• 1200x200.gif
  • prefeutura-de-barao.jpg
  • roma.png
  • SITE_BANNER.png
  • vamol.jpg

Os alimentos que incluímos na dieta têm impacto direto na nossa saúde. Tanto por dentro quanto por fora, o ditado “somos o que comemos” faz bastante sentido. Quando o assunto é nutrição, sabemos que alguns alimentos estão ligados a problemas de saúde, enquanto outros contribuem para o bom funcionamento do organismo.

cafe

Ao pensar em melhorar a alimentação, geralmente focamos em coração, cérebro, fígado ou pulmões. Mas… e os rins? Responsáveis por filtrar líquidos, esses órgãos levantam uma dúvida comum entre os amantes de café: afinal, a bebida afeta ou não a saúde renal? Um estudo com quase 80 mil pessoas traz pistas importantes.

Com o café, aconteceu o mesmo que com muitos outros alimentos. Ao longo dos anos, surgiram diversos mitos, alguns sem fundamento e outros com respaldo científico. Trata-se de uma das bebidas mais consumidas no mundo, presente diariamente na rotina de milhões de pessoas. E, pouco a pouco, novas propriedades vão sendo reveladas. Aqui, falamos do café puro, seja sozinho ou acompanhado, mas sem adição de açúcar.

Entre as várias razões para consumir café, a cafeína ocupa um papel de destaque. Ela atua como neuromodulador que afeta o sistema nervoso central, estimula a dopamina e contribui para melhorar a memória executiva, a atenção e a concentração. Mas, se os rins são os responsáveis por filtrar tudo isso, surge a pergunta: o café faz mal para os rins?

O que dizem os estudos? A principal preocupação nessa relação entre café e rins é o risco de provocar ou agravar a doença renal crônica (DRC). Embora pesquisas anteriores tenham trazido resultados contraditórios, nos últimos anos os cientistas têm se dedicado a esse tema e concluíram que a bebida dificilmente causa DRC ou piora seus sintomas.

Um dos levantamentos apontou que o consumo diário de uma xícara de café reduz em 15% a probabilidade de desenvolver lesões renais. Para quem bebe de duas a três xícaras por dia, o risco chega a cair 23%.

Além disso, os estudos reforçam os benefícios já mencionados, como o alto teor de antioxidantes (polifenóis), associados à menor incidência de câncer, doenças cardiovasculares e diabetes.

Para pessoas que já convivem com a DRC, o potássio pode ser prejudicial, e o consumo excessivo de café pode trazer efeitos adversos. Ainda assim, em doses controladas, a bebida é considerada uma boa fonte do mineral, já que sua concentração é relativamente baixa.

Novas evidências Um estudo conduzido por diferentes centros de pesquisa na China e pelas universidades de Groningen e Wageningen, nos Países Baixos, chegou a conclusões semelhantes. O diferencial dessa pesquisa foi a análise de 78.346 participantes sem doença renal crônica (DRC), com o objetivo de investigar se o consumo de café estaria associado a mudanças na taxa de filtração glomerular estimada (TFGe).

Os cientistas descobriram que o café tinha relação inversa tanto com a variação anual da TFGe quanto com o risco de DRC. O acompanhamento durou mais de três anos e meio e envolveu uma população ampla, composta por 58% de mulheres e 42% de homens.

No período, os consumidores de café apresentaram um declínio mais lento da função renal em comparação aos que não consumiam a bebida. Além disso, foi observada uma associação entre o consumo de café e a redução do risco de DRC, especialmente entre pessoas com diabetes.

Existe uma dose ideal? Se a ideia é proteger os rins, não faz sentido trocar a água pelo café. Cada xícara está associada a uma redução no risco de danos renais, mas esse efeito positivo se limita a um máximo de quatro por dia. Em outras palavras: duas xícaras trazem mais benefícios do que uma, três são ainda melhores, mas os pesquisadores observaram que os efeitos param de aumentar a partir da quarta.

O consumo excessivo, por sua vez, tem contraindicações. A bebida dilata os vasos sanguíneos, o que pode ser útil em práticas esportivas, mas também eleva a pressão arterial em algumas pessoas. Além disso, pode estimular a produção de ácido estomacal.

Há ainda outros efeitos descritos em estudos: de um lado, a proteção contra o Alzheimer; de outro, o risco de ansiedade. No fim, tudo depende das condições de cada indivíduo, sendo que os problemas tendem a aparecer quando há excesso de cafeína.

Em geral, não damos a devida atenção aos rins. Os autores do estudo destacam que ainda são necessárias mais pesquisas para compreender a relação causal entre os diversos componentes do café e a função renal. Mesmo assim, afirmam que o consumo regular da bebida está diretamente associado a menor risco de desenvolver doença renal crônica e pode fazer parte de uma dieta saudável e benéfica para os rins.

Pesquisadores da Universidade de Wageningen lembram que, muitas vezes, só percebemos que algo está errado quando a função renal já caiu a ponto de exigir diálise ou transplante.

Por isso, reforçam a importância de manter uma alimentação adequada e realizar exames periódicos para preservar a saúde dos rins. E, dentro dessa “alimentação adequada”, o consumo frequente de café tem um papel importante.

Minha Vida

Foto: © Photographer, Basak Gurbuz Derman/Gettyimages

Casos de intoxicação por metanol acenderam um alerta sanitário no Brasil e colocaram o governo em uma corrida para garantir o acesso ao fomepizol, medicamento usado como antídoto nesses envenenamentos. O remédio não está disponível no mercado nacional e, diante da urgência, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras de diferentes países para viabilizar a importação.

Entre os órgãos contatados estão a FDA (Estados Unidos), a EMA (União Europeia) e as agências de Canadá, Reino Unido, Japão, China, Argentina, México, Suíça e Austrália. O objetivo é acelerar os trâmites para trazer o produto ao país e ampliar as opções de tratamento em hospitais.

O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. O Brasil vem registrando aumento no número de casos de intoxicação por metanol misturado a bebidas alcoólicas adulteradas (leia mais abaixo).

O fomepizol é considerado o tratamento de referência contra o metanol porque age bloqueando a transformação da substância em metabólitos tóxicos, responsáveis por danos graves ao sistema nervoso e ao fígado.

Sem ele, os serviços de saúde precisam recorrer a alternativas, como o uso controlado de etanol grau farmacêutico, que pode retardar o efeito do veneno, mas não é tão seguro nem eficaz.

Para garantir o fornecimento imediato, a Agência também publicou um edital de chamamento internacional em busca de fabricantes e distribuidores com estoque disponível. A medida foi tomada após pedido de urgência do Ministério da Saúde.

Além da corrida pelo antídoto, três laboratórios — o Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz — foram mobilizados para analisar amostras suspeitas de bebidas adulteradas. As fiscalizações em campo já começaram em diferentes estados, em parceria com as vigilâncias sanitárias locais.

Enquanto aguarda a chegada do medicamento, a orientação à população é: em caso de suspeita de intoxicação, ligar para o Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço que reúne 13 centros especializados no país.

O que é o metanol e por que ele oferece risco à saúde O metanol é um tipo de álcool utilizado na indústria química, na fabricação de solventes e combustíveis. Diferentemente do etanol — que está presente nas bebidas alcoólicas comuns —, ele não é seguro para consumo humano.

O problema é que, por não ter cheiro, cor ou sabor característicos, o metanol pode ser misturado ilegalmente a bebidas sem que o consumidor perceba. Quando ingerido, o organismo o processa no fígado, onde se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico.

Os efeitos aparecem rapidamente: visão borrada, tontura, dor abdominal, respiração acelerada e, em casos mais graves, cegueira irreversível, falência de órgãos e morte. A gravidade depende da quantidade ingerida e da rapidez do atendimento médico, já que o tratamento é considerado uma corrida contra o tempo.

Casos em investigação no Brasil Na última semana, diferentes estados registraram suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. A substância não deveria estar presente em produtos destinados ao consumo humano.

Diante do aumento de ocorrências, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar as ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além de órgãos como Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura.

G1

Casos de intoxicação por metanol levantam uma questão importante: por que, diante da mesma bebida adulterada, algumas pessoas evoluem rapidamente para cegueira e falência de órgãos, enquanto outras apresentam sintomas mais leves? A ciência aponta que a resposta pode estar na genética.

venenometanol

O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. Quando ingerido, o organismo o processa no fígado, onde se transforma em substâncias altamente tóxicas, como o ácido fórmico. O Brasil vem registrando aumento no número de casos de intoxicação por metanol misturado a bebidas alcoólicas adulteradas.

Como o corpo lida com o metanol Quando ingerido, o metanol passa pelo fígado e sofre um processo de transformação. Duas enzimas, a álcool desidrogenase (ADH) e a aldeído desidrogenase (ALDH), convertem a substância em formaldeído e, depois, em ácido fórmico. São esses metabólitos, e não o metanol em si, os responsáveis pelos efeitos mais tóxicos.

Médico geneticista da Sociedade Brasileira de Genética Médica, Ciro Martinhago explica que nem todo organismo realiza esse processo da mesma maneira.

“Indivíduos que metabolizam o metanol mais lentamente acumulam níveis mais altos de ácido fórmico e sofrem danos mais intensos. Já quem metaboliza de forma mais rápida consegue eliminar parte da substância, apresentando um quadro menos severo.”

Genética e populações mais vulneráveis Algumas variações genéticas são mais comuns em determinados grupos populacionais. Um exemplo é a deficiência de uma das variações da ALDH, a chamada ALDH2, mais frequente em pessoas de origem japonesa, chinesa e coreana.

Essa mutação dificulta o metabolismo do acetaldeído, subproduto do álcool comum (etanol), e causa sintomas imediatos após o consumo de bebida alcoólica, como rubor facial e palpitações.

Embora essa alteração tenha sido estudada principalmente no etanol, ela mostra como mutações em enzimas da mesma família podem aumentar também a vulnerabilidade ao metanol. Em pessoas com essa deficiência, o risco de acúmulo de ácido fórmico e de intoxicação mais grave tende a ser maior.

Respostas individuais: nem toda reação é igual Mesmo fora de grupos específicos, variações genéticas influenciam a velocidade de metabolização e a gravidade do quadro. É por isso que duas pessoas expostas à mesma bebida adulterada podem evoluir de formas completamente diferentes.

Segundo Martinhago, sinais fortes de reação ao álcool comum — como vermelhidão no rosto ou palpitações após beber — podem indicar variantes genéticas que dificultam o trabalho dessas enzimas.

“Esse histórico familiar de hipersensibilidade ao etanol pode sinalizar maior risco diante do metanol”, afirma. Além da genética, fatores como idade, doenças pré-existentes e até a ingestão simultânea de etanol interferem. O álcool comum, por exemplo, compete com o metanol pelas mesmas enzimas, podendo retardar a formação de ácido fórmico. Isso significa que, em ambiente médico controlado, o etanol pode ser usado como antídoto contra o metanol.

Por que alguns ficam cegos e outros não Em todas as pessoas, o ácido fórmico circula no organismo e pode atingir vários órgãos. O que varia é qual tecido sofre primeiro e com mais intensidade.

Segundo Martinhago, em alguns indivíduos, as variantes genéticas tornam o nervo óptico e a retina mais vulneráveis, o que aumenta o risco de cegueira precoce. Em outros, o fígado ou os rins são os mais afetados, levando à falência desses órgãos. Essa diferença de desfecho depende tanto da genética quanto da forma como cada organismo reage com inflamação.

Além disso, diferenças na resposta inflamatória também pesam: quem tem uma reação inflamatória mais intensa tende a sofrer danos maiores nos tecidos.

Luis Fernando Penna, gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, explica que o quadro costuma se agravar entre 12 e 24 horas: “É quando o ácido fórmico bloqueia a produção de energia nas células. O nervo óptico sofre cedo, mas coração, pulmões e rins também já começam a ser exigidos pela acidose metabólica”.

Médica hematologista da Faculdade de Medicina do ABC e diretora da Clínica First, Indianara Brandão reforça:

“O fígado tenta nos defender, mas no caso do metanol ele fabrica o próprio veneno. O resultado é que órgãos de alta demanda energética, como os olhos, são atingidos primeiro, mas os rins e o cérebro também entram em risco de falência.” O que já se sabe sobre os efeitos do metanol Reportagens anteriores do g1 mostraram que o perigo do metanol está justamente nos seus metabólitos. Em até 24 horas após a ingestão, podem surgir sintomas como visão borrada, fotofobia e respiração acelerada. Se não houver tratamento rápido, em 48 horas o quadro pode evoluir para convulsões, coma e falência múltipla de órgãos.

É nesse ponto que a genética ajuda a entender por que a mesma bebida adulterada causa desfechos tão diferentes entre vítimas: em alguns, a perda de visão é precoce e irreversível; em outros, o dano maior atinge fígado, rins ou coração.

Mas em todos os casos, uma regra se mantém: o tempo é decisivo. Quanto mais cedo o paciente recebe antídotos e hemodiálise, maiores as chances de evitar sequelas graves.

Por Talyta Vespa, g1

Foto: print

O leite é uma bebida presente na vida dos brasileiros desde muito cedo. Além de ser consumido puro, ele aparece muito em receitas de pratos doces e salgados. Contudo, há muita discussão sobre se esse ingrediente faz mesmo bem para a saúde: qual será a verdade?

leitecoco

De acordo com o Dr. Daniel Magnoni, nutrólogo da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, a bebida é rica em cálcio, proteínas e vitaminas, sendo associado à formação óssea e ao crescimento saudável. Contudo, é possível que ele não faça bem para certas pessoas em específico.

“O leite é uma fonte extremamente completa de nutrientes e seu consumo pode trazer benefícios importantes para diferentes fases da vida. Mas é fundamental avaliar a tolerância individual e a qualidade do produto ingerido”, explica.

Os benefícios nutricionais do leite O leite é conhecido pelo alto teor de cálcio, necessário para a saúde dos ossos e dentes. Além disso, é uma fonte importante de proteínas de alto valor biológico, que auxiliam na construção e manutenção muscular, e de vitaminas como A, D, B12 e riboflavina. “Para crianças, adolescentes e idosos, especialmente, o leite pode ser uma peça-chave para atingir as necessidades nutricionais diárias”, afirma Dr. Magnoni.

Estudos científicos também associam o consumo moderado de laticínios a menores riscos de doenças como hipertensão, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. No entanto, esses efeitos positivos costumam depender da qualidade e da quantidade consumida.

Intolerância à lactose: quando o leite deixa de fazer bem Um dos principais pontos de atenção relacionados ao leite é a intolerância à lactose — condição em que o organismo tem dificuldade em digerir o açúcar natural do leite. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), estima-se que cerca de 40% da população brasileira apresenta algum grau de intolerância à lactose.

Os sintomas mais comuns incluem distensão abdominal, gases, cólicas e diarreia após o consumo de leite ou derivados. “Quando há sinais de intolerância, é importante investigar, pois o desconforto pode impactar diretamente a qualidade de vida”, orienta o médico.

Alternativas ao leite tradicional Mas e para essas pessoas que não devem tomar leite? Como substitui-lo? Atualmente, o mercado oferece hoje uma ampla gama de alternativas vegetais, como leites de amêndoas, aveia, coco, arroz e soja. Embora nem todas essas opções tenham naturalmente o mesmo perfil nutricional do leite tradicional, muitas são fortificadas com cálcio e vitaminas para suprir essa lacuna.

“O importante é verificar os rótulos e preferir versões sem adição de açúcar e com boa concentração de nutrientes. As bebidas vegetais são aliadas interessantes, desde que bem escolhidas”, comenta o nutrólogo.

Alto Astral