O Dia do Desafio é uma campanha mundial de incentivo à prática de atividade física regular como meio de combate ao sedentarismo, bem como estímulo à adoção de um estilo de vida mais saudável.
Em Floriano, o SESC está realizando a 19ª edição com presenças de profissionais da dança e de educação física. Imagens foram feitas da Avenida Antonio Cúrcio, centro da cidade, pelo Ivan Nunes.
Em vias de encerramento, o programa de imunização contra a gripe termina hoje (31), e Brasil não atinge a meta de aplicação de 90% da população. Estima-se que apenas 45% das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde (MS) tenham sido utilizadas.
A vacinação é, de longe, um dos melhores métodos de imunização contra diversas doenças existentes, corroborando incisivamente na produção ativa de anticorpos específicos que agem como mecanismos de defesas perspicazes contra microrganismos. Neste aspecto, seguir o calendário de vacinação pré-estabelecido pelo MS é de suma importância, a fim de evitar maiores implicações ao indivíduo e a população.
A gripe, viremia causada pelo influenza (que possui vários sorotipos), é uma doença com abastado potencial de transmissão, e prospecta-se alocando uma sintomatologia característica ao infectar as células dos seres humanos. Dentre os sintomas mais comuns, configura-se a febre, tosse, secreção nasal, dor de cabeça, mialgia (dor muscular), dor de garganta e mal-estar.
No dia 10 de abril, iniciaram-se as vacinações contra a gripe abrangendo, apenas, alguns grupos prioritários, mas foi ampliado pelo MS para todos os maiores de 6 meses de idade. Com uma diferença de quase 24% a menos que 2022, o Brasil não atingiu a meta de imunização anual estabelecida, ficando à deriva com menos da metade da execução.
Segundo especialistas, a não vacinação implica diretamente na redução da carga viral circulante, que deixa de ocorrer devido a imprudência. Com isso, a prevalência do surgimento de complicações nos grupos de risco (idosos, crianças, imunodeprimidos, entre outros) aumenta, possivelmente ampliando, também, a sobrecarga nos serviços de saúde.
Embora se encerrem hoje as vacinações contra a gripe, a pasta sinaliza que as unidades que ainda tiverem estoque podem continuar o processo de imunização. "Para a efetiva proteção da população, especialmente dos mais vulneráveis, é necessário que mais pessoas recebam o imunizante", pontuou o Ministério da Saúde.
A urina é um importante indicador de como anda o organismo de uma pessoa. Além de mostrar como está a hidratação, por exemplo, o aspecto do xixi pode revelar outras condições de saúde. A mudança na coloração ou a presença de espuma, por exemplo, podem sugerir a perda de nutrientes e determinados problemas.
"Uma urina saudável deve ser clara, sem espuma e sem o surgimento de sedimento no fundo do vaso sanitário [cristais]. A cor amarelo-escuro pode sinalizar a necessidade de ingestão de água e não deve ser ignorada ou adiada", explica a médica nefrologista Tamara Cunha.
O nefrologista Américo Cuvello, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, afirma que, quando há a presença de outras substâncias ou aspecto alterado no xixi, é um sinal do organismo de que algo não vai bem.
Das patologias que podem ser indicadas a partir disso, estão infecções urinárias, diabetes descompensada, lúpus e síndromes nefróticas.
Lawrence Aseba, urologista do Hospital Santa Clara, esclarece que, além do sangue, podem ser expelidas na urina substâncias como glicose, proteína, gorduras, assim como agentes causadores de doenças, como fungos e bactérias.
"Nossos rins trabalham diariamente para remover muitas toxinas do sangue e manter nosso organismo em equilíbrio. Todos os derivados indesejáveis do nosso metabolismo são eliminados na urina ou nas fezes. Apesar de composta principalmente de água, nossa urina contém muitas substâncias como ureia, creatinina, eletrólitos e substâncias indesejáveis para o nosso organismo. Cabe aos rins realizar a seleção da quantidade e do tipo de substância a ser aproveitada ou excretada", alega Tamara.
Assim, quando essa seleção não ocorre de forma adequada, é possível perceber a presença de algumas substâncias na urina, mesmo a olho nu.
Entre os aspectos a ser observados, os especialistas ressaltam que a presença de sangue, por exemplo, pode ser um indício de que há lesões no trato urinário, nefrite ou cálculos renais. Nos casos em que a espuma não desaparece após a finalização do jato, pode haver a presença de proteínas na urina. Cuvello alega que, nessas situações, a espuma é parecida com a de detergente, o que caracteriza um sinal de lesões renais.
Tamara acrescenta que a espuma na urina pode ocorrer entre pessoas com diabetes, tanto do tipo 1 quanto do tipo 2, visto que a doença eventualmente afeta o funcionamento dos rins.
Outra excreção que ocorre em alguns indivíduos com diabetes descompensado é a de glicose, que pode ou não ser visível, também por uma presença maior de espuma, que elimina o acúmulo da substância no organismo.
No entanto, essa eliminação pode ocorrer, também, por meio de alguns medicamentos utilizados por esses pacientes que ajudam a retirar o excesso de açúcar presente no sangue dessa maneira.
Já a presença de gordura é mais rara, mas, caso aconteça, pode deixar a urina com um aspecto turvo, oleoso, ou com bolinhas de gordura, indicando síndromes nefróticas.
Quando identificado qualquer um desses aspectos, a recomendação médica é buscar ajuda de um profissional, que solicitará exames específicos, de modo a diagnosticar a causa de tais excreções.
Também é fundamental que nunca se faça automedicação, que, além de mascarar e adiar a definição do caso, pode causar desidratação.
Com base nos exames que caracterizarão a causa das substâncias na urina, os profissionais poderão encaminhar o paciente para o tratamento adequado, de modo a cessar a presença dessas substâncias no xixi.
Finalizando, Cuvello afirma que grupos mais suscetíveis à perda de substâncias — como diabéticos, hipertensos, obesos, tabagistas, pessoas com histórico de eventos cardiovasculares, acima dos 65 anos ou com histórico familiar de problemas renais — devem sempre fazer o acompanhamento médico, de forma a controlar seu quadro de saúde e prevenir tais excreções.
O que mais promove o ganho de massa muscular, um treino de musculação que valoriza a carga ou o número de repetições? De acordo com estudo feito na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), tanto faz.
Os pesquisadores acompanharam ao longo de oito semanas 18 indivíduos submetidos a diferentes protocolos de treino. Parte fez exercício com peso mais alto e menor número de repetições, enquanto os demais fizeram séries mais longas e com menos carga. A massa muscular foi medida na primeira e na última sessão de exercícios. Quando os dois grupos foram comparados, não se observou diferença nem em termos de ganho de massa nem de estresse metabólico – medido pela análise de substâncias liberadas na circulação sanguínea após o esforço.
No treino de alta carga, os participantes carregavam até 80% do próprio peso. Já no treino de resistência, com baixa carga, esse percentual chegou a no máximo 30%, mas as repetições eram feitas até a exaustão (quando o músculo já não responde mais). Os dados completos da pesquisa, apoiada pela FAPESP, foram publicados na revista Metabolites.
“O treino de força é um meio reconhecido para promover o crescimento muscular. No entanto, ainda não está completamente claro se o mais eficiente é valorizar a carga ou o número de repetições para se atingir a hipertrofia. Nosso estudo reforça a teoria de que os dois tipos de treino funcionam de modo semelhante. Além disso, conseguimos mostrar que a ativação muscular ocorre de maneira diferente em cada treino, mas o estresse metabólico é igual e, com isso, o resultado de hipertrofia foi igual”, explica Renato Barroso, professor da Faculdade de Educação Física da Unicamp.
Nas avaliações feitas durante a primeira e a última sessão de musculação, foram coletadas amostras de sangue em três diferentes momentos: antes do treino, cinco minutos após o exercício e uma hora depois. O material coletado foi submetido a uma análise metabolômica, cujo objetivo é identificar o conjunto de metabólitos (produtos do metabolismo) presentes na circulação. Já a ativação muscular foi mensurada por exame chamado eletromiografia, feito com eletrodos capazes de monitorar em tempo real a atividade elétrica dos músculos.
“O esperado era que no grupo que treinou com carga baixa as respostas de estresse metabólico fossem mais exacerbadas. Isso porque, em teoria, esse estresse compensaria a menor ativação muscular. Porém, não foi isso que encontramos”, conta Barroso.
As análises indicam que, embora a ativação muscular tenha sido maior no grupo que treinou com cargas mais altas, o estresse metabólico foi semelhante nos dois grupos. “Esse resultado sugere que, eventualmente, os dois tipos de treino, por terem respostas metabólicas muito semelhantes, podem agir pelas mesmas vias para induzir a hipertrofia”, diz. Variações
A análise metabolômica detectou a variação de 50 metabólitos no sangue quando ocorria a ativação dos músculos em ambos os tipos de treinos. No entanto, dos 50 metabólitos selecionados, poucos apresentaram alguma diferença entre os grupos de voluntários. Desses poucos, os pesquisadores analisaram seis (asparagina, 3 hidroxivalerato, aceto-acetato, carnitina, creatina e fosfocreatina).
Embora os pesquisadores não tenham encontrado diferença na resposta metabólica global, foi observado que alguns metabólitos se correlacionaram com a hipertrofia muscular nos dois grupos de treino. De acordo com os pesquisadores, algumas dessas correlações podem estar associadas às características das fibras musculares ativadas pelo exercício (tipo 1 ou tipo 2) e também à demanda metabólica dos protocolos de treinamento utilizados no estudo.
“Alguns metabólitos estudados vêm de sistemas energéticos anaeróbios, produzidos pela glicólise [quebra da glicose] que ocorre no músculo ou pela quebra de creatina e fosfocreatina – processo que fornece energia suficiente para manter uma intensidade de exercício de alguns segundos. Já a asparagina e o aceto-acetato estão mais associados ao ciclo de Krebs, que usa o oxigênio e nutrientes como gordura, proteína e carboidrato para produzir energia para o músculo e tem uma duração bem maior”, exemplifica Barroso.
O esperado, portanto, é que a creatina e a fosfocreatina estejam com a expressão mais alta quando se usa o metabolismo anaeróbio. “Esse tipo de metabolismo é uma característica de fibra do tipo 2, uma fibra de contração rápida. Enquanto a asparagina, por exemplo, poderia ser encontrada quando a etapa da respiração celular conhecida como ciclo de Krebs está mais ativada, ou seja, uma característica da fibra muscular do tipo 1”, explica.
Barroso ressalta que, durante os treinos que valorizam a carga, as fibras musculares do tipo 2 são ativadas com maior predominância. “Essas fibras musculares têm baixa atividade oxidativa, mas alta atividade glicolítica e podem ser mais responsivas à hipertrofia em comparação com as fibras musculares do tipo 1. Por outro lado, os treinos que valorizam a repetição podem ativar preferencialmente as fibras musculares do tipo 1, que têm baixa capacidade glicolítica, mas alta capacidade oxidativa e são altamente resistentes à fadiga”, conclui.