• prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • SITE_BANNER.png
  • TV_ASSEMBLEIA.png
  • vamol.jpg

Neste dia 9 de dezembro, celebra-se o Dia do Fonoaudiólogo. Embora a data muitas vezes remeta ao tratamento de distúrbios de fala na infância ou reabilitação auditiva, há uma vertente dessa ciência que tem se tornado vital na era da comunicação digital: a saúde vocal e a performance.

fonauodiologa

Em um mundo onde podcasters, influenciadores, professores e líderes corporativos dependem da oratória para faturar, a voz deixou de ser apenas um meio de comunicação para se tornar um ativo financeiro. No entanto, a negligência com esse “instrumento” ainda é alarmante.

Estudos apontam que profissionais da voz — categoria que engloba de cantores a vendedores — têm um risco significativamente maior de desenvolver disfonias. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, cerca de 70% dos professores ativos já relataram algum problema vocal. O motivo? Falta de preparo técnico para a alta demanda muscular exigida pela profissão.

Para Izamara Araújo, fonoaudióloga formada pela USP e preparadora vocal, o maior erro do mercado é acreditar que a voz aguenta tudo sem manutenção. “Olha, eu preciso ser bem honesta com você: a gente costuma pensar que a voz é só aquilo que sai da garganta naturalmente, né? Mas cara, é exatamente como ter um instrumento de alta performance e nunca fazer uma revisão”, explica a especialista

A analogia que Izamara utiliza para desmistificar a profissão é direta: “O fonoaudiólogo é o personal trainer da sua voz”. Assim como um atleta não corre uma maratona sem treino muscular, um comunicador não deveria enfrentar horas de fala ou canto sem condicionamento.

Essa visão é corroborada pela ciência. A produção da voz é um evento físico complexo que envolve o controle da pressão pulmonar (aerodinâmica) e o ajuste fino de pequenos músculos na laringe (mioelástica). Sem a técnica correta de respiração, projeção e dicção, o corpo compensa o esforço gerando tensão, o que pode levar a lesões como nódulos, pólipos ou fendas glóticas.

Longevidade: o diferencial do profissional

A diferença entre o amador e o profissional, segundo Araújo, não está apenas no timbre bonito, mas na resistência. “A diferença entre alguém que trabalha com a voz sem orientação e alguém que trabalha com um fonoaudiólogo é muito visível, é exatamente por isso que os grandes comunicadores e artistas têm um fono e preparador vocal que cuida deles”, pontua.

O impacto econômico de uma lesão vocal pode ser devastador para autônomos e artistas. O cancelamento de shows, palestras ou a necessidade de licenças médicas afetam diretamente a renda e a imagem do profissional.

“O que muita gente não percebe é que investir em um fonoaudiólogo é investir na longevidade da sua carreira. Afinal, você quer ser aquele profissional que aos 60 anos ainda tem uma voz impecável, ou prefere ficar com dor na garganta, rouquidão e limitações?”, questiona Izamara.

Com uma trajetória que une a ciência da USP à vivência nos palcos como cantora e atriz, Izamara defende que a voz reflete a identidade integral do indivíduo. O tratamento moderno não foca apenas nas cordas vocais, mas considera o corpo, a emoção e a história do paciente.

A busca por aperfeiçoamento vocal tem crescido não apenas para remediar dores, mas para descobrir potenciais ocultos. “Com um bom profissional, você aprende a usar sua voz de forma inteligente, evita lesões que podem ser irreversíveis e ainda descobre potenciais vocais que você nem sabia que tinha”, conclui.

Em tempos onde a atenção é a moeda mais valiosa, ter uma voz clara, resistente e expressiva não é mais um luxo. É, como define a especialista, um “investimento obrigatório” para quem leva a própria mensagem a sério.

Izamara Araújo é fonoaudióloga pela Universidade de São Paulo (USP), professora de canto e cantora. Com experiência em teatro e música, além de lançamentos autorais em plataformas digitais, ela atua na preparação de cantores e profissionais da comunicação (palestrantes e criadores de conteúdo), unindo saúde vocal, técnica e expressividade artística.

Feed TV - Saúde|Do R7

(Foto: Instagram)

 

O câncer de pulmão segue como um dos maiores obstáculos da medicina atual, e durante o mês dedicado à conscientização sobre a doença, especialistas ressaltam a importância de identificar os primeiros sinais e de combater mitos ainda comuns sobre o tema.

pulmaocancer

Segundo dados da American Cancer Society, esse tipo de câncer é o que mais mata entre os diferentes tipos nos Estados Unidos. Em 2025, estima-se que mais de 124 mil pessoas perderão a vida por causa da doença. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial, uma vez que os sintomas podem ser sutis ou confundidos com outras condições.

Entre os sintomas mais frequentes estão a tosse contínua, cansaço extremo e dificuldade para respirar. No inverno, esses sinais muitas vezes são atribuídos a gripes ou resfriados. O Dr. Anadi Pachaury, do Max Super Speciality Hospital, destaca que tosse persistente, rouquidão, dor torácica e fadiga prolongada não devem ser ignoradas.

O Dr. Arun Kumar Goel reforça que uma tosse que dura mais de três semanas exige atenção. Ele também menciona outros sinais preocupantes, como presença de sangue no escarro, dores nas costas, infecções respiratórias repetidas e emagrecimento inexplicável. Embora fumantes e moradores de áreas poluídas estejam mais vulneráveis, pessoas que nunca fumaram também podem desenvolver a doença.

Especialistas explicam que tanto a exposição à fumaça de cigarro quanto à poluição atmosférica podem provocar mutações no DNA das células dos pulmões, aumentando o risco de câncer. Eles alertam que não existe uma quantidade segura de tabaco e que parar de fumar é a medida mais eficaz de prevenção.

Para os não fumantes, a recomendação é minimizar o contato com poluentes, usando combustíveis menos agressivos e purificadores de ar. Em dias com alta poluição, o uso de máscaras pode ajudar na proteção respiratória.

Adotar hábitos saudáveis também é crucial. O Dr. Pachaury sugere uma dieta rica em vegetais escuros, frutas e castanhas, que são antioxidantes naturais. Reduzir alimentos industrializados e o álcool também contribui para a prevenção.

O Dr. Goel ainda destaca a cúrcuma como um anti-inflamatório natural e recomenda a prática de ao menos 30 minutos de atividade física por dia para fortalecer os pulmões e melhorar a respiração.

PaiPee

Foto: Instagram

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta segunda-feira (8) o registro da Butantan-DV, a primeira vacina de dose única contra a dengue no mundo produzida pelo Instituto Butantan.

registrodengue

A publicação oficializa a conclusão do processo regulatório e permite a produção e a comercialização do imunizante — que será ofertado exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) — no país.

O imunizante protege contra os quatro tipos de vírus da doença e será destinado a pessoas de 12 a 59 anos.

O Insituto Butantan já tem 1 milhão de doses prontas em estoque. A expectativa é que mais 25 milhões sejam produzidas até o segundo semestre de 2026. Em 2027, deverão ser mais 35 milhões.

Os estudos apontaram que os voluntários que tomaram a vacina ficaram protegidos durante cinco anos, segundo o Ministério da Saúde.

No último 26, a Anvisa assinou o termo de compromisso com o Instituto Butantan para estudos e monitoramento da vacina. Era a última etapa que faltava para o registro da vacina.

Um comitê de especialistas e gestores do SUS ainda vai definir o grupo a ser vacinado com a Butantan-DV, que deve ser incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) em janeiro do ano que vem.

Segundo o diretor do Butantan, Esper Kallas, a eficácia da vacina é a seguinte:

Eficácia geral: 74,7% Proteção para dengue grave ou sinais de alerta: 91,6% (mesmo vacinada, se uma pessoa for infectada pelo vírus, a probabilidade de desenvolver sintomas graves é bem baixa) Proteção para hospitalização: 100% O instituto também fechou parceria com a empresa chinesa WuXi para ampliar a capacidade de produção.

Dose única Segundo a secretária estadual de Saúde em exercício, Priscilla Perdicares, as vantagens de ter uma vacina de dose única: facilita a logística, aumenta a adesão das pessoas e vai acelerar a imunização da população.

A vacina contra a dengue, com duas doses, foi incorporada ao PNI em dezembro de 2023, quando o Brasil se tornou o primeiro no mundo a oferecer o imunizante na rede pública. Até então, apenas a Qdenga, fabricada pela farmacêutica japonesa Takeda, estava disponível no SUS.

Como é produzida fora do país e exige duas doses, o imunizante do laboratório japonês ficou restrito a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos — público que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. A Qdenga não tem autorização da Anvisa para uso acima dos 60 anos.

A nova vacina do Butantan não substitui a japonesa. O contrato do Ministério da Saúde com a Takeda é de 18 milhões de doses. Estudos A Butantan-DV vem sendo desenvolvida há mais de uma década em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIH). O pedido de registro foi apresentado à Anvisa em 16 de dezembro de 2023.

A aprovação ocorreu após cinco anos de acompanhamento dos voluntários na fase 3 dos ensaios clínicos.

Segundo o instituto, nos estudos de fase dois, a vacina demonstrou 79,6% de eficácia geral para prevenir casos de dengue sintomática.

Já na terceira fase de estudos, a eficácia chegou a uma proteção de 89% contra dengue grave e dengue com sinais de alarme, além de eficácia e segurança prolongadas por até cinco anos.

Cenário epidemiológico A ampliação da vacinação ocorre em meio ao aumento expressivo de casos de dengue no país.

O Brasil registrou 6,56 milhões de casos prováveis da doença e 6.321 mortes em 2024, segundo o painel de monitoramento da doença do Ministério da Saúde. O número é quatro vezes maior que o de 2023, quando houve 1,65 milhão de casos e 1.179 óbitos. Em 2025, já são 1,63 milhão de casos prováveis e 1.730 mortes. O estado de São Paulo concentra 55% das infecções, com 897 mil casos e 1.108 óbitos.

G1

Foto: Camilla Carvalho/Instituto Butantan

Quem acompanha minha história sabe: um dos motivos que me fez buscar a cirurgia bariátrica foram as dores nos pés — fascite plantar e tendinite no calcâneo. A dor era intensa, constante, sem trégua. Eu acordava e já sentia o impacto no primeiro passo. E, embora a causa fosse multifatorial, o excesso de peso agravava tudo.

obesidade

Muita gente associa obesidade a dores no joelho, e isso faz sentido. Mas pouca gente sabe que a dor nas costas também pode estar diretamente ligada ao excesso de peso. É sobre isso que vamos falar aqui, sem tabu e com informação de qualidade.

Para entender melhor essa relação, conversei com o Dr. Guilherme Pajanoti, ortopedista especialista em coluna do Hospital Moriah. Ele explicou que o excesso de peso impõe uma sobrecarga constante na coluna, especialmente nos discos intervertebrais e nas articulações, o que acelera o desgaste e favorece o aparecimento de hérnias de disco, dores crônicas e alterações posturais.

Segundo ele, embora a lombar seja a região mais afetada — afinal, ela suporta a maior parte do peso corporal — a cervical e a torácica também podem sofrer com o impacto. Ou seja: aquela rigidez no pescoço, o incômodo entre os ombros ou o travamento na lombar podem, sim, ter relação com a obesidade.

A dor nas costas, inclusive, pode ser um dos primeiros sinais de que o corpo está sendo sobrecarregado. Segundo o Dr. Pajanoti, desconforto na cervical, rigidez ou dor lombar persistente são sintomas precoces de que a coluna está tentando lidar com uma pressão maior do que deveria.

E não é só a mecânica do peso que causa problemas. A inflamação crônica, característica da obesidade, também tem papel fundamental nesse processo. O especialista explica que o excesso de tecido adiposo aumenta substâncias pró-inflamatórias no organismo, o que deixa o corpo mais sensível à dor e acelera a degeneração das estruturas da coluna. Portanto, não é exagero, não é frescura — é fisiologia.

Outro ponto importante é o impacto do peso na postura. O acúmulo de gordura abdominal, por exemplo, desloca o centro de gravidade para frente, forçando o corpo a criar compensações posturais inadequadas. Isso pode levar à hiperlordose lombar e a um desalinhamento da coluna, aumentando ainda mais as dores e o desgaste ao longo do tempo.

Com todos esses fatores somados, não é surpresa que pessoas com obesidade tenham um risco maior de desenvolver hérnia de disco e doenças degenerativas da coluna. Essa sobrecarga contínua, tanto mecânica quanto inflamatória, cria um ambiente propício para lesões.

Mas há uma boa notícia: o emagrecimento pode trazer melhora significativa das dores nas costas. O Dr. Pajanoti ressalta que a redução de peso diminui a pressão sobre a coluna e reduz a inflamação, o que alivia os sintomas e, em muitos casos, elimina a dor.

No entanto, ele faz uma observação importante: emagrecer rápido demais, sem acompanhamento adequado, pode levar à perda de massa muscular e piorar o quadro — porque uma coluna sem suporte muscular fica ainda mais vulnerável.

Por isso, além da perda de peso, outros cuidados são essenciais para proteger a coluna. Exercícios físicos regulares, fortalecimento do core, alongamentos e fisioterapia são pilares fundamentais do tratamento.

Para quem está acima do peso e já sente dor, atividades de baixo impacto, como hidroginástica, bicicleta ergométrica, caminhada leve e pilates, são excelentes pontos de partida. Com fortalecimento gradual, exercícios de impacto também podem ser incorporados.

Fica o alerta: nem toda dor é “normal”. Segundo o especialista, é fundamental procurar um ortopedista quando a dor persiste por algumas semanas ou quando há sinais como formigamento, perda de força, dor irradiada para a perna, dificuldade para andar, febre, perda de peso inexplicada, histórico de câncer ou alteração no controle urinário. Esses sintomas podem indicar problemas mais graves e exigem investigação imediata.

Falar sobre dor nas costas e obesidade sem tabu é essencial. Muita gente convive com dor todos os dias, mas demora a buscar ajuda por vergonha ou por achar que “não merece tratamento” até emagrecer. Isso precisa ficar no passado. A coluna não espera — e você não precisa esperar para cuidar de você, entendido?

R7/Mariana Verdelho

Foto: Inteligência artificial/ChatGPT