A doença hepática gordurosa não alcoólica, também conhecida como esteatose hepática, pode ser silenciosa em seus estágios iniciais. Isso significa que muitas pessoas podem ter a condição sem ter conhecimento dela pela falta de sintomas perceptíveis. No entanto, existem alguns sinais indicadores que podem ser observados na boca.
A doença hepática gordurosa é causada por um acúmulo de gordura nas células do fígado. Esse acúmulo pode levar a inflamação e danos ao fígado ao longo do tempo.
Os sinais na boca podem ocorrer porque os depósitos de gordura no fígado prejudicam a capacidade do órgão de produzir fatores de coagulação, levando a gengivas a ficarem inchadas e sangrarem.
No entanto, as gengivas não são a única parte da boca que pode soar o alarme. Veja outros sinais de doença hepática gordurosa que aparecem na boca:
Lábios e gengivas descoloridos ou pálidos – danos no fígado podem levar à anemia, causando palidez; Língua avermelhada – toxinas que o fígado não consegue processar entram no sangue e podem alterar a aparência e a umidade da língua; Mau hálito – isso ocorre porque o fígado não consegue desintoxicar adequadamente as substâncias químicas do corpo; Boca seca – a diminuição da produção de saliva pode acontecer quando a doença hepática prejudica a digestão.
Outros sinais de doença hepática gordurosa não alcóolica
De acordo com o Ministério da Saúde, nos quadros leves de esteatose hepática, a doença não provoca sintomas, estes são percebidos quando aparecem as complicações. Inicialmente, as queixas são dor, cansaço, fraqueza, perda de apetite e aumento do fígado.
Nos estágios mais avançados, que se caracterizam por inflamação e fibrose que resultam em insuficiência hepática, os sintomas mais frequentes são ascite (acúmulo anormal de líquido dentro do abdome), encefalopatia (doenças no encéfalo) e confusão mental, hemorragias, queda no número de plaquetas do sangue, icterícia (pele e olhos amarelados).
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não concederá mais, a partir desta quinta-feira (20), autorizações nem comprovantes de cadastro para autorizar a importação da planta Cannabis in natura, partes da planta ou flores. A planta é popularmente conhecida como maconha.
A decisão consta de uma nota técnica publicada nesta quarta-feira (19). De acordo com a Anvisa, a regulamentação atual dos produtos de Cannabis no Brasil “não inclui a permissão de uso de partes da planta, mesmo após o processo de estabilização e secagem ou nas formas rasurada, triturada ou pulverizada”.
Com isso, a importação de Cannabis in natura, flores ou partes da planta fica proibida, sob a justificativa de que, segundo a Anvisa, há “alto grau de risco de desvio para fins ilícitos”, uma vez que o princípio ativo da maconha é concentrado em suas flores.
A nota cita, também, o fato de o Brasil ser signatário de tratados internacionais de controle de drogas.
A Anvisa informa que haverá um período de transição de 60 dias para a conclusão das importações em curso. “Já as autorizações emitidas para importação de Cannabis in natura, partes da planta e flores terão validade até o dia 20 de setembro deste ano”, esclarece a Anvisa.
A agência afirma que os produtos derivados de Cannabis previstos na Nota Técnica 35/2023, para uso medicinal mediante prescrição, continuam autorizados.
Uma mutação genética pode explicar o fato de algumas pessoas nunca desenvolverem sintomas quando contraem a Covid-19, revelou nesta quarta-feira (19) um estudo publicado pela revista Nature.
A pesquisa, da Universidade da Califórnia (EUA), fornece pela primeira vez provas de que existe um componente genético nas pessoas assintomáticas infectadas com o coronavírus Sars-CoV-2. A chave, explicam os especialistas, está nos antígenos leucocitários (HLA), proteínas que permitem ao sistema imunológico diferenciar suas próprias células saudáveis dos elementos nocivos. Uma mutação em um dos genes codificadores do HLA pode ser responsável pelo fato de as células T (ou timócitos) serem capazes de identificar e atacar o coronavírus.
De acordo com o estudo, as células T de algumas pessoas com essa variante genética conseguem detetar o Sars-CoV-2, mesmo que este seja desconhecido do organismo, porque se assemelha a outros vírus sazonais comuns. Tal descoberta, observam os investigadores, pode ajudar a desenvolver novos medicamentos e vacinas na luta contra esse tipo de doença. "Se tivermos um exército capaz de reconhecer o inimigo precocemente, isso é uma grande vantagem. É como ter soldados prontos para a batalha, que sabem o que procurar e quem são os maus", diz Jill Hollenbach, a principal autora do estudo.
A mutação, chamada HLA-B*15:01, é bastante comum, pois os especialistas a encontraram em cerca de 10% da população estudada. Mas eles advertem que isso não impede o coronavírus de infectar as células.
No entanto, a mutação neutraliza os sintomas da Covid-19, como a rinorreia (secreção nasal) e a dor de garganta.
Os pesquisadores descobriram que 20% dos indivíduos do estudo que permaneceram assintomáticos após a infecção tinham pelo menos uma cópia da variante HLA-B*15:01, em comparação com os 9% que desenvolveram sintomas.
E aqueles com duas cópias da mutação tinham "muito maior probabilidade" (até oito vezes maior) de não apresentar os sintomas do coronavírus.
Agência EFE
Foto: National Reprodução/Institute of Allergy and Infectious Diseases
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) identificaram que o parto não é um fator determinante para a construção da microbiota da criança, ao contrário do que apontava a literatura científica. Resultados primários do Projeto Germina, que acompanha o desenvolvimento de 500 crianças nos primeiros mil dias, mostram que, nos primeiros três meses, o leite materno pode corrigir as eventuais complicações intestinais.
Definida como o conjunto de microrganismos que habitam o intestino, a microbiota está relacionada com diversas doenças autoimunes, diabetes, obesidade, desnutrição, alergias alimentares na pele e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn. Em crianças prematuras, por exemplo, uma microbiota muito desregulada, com grande número de bactérias disbióticas, que favorecem o desequilíbrio da cadeia de microrganismos, pode resultar em um quadro de sepse, infecções que figuram como uma das principais causas de mortalidade infantil.
“Observamos que o leite materno carrega uma carga de bactérias benéficas que se sobrepõe às bactérias maléficas e assim consegue dar resiliência à microbiota. Com isso, o fato de o bebê ter nascido de parto normal ou cesárea, prematuro ou nascido de nove meses tem pouco impacto na modulação da microbiota. O principal fator de modulação é o leite”, afirmou a coordenadora do estudo, professora Carla Taddei, docente colaboradora do ICB (Instituto de Ciências Biomédicas) e da FCF (Faculdade de Ciências Farmacêuticas) da USP, à Assessoria de Imprensa do ICB-USP.
Em contrapartida, o leite de fórmula se mostrou incapaz de produzir o mesmo grau de modulações positivas. “O que irá determinar como será a microbiota são, principalmente, as interações das bactérias com o ambiente do intestino, além da genética familiar e dos diversos eventos que acontecem nesses primeiros dias, como o parto, os medicamentos que a criança recebe [principalmente antibióticos] e o tipo de dieta”, explica a professora.
Pouca diferença faz também se o leite materno é oriundo da mãe ou de bancos de leite. Isso porque um estudo anterior conduzido pela FCF-USP no Hospital Universitário, e coordenado pela docente, identificou que, apesar das diferenças nutricionais proporcionadas pela pasteurização, os resultados na modulação da microbiota são os mesmos.
O projeto mais recente, “Evolução da microbiota fecal de recém-nascidos prematuros submetidos a colostroterapia durante o período de internação em uma unidade de terapia intensiva neonatal”, coordenado por Taddei, tem apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Equilíbrio de longa duração
A formação da microbiota nos primeiros dois anos de vida define como ela será durante o resto da vida, já que é nesse momento que se constrói a microbiota basal, que permanecerá, independentemente dos hábitos alimentares e questões de saúde.
“Após esse período, o que modula a microbiota é o ambiente e a dieta. No entanto, por mais que a microbiota sofra alterações, a qualquer momento ela pode retornar a ser como era nos primeiros dois anos. Por exemplo, se um adulto se tornar vegano, sua microbiota será alterada. Mas se ele abandonar o veganismo, ela voltará à forma basal”, pontua Taddei.
Para as mães que não podem amamentar, a melhor solução é, portanto, adquirir o leite materno de bancos de leite. “Nos hospitais, os leites passam por diversas avaliações que garantem uma segurança microbiológica e identificam suas propriedades nutricionais. Com isso, os hospitais Amigos da Criança selecionam os leites que mais se adequam às propriedades que cada bebê precisa, de acordo, por exemplo, com seu peso e seus índices de cálcio no sangue”, detalha a docente. Sequenciamento do DNA
Os resultados da pesquisa foram obtidos por meio de sequenciamento de dados do DNA dos 500 voluntários. Esse procedimento é realizado por meio de uma tecnologia inovadora no país, chamada de “shotgun”, que permite analisar milhões de informações das amostras em um curto período.
“Com essa tecnologia, conseguimos analisar 5 milhões de sequências de DNA por criança. Enquanto com as máquinas convencionais conseguimos algo em torno de 100 a 200 mil. Ao final desses mil dias, teremos um contingente de dados que poderão ainda ser analisados por mais de dez anos”, comenta Taddei.
O recurso e o projeto são fruto de um financiamento de US$ 2,8 milhões da Wellcome Leap, organização britânica sem fins lucrativos. Com isso, sete grupos de pesquisadores da USP, de diferentes instituições, se reuniram no Projeto Germina para analisar com detalhes o que é considerado um desenvolvimento saudável de uma criança de até três anos, do ponto de vista da genética, microbiologia, nutrição, fonoaudiologia, pediatria, psicologia, psiquiatria de crianças e neurociência do desenvolvimento.
“Esperamos fazer um modelo que possa prever, nos primeiros três meses, como a criança estará com três anos, e assim orientar tratamentos personalizados”, conclui a professora.