A Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), por meio da Coordenação de Epidemiologia, realizará na próxima segunda-feira (13) a segunda capacitação sobre a inclusão da doença de Chagas Crônica pelo Ministério da Saúde, na lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública. É o segundo treinamento com municípios que fazem parte do território Entre Rios. A capacitação vai até o dia 14 de novembro.
A capacitação acontecerá no prédio do DATASUS, no centro de Teresina, a partir das 8h. Serão trabalhadas a forma correta de notificar os casos no novo sistema de notificação definido pelo Ministério da Saúde, o E-SUS SINAN.
“Além dos novos municípios, abriremos espaço para a participação daqueles que faltaram à primeira turma da capacitação. Queremos todos os nossos profissionais aptos a realizarem o seu trabalho de registro de notificações com a maior qualidade possível, ajudando assim o estado a ter um acompanhamento fiel dos nossos agravos”, explica Cíntia Ramos, enfermeira e técnica da coordenação de epidemiologia da Sesapi.
A definição pela inclusão da doença de chagas crônica na lista de notificação compulsória aconteceu após o reconhecimento da taxa considerável de mortalidade, ocasionada por comprometimentos vasculares, cardíacos entre outros problemas ocasionados pela doença.
“Ter esses casos como elementos de notificação compulsória permitirá a secretaria ter um acompanhamento real da situação do estado em relação a esses casos crônicos da doença de chagas. Ter esse conhecimento permite a secretaria como órgão responsável pela saúde do estado a elaborar políticas públicas, desenvolvimento de novos serviços de saúde e tomada de ações para enfrentamento da doença”, explica a coordenadora de epidemiologia da Sesapi, Amélia Costa.
O verão no Hemisfério Sul ainda nem começou, mas o Brasil já vem enfrentando dias de calor intenso — e a tendência é piorar, já que as previsões meteorológicas mostram temperaturas recordes nos próximos dias, com termômetros cerca de 5º acima da média, e por um período prolongado. Estar exposto ao calor extremo associado ao tempo seco sem cuidados básicos pode causar alterações no organismo que trazem riscos à saúde, especialmente para crianças, idosos e pessoas mais fragilizadas. Por isso, todo cuidado é pouco.
O nosso corpo mantém uma temperatura interna em torno de 36 graus. Quando somos expostos a um estresse térmico (no caso, altas temperaturas), o organismo reage e inicia uma série de adaptações fisiológicas para tentar regular a temperatura interna e resfriar. A primeira reação é eliminar o calor por meio do suor, que é um mecanismo natural.
“O calor intenso pode ter impactos significativos no sistema cardiovascular, representando uma preocupação crescente à medida que as temperaturas globais continuam a aumentar devido às mudanças climáticas. Quando o termômetro sobe, nosso corpo enfrenta desafios para regular a temperatura interna, o que pode resultar em uma série de efeitos adversos no sistema cardiovascular”, disse o cardiologista Marcelo Franken, gerente de Cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).
O problema é que o excesso de suor, quando não acompanhado de hidratação oral adequada, pode levar a quadros de desidratação. Franken ressalta que a desidratação diminui o volume sanguíneo, o que, por sua vez, afeta a pressão arterial. A desidratação também torna o sangue mais espesso, aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos. Além disso, o estresse térmico põe uma carga adicional sobre o coração, fazendo com que ele bombeie mais rapidamente, para dissipar o calor do corpo.
Pessoas com condições cardíacas preexistentes, como hipertensão arterial, doença coronariana e insuficiência cardíaca, estão em maior risco de complicações relacionadas ao calor intenso. “As altas temperaturas podem desencadear ataques cardíacos e arritmias, pois o coração precisa trabalhar mais para manter a temperatura corporal sob controle. É essencial tomar precauções durante ondas de calor, como manter-se hidratado, evitar a exposição direta ao sol e buscar ambientes com ar-condicionado ou ventilação adequada”, recomenda Franken.
Risco de insolação E os efeitos do calor no organismo não param por aí. Quando a temperatura está muito alta e a pessoa ainda está exposta ao sol, o corpo pode entrar num quadro de insolação, que é caracterizada pelo aumento da temperatura corporal, pele avermelhada e quente, pele seca, dor de cabeça, confusão, náuseas e até mesmo desmaios. “Essa condição é potencialmente perigosa e requer atenção imediata, pois pode levar a danos graves ao organismo e, em casos extremos, risco de morte. É fundamental buscar abrigo à sombra, hidratar-se e resfriar o corpo em casos suspeitos de insolação”, orienta.
Os especialistas explicam que existe ainda o reflexo do ar seco na saúde. Temperatura muito alta associada ao ar seco e poluído leva ao ressecamento das mucosas, especialmente do nariz e da boca. Entre os efeitos indesejados estão sangramento nasal, dificuldade para respirar, tosse e até mesmo crises asmáticas em pessoas predispostas.
“Sempre que temos mudanças extremas de umidade do ar ou de temperatura, algumas questões respiratórias podem surgir por causa da alteração das mucosas. Por isso, o ideal é tentar ficar em ambientes onde a umidade relativa do ar está adequada [usar um umidificador é uma opção]; utilizar soro fisiológico quando o tempo está muito quente e seco também ajuda a prevenir doenças respiratórias”, ressaltou a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Há ainda a preocupação dos infectologistas com o aparecimento de doenças infectocontagiosas emergentes, como a dengue, que começa a surgir onde normalmente não ocorria. “Tivemos surtos de dengue no sul da Europa, em lugares que não imaginávamos. Com as mudanças por causa do desequilíbrio climático, talvez observemos o aumento de algumas doenças que dependem de vetores”, sugere a infectologista.
Temperatura extrema e mortalidade De acordo com uma pesquisa publicada no ano passado na revista Nature, as temperaturas extremas (frio e calor) foram responsáveis por quase 6% das mortes em cidades da América Latina. O estudo "Salurbal" (“Salud urbana em América Latina”) teve a participação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da USP (Universidade de São Paulo) e analisou a relação entre dias quentes e frios com a mortalidade em 326 cidades de nove países latinos.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram mais de 15 milhões de óbitos e compararam com as temperaturas ambientais diárias nas cidades pesquisadas. Uma das conclusões é que temperaturas extremas estavam relacionadas à mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente entre idosos e crianças, que são o grupo mais vulnerável. Segundo a pesquisa, em dias muito quentes, a elevação de 1ºC na temperatura esteve relacionada ao aumento de 5,7% nas mortes. Ao mesmo tempo, cerca de 10% das mortes por infecções respiratórias foram atribuídas ao frio intenso.
Calor vai continuar A OMM (Organização Meteorológica Mundial) emitiu um comunicado na quarta-feira (8) ressaltando que o fenômeno climático El Niño, atualmente em curso, deverá durar até pelo menos abril de 2024, influenciando os padrões climáticos e contribuindo para elevar ainda mais as temperaturas em um ano que caminha para ser o mais quente já registrado — os meteorologistas afirmam também que o ano de 2024 pode ser ainda mais quente. O fenômeno atingiu força moderada em setembro deste ano e, provavelmente, chegará a um novo pico entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.
Segundo os meteorologistas, o El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos e normalmente dura de 9 a 12 meses. É um padrão climático natural associado ao superaquecimento da superfície do oceano — o problema é que ele está acontecendo num contexto de clima que vem sendo alterado pelas atividades humanas.
Na cidade de São Paulo, as temperaturas devem passar dos 37ºC neste fim de semana e chegar aos 40ºC no interior, segundo previsão do Climatempo. Na próxima semana, o calor aumenta, com temperaturas superando os 40ºC em Tocantins, Bahia, Piauí e Espírito Santo.
Como se proteger do calor? É fundamental se proteger do calor e manter-se hidratado em dias de temperaturas muito altas. Entre as principais recomendações estão:
O nosso corpo mantém uma temperatura interna em torno de 36 graus. Quando somos expostos a um estresse térmico (no caso, altas temperaturas), o organismo reage e inicia uma série de adaptações fisiológicas para tentar regular a temperatura interna e resfriar. A primeira reação é eliminar o calor por meio do suor, que é um mecanismo natural.
“O calor intenso pode ter impactos significativos no sistema cardiovascular, representando uma preocupação crescente à medida que as temperaturas globais continuam a aumentar devido às mudanças climáticas. Quando o termômetro sobe, nosso corpo enfrenta desafios para regular a temperatura interna, o que pode resultar em uma série de efeitos adversos no sistema cardi
ovascular”, disse o cardiologista Marcelo Franken, gerente de Cardiologia do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).
O problema é que o excesso de suor, quando não acompanhado de hidratação oral adequada, pode levar a quadros de desidratação. Franken ressalta que a desidratação diminui o volume sanguíneo, o que, por sua vez, afeta a pressão arterial. A desidratação também torna o sangue mais espesso, aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos. Além disso, o estresse térmico põe uma carga adicional sobre o coração, fazendo com que ele bombeie mais rapidamente, para dissipar o calor do corpo.
Pessoas com condições cardíacas preexistentes, como hipertensão arterial, doença coronariana e insuficiência cardíaca, estão em maior risco de complicações relacionadas ao calor intenso. “As altas temperaturas podem desencadear ataques cardíacos e arritmias, pois o coração precisa trabalhar mais para manter a temperatura corporal sob controle. É essencial tomar precauções durante ondas de calor, como manter-se hidratado, evitar a exposição direta ao sol e buscar ambientes com ar-condicionado ou ventilação adequada”, recomenda Franken.
Risco de insolação E os efeitos do calor no organismo não param por aí. Quando a temperatura está muito alta e a pessoa ainda está exposta ao sol, o corpo pode entrar num quadro de insolação, que é caracterizada pelo aumento da temperatura corporal, pele avermelhada e quente, pele seca, dor de cabeça, confusão, náuseas e até mesmo desmaios. “Essa condição é potencialmente perigosa e requer atenção imediata, pois pode levar a danos graves ao organismo e, em casos extremos, risco de morte. É fundamental buscar abrigo à sombra, hidratar-se e resfriar o corpo em casos suspeitos de insolação”, orienta. Os especialistas explicam que existe ainda o reflexo do ar seco na saúde. Temperatura muito alta associada ao ar seco e poluído leva ao ressecamento das mucosas, especialmente do nariz e da boca. Entre os efeitos indesejados estão sangramento nasal, dificuldade para respirar, tosse e até mesmo crises asmáticas em pessoas predispostas.
“Sempre que temos mudanças extremas de umidade do ar ou de temperatura, algumas questões respiratórias podem surgir por causa da alteração das mucosas. Por isso, o ideal é tentar ficar em ambientes onde a umidade relativa do ar está adequada [usar um umidificador é uma opção]; utilizar soro fisiológico quando o tempo está muito quente e seco também ajuda a prevenir doenças respiratórias”, ressaltou a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Há ainda a preocupação dos infectologistas com o aparecimento de doenças infectocontagiosas emergentes, como a dengue, que começa a surgir onde normalmente não ocorria. “Tivemos surtos de dengue no sul da Europa, em lugares que não imaginávamos. Com as mudanças por causa do desequilíbrio climático, talvez observemos o aumento de algumas doenças que dependem de vetores”, sugere a infectologista.
Temperatura extrema e mortalidade De acordo com uma pesquisa publicada no ano passado na revista Nature, as temperaturas extremas (frio e calor) foram responsáveis por quase 6% das mortes em cidades da América Latina. O estudo "Salurbal" (“Salud urbana em América Latina”) teve a participação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e da USP (Universidade de São Paulo) e analisou a relação entre dias quentes e frios com a mortalidade em 326 cidades de nove países latinos.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram mais de 15 milhões de óbitos e compararam com as temperaturas ambientais diárias nas cidades pesquisadas. Uma das conclusões é que temperaturas extremas estavam relacionadas à mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente entre idosos e crianças, que são o grupo mais vulnerável. Segundo a pesquisa, em dias muito quentes, a elevação de 1ºC na temperatura esteve relacionada ao aumento de 5,7% nas mortes. Ao mesmo tempo, cerca de 10% das mortes por infecções respiratórias foram atribuídas ao frio intenso.
Calor vai continuar A OMM (Organização Meteorológica Mundial) emitiu um comunicado na quarta-feira (8) ressaltando que o fenômeno climático El Niño, atualmente em curso, deverá durar até pelo menos abril de 2024, influenciando os padrões climáticos e contribuindo para elevar ainda mais as temperaturas em um ano que caminha para ser o mais quente já registrado — os meteorologistas afirmam também que o ano de 2024 pode ser ainda mais quente. O fenômeno atingiu força moderada em setembro deste ano e, provavelmente, chegará a um novo pico entre novembro de 2023 e janeiro de 2024.
Segundo os meteorologistas, o El Niño ocorre em média a cada dois a sete anos e normalmente dura de 9 a 12 meses. É um padrão climático natural associado ao superaquecimento da superfície do oceano — o problema é que ele está acontecendo num contexto de clima que vem sendo alterado pelas atividades humanas.
Na cidade de São Paulo, as temperaturas devem passar dos 37ºC neste fim de semana e chegar aos 40ºC no interior, segundo previsão do Climatempo. Na próxima semana, o calor aumenta, com temperaturas superando os 40ºC em Tocantins, Bahia, Piauí e Espírito Santo.
Como se proteger do calor? É fundamental se proteger do calor e manter-se hidratado em dias de temperaturas muito altas. Entre as principais recomendações estão:
beba bastante água e não a substitua por bebidas alcoólicas; ● faça refeições leves e frias mais vezes ao dia; ● mantenha a sua casa fresca, com janelas abertas; ● tome banhos mais frios; ● prefira ambientes arejados e evite aglomerações; ●proteja-se do sol com chapéu, óculos escuros, roupas leves e protetor solar; ● use soro fisiológico nos olhos e narinas; ● não faça exercícios físicos em horários com maior incidência de raios UV, das 11h às 17h.
Os Estados Unidos aprovaram, nesta quinta-feira (9), uma vacina contra a chikungunya, a primeira contra essa doença viral presente na região das Américas, que se propaga pela picada de mosquitos.
Feita pelo laboratório Valneva, a vacina, que será comercializada com o nome Ixchiq, é autorizada para pessoas com mais de 18 anos, que estão mais expostas ao vírus, informou a agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, a FDA, em um comunicado.
Os sintomas mais comuns da infecção são febre e dor nas articulações, mas o vírus também pode causar irritação na pele. A dor severa nas articulações dura alguA chikungunya "é uma ameaça emergente para a saúde mundial, com pelo menos 5 milhões de casos de infecção" pelo vírus registrados nos últimos 15 anos, informa a FDA.
O maior risco de infecção está nas regiões tropicais e subtropicais da África, no Sudeste Asiático e, desde o fim de 2013, em partes das Américas.
"A infecção pelo vírus chikungunya pode provocar doenças graves e problemas de saúde prolongados, especialmente em pessoas da terceira idade e indivíduos com problemas médicos subjacentes", explica Peter Marks, diretor do Centro de Avaliação e Pesquisa de Produtos Biológicos da FDA, citado no comunicado. ns dias, porém pode persistir durante meses e até anos. Vacina contra a chikungunya A vacina consiste em uma dose injetável e contém uma versão atenuada do vírus chikungunya, uma técnica de imunização usada com frequência. Foram realizados dois ensaios clínicos na América do Norte com milhares de pessoas.
Os principais efeitos secundários são dores de cabeça ou musculares, fadiga e náuseas, e em poucos casos foram observadas reações mais graves, afirmou a FDA. Dois participantes do ensaio clínico que receberam a vacina tiveram que ser hospitalizados.
Até agora, não existia uma vacina ou tratamento com medicamentos antivirais para esta enfermidade, cujo nome procede da língua africana maconde e significa "curvar-se de dor".
A única forma de evitar a chikungunya, descrita pela primeira vez durante um surto no sul da Tanzânia em 1952, era utilizar repelentes de insetos.
Para ser transmitido, o vírus necessita de um vetor, que é o mosquito, e só é possível pegar a doença uma vez, pois a pessoa desenvolve imunidade por toda a vida, explica a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) em seu site.
As mães que têm chikungunya durante a gestação "não transmitem o vírus a seus bebês", mas há relatos de casos de transmissão materna ao recém-nascido quando a mãe tem febre alguns dias antes ou no momento do parto, acrescenta.
A Valneva também apresentou um pedido de autorização à EMA (Agência Europeia de Medicamentos, na sigla em inglês).
Representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) participam em Brasília, da 17ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (ExpoEpi), que acontece até sexta-feira, dia 10.
Do Piauí, participam a Superintendente de Atenção à Saúde e Municípios da Sesapi, Leila Santos e a Diretora de vigilância e Atenção à Saúde, Cristiane Moura Fé. O diretor da Organização Pan-Americana da Saúde, Jarbas Barbosa, realizou a abertura do evento.
A ExpoEpi é considerada o maior evento do país de vigilância em saúde e celebra dois marcos históricos: 20 anos da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) e os 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) brasileiro.
Para a superintendente da Sesapi, Leila Santos, o evento é de suma importância porque orienta os gestores a trabalharem de forma integrada a política de vigilância em saúde.
“A vigilância em saúde tem que se aproximar cada vez mais da comunidade, integrando as ações. Ela provou sua importância durante o período da pandemia, quando ajudou a salvar muitas vidas”, enfatiza.