A greve dos professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) completou 111 dias nesta terça-feira, 4. O número é recorde, pois se trata da maior paralisação da história da Instituição, que tem 41 anos de existência. E ela deve se prologar por mais dias, já que não há previsão de retorno, segundo o movimento grevista.
O presidente da Adulfpi, Mário Ângelo, informou que antes dessa paralisação a mais longa havia ocorrido em 2001, quando os docentes ficaram em greve por 110 dias. “É uma greve recorde e que mostra a falta de negociação do Governo Federal com as Intuições Federais do país”, apontou. Já a greve mais recente, ocorrida em 2005, foi exatamente 106 dias de paralisação.
De acordo com Antônio Ferreira, Especialista em Educação, a paralisação da UFPI provoca grandes prejuízos não apenas para a Instituição, mas, e principalmente, para os alunos. “O ensino será prejudicado, tendo me vista que as aulas serão repostas em períodos que são considerados de férias, por exemplo”, destacou.
O especialista disse ainda que até o momento o semestre não está perdido, mas pelo tempo de paralisação, caso voltasse ainda esse mês, os alunos teriam aulas até o final de março de 2013. “Além disso, a Pró-reitora de Ensino terá que quebrar a cabeça para reestruturar o calendário universitário de 2013 e 2014”, concluiu.
A UFPI tem 22.097 alunos matriculados. Todos os campi estão paralisados (Teresina, Picos, Parnaíba, Floriano e Bom Jesus). O movimento grevista nas Universidades Federais de todo o país iniciou no dia 17 de maio e já aderiram à paralisação, parcial ou totalmente, professores de 56 das 59 universidades federais. A categoria dos docentes pleiteia carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios, variação de 5% entre níveis a partir do piso para regime de 20 horas correspondente ao salário mínimo do dieese (atualmente calculado em r$ 2.329,35), e percentuais de acréscimo relativos à titulação e ao regime de trabalho.
Os dados sobre professores foram atualizados pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) no dia 28 de junho.
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