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geneO Alzheimer é uma doença neurodegenerativa para a qual ainda não existe cura. Por causa disso, cientistas do mundo inteiro voltam seus esforços para compreender o problema e determinar fatores de risco que ajudem na prevenção e tratamento da doença. As descobertas realizadas até agora indicam que o fator genético pode desempenhar papel importante no desenvolvimento do Alzheimer: estima-se que 60% a 80% dos casos sejam de origem hereditária.

Um dos trabalhos mais recentes sobre o papel da genética foi publicado nesta quinta-feira na revista Nature Genetics. O estudo, baseado em uma análise de composição genética, mostrou que existem 24 genes que conseguem aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. Destes genes, quatro deles foram descobertos agora. Uma pesquisa publicada em janeiro já havia apontado para a existência de 29 partes do genoma humano relacionados ao Alzheimer. Os dois estudos confirmam os genes como principal fator de risco para o problema.


Ao longo da nova investigação, os pesquisadores perceberam que esses genes estão ligados ao controle de funções corporais que afetam o desenvolvimento da doença. Isso pode ajudar a compreender os processos corporais que causam ou interagem com outras fontes capazes de provocar demência. Os achados ainda reforçaram o papel do sistema amiloide e do sistema imunológico no surgimento do Alzheimer.

Apesar disso, a equipe ressalta que os resultados não devem influenciar o processo de prevenção e tratamento pelos próximos anos já que há muito para ser revelado sobre o papel direto que esses genes têm sobre a doença. “Encontrá-los permite que, um dia, os médicos desenvolvam intervenções terapêuticas voltadas para esses genes. [Por enquanto] isso nos dá uma nova perspectiva sobre as possíveis causas do Alzheimer”, comentou Richard Isaacson, co-autor do estudo, à CNN.

Genes

A descoberta de novas variantes genéticas foi feita através de uma análise genética de 94.437 participantes americanos e europeus já diagnosticados com Alzheimer. No atual estudo, além de confirmar os fatores genéticos revelados previamente, os pesquisadores descobriram mais quatro genes relacionados ao desenvolvimento de doenças neurodegenerativas: IQCK, ACE, ADAMTS1 e WWOX.

De acordo com os pesquisadores, eles trabalham em conjunto com o ADAM10 – gene revelado anteriormente – para desencadear reações que levam à doença. Membros da família ADAM – incluindo o ADAM 10 e o recém descoberto ADAMTS1 – são proteínas da superfície celular, que tem potencial de adesão (responsável por unir células) e atuam como enzimas (moléculas que aceleram a realização de processos no organismo).

“O Alzheimer é complexo. Não é como a doença de Huntington ou de Parkinson em que a alteração de um gene já provoca a doença. No Alzheimer há múltiplos genes atuando juntos”, Margaret Pericak-Vance, principal autora da pesquisa, à CNN.

Amiloide
A revelação dos quatro genes ainda confirmou o papel do sistema amiloide, que está diretamente relacionado às placas amiloides. Segundo a Alzheimer’s Association, essas placas são formadas por pequenos agrupamentos da proteína beta-amiloide. Esses agrupamentos bloqueiam a sinalização celular, que transmite informações pelo cérebro, prejudicando a atividade neural. As placas também são responsáveis por ativar células do sistema imunológico que causam inflamações.


Imunidade
Outra informação confirmada pela pesquisa envolve o sistema imunológico. Para a equipe, ao lado da amiloide, a imunidade inata (imunidade que nasce com o indivíduo) representa uma via principal para o surgimento do Alzheimer. Isso porque os genes envolvidos nessa função afetam a propensão do indivíduo à neuroinflamação. “A suscetibilidade à neuroinflamação é fundamental porque no final do dia, placas [amiloides] e emaranhados [de proteínas beta-amiloides] podem definir o cenário, mas é neuroinflamação que mata neurônios suficientes para chegar à demência”, explicou Rudy Tanzi, co-autor do estudo, à CNN.

O futuro
De acordo com os cientistas, a nova descoberta abre portas para o desenvolvimento de medicações capazes de curar a doença no futuro. Mas para tanto serão necessárias maiores pesquisas para entender o papel de cada gene e a forma como eles interagem para desencadear o Alzheimer. Isso porque cada indivíduo pode apresentar mudanças diferentes nos genes associados a doença e cada uma dessas mudanças demanda intervenções médicas distintas para funcionar de maneira eficiente. “Se pudermos descobrir em que ‘estrada’ uma pessoa está através da identificação de certos genes, podemos direcionar intervenções personalizadas que funcionarão apenas para essa pessoa”, concluiu Isaacson.

veja

Foto: IStock/Getty Images

atrizNeste domingo, 24, durante o tapete vermelho do Oscar, a atriz norte-americana Selma Blair fez sua primeira aparição após receber o diagnóstico de esclerose múltipla, em outubro de 2018. A atriz, de filmes como 'Legalmente Loira' e 'Hellboy' apareceu caminhando no tapete vermelho com o apoio de uma bengala e se mostrou emocionada
Segundo o neurologista Alex Baeta, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a esclerose múltipla é uma doença autoimune, na qual as células de defesa não reconhecem o próprio organismo e atacam o sistema nervoso central. Dessa maneira, as células imunológicas passam a atacar e corroer a barreira de proteção das células nervosas, causando lesões.


O neurologista afirma que os sinais da esclerose múltipla dependem do local do cérebro afetado, podendo causar visão dupla, espasmos musculares, afetar o equilíbrio, dificuldade para andar ou realizar determinados movimentos, fraqueza, disfunção sexual, fadiga, alterações de humor, dificuldade de cognição, queimação nos pés, dificuldade intestinal ou aumentar a sensibilidade.


O diagnóstico da esclerose múltipla depende da soma da análise do quadro clínico do paciente, com os resultados de alterações no líquor e resultados das imagens de exame de ressonância magnética.


Segundo o neurologista, o público mais afetado é o das mulheres, com diagnóstico mais comum entre os 20 e 30 anos. A causa da esclerose múltipla é multifatorial e, entre os fatores de risco para o seu desenvolvimento estão a pré-disposição genética e a falta de exposição solar durante a infância do paciente.


Baeta afirma que o tratamento para a esclerose múltipla varia conforme a área afetada, podendo ser feito com diferentes tipos de medicamentos, como corticoides e anti-inflamatórios. Além do tratamento com medicamentos, é feita também a reposição de vitamina D e fisioterapia.


Para amenizar os efeitos da doença, é necessário também que o paciente procure apoio psicológico, evitar o calor, evitar situações de estresse e ter prática regular de exercícios.

 

R7

Foto: REUTERS/Danny Moloshok

hospiComo parte do processo de qualificação da assistência hospitalar com foco no atendimento e na segurança dos pacientes nos hospitais da Rede Estadual do Piauí, equipe do Ministério da Saúde e equipe do Hospital Alemão Osvaldo Cruz (HAOC), estiveram reunidos na Secretaria de Estado da Saúde com o secretário Florentino Neto e equipe de médicos para discutir o projeto Reestruturação de Hospitais Públicos/RHP.

O projeto de Reestruturação de Hospitais Públicos é uma parceria entre Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) e o Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS). É formado, por uma equipe multiprofissional que realiza visitas mensais às instituições e trabalha questões relacionadas a qualidade e segurança dentro das instituições como melhoria e reestruturação de processos.
Dentre os objetivos da visita estão à aproximação da equipe, pactuação do plano de ação que contempla melhoria, qualificação, e estruturação do núcleo de segurança do paciente, planejamento estratégico e gestão do Hospital Natan Portela, contemplado pelo PROADI-SUS. No Piauí, o Programa também inclui o Hospital Universitário e a Maternidade Wall Ferraz.

Segundo Ana Maria Cândido Lacerda, representante do Ministério da Saúde, da Coordenação Geral de Atenção Hospitalar, “a equipe do projeto dará suporte para que os hospitais possam oferecer atendimento com foco nos pacientes, com a melhoria contínua da qualidade da assistência à saúde”, destaca.

 

Sesapi

sufosbuvirPublicados em revistas científicas internacionais, dois estudos liderados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) demonstram ação do antiviral sofosbuvir – medicamento usado no tratamento da hepatite C – em infecções por febre amarela e chikungunya. Os dados inéditos foram obtidos em testes com camundongos, considerados modelos para estudo dos agravos. Na infecção por febre amarela, o antiviral diminuiu a mortalidade e as lesões no fígado dos animais. Já nos casos de chikungunya, o sofosbuvir reduziu a mortalidade, a inflamação articular e as sequelas neurológicas.

Os estudos foram liderados pelo grupo de cientistas que apontou, de foram pioneira, a ação do sofosbuvir sobre o vírus zika, em 2016. O artigo referente ao vírus da febre amarela foi divulgado no dia 30 de janeiro na revista científica Plos Neglected Infectious Diseases, enquanto o estudo sobre chikungunya foi publicado no dia 29 de janeiro na edição do periódico Antimicrobial Agentes and Chemotehrapy.

 

 

fiocruz

Foto: reprodução