Você tem o hábito de ler os rótulos dos alimentos? Ali tem informações muito importantes sobre o que estamos consumindo. Entretanto, nem sempre é fácil entender o que está escrito nas embalagens.
A nutricionista Eliane Guaraldo explica que a composição do produto é o que mais importa na hora da escolha. A lista de ingredientes também é importante porque mostra na ordem de quantidade, do maior para o menor. Primeiro vem os ingredientes e depois os aditivos.
Alguns ingredientes, como o açúcar, podem vir com vários tipos de nomes. Veja a lista de alguns nomes pelos quais o açúcar é chamado na indústria de alimentos.
Observe também a porcentagem do valor diário (%VD) com base na dieta diária de 2000 calorias e nas quantidades de referência de cada nutriente.
Veja o que observar no rótulo:
Lista de ingredientes Tabela nutricional (veja os ingredientes não saudáveis, como sódio, açúcar ou gordura) e os saudáveis (fibras, proteína) Informação nutricional por porção Porcentagem do valor diário (%VD) Aditivos, conservantes, estabilizantes, corantes Consulta pública Pensando em melhorar a rotulagem dos alimentos, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, abriu uma consulta pública no mês de setembro para que os rótulos tragam informações mais claras.
“Essa consulta pública é o final de um longo processo de revisão do que tem nos rótulos dos alimentos, quais são as informações importantes que aparecem nos rótulos”, explica a nutricionista da Aliança pela Alimentação Saudável Ana Paula Bortoletto.
A Anvisa propôs três selos com lupas na frente das embalagens, para alertar sobre produtos com excesso de açúcar, gordura saturada e sódio. A tabela nutricional deve ficar sempre sobre um fundo branco e apresentar a quantidade de açúcares e de nutrientes por cem gramas.
As pessoas que convivem com o HIV têm 25 vezes mais chances de desenvolver tuberculose do que uma pessoa que não tem o vírus. Isso acontece devido a fragilidade do sistema imunológico que é responsável por defender o organismo contra doenças e, assim, as pessoas com HIV ficam mais suscetíveis a desenvolver, ao mesmo tempo, a tuberculose – doença infectocontagiosa que afeta prioritariamente os pulmões. No Brasil, em 2017, dos 74,8 mil novos casos de tuberculose registrados, 11,4% apresentaram resultado positivo também para o HIV, o que representa 8,5 mil pessoas infectadas pelas duas doenças (TB-HIV). Este é o menor percentual registrado desde 2014, quando 12,4% (8,8 mil) das pessoas identificadas com tuberculose também viviam com HIV.
Desde então, o país vem conseguindo diminuir a coinfecção a partir da ampliação do diagnóstico e tratamento disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, para as duas doenças. Em 2009, eram 3.162 pacientes em uso de medicamentos antirretrovirais para HIV durante o tratamento da tuberculose. Em 2017, esse número passou para 5.155 pacientes, um aumento de 63%. Além disso, ao longo dos anos, o Ministério da Saúde tem ampliado o número de teste rápidos de HIV distribuídos aos estados, em 2014, foram 6,4 milhões testes distribuídos e, em 2019, foram 13,8 milhões de testes, um aumento de 116%.
“O diagnóstico precoce e o tratamento antirretroviral regular têm um impacto significativo na sobrevida das pessoas diagnosticadas com tuberculose e coinfectadas com HIV”, destacou a coordenadora de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Denise Arakaki.
A infecção dupla por tuberculose e HIV aumenta em mais de 200% a chance de óbito quando comparado a pessoas com tuberculose e sem HIV. Significa que dentre as pessoas com HIV e TB, 19% evoluem para óbito, contra 6,2% naquelas que possuem apenas tuberculose, sem a presença do vírus HIV.
Os dados estão no boletim “Panorama epidemiológico da coinfecção TB-HIV no Brasil 2019”, publicação lançada pelo Ministério da Saúde na última segunda-feira (25), durante o XII Congresso da Sociedade Brasileira de DST, em Foz do Iguaçu (PR).
DIAGNÓSTICO TUBERCULOSE/HIV
Para o diagnóstico precoce e início do tratamento, ampliando o controle da TB e do HIV no Brasil e, assim, evitando complicações e óbitos, o Ministério da Saúde recomenda aos profissionais de saúde que, em todas as oportunidades de atendimento às pessoas vivendo com HIV, seja feita a investigação para tuberculose. Da mesma forma, todas as pessoas diagnosticadas com tuberculose devem ser testadas para o HIV. Assim, foi possível ampliar em 65% a proporção de uso de medicamentos antirretrovirais para HIV durante o tratamento da tuberculose, passando de 36,6% em 2009 para 60,5% em 2017.
“O diagnóstico oportuno é fundamental para melhorar a adesão ao tratamento e consequentemente a qualidade de vida dessas pessoas”, destacou Denise Arakaki.
Segundo a coordenadora, muitas vezes, os pacientes coinfectados só têm o diagnóstico da infecção pelo HIV durante a investigação/confirmação da tuberculose. De acordo com o boletim epidemiológico, em 41,7% dos casos de coinfecção, o diagnóstico do HIV aconteceu devido a ocorrência da tuberculose. Ainda, do total de 5.155 casos de coinfecção TB-HIV que estavam em tratamento para HIV, 58% (3.026) iniciaram o tratamento antirretroviral em decorrência da tuberculose.
MELHORA NO TRATAMENTO
O Ministério da Saúde está em processo de incorporação de um dos medicamentos mais modernos do mundo, o dolutegravir, para o tratamento de pacientes com HIV/aids coinfectados por tuberculose. O medicamento já é ofertado pelo SUS, desde 2017, para pacientes diagnosticados com HIV. A partir da incorporação, os pacientes que já fazem uso do dolutegravir poderão manter o mesmo esquema antirretroviral quando estiverem em tratamento da tuberculose. Com isso, é possível reduzir a ocorrência de eventos adversos, além da possibilidade de baixar a carga viral mais rapidamente na comparação com outros antirretrovirais usados para o tratamento de pessoas que vivem com HIV. Atualmente, os pacientes com HIV precisam suspender o tratamento com dolutegravir e migrar para outros antirretrovirais para iniciar o tratamento de tuberculose.
Após consulta pública lançada no último mês para incorporação do medicamento nestas circunstâncias, o processo está em avaliação final pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) – instância responsável por analisar a inclusão de novas tecnologias no SUS, sejam produtos, medicamentos ou procedimentos.
Ao fim de um dia cansativo de trabalho, muitas pessoas saem com os colegas de trabalho para curtir um happy hour com alguns copinhos de cerveja para ajudar a relaxar. Outros optam por vinho pela fama trazer algum benefício à saúde. Muitos estudos dizem que o consumo moderado de bebida alcoólica pode trazer benefícios à saúde, incluindo na redução de riscos cardíacos. Pensando na saúde, outra dúvida surge: vinho ou cerveja, qual é o mais saudável?
Segundo especialistas, cerveja é tão saudável quanto o vinho – se consumida de forma moderada. Ou seja, até um copo (ou taça) por dia para as mulheres e dois para os homens. A diferença dos benefícios está no tipo de bebida: o vinho tinto é melhor do que o vinho branco. Já a cerveja artesanal é mais benéfica do que a tradicional. E quais são as vantagens de cada uma delas? A ciência explica.
Vinho A fama do vinho como uma bebida saudável vem de muito longe. Na década de 1980, pesquisadores notaram que os franceses mantinham uma dieta mais rica em gordura saturada e colesterol e, ainda assim, tinham taxas mais baixas de doenças cardíacas e morte prematura do que o esperado para pessoas com dietas gordurosas.
Ao investigar a alimentação, os cientistas chegaram a uma conclusão: o vinho era o fator de proteção. Uma das primeiras pesquisas a trazer a confirmação foi publicada em 1992. Segundo a equipe que investigou, o consumo de vinho e outros tipos de álcool poderia prevenir ou reduzir bloqueios nas artérias. Alguns anos depois, outro estudo descobriu que beber vinho reduzia o risco de mortalidade.
Diante desses resultados, os cientistas decidiram investigar o porquê de o vinho ser benéfico. Um trabalho de 2006 identificou uma possível causa: o resveratrol. De acordo com a equipe de investigação, a uva é composta de polifenóis – substâncias com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Entre os polifenóis mais importantes estaria o resveratrol – muito presente no vinho tinto. Por causa desta descoberta, surgiu a crença de que o vinho tinto era mais saudável do que o branco.
Alguns pesquisadores não estavam tão seguros sobre a importância do papel do vinho na saúde e resolveram investigar os consumidores de vinho. O estudo, realizado em 2006, descobriu que as pessoas que preferem vinho tendem a consumir mais frutas, vegetais e alimentos saudáveis em geral em comparação com aqueles que preferiam outros tipos de bebida alcoólica. Ou seja, talvez o vinho apenas acompanhasse hábitos mais saudáveis.
Cerveja Quando descobriu-se que o tipo de alimentação poderia ser o x da questão, muito mais do que o tipo de bebida consumido, pesquisadores decidiram analisar consumidores de cerveja cuja dieta era bem controlada. Os resultados mostraram que em quantidades moderadas a cerveja é tão benéfica para o coração quanto o vinho tinto. “O vinho tinto tem sido a bebida alcoólica mais estudada. No entanto, estudos epidemiológicos e ensaios clínicos recentes revelam relações semelhantes para a cerveja”, disse na época Demóstenes Panagiotakos, da Universidade Harokopio, na Grécia, à revista Time.
Estudo anterior já havia descoberto que o consumo de cerveja artesanal é melhor para reduzir a incidência de doenças cardíacas e diabetes em comparação com a cerveja tradicional e outros tipos de bebida alcoólica, incluindo o vinho tinto. A explicação para esse resultado está relacionado ao fato de que a versão artesanal não é pasteurizada nem filtrada e, portanto, contém maior quantidade de compostos vegetais, leveduras, bactérias, vitaminas e minerais com maior potencial benéfico para a saúde.
Zero álcool Sabe-se que o consumo excessivo de bebida alcoólica pode promover uma série de doenças, incluindo dependência química, câncer, doenças hepáticas e problemas cardiovasculares. Portanto, aconselha-se que o consumo seja sempre moderado. Ainda assim, dois estudos recentes indicaram que os supostos benefícios do consumo do álcool não são maiores que os prejuízos causados por ele. Desta forma, a recomendação seria para não consumir bebida alcoólica de jeito nenhum.
A escolha Com todas as informações em mãos, cada pessoa pode escolher o que melhor se adapta a sua realidade e gosto. Aqueles que preferem o sabor mais suave do vinho, pode continuar tomando ele – sempre em moderação. Já os apaixonados por cerveja não precisam mudar de time. E aqueles que não consomem nenhum tipo de bebida também podem se sentir seguro.
Enquanto não houver consenso científico em torno do álcool, a preferência pessoal – e o bom senso – é o que deve prevalecer.
A pré-eclâmpsia é uma doença bem específica da gestação e dá sinais antes de ficar grave, por volta da 20ª semana de gravidez. Atualmente, também se considera pré-eclâmpsia quando, na ausência de proteinúria (perda de proteína pela urina) pode ocorrer a disfunção de alguns órgãos, podendo causar a diminuição das plaquetas, aumentando o risco de sangramento, disfunção hepática, insuficiência renal e inchaço agudo de pulmão.
A pré-eclâmpsia pode ter diversas apresentações clínicas e nem sempre o diagnóstico é simples, uma vez que a doença tem acometimento multissistêmico (pode gerar complicações em diferentes órgãos) e não temos como saber qual paciente vai abrir o quadro com qual dos sintomas. Pode ser que a pré-eclâmpsia comece com pressão muito alta, outras vezes começa com quadro de insuficiência renal, ou ainda com acometimento placentário (gera restrição do crescimento e risco de sofrimento fetal) e outras vezes com sintomas neurológicos. No caso da eclâmpsia, até 25% podem abrir o quadro com convulsão (ou seja, sem ter o diagnostico prévio de pressão alta ou pré-eclâmpsia).
A pré-eclâmpsia pode evoluir para eclâmpsia, AVC hemorrágico, síndrome HELLP (uma complicação caracterizada por grave disfunção de órgãos), insuficiência renal, inchaço agudo de pulmão, e levar à morte. SINTOMAS DA PRÉ-ECLÂMPSIA:
inchaço, principalmente na face e mãos, que pode surgir antes da hipertensão arterial; aumento exagerado do peso (mais de 1Kg/semana, especialmente no terceiro trimestre); dor de cabeça intensa; dor no estômago/vômito ou dor no lado direito do abdome; alterações visuais (ver pontos brilhantes ou apresentar perda de visão); dificuldade para respirar. O único tratamento efetivo da pré-eclâmpsia é o parto. No entanto, quando a doença ocorre antes das 37 semanas, ou ainda mais precoce, antes das 34 semanas de gravidez, é preciso dosar o risco benefício, para não comprometer a saúde da mãe e ao mesmo tempo garantir melhores condições de nascimento para o bebê. No manejo dos casos de pré-eclâmpsia, deve-se controlar a hipertensão e também vigiar muito de perto sinais e sintomas de gravidade.
O controle da pressão arterial é fundamental nos casos de hipertensão. Existem diversas medicações seguras e que podem ser usadas durante a gravidez. Diante de casos de hipertensão grave é preciso controle imediato, para evitar maiores complicações (como convulsões, derrame/AVC).
Nos casos graves e na eclâmpsia, o tratamento é com uma medicação chamada sulfato de magnésio. Não se deve usar anticonvulsivantes para o tratamento da eclâmpsia.
A doença regride com a retirada da placenta, lembrando que ainda pode ocorrer casos graves no pós-parto (em especial na primeira semana) e que mulheres que tiveram pré-eclâmpsia durante a gestação têm um risco aumentado de hipertensão, doença cardiovascular e renal, ao longo da vida e por isso merecem acompanhamento clínico.