A vacina contra a dengue desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda manteve proteção duradoura por até sete anos contra hospitalizações e casos sintomáticos da doença, segundo resultados atualizados do estudo TIDES (Takeda Dengue Efficacy Study), divulgados nesta semana.
O imunizante — comercializado sob o nome Qdenga — é o mesmo que vem sendo aplicado no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2024, atualmente disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos.
Eficácia sustentada e ampla faixa etária De acordo com os dados apresentados pela empresa, a Qdenga reduziu em 84% o risco de hospitalização e em 61% os casos sintomáticos de dengue ao longo de sete anos de acompanhamento.
A proteção foi observada tanto em pessoas que já haviam sido infectadas anteriormente pelo vírus quanto naquelas sem infecção prévia, o que reforça a segurança e abrangência do imunizante — uma diferença importante em relação à vacina anterior, da Sanofi, retirada do mercado.
Estudo global O estudo TIDES acompanhou 20.000 voluntários em oito países endêmicos, incluindo o Brasil, e avaliou a eficácia da vacina contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).
Os resultados mostraram que a proteção permaneceu estável mesmo em áreas de alta circulação do mosquito Aedes aegypti, o que indica benefício sustentado mesmo após vários ciclos de exposição.
O cenário no Brasil No Brasil, o Ministério da Saúde adquiriu 9,5 milhões de doses da Qdenga para o ano de 2025. A aplicação segue restrita à faixa etária entre 10 e 14 anos, que concentra a maior taxa de hospitalizações após os idosos.
O imunizante é aplicado em duas doses, com intervalo de três meses, e pode ser usado por quem já teve dengue ou nunca foi infectado. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou seu uso para pessoas entre 4 e 59 anos, mas não há estudos para maiores de 60.
Na rede privada, a vacina pode ser aplicada dentro da mesma faixa etária aprovada pela Anvisa, com preço entre R$ 350 e R$ 500 por dose.
É contraindicada para pessoas com imunossupressão, gestantes, lactantes e para alérgicos a componentes da fórmula.
O Brasil registrou 6,6 milhões de casos de dengue e 5 mil mortes em decorrência da doença em 2024 — os maiores números já observados.
Em 2025, metade dos casos notificados está concentrada em São Paulo e Minas Gerais, segundo o Ministério da Saúde.
Crianças expostas ao vírus da Covid-19 ainda no útero parecem ter maior risco de apresentar atrasos no desenvolvimento neurológico aos três anos de idade.
É o que mostra um estudo conduzido pelo Massachusetts General Hospital, nos Estados Unidos, e publicado na revista Obstetrics & Gynecology — o maior até agora sobre o tema.
A pesquisa analisou 18 mil nascimentos entre 2020 e 2021 e encontrou uma associação estatística de 29% mais diagnósticos de atraso de fala, coordenação e autismo entre os filhos de mães que tiveram infecção por SARS-CoV-2 durante a gestação.
Mas os próprios autores alertam: os dados não provam relação de causa e efeito.
“Um estudo observacional desse tipo só pode avaliar associação, não causalidade”, diz ao g1 a obstetra Lydia L. Shook, professora-assistente da divisão de Medicina Materno-Fetal do Massachusetts General Hospital e uma das autoras do trabalho. “É sempre possível que fatores não mensurados — como estresse materno, nível socioeconômico ou acesso à saúde — exerçam influência sobre o resultado.”
O que o estudo mostrou Os cientistas revisaram os prontuários de 18.124 partos registrados no sistema de saúde Mass General Brigham, em Boston.
Entre as gestantes, 4,8% (861 mulheres) tiveram teste positivo para Covid-19 em algum momento da gravidez. Aos três anos, 16,3% das crianças expostas apresentaram algum diagnóstico de atraso no desenvolvimento — ante 9,7% entre as não expostas. Após ajustes estatísticos, o risco foi 29% maior no grupo afetado.
Os diagnósticos mais comuns incluem:
Transtornos de fala e linguagem (CID-10 F80); Transtornos motores do desenvolvimento (F82); Transtorno do espectro autista (F84.0). Os resultados apontam que efeitos foram mais evidentes em infecções no terceiro trimestre e entre meninos, grupo que apresentou 43% mais diagnósticos.
“O risco aumentado no fim da gestação e entre meninos está descrito no primeiro parágrafo da discussão”, afirma Shook. “Nosso estudo não pode determinar mecanismos biológicos, mas sabemos que a transmissão direta do vírus ao feto é extremamente rara.” Como a análise foi feita A equipe desenvolveu um modelo chamado regressão logística multivariada — uma ferramenta estatística usada para entender quais fatores realmente influenciam um resultado e quais apenas parecem ter relação.
Nesse tipo de análise, os pesquisadores colocam várias variáveis no mesmo cálculo, como idade da mãe, raça e etnia, tipo de hospital, tipo de seguro (usado como indicador socioeconômico), sexo do bebê, parto prematuro e status vacinal.
Assim, é possível isolar o efeito de cada um desses fatores e avaliar se a infecção por Covid-19, por si só, está ligada ao risco de atraso no desenvolvimento infantil.
Mesmo com esses ajustes, os autores reconhecem que pode haver viés de detecção — mães que tiveram Covid-19 podem procurar mais avaliações médicas para os filhos, o que aumentaria a chance de diagnóstico.
“Por isso, incluímos o tipo de hospital no modelo: hospitais acadêmicos tendem a receber gestantes de maior risco ou a realizar avaliações mais detalhadas”, explica a pesquisadora.
O estudo não analisou marcadores biológicos, como citocinas inflamatórias ou alterações na placenta, que poderiam esclarecer os mecanismos da associação.
“Nosso trabalho não foi desenhado para isso. Discutimos a plausibilidade biológica com base em pesquisas anteriores sobre ativação imunológica materna”, complementa Shook. Resultados sólidos e relevantes Para o neurologista Alan Eckeli, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), os resultados são sólidos e relevantes, mas precisam ser lidos com cautela.
“É um estudo bem feito, com metodologia adequada e análise estatística robusta”, afirma. “Mas, por ser observacional, o que ele mostra é uma associação, não uma relação de causa e efeito.”
Eckeli destaca que a causalidade depende de múltiplos critérios científicos — como comprovação biológica, consistência entre diferentes populações e estudos longitudinais.
“O que se pode afirmar é que as crianças de mães que tiveram Covid -19 na gestação têm maior risco de apresentar alterações no desenvolvimento com três anos. Isso é relevante e merece acompanhamento, mas não é correto falar em ‘causa direta’.” Próximos passos da pesquisa A equipe americana pretende continuar acompanhando as crianças conforme envelhecem, para avaliar se os atrasos persistem, melhoram ou desaparecem com o tempo.
Shook ressalta que novos estudos — incluindo pesquisas com neuroimagem e análises experimentais de placenta e inflamação materna — são necessários para entender os possíveis mecanismos.
“Caminhos causais são de grande interesse, mas exigem estudos básicos e translacionais”, diz. A pesquisadora também observa que o grupo analisado é majoritariamente não vacinado, e portanto não é possível avaliar o papel protetor da vacinação.
“Apenas 13 mulheres tiveram infecção após parcial ou total imunização”, detalha.
Relevância em saúde pública “Mesmo sem comprovar causalidade, os resultados reforçam a importância de monitorar o desenvolvimento infantil de crianças expostas à infecção materna — especialmente quando a infecção ocorre no fim da gestação”, diz Eckeli. “Do ponto de vista de saúde pública, é algo que precisa ser conhecido. Mostra efeitos de médio prazo da Covid-19 na gravidez, e isso merece vigilância contínua.”
O consumo de álcool em excesso causa danos a quase todos os órgãos do corpo, mas o fígado sofre os primeiros e maiores graus de lesão, sempre silenciosamente. Isso porque esse é o órgão que realiza quase todo o metabolismo do etanol.
Mas o que será que ocorre no fígado quando ficamos 24 horas, 7 dias ou 30 dias sem ingerir álcool? O g1 conversou com médicos para responder a essas questões e também explicar como o álcool age no fígado.
Os médicos destacam que parar de beber é sempre benéfico, até mesmo para quem chegou ao ponto de não retorno - estágio de cirrose avançada que necessita de transplante. A interrupção da ingestão de álcool, nesses casos, pode inclusive viabilizar o transplante.
Mas pessoas que sofrem com transtorno por uso de álcool – geralmente as que bebem diariamente - precisam de acompanhamento médico para parar de beber, porque podem ter a chamada síndrome de abstinência alcoólica, que em alguns casos pode levar a convulsões e pode até ser fatal.
O fígado é o maior órgão interno maciço do corpo humano e um dos mais complexos. Entenda como ele age:
Degrada as substâncias tóxicas absorvidas do intestino ou produzidas em outras áreas do corpo e excreta-as pela bile ou pelo sangue; Secreta bile no intestino delgado para ajudar na digestão e absorção de gorduras; Armazena vitaminas; Sintetiza proteínas e colesterol; Metaboliza e armazena açúcares; Controla a viscosidade sanguínea; Regula os mecanismos de coagulação.
Após a ingestão de álcool, o que acontece no fígado?
Grande parte do álcool ingerido (cerca de 90%) é absorvido pelo estômago e intestinos. Depois, ele segue para o fígado pela veia porta - um grande vaso sanguíneo - onde é metabolizado por três vias enzimáticas: álcool-desidrogenase, citocromo P450 2E1 (CYP2E1) e catalase, gerando acetaldeído (tóxico) e espécies reativas de oxigênio. Os metabólitos do acetaldeído levam ao acúmulo de lipídeos, inflamação e toxicidade hepática, explica Guilherme Grossi, hepatologista do Hospital das Clínicas da UFMG.
Depois, o acetaldeído é convertido em acetato, que é menos nocivo e pode ser aproveitado como fonte de energia pelo corpo. Durante esse processo, o fígado altera seu equilíbrio químico e passa a acumular gordura dentro das células, fenômeno chamado esteatose hepática. Em pessoas que bebem com frequência ou em grandes quantidades, esse acúmulo pode surgir em poucos dias e, se o consumo continuar, evoluir para inflamação, fibrose e, eventualmente, cirrose, acrescenta o hepatologista e professor da Escola Paulista de Medicina da Unifesp Roberto José de Carvalho Filho.
Grossi destaca que seguro é não beber e, do ponto de vista populacional, não há nível de consumo de álcool isento de risco — inclusive para o câncer e doenças hepáticas:
“O risco começa no primeiro gole, e cresce com a dose e o padrão de uso. Diversos fatores podem impactar o risco de lesão hepática induzida pelo álcool, como fatores genéticos, sexo (maior risco na mulher), comorbidades, etc. Mas o risco é maior em pacientes que já têm doença hepática estabelecida”, explica.
24 horas sem álcool
Em 24 horas sem álcool, começa um restabelecimento do equilíbrio químico interno do fígado, mas esse processo de regeneração não é identificável do ponto de vista clínico, nem por exame de sangue. As células do fígado já entram no modo de reparo, retomando funções essenciais, como oxidar gordura, acumular glicose, depurar outras substâncias tóxicas e eliminar radicais livres que vêm de outras substâncias. Mas esse processo de recuperação é silencioso e depende de como o fígado estava quando o indivíduo decidiu parar de beber.
“A recuperação de uma pessoa que já tem cirrose após parar de beber vai ser muito mais lenta e limitada do que a de uma pessoa que não tinha o costume de beber de modo abusivo, mas sempre há benefícios”, explica Filho.
Alguns indivíduos relatam melhora subjetiva de sono e hidratação em cerca de dois dias a uma semana, mas isso varia e não serve como marcador de recuperação hepática por si só. As melhoras laboratoriais e estruturais costumam demandar semanas, complementa Grossi.
Filho destaca que o fígado sofre calado e pode estar sendo lesionado há anos sem causar sintomas perceptíveis: “Mesmo quem se sente bem pode ter alterações silenciosas em andamento. Parar de beber, até temporariamente, dá ao fígado a chance de interromper esse ciclo de dano silencioso e iniciar um processo de recuperação que, quanto mais precoce, mais eficaz será”, destaca o médico.
Além disso, a ressaca não é um ‘golpe no fígado’. Ela é muito mais um resultado de uma intoxicação nos tecidos neurológicos do cérebro e do estômago.
7 dias sem álcool
As enzimas do fígado, marcadores laboratoriais de inflamação e dano hepático, podem levar semanas para se normalizarem. Mudanças iniciais podem ocorrer em um período de 1 a 2 semanas.
A esteatose alcoólica é, em geral, reversível com abstinência sustentada. Em uma semana de abstinência, a diferença já é significativa. Mas podem coexistir múltiplas causas de esteatose, como a síndrome metabólica, obesidade e diabetes, além do uso abusivo de álcool.
Com uma semana sem beber, o exame chamado elastografia, que mede a rigidez do fígado, já pode identificar uma redução da inflamação e inchaço no órgão. Mas isso depende muito do perfil do paciente – se bebia com frequência antes de parar ou ocasionalmente.
30 dias sem álcool
Em um mês de abstinência, quedas significativas das enzimas do fígado são demonstráveis, voltando a níveis normais.
Uma melhora na inflamação metabólica ou esteatose ocorre na maior parte dos indivíduos.
O metabolismo da glicose volta ao normal.
A pressão arterial também volta ao normal.
A melhoria do padrão do sono também é clara.
O exame de elastografia também mostra uma melhora ainda maior.
O fígado já consegue eliminar o excesso de gorduras que se acumulou quando o indivíduo bebia muito por bastante tempo, a famosa esteatose hepática.
A capacidade de regeneração do fígado é notável, mas tem limites. Em 30 dias, há redução do risco imediato de progressão, especialmente se havia consumo elevado, mas o benefício maior depende da manutenção da abstinência em longo prazo.
Pessoas com cirrose ou hepatite alcoólica costumam ter um risco genético, mas se uma pessoa não tiver nenhum parente com o problema, não quer dizer que ela esteja protegida. Quando o indivíduo para de beber, sempre há benefício, independentemente da gravidade da doença no fígado, mas existe o ponto de não retorno, principalmente em casos de cirrose já muito avançada, já com água na barriga. Nesses casos, a recuperação do fígado pode não ser completa e o indivíduo, mesmo parando de beber, pode precisar de transplante de fígado. Mas nestes casos, parar de beber pode até viabilizar o transplante, destaca Filho.
O médico explica que, quanto mais tempo sem álcool, mais tempo existe para o fígado se regenerar e os benefícios serão cada vez maiores:
“Um mês sem álcool é muito benéfico. A pessoa se lembra de como era a vida sem beber muito e pode optar por continuar sem beber. Quanto mais cedo conseguir parar de beber, melhor, porque existe o ponto de não retorno. E mesmo nos casos mais graves há benefício”, diz Filho. Diretrizes de saúde pelo mundo recomendam vários dias na semana sem beber. Os franceses exigem pelo menos dois dias sem beber. Os canadenses estabelecem como ingestão de baixo risco beber apenas duas doses por semana.
Mesmo doses baixas de álcool aumentam o risco de câncer de mama, câncer de cavidade oral, de boca e de laringe, por exemplo.
“É claro que o indivíduo que bebe mais apenas nas festas de fim de ano e no carnaval tende a ter menos problemas de saúde do que aquele que bebe o tempo inteiro e mais ainda no fim de ano e no carnaval. Períodos sem álcool são bem-vindos, mas o ideal é a gente não precisar desses períodos, porque isso pressupõe uma fase anterior em que se abusou da bebida”, afirma Filho.
O Ministério da Saúde vai promover uma ação de mobilização nacional contra a dengue no próximo sábado (8). O objetivo é conscientizar gestores públicos, profissionais da saúde e a população em geral sobre a importância das medidas recomendadas para conter a proliferação do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
“A gente age ao longo de todo o ano, mas agora é a oportunidade de voltarmos a chamar a atenção da população para evitarmos qualquer tipo de cenário, de crescimento do número de casos”, declarou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a realização do Dia D contra a dengue.
A iniciativa faz parte da campanha nacional “Não Dê Chance para Dengue, Zika e Chikungunya”, que o ministério lançou nessa segunda-feira (3).
“Agora é hora de organizar a assistência à saúde, reforçar as ações de prevenção e orientação e identificar os pontos estratégicos a atacar nas cidades”, acrescentou o ministro.
Neste ano, de acordo com o ministério, foram registrados ao menos 1.611.826 casos prováveis de dengue e 1.688 mortes. Ainda segundo a pasta, os resultados são, respectivamente, 75% e 72% inferiores aos do mesmo período de 2024.
Estado de alerta Mesmo com a redução dos números, o ministro considera a situação alarmante. Principalmente porque, historicamente, os números de casos de dengue, zika e chikungunya costumam aumentar entre novembro e maio, quando as condições climáticas são mais favoráveis à proliferação do mosquito.
Além disso, um dado que preocupa os técnicos do ministério é o aumento do número de municípios brasileiros em estado de alerta para a dengue. Uma pesquisa realizada em agosto e setembro apontou que ao menos 30% das cidades já se encontravam nesta situação.
“O cenário exige atenção redobrada nos locais em alerta”, comentou o secretário adjunto de Vigilância em Saúde e Ambiente, Fabiano Pimenta, chamando a atenção para a importância da participação da população no enfrentamento ao mosquito.
Segundo Pimenta, mais de 80% das larvas do Aedes aegypti encontradas por agentes de combate a endemias que visitaram imóveis em 3.200 municípios estavam em ambientes domiciliares, em locais como vasos de plantas, pratinhos, garrafas usadas, bebedouros, pneus, entulho, lixo, sucata, caixas d’água, cisternas, filtros, barris, calhas, ralos, vasos sanitários sem uso, tanques em obras, piscinas, fontes ornamentais e até mesmo em folhas de bromélias, casas de coco e cavidades de árvores.
Números por estado Até o momento, as cinco unidades da Federação com maior número de casos prováveis de dengue são São Paulo (890 mil), Minas Gerais (159,3 mil), Paraná (107,1 mil), Goiás (96,4 mil) e Rio Grande do Sul (84,7 mil). De acordo com o ministério, o estado de São Paulo também tem o maior número de óbitos: 1.096, ou 64% das 1.688 mortes já confirmadas.
O ministério garante que medidas já estão sendo adotadas para, em conjunto com estados e municípios, preparar a rede de saúde para um eventual aumento do número de casos.
Entre elas, o reforço na assistência — com equipes da Força Nacional de Saúde atuando em cidades com alta incidência da doença —, instalação de centros de hidratação e a distribuição de insumos e equipamentos, incluindo larvicidas, testes e nebulizadores portáteis.
Vacina nacional Para o ministro Alexandre Padilha, contudo, a maior aposta no enfrentamento à doença é a vacina que está sendo desenvolvida no Brasil, pelo Instituto Butantan, e que será produzida, em parceria, por um fabricante chinês.
De acordo com o ministro, a expectativa é que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprove o imunizante até o fim deste ano, para que as primeiras doses possam ser aplicadas já em 2026.
“Os estudos finais da Anvisa estão indo muito bem, e o calendário que anunciamos em março deste ano vai ser cumprido: teremos o registro da vacina para dengue 100% brasileira até o final deste ano, para que possamos reforçar nosso Programa Nacional de Imunização já no ano que vem”, disse Padilha.
O ministro explicou que, após a aprovação da Anvisa, especialistas do Comitê Técnico do Programa Nacional definirão a melhor estratégia de imunização, incluindo critérios de distribuição.
De acordo com ele, a previsão é que a farmacêutica chinesa WuXi Biologics produza e entregue para o Brasil 40 milhões de doses da vacina no próximo ano.