de saber se você recebeu cetamina, que tem efeitos agudos semelhantes", pontua.

Outros aspectos do teste recente que o diferenciaram de estudos anteriores incluíram a aceitação de pessoas que já haviam recebido ECT (eletroconvulsoterapia).

"As pessoas são recomendadas a fazer a ECT para tratar sua depressão quando todos os outros tratamentos foram ineficazes", argumenta Colleen. "A maioria dos estudos exclui pessoas que já fizeram ECT, porque é muito difícil para um novo tratamento funcionar quando a ECT não funcionou", complementa.

Outra diferença deste teste foi a entrega do medicamento por via subcutânea (injeção na pele), em vez de gotejamento, o que reduziu muito o tempo e a complexidade médica.

O estudo também é o maior do mundo até o momento que compara cetamina genérica com placebo no tratamento da depressão grave. Tratamento acessível

Além dos resultados positivos, um dos principais benefícios do uso da cetamina genérica no tratamento da depressão resistente é que ela é muito mais barata do que o spray nasal de cetamina patenteado atualmente usado na Austrália.

Enquanto o S-cetamina (versão spray) custa cerca de US$ 800 (cerca de R$ 3.800) por dose, a cetamina genérica é uma fração disso, custando apenas US$ 5 (R$ 24), dependendo do fornecedor e se o hospital a compra no atacado.

A autora do trabalho acrescenta que tanto a S-cetamina quanto os tratamentos com cetamina genérica geralmente têm efeitos positivos que desaparecem após alguns dias ou semanas, então um tratamento contínuo pode ser necessário, dependendo da situação clínica de cada pessoa.

No entanto, os custos proibitivos do medicamento e do procedimento tornam essa uma proposta insustentável para a maioria dos australianos.

"É por isso que estamos solicitando um número de item do Medicare [plano de saúde local] para financiar este tratamento agora, porque ele é tão poderoso."

"E se você considerar que muitas dessas pessoas podem passar vários meses no hospital, ou não conseguem trabalhar e muitas vezes estão bastante suicidas, é bastante econômico quando você vê o quão rapidamente e poderosamente funciona. Já vimos pessoas voltarem ao trabalho, aos estudos ou saírem do hospital por causa deste tratamento em questão de semanas."

Os pesquisadores agora pretendem realizar testes maiores de cetamina genérica em períodos mais longos e aprimorar o monitoramento de segurança do tratamento.

R7

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O fim da Aids é uma escolha política e financeira dos países e lideranças que estão seguindo esse caminho e estão obtendo resultados extraordinários, o que pode levar ao fim da pandemia de Aids até 2030. É o que mostra um novo relatório divulgado nesta quinta-feira (13) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

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O relatório - denominado O Caminho que põe fim à Aids - expõe dados e estudos de casos sobre a situação atual da doença no mundo e os caminhos para acabar com a epidemia de Aids até 2030, como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Segundo a entidade, esse objetivo também ajudará o mundo a estar bem preparado para enfrentar futuras pandemias e a avançar no progresso em direção à conquista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

O Unaids lidera e inspira o mundo a alcançar sua visão compartilhada de zero novas infecções por HIV, zero discriminação e zero mortes relacionadas à Aids. O programa atua em colaboração com parceiros globais e nacionais para combater a doença. Meta: 95-95-95

Países como Botsuana, Essuatíni, Ruanda, República Unida da Tanzânia e Zimbábue já alcançaram as metas 95-95-95. Isso significa que, nesses países, 95% das pessoas que vivem com HIV conhecem seu status sorológico; 95% das pessoas que sabem que vivem com HIV estão em tratamento antirretroviral que salva vidas; e 95% das pessoas em tratamento estão com a carga viral suprimida.

Outras 16 nações, oito das quais na África subsaariana - região que representa 65% de todas as pessoas vivendo com HIV - também estão perto de alcançar essas metas. Brasil: 88-83-95

O Brasil, por sua vez, também está no caminho, com suas metas na casa de 88-83-95. Mas o país ainda enfrenta obstáculos, causados especialmente pelas desigualdades, que impedem que pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade tenham pleno acesso aos recursos de prevenção e tratamento do HIV que salvam vidas.

Na visão da Oficial de Igualdades e Direitos do Unaids Brasil, Ariadne Ribeiro Ferreira, o movimento em casas legislativas municipais, estaduais e no Congresso Nacional de apresentar legislações criminalizadoras e punitivas que afetam diretamente a comunidade LGBTQIA+, especialmente pessoas trans, pode aumentar o estigma. “Este movimento soma-se às desigualdades, aumentando o estigma e discriminação de determinadas populações e pode contribuir para impedir o Brasil de alcançar as metas de acabar com a Aids até 2030”, diz ele. Lideranças

"O fim da Aids é uma oportunidade para as lideranças de hoje deixarem um legado extraordinariamente poderoso para o futuro", defende a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

"Essas lideranças podem ser lembradas pelas gerações futuras como aquelas que puseram fim à pandemia mais mortal do mundo. Podem salvar milhões de vidas e proteger a saúde de todas as pessoas", acrescenta.

O relatório destaca que as respostas ao HIV têm sucesso quando baseadas em uma forte liderança política com ações como respeitar a ciência, dados e evidências; enfrentar as desigualdades que impedem o progresso na resposta ao HIV e outras pandemias; fortalecer as comunidades e as organizações da sociedade civil em seu papel vital na resposta; e garantir financiamento suficiente e sustentável. Investimentos

O relatório do Unaids mostra, também, que o progresso rumo ao fim da Aids tem sido mais forte nos países e regiões com maior investimento financeiro. Na África Oriental e Austral, por exemplo, as novas infecções por HIV foram reduzidas em 57% desde 2010 e o número de pessoas em tratamento antirretroviral triplicou, passando de 7,7 milhões em 2010 para 29,8 milhões em 2022.

Com o apoio e investimento no combate à Aids em crianças, 82% das mulheres grávidas e lactantes vivendo com o HIV em todo o mundo tiveram acesso ao tratamento antirretroviral em 2022, em comparação com 46% em 2010, o que levou a uma redução de 58% nas novas infecções por HIV em crianças de 2010 a 2022, o número mais baixo desde a década de 1980. Marcos legais

Segundo o relatório, o fortalecimento do progresso na resposta ao HIV passa pela garantia de que os marcos legais e políticos não comprometam os direitos humanos, mas os protejam. Vários países revogaram leis prejudiciais em 2022 e 2023, incluindo Antígua e Barbuda, Ilhas Cook, Barbados, São Cristóvão e Nevis e Singapura que criminalizavam as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Financiamento

O financiamento para o HIV também diminuiu em 2022, tanto de fontes internacionais quanto domésticas, retornando ao mesmo nível de 2013. Os recursos totalizaram US$ 20,8 bilhões em 2022, muito aquém dos US$ 29,3 bilhões necessários até 2025, afirma o documento.

O relatório expõe, no entanto, que existe agora uma oportunidade para acabar com a Aids na medida em que a vontade política é estimulada por meio dos investimentos em resposta sustentável ao HIV.

Esses recursos devem ser focados no que mais importa, reforça o Unaids: integração dos sistemas de saúde, leis não discriminatórias, igualdade de gênero e fortalecimento das redes comunitárias de assistência e apoio.

"Os fatos e os números compartilhados neste relatório não mostram que o mundo já está no caminho certo, mas indicam claramente que podemos chegar lá. O caminho a seguir é muito claro”, observa a diretora executiva do Unaids, Winnie Byanyima.

Agência Brasil

Foto: arquivo/Agência Brasil