O Ministério da Saúde divulgou o resultado da seleção dos profissionais para o programa Mais Médicos. No Piauí foram preenchidas 73 vagas em 52 cidades. A pasta também publicou um novo edital para adesão na modalidade de coparticipação de municípios.
Segundo a coordenadora do Programa Mais Médicos no Piauí, Idvani Braga, as vagas preenchidas nesta fase foram de editais remanescentes e estavam desocupadas. Entre que receberão os profissionais estão Parnaíba, Campo Maior, Esperantina e Picos.
“O próximo passo para o candidato contemplado garantir a sua vaga é confirmar o interesse na atuação do programa entre 19 e 23 de junho, no mesmo site de inscrição do Mais Médicos. O prazo foi estendido, excepcionalmente, aos médicos que ainda estão em processo de emissão do CRM, que terão até o dia 30 deste mês” explica.
Já no novo edital são 10 mil novas vagas e todos os 224 municípios piauienses poderão solicitar profissionais. De acordo com o documento, serão prioridades as cidades maior vulnerabilidade social para garantir o acesso à saúde para a população em regiões de difícil provimento e fixação de médicos, através de critérios estabelecidos com base no Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
O edital com as orientações para adesão dos municípios foi publicado nesta segunda-feira (19) e pode ser acessado através do site do Ministério da Saúde.
“Cabe ao gestor municipal, também, priorizar as alocações dos médicos nas equipes de atenção básica que estejam sem médicos e/ou que atendam populações que dependem exclusivamente do SUS, populações vulneráveis e historicamente excluídas, assim como garantir ao profissional os auxílios alimentação e moradia. Após a etapa de validação das vagas dos municípios, o Ministério da Saúde publicará, o chamamento aos profissionais inscritos no edital”, pontua Idvani Braga.
As emoções são reações de interpretação do cérebro mediante a interpretação de situações vividas, desencadeadas por estímulos rápidos, que envolvem a liberação de hormônios e neurotransmissores. De acordo com a psiquiatra Julia Trindade, membro da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), controlar as emoções é, sim, possível. No entanto, ela ressalta que o controle não significa negar ou suprimir o que está sendo sentido. "O controle emocional está mais relacionado à habilidade de compreender, expressar e gerenciar nossas emoções de maneira saudável. Todas as emoções têm sua função e valor".
Possíveis descontroles podem apresentar algumas características, as quais podem ser percebidas por quem sente ou por pessoas de fora. Sinais como agitação, como comportamentos impulsivos ou perigosos, expressões intensas de emoção, irritabilidade e declarações de desesperança ou desamparo podem ser notados. A partir disso, é possível auxiliar, oferecendo suporte emocional, escutando a pessoa e incentivando a busca de ajuda.
A terapeuta sistêmica Michele Castro alega que, para amenizar emoções extremas no momento em que elas são sentidas, é importante que a pessoa busque estratégias que visem acalmar, como a respiração profunda, mindfulness (atenção plena), prestando atenção ao momento e situação e reconhecendo e aceitando a emoção sentida, meios de expressão emocional pela arte ou escrita, além da busca de ajuda especializada com psicólogos e terapeutas.
As estratégias adotadas podem diferir conforme a emoção. As especialistas exemplificam: para a ansiedade, são recomendadas técnicas de relaxamento, de respiração e de atenção plena; para a tristeza, busca de atividades prazerosas, atividades físicas, conexões sociais e apoio emocional; já a frustração pode ser lidada com a mudança de perspectiva, reconhecimento e a reestruturação de pensamentos disfuncionais. Já no calor do momento, é recomendado que a pessoa se distancie da situação estressora, evitando comportamentos impulsivos e buscando a reflexão.
Ainda, são recomendadas abordagens terapêuticas, como o TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) e o DBT (Terapia Dialética Comportamental), ensinando a pessoa a lidar e regular melhor as emoções a partir do entendimento delas. "Estas técnicas podem envolver o reconhecimento e reestruturação de pensamentos disfuncionais, a prática de habilidades de regulação emocional e a aceitação das emoções. E em casos em que a terapia não é suficiente, ainda temos a opção de utilizar opções que envolvem medicações específicas", afirma Julia.
A inteligência emocional é chave para lidar com tais situações. "Para desenvolvê-la [inteligência emocional] e lidar com emoções extremas, é importante investir no autoconhecimento, cultivar a capacidade de identificar e expressar emoções de forma saudável, buscar apoio profissional, praticar o cuidado pessoal, como exercícios físicos e meditação, e desenvolver habilidades de autorregulação emocional através de técnicas terapêuticas e de autodesenvolvimento", afirma Michele.
"A questão não é evitar ou eliminar as emoções, mas aprender a gerenciá-las de maneira saudável. Emoções intensas ou desafiadoras podem nos fornecer informações valiosas sobre nós mesmos e nosso ambiente, e aprender a navegar por elas pode nos tornar mais resilientes e adaptáveis. Além disso, é sempre importante procurar ajuda profissional quando a intensidade emocional se torna esmagadora ou interfere na qualidade de vida", finaliza a psiquiatra.
A variante arctururs tem sido vista no Brasil desde o meado do mês de abril deste ano. Diferente das demais variantes do vírus, a actururs apresentou sintomas distintos das anteriores; causando conjuntivite nos portadores desta variante. As crianças são as principais afetadas nesta cepa.
Como saber se a sua conjuntivite foi causada pela Covid-19 ou não?
A conjuntivite é uma inflamação ou irritação da conjuntiva, parte do olho, e é causada por substâncias irritantes próximas aos olhos. Já a "conjuntivite" causada pelo arcturus é um dos sintomas do vírus no corpo do paciente clínico.
Em entrevista para a Terra, o médico Pedro Antonio Nogueira Filho explicou a diferença entre as reações causadas por uma conjuntivite comum e a causada pela nova variante da Covid-19. O oftalmologista afirmou que entre os sintomas da conjuntivite estão: o desconforto ocular, visão borrada, lacrimejamento, coceira nos olhos, ardência e em alguns casos, dores no ouvido.
Na variante do coronavírus, os sintomas são os mesmos na conjuntivite, porém existem outros que podem diferir a infecção ocular da Covid-19.
Segundo o médico Pedro Antônio, a variante possui outras características parecidas com outras variantes anteriores, como a Omicron.
Essa semelhança pode ‘ajudar' os pacientes a perceberem e a compreenderem qual pode ser o tipo da conjuntivite. Os sintomas em comum são tosse, dores, fadiga, febre e secreção nasal.
Desta forma, é possível diferenciar a conjuntivite por inflamação e a conjuntivite causada pela sub variante Arcturus.
Para evitar o vírus da nova variante, evite também aglomerações e cuide da higiene pessoal em locais públicos, se possível, utilize a máscara protetora.
Em relação a conjuntivite infecciosa, é preciso atenção a exposição a substâncias que podem causar alergia ou irritação ocular; mantendo sempre a distância de poeiras, produtos de limpeza e maquiagem. A higiene das mãos é essencial para evitar a inflamação.
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Foto: Reprodução/Santa Maria Instituto de Medicina
Ele insistiu, perturbou, implorou. Elvis Magalhães, de 21 anos, não iria desistir. Estava internado no Hospital Universitário de Brasília (HUB), por causa da anemia falciforme, e não deixou em paz a médica até que ela permitisse que ele fosse para o show da banda favorita, a Legião Urbana, naquele 18 de junho de 1988 (há 35 anos), no Estádio Mané Garrincha, com cerca de 50 mil pessoas. Mas a apresentação terminou em confusão e antes do tempo previsto. O jovem goiano radicado em Brasília, e com nome de astro do rock, saiu encolhido. Teve medo. Além da situação, sentia as dores no corpo causadas pela doença. Mas não se arrepende. "Nem foi tempo perdido. Somos tão jovens", cantou Renato Russo para alegria de Elvis.
Elvis também queria cantar, se divertir. “A música da minha vida é aquela. Quem acredita sempre alcança" (Mais uma vez, da Legião Urbana). Além das lembranças do show, junho virou um mês forte para ele por outro motivo. O dia 19 viria a ser, a partir de 2008, o da conscientização mundial sobre a doença falciforme. Junho virou mês de cantar mais alto.
Elvis faz o som ir longe contra o racismo (a maior parte dos pacientes é negra) e também a invisibilidade que, segundo ele e outras pessoas consultadas pela Agência Brasil, comprometem o atendimento no sistema público.
O ativista e coordenador científico da Fenafal (Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme) foi o paciente mais velho do Brasil a receber o transplante de medula óssea para se curar da doença.
A anemia falciforme tem característica hereditária (pode passar de pais para filhos, se ambos os genitores tiverem o traço da doença). Ocorre por causa de uma mutação genética, com a alteração no formato das hemácias (formato de meia-lua ou foice).
Isso gera um problema na produção da hemoglobina, proteína que dá a cor vermelha ao sangue e é responsável por transportar o oxigênio pelo corpo. A doença ocorre por lesões vasculares e anormalidade na coagulação. Entre os sintomas, dores fortes pelo corpo e cansaço. Transplante
Hoje, aos 56, o ex-relojoeiro diz que nunca deixou de acreditar e insistir com outras pessoas na luta contra a doença, que causa dores fortes e que pode levar à morte. Após “centenas de internações”, ele foi curado graças a um transplante de medula óssea (mais tarde também precisou receber um fígado).
Elvis pede políticas públicas e denuncia que a doença é invisibilizada pelo racismo estrutural. “A doença foi diagnosticada há mais de um século e só foi avançar nas políticas públicas em 2005”, afirma. Impacto
A médica Joice Aragão de Jesus, coordenadora de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, também entende que a história do cuidado com a doença mostra que o problema não ganhou a atenção devida em vista de os pacientes serem da população negra e de maior vulnerabilidade.
“O racismo institucional é um processo sutil na população brasileira. Isso tem impacto também na qualidade da assistência prestada a essa população”.
Ela diz que até 2005 não existiam protocolos no Sistema Único de Saúde (SUS), com orientação de tratamentos. “Naquele ano foi publicada a primeira portaria criando a Política Nacional de Atenção Integral às pessoas com Doença Falciforme”.
Daí em diante, foram estabelecidos protocolos de tratamento de cuidados na rede de hemocentros. “De 2005 a 2015, houve participação e realização de simpósios internacionais e nacionais. Então a doença ganhou mais visibilidade dentro da emergência dos hospitais e nos ambulatórios”.
Ela considera que, nos últimos anos, houve uma desativação de políticas públicas e menos atividades de capacitação e pesquisa. “De fato, há um impacto não só pela pandemia. Houve um arrefecimento nas atividades referentes às políticas públicas”.
A médica diz que o atual programa é uma referência como política de qualidade dentro do SUS.
“Nós tivemos uma projeção internacional em cooperação com países da África, por exemplo (leia mais aqui sobre o tema). Agora, estamos retomando. A ciência tem possibilitado melhoria na qualidade de vida. Nós mudamos a história natural da doença, que era de morrer até os cinco anos de idade”. Pouca divulgação
A cientista social Maria Renó Soares, coordenadora da Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal), que reside em Belo Horizonte (MG), lamenta a baixa visibilidade da enfermidade. “Mesmo sendo a doença hereditária com maior prevalência no Brasil, pouco se fala. Por ser prevalente na população negra, é pouco divulgada. A gente ainda tem muita dificuldade de acesso ao tratamento. E isso se dá devido ao racismo”, avalia. Ela explica que há uma estimativa de mais de 100 mil pessoas com a doença - “95% das pessoas com a doença são negras e a maioria é beneficiária do Bolsa Família. A maior dificuldade é de acesso ao tratamento, às medicações, às novas tecnologias. Principalmente no que diz respeito à urgência e emergência”.
A cientista social lamenta que a mortalidade pela doença no Brasil ainda é muito alta. “Há sobrevida de pessoas de até 42 anos e a morte de mais de 30 mil pessoas por ano no Brasil, que poderiam ser evitadas se tivessem acesso ao tratamento adequado”.
Um dos medicamentos utilizados é a hidroxiureia, de alto custo e que deve ser distribuído pelos poderes públicos. A coordenadora da Fenafal diz que uma demanda importante é a autorização para que o Ministério da Saúde autorize o remédio já fracionado para a criança, a fim de evitar que haja a manipulação incorreta do medicamento a partir do mesmo remédio dado ao adulto.
Uma política pública importante foi a possibilidade de o Teste de Pezinho poder fazer o diagnóstico precoce. Isso pode salvar a vida da criança, já que o tratamento pode ser iniciado mais cedo. Indicação do transplante
No caso de Elvis, os pais descobriram a doença quando ainda era criança. Ele conviveu com dores indefiníveis e incontáveis internações demoradas. O problema só foi resolvido com o transplante de medula óssea. Ele foi um dos primeiros casos no Brasil. “Fui indicado porque tinha muita crise de dor. Em 2005, fez o procedimento na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na cidade de Ribeirão Preto (SP). Para realizar o transplante, ele descobriu que o irmão, Elder, quatro anos mais novo (que não tinha a doença) era 100% compatível. Atualmente, o coordenador científico da entidade de paciente com a doença explica que o procedimento tem sido feito até com compatibilidade de 50% entre paciente e doador.
Elvis tinha 38 anos de idade quando se submeteu ao procedimento para colocar fim às crises em que precisava até de morfina para amenizar a dor. Outra terapia que o relojoeiro descobriu foi escrever. Fez uma autobiografia: Quatro décadas de lua minguante.
Páginas especiais são dedicadas ao irmão. “Nunca briguei na vida com ele. Sempre foi um amigo. Tinha certeza de que ele era compatível”. O irmão, Elder, sabe que Elvis faria o mesmo por ele se precisasse. “Foi emocionante quando soube que poderia ajudá-lo”.
No Distrito Federal, por exemplo, o hemocentro cadastrou, durante o ano de 2023, 26.510 doadores de sangue. Já as pessoas cadastradas no banco de doadores de medula óssea foram 1.283 pessoas. Cabe ao hemocentro "o fornecimento de todos os hemocomponentes necessários para as transfusões demandadas no tratamento dos pacientes com doença falciforme".
A Fundação Hemocentro explica que o candidato à doação pode colher sangue e se cadastrar como doador de medula óssea no mesmo dia. "Nesse caso, basta agendar a doação e, no dia do atendimento, informar logo na primeira etapa que também deseja se cadastrar como doador de medula", esclareceu a entidade em nota. Diagnóstico precoce
Se Elvis é do rock, o servidor público paraibano Dalmo Oliveira, de 56 anos, nascido em Guarabira e radicado em João Pessoa, aprecia o forró e as festas de São João, que ocorrem nesta época do ano principalmente em Campina Grande (PB). Ele é da Associação Paraibana dos Portadores de Anemias Hereditárias e foi diagnosticado com a doença quando era criança.
“Só descobrimos porque minha mãe me levou para fazer exames em João Pessoa. A minha sorte é que o diagnóstico foi bem precoce para aquele momento. E isso me salvou e me deu uma qualidade de vida até hoje”. O tratamento limitava-se à transfusão de sangue. Lembra-se que precisou fazer transfusão de sangue até os 15 anos de idade. As crises foram diminuindo à medida que foi envelhecendo. E resolveu depois ajudar pessoas que entendiam pouco sobre a doença.
“Como a doença atinge mais fortemente a população negra, existe ainda hoje uma negligência. Nos estados brasileiros onde a população negra é mais presente, a doença também é mais presente. Mesmo assim, a gente ainda encontra médicos e enfermeiros desinformados sem saber como tratar o paciente que chega à unidade”.
Ele diz que cobra muito das autoridades médicas que proporcionem e conscientizem sobre o aconselhamento genético para casais que pretendem ter filhos.“Um exame de sangue simples, que é a eletroforese da hemoglobina, gratuita pelo SUS, pode identificar se os pais carregam genes com possibilidade de ter um filho com a doença”. Dalmo tem cinco filhos. Nenhum deles tem a anemia falciforme. Eventos em Brasília
Para proporcionar mais conhecimento sobre a doença, o Ministério da Saúde promove, nesta segunda-feira (19), em Brasília, quatro palestras, das 9h às 12h, com profissionais de saúde especialistas no tema. O encontro será no auditório PO 700, na Avenida W5.