Nesta quarta-feira, 20, a Secretaria de Estado da Saúde realizará, a partir das 8h, o IV Encontro Estadual de Coordenadores de CAPS (Centro de Atenção Psicossocial). O evento será realizado durante todo o dia no auditório do Hemopi.
“O objetivo do encontro é discutir o processo de implantação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), a integração do CAPS com os demais componentes da Rede e o processo de trabalho nesses dispositivos de saúde mental”, explica Leda Trindade, gerente de Saúde Mental da Sesapi.
Promovido pela da Gerência de Atenção à Saúde Mental, o evento reunirá todos os coordenadores e dois técnicos de cada CAPS, secretários de Saúde, coordenadores regionais de Saúde e coordenadores de Comunidades Terapêuticas que existem no Estado.
Além desses, também, foram convidados o presidente da Associação de Psiquiatria do Piauí, a Coordenação do Conselho Regional de Psicologia do Piauí, o presidente da Fundação Municipal de Saúde de Teresina e áreas técnicas afins.
Um material educativo para prevenção de Aids dirigido a adolescentes teve sua distribuição suspensa por determinação do governo federal. O kit, formado por seis revistas de histórias em quadrinhos, aborda temas como gravidez na adolescência, uso de camisinha e homossexualidade. A suspensão ocorre quase dois anos depois da polêmica interrupção da distribuição do kit anti-homofobia , por pressão de grupos religiosos.
As revistas em quadrinhos foram produzidas em 2010, numa parceria entre os Ministérios da Saúde, da Educação e organismos internacionais. O material seria usado como apoio do programa Saúde e Prevenção nas Escolas. Em seu primeiro fascículo, procura abordar o preconceito enfrentado por jovens gays.
Embora tenha sido lançado com entusiasmo pelo então ministro da Saúde, José Gomes Temporão, sua distribuição foi abortada pela proximidade com as eleições presidenciais. A ordem era evitar qualquer tipo de conflito ou descontentamento com grupos religiosos. Neste ano, o material foi resgatado. Cerca de 15 mil exemplares foram distribuídos para os serviços de DST/Aids de 12 Estados.
A operação foi interrompida no fim de fevereiro, por determinação do Planalto, segundo informações obtidas pela reportagem. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, no entanto, chama a responsabilidade para ele. "Eu vetei o material", disse. Segundo ele, a distribuição foi feita sem a sua autorização e sem o seu conhecimento. Na sexta-feira, ele enviou um ofício para as secretarias, desautorizando a circulação das revistinhas. O ministro afirma que a distribuição foi feita a partir do Departamento de DST-Aids. Ele admitiu não saber se o material teve uma nova impressão ou se os kits agora enviados teriam sido produzidos em 2010.
Padilha afirmou que a suspensão da distribuição ocorreu apenas esta semana, depois de sua assessoria ter sido procurada pela reportagem do Estado. O Planalto foi procurado, mas não se manifestou.
A ingestão da bebida de soja Ades com resíduo de hidróxido de sódio (soda cáustica), em princípio, pode causar apenas queimaduras superficiais na mucosa da boca e do esôfago, segundo o toxicologista Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas de São Paulo. Nesta segunda-feira, 18, como medida preventiva, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão da fabricação, distribuição, venda e consumo de todos os lotes de produtos da marca – de diferentes sabores e tamanhos – fabricados em uma linha da Unilever em Pouso Alegre (MG).
A Unilever informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a solução de limpeza envasada nas embalagens do lote com problema é soda cáustica a 2,5%. Isso significa que a substância está diluída na concentração de 2,5% do total de líquido.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça, que está acompanhando o recall, informou em comunicado divulgado na sexta-feira, 15, que o lote com problema não contém o produto, mas uma solução de limpeza imprópria para o consumo. "Ainda de acordo com a empresa, o conteúdo apresenta pH elevado (aproximadamente 13) e pode representar risco de queimadura ou sensação de forte ardência na boca, caso venha a ser ingerido", afirma a secretaria.
Questionada pelo G1, a Unilever não esclareceu se o lote do recall foi envasado apenas com a solução de hidróxido de sódio ou com suco Ades misturado com a solução de limpeza.
Segundo o toxicologista Ernani Pinto Junior, professor do curso de Farmácia da Universidade de São Paulo (USP), é provável que a soda cáustica estivesse misturada com a bebida, do contrário o produto seria intragável.
"Se fosse apenas solução de hidróxido de sódio, sem suco, seria muito desconfortável, o gosto seria péssimo, a aparência ficaria viscosa. Se a substância estivesse pura, sem ser diluída no Ades, o consumidor não conseguiria tomar de jeito nenhum. Seria um caso muito grave, com ardor intenso e uma grande irritação do trato gastrointestinal. Não é possível uma pessoa beber isso achando que é suco. Iria cuspir, não conseguiria engolir", afirma.
"A queimadura causada pela solução de soda cáustica nos lábios, na língua e na garganta não é grave, é como se fosse uma pequena afta. A maioria das pessoas só vai sentir um gosto ruim, metálico, na boca e formigamento na língua. Isso se recupera em 24 horas, mas é sempre bom procurar um médico se houver sintomas", explica Wong.
De acordo com Pinto Junior, o pH do suco se altera e a pessoa percebe isso imediatamente ao tomá-lo, razão pela qual fica difícil beber grandes quantidades. "O risco é muito baixo se for resíduo. O indivíduo pode sentir um leve desconforto e vai perceber na hora um sabor diferente. Fica parecido com água sanitária", diz Pinto Junior. Segundo os toxicologistas, os sinais podem incluir ainda ardência na boca, náusea e vômito. E tudo isso aparece instantaneamente – não há efeitos tardios.
"Os sintomas indicam que o produto de limpeza usado seja uma substância básica, como a soda cáustica. A proteína do leite de soja, nesse caso, pode neutralizar em parte os efeitos da alcalinidade da soda", ressalta Wong. O médico destaca que, em um pronto-socorro ou consultório, são feitos apenas um exame clínico e uma limpeza local ou outro tratamento paliativo, e não uma lavagem, já que esse é um procedimento muito invasivo e se trata de uma ingestão de pequena quantidade de produto de limpeza.
Pinto Junior recomenda também fazer repouso e tomar bastante água. Se o caso for muito grave, o paciente deve ficar em observação. Em última instância, se houver uma grande intoxicação, é indicada a lavagem.
"Geralmente, as empresas usam soda cáustica para limpeza dos equipamentos de produção. Mas isso nunca poderia ter acontecido dentro dos padrões de qualidade. Houve uma falha e deve ser investigada. Por precaução, a Anvisa acabou mandando retirar o suco do mercado", ressalta Pinto Junior.
14 consumidores com problemas
Na quinta-feira, 14, a Unilever anunciou recall de 96 unidades de um lote do suco de maçã Ades de 1,5 litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, foi detectada uma contaminação no lote com as iniciais AGB25, produzido em 25 de fevereiro e distribuído nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Segundo a Unilever, até a manhã de sexta-feira, 15, 14 consumidores haviam entrado em contato com a empresa para relatar problemas com o produto. "Dos 14 atendimentos já realizados pelo SAC, 12 já receberam atenção médica adequada e estão sendo acompanhados, e dois não aceitaram", informou em comunicado.
Segundo a Unilever, os clientes atendidos relataram queimaduras na mucosa, enjoo e náusea. Nenhum deles precisou ser internado.
"A falha identificada já foi solucionada, os produtos existentes na empresa foram retidos e os ainda presentes nos pontos de venda já estão sendo recolhidos", acrescentou. A empresa disse ainda que está colaborando e oferecendo todas as informações solicitadas pela Anvisa. Desde o dia 13 de março, segundo a Unilever, nenhum produto fabricado na linha de Pouso Alegre foi distribuído ao mercado. A linha também se encontra inativa. Ainda de acordo com a empresa,todos os demais produtos Ades não correspondentes aos lotes com iniciais AG permanecerão no mercado e estão em perfeitas condições para consumo.
O consumidor que tiver adquirido o produto não deve consumi-lo. Para fazer a troca ou reembolso do produto, o consumidor deve entrar em contato com a Unilever gratuitamente pelo SAC (0800 707 0044), das 8h às 20h, ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Em caso de dúvida, a Anvisa também dispõe de uma Central de Atendimento: 0800 642 9782.
Além disso, o Procon-SP informou que está acompanhando o caso. "A empresa deverá apresentar os esclarecimentos que se fizerem necessários, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor, inclusive com informações claras e precisas sobre os riscos", afirmou o órgão.
O Procon lembra ainda que os consumidores prejudicados poderão solicitar "por meio do Judiciário, reparação por danos morais e patrimoniais, eventualmente sofridos".
Variedades letais da tuberculose resistentes a múltiplas drogas estão se espalhando pelo mundo, e as autoridades precisam urgentemente de mais US$ 1,6 bilhão por ano para enfrentá-las, disseram autoridades sanitárias globais na segunda-feira. Em nota conjunta, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo Global para o Combate a Aids, Tuberculose e Malária cobraram dos doadores um "financiamento significativo" para ajudar os especialistas a detectar todos os casos existentes da doença, tratando os mais sérios.
"Estamos com a água pelo pescoço num momento em que precisamos desesperadamente ampliar nossa resposta à tuberculose resistente a múltiplas drogas", disse Margaret Chan, diretora-geral da OMS.
A tuberculose costuma ser vista como uma doença do passado, mas o surgimento de cepas resistentes a várias drogas fez com que ela virasse na última década um dos mais prementes problemas sanitários do planeta.
De todas as doenças infecciosas, só o HIV (vírus que causa a Aids) mata mais gente.
Em 2011, 8,7 milhões de pessoas contraíram tuberculose, e 1,4 milhão morreram. A OMS diz que até 2 milhões de pessoas poderão estar contaminadas com cepas resistentes até 2015. Mesmo a tuberculose comum tem uma cura demorada. Os pacientes precisam usar um coquetel de antibióticos durante seis meses, e muita gente abandona o tratamento. Isso, junto com o uso excessivo ou equivocado de antibióticos, tem contribuído para que o bacilo desenvolva resistência.
A tuberculose multirresistente consegue "driblar" dois remédios habitualmente usados, e uma forma ainda mais severa, conhecida como tuberculose extensivamente resistente a drogas, é capaz de sobreviver até mesmo a algumas drogas mais eficazes. A OMS disse que casos desse tipo foram localizados em 77 países em 2011.
Na Índia, médicos relataram também casos de tuberculose totalmente resistente, para a qual não há drogas eficazes. A OMS e o Fundo Global calculam que haverá um déficit de 1,6 bilhão de dólares na quantia anual necessária para o combate à tuberculose em 118 países de baixa e média renda.
Se essa lacuna for preenchida, 17 milhões de pacientes de tuberculose -inclusive das cepas resistentes- poderiam ser totalmente tratados, salvando cerca de 6 milhões de vidas entre 2014 e 16, segundo as agências.
"É crítico que arrecademos a verba que é urgentemente necessária para controlar a doença", disse na nota Mark Dybul, diretor-executivo do Fundo Global. "Se não agirmos agora, nossos custos podem disparar. É investir agora ou pagar para sempre."