Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, apontou que o uso exclusivo do índice de massa corporal (IMC) como medida de saúde metabólica pode não ser o ideal para identificar os riscos cardiovasculares.
A equipe afirma que o acúmulo de gordura no abdômen e no fígado, mesmo em pessoas aparentemente saudáveis, está associado a danos nas artérias e pode elevar o risco de derrame e infarto.
Deste modo, os cientistas propõem uma mudança na forma como médicos avaliam os riscos ligados à obesidade. No trabalho, os pesquisadores analisaram exames de ressonância magnética e dados clínicos de mais de 33 mil adultos no Canadá e no Reino Unido.
Eles identificaram que a gordura visceral, que se acumula em torno dos órgãos, e a gordura hepática, armazenada no fígado, estão fortemente associadas ao espessamento e à obstrução das artérias carótidas, responsáveis por levar sangue ao cérebro.
Essas alterações são importantes marcadores de risco para doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC). O efeito persistiu mesmo após o ajuste de fatores como colesterol, pressão arterial e estilo de vida. Ainda segundo os responsáveis pela pesquisa, duas pessoas com exatamente o mesmo peso podem ter riscos cardiovasculares distintos.
Os níveis elevados de colesterol no sangue são um fator importante de risco para doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, como infarto, AVC e aterosclerose. Por isso, manter o colesterol sob controle é essencial para a saúde do coração e da circulação.
De acordo com o portal da rede de saúde CUF, cerca de 25% da população portuguesa apresenta níveis de colesterol considerados perigosos. No cenário global, o colesterol alto está ligado a 18% dos casos de doenças cerebrovasculares, 56% das doenças cardíacas isquêmicas e é responsável por aproximadamente 4,4 milhões de mortes por ano, o que representa cerca de 7,9% do total mundial.
A boa notícia é que a alimentação desempenha um papel crucial tanto na prevenção quanto no tratamento da hipercolesterolemia. Segundo o médico Mehmet Temel Yilmaz, em entrevista ao jornal Huffington Post, alguns alimentos devem ser evitados por quem tem colesterol alto, devido ao seu impacto negativo nos níveis de gordura no sangue.
A seguir, veja quatro alimentos que devem ser retirados ou reduzidos da dieta se você tem colesterol elevado:
Carne vermelha
Carnes como boi, porco e cordeiro possuem altos teores de gorduras saturadas, que aumentam o colesterol LDL (o “ruim”) e favorecem o acúmulo de placas nas artérias. O ideal é substituir essas carnes por opções mais magras, como frango, peru ou peixes como tilápia, salmão e sardinha, que são ricos em ômega-3.
Laticínios integrais
Leite de vaca, queijos amarelos e outros laticínios com gordura animal são fontes importantes de colesterol e gorduras saturadas. Para quem precisa controlar os níveis no sangue, a recomendação é dar preferência a leites vegetais, como o de amêndoas, aveia ou soja, e queijos com baixo teor de gordura, como ricota e queijo feta. O consumo de manteiga também deve ser reduzido ou substituído por versões com gordura vegetal não hidrogenada
Chocolate
Nem todos os chocolates são iguais. O chocolate ao leite contém gordura saturada e colesterol, devido à presença de leite integral em sua composição. Já o chocolate amargo, com maior concentração de cacau (acima de 70%), tende a ter menor teor de colesterol e, quando consumido com moderação, pode até oferecer benefícios antioxidantes.
Alimentos fritos
Batatas fritas, hambúrgueres, salgadinhos empanados e outros alimentos preparados em óleo quente contêm gorduras trans e saturadas, que contribuem para o aumento do colesterol ruim e a redução do colesterol bom (HDL). Além disso, frituras em óleo reutilizado ou de má qualidade potencializam os danos às artérias. Sempre que possível, opte por preparações assadas, cozidas ou grelhadas.
Quais os melhores alimentos para controlar o colesterol?
Além de evitar os itens citados, é importante investir em alimentos que ajudam a reduzir o colesterol ruim e aumentar o bom. Entre os mais indicados estão:
Peixes gordurosos, como salmão, sardinha e cavala, ricos em ômega-3
Azeite de oliva extra virgem, com ação anti-inflamatória
Grãos integrais, como arroz integral, aveia, pão e massas integrais
Oleaginosas, como nozes, amêndoas e sementes de chia e linhaça
Frutas e vegetais ricos em fibras solúveis, como maçã, laranja, berinjela e cenoura
A prática de exercícios físicos regulares, manter o peso corporal saudável, evitar o tabagismo e reduzir o consumo de álcool também são fatores essenciais no controle do colesterol.
16 alimentos que ajudam a aliviar a constipação e regular o intestino Especialistas em nutrição indicam alimentos ricos em fibras e nutrientes que estimulam o bom funcionamento intestinal, como batata-doce, ameixa, chia, kiwi e abacate. Hidratação e atividade física também são fundamentais para prevenir a obstipação.
A forma como você começa o dia pode estar interferindo diretamente no seu peso — e o problema pode estar logo no café da manhã. Segundo especialistas, escolhas aparentemente inofensivas logo ao acordar podem desacelerar o metabolismo, aumentar a fome e contribuir para o ganho de gordura corporal.
A nutricionista norte-americana Sarah Garone explicou ao portal Eat This, Not That que o metabolismo naturalmente se torna mais lento com o passar dos anos, o que exige mais atenção às refeições matinais. “À medida que envelhecemos, o corpo gasta menos energia em repouso. Depois dos 40, um café da manhã muito calórico pode facilmente contribuir para o aumento de peso”, alertou.
A seguir, veja os principais erros cometidos pela manhã e como corrigi-los para melhorar sua saúde e disposição ao longo do dia.
Ignorar o tamanho das porções
Deixar as medidas “no olho” é um erro comum. Use as porções indicadas na embalagem como referência e, se possível, meça os alimentos com xícaras ou colheres. Isso evita exageros e ajuda a manter o equilíbrio calórico.
Consumir muito açúcar
Café da manhã com excesso de açúcares adicionados provoca picos de energia seguidos de queda brusca, o que gera fome antes do almoço. Substitua alimentos muito doces por opções ricas em fibras e proteínas, que saciam por mais tempo. 3. Esquecer das proteínas
Nem todos precisam de grandes quantidades, mas incluir uma fonte de proteína magra no café da manhã ajuda a controlar o apetite e os desejos por doces. Boas opções incluem ovos, manteiga de amendoim, iogurte natural e feijão.
Comer pouca fibra
A fibra é essencial para o funcionamento do intestino e prolonga a sensação de saciedade. Alimentos integrais, frutas, aveia e sementes são ótimas escolhas. Estudos indicam que quem consome fibras no café da manhã tende a manter hábitos alimentares mais equilibrados durante o dia.
Pular o café da manhã
Ficar sem comer pela manhã pode desregular o metabolismo e afetar a microbiota intestinal, além de aumentar o risco de compulsão alimentar e ganho de peso. A primeira refeição do dia deve ser completa, com fontes de proteínas, fibras e gorduras boas.
O que incluir no café da manhã para cuidar do intestino
De acordo com o gastroenterologista Joseph Sallhab, em entrevista ao jornal britânico Mirror, um café da manhã equilibrado também favorece a saúde intestinal e o bem-estar geral. Ele recomenda incluir alimentos com efeito anti-inflamatório e probióticos naturais, como iogurte grego ou kefir, que fortalecem a flora intestinal.
Adicionar frutas vermelhas é uma boa estratégia, pois elas ajudam as bactérias benéficas a se desenvolver e ainda melhoram a memória e a concentração. As nozes fornecem gorduras boas e ômega-3, enquanto as sementes de chia são ricas em fibras e ajudam a prevenir a constipação.
Por fim, a canela é uma aliada valiosa: além de dar sabor, tem ação anti-inflamatória e contribui para o controle dos níveis de açúcar no sangue.
Chocolate amargo pode melhorar a memória, indica estudo japonês Pesquisa do Shibaura Institute of Technology revela que os flavonoides presentes no chocolate amargo estimulam o cérebro e podem aprimorar a memória, o foco e o estado de alerta. Especialistas, no entanto, recomendam moderação no consumo e apontam outros alimentos benéficos para a saúde cognitiva.
A diabetes danifica corações, rins e vasos sanguíneos de milhões de brasileiros antes mesmo de dar qualquer sinal ao corpo.
Embora seja vista como uma doença ligada apenas ao açúcar, o problema é muito mais amplo: trata-se de uma condição metabólica crônica que altera a forma como o organismo utiliza a glicose --combustível essencial para as células.
Quando a glicose permanece alta por muito tempo, ela se comporta como um agente tóxico, capaz de desencadear inflamação, desgastar artérias e comprometer órgãos vitais.
Esse processo começa de maneira lenta e silenciosa, mas tem consequências graves. Estudos mostram que a doença dobra ou até quadruplica o risco de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) e já atinge 1 em cada 13 pessoas no país –muitas delas sem diagnóstico.
Segundo o Atlas Global da Federação Internacional de Diabetes, o mundo soma hoje 589 milhões de adultos com a condição. O Brasil ocupa a 6ª posição mundial, com mais de 16 milhões de pessoas afetadas. Só em 2024, 111 mil brasileiros morreram em decorrência da doença.
Como a doença age no corpo
O perigo da diabetes tem a ver com o que a doença faz dentro das artérias —e não apenas com o aumento da glicose no exame de sangue. O excesso crônico de açúcar causa microfissuras, inflamação e acúmulo de gordura nas paredes dos vasos, alterando sua estrutura ao longo dos anos.
O cirurgião cardiovascular Ricardo Katayose, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, detalha:
“A glicose muito elevada desencadeia inflamação e estresse oxidativo. Essa agressão machuca o endotélio, a camada interna do vaso, e facilita a formação de placas de gordura –a chamada aterosclerose. Por isso a diabetes pode dobrar ou até quadruplicar o risco de infarto e AVC.” Essas placas se desenvolvem de forma silenciosa.
“O paciente pode estar caminhando, trabalhando, vivendo normalmente e, ainda assim, já ter uma obstrução importante se formando”, diz Katayose.
O mesmo mecanismo atinge outros sistemas: rins, levando à insuficiência renal; olhos, com risco de retinopatia e perda de visão; e nervos periféricos, o que favorece feridas que não cicatrizam e até amputações.
Um país que envelhece, engorda e adoece mais cedo Na sexta posição entre os países com mais casos de diabetes no mundo, o Brasil está à frente de nações muito mais populosas.
Endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês, Cláudia Cozer Kalil resume o principal motor desse índice: a mudança no estilo de vida nas últimas décadas –mais ultraprocessados, refeições rápidas, sedentarismo e noites mal dormidas– está empurrando a doença para faixas etárias cada vez mais jovens. Já há adolescentes chegando aos consultórios com diagnóstico de pré-diabetes.
“Cerca de 80% dos casos de diabetes tipo 2 estão ligados ao acúmulo de gordura abdominal. É essa gordura na região central do corpo que atrapalha o funcionamento da insulina.”
Tipo 1 x tipo 2: trajetórias diferentes, riscos semelhantes Embora esse fenômeno esteja por trás da maior parte dos casos no país, nem toda diabetes tem a mesma origem. O endocrinologista Augusto Santomauro Junior, da Beneficência Portuguesa e da Faculdade de Medicina do ABC, explica que as duas formas mais comuns — tipo 1 e tipo 2 — seguem caminhos muito diferentes, mas podem chegar às mesmas complicações.
Ele descreve o mecanismo de forma didática:
“A insulina é a chave que coloca a glicose dentro das células. No tipo 1, essa chave simplesmente desaparece --o corpo para de produzir insulina. No tipo 2, a chave até existe, mas a fechadura emperra: o corpo não responde à insulina como deveria.”