O transplante de medula é um tratamento que pode beneficiar diversas doenças em diferentes estágios, como leucemias, linfomas, anemias graves, hemoglobinopatias, imunodeficiências congênitas, erros inatos de metabolismo, mieloma múltiplo e doenças autoimunes, por exemplo. O procedimento consiste em substituir uma medula óssea deficiente por células normais de medula óssea, com a finalidade de reconstituir uma medula saudável, como explicou o hematologista e diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do INCA Luis Fernando Bouzas no Bem Estar desta terça-feira, 12.

 

No entanto, para quem precisa, não é tão simples assim encontrar um doador – estima-se que a chance de achar alguém compatível é de 1 a cada 100 mil, mas esse número pode aumentar ainda mais, dependendo da miscigenação. No Brasil, por exemplo, a mistura de raças dificulta um pouco a localização de doadores compatíveis, mas dados mostram que hoje existem mais de 3 milhões cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

 

Para quem quer ser doador, existem alguns requisitos, como ter uma boa saúde (sem doenças infecciosas, como hepatite, Chagas, HIV, sífilis e outros problemas como diabetes, câncer e doenças específicas do sangue) e ter entre 18 e 55 anos para fazer o cadastro, mas ele pode ser chamado até os 60 anos, como lembrou o hematologista Luis Fernando Bouzas.

 

Como explicou a pediatra Ana Escobar, a compatibilidade não tem relação com o tipo sanguíneo, como no caso da doação de sangue, mas sim com a genética. É importante que as características sejam compatíveis para evitar a rejeição, ou seja, o ideal é que a compatibilidade seja total, mas existem casos em que o transplante é feito sem essa totalidade e pode dar certo.

 

Em Curitiba, a repórter Paola Manfroi mostrou a história do estudante Mayckel Douglas Machado, que aos 10 anos, descobriu que tinha uma doença rara, a anemia de Fanconi.

 

Ele precisava de um transplante de medula óssea e conseguiu. A doadora topou encontrá-lo depois da cirurgia, como mostrou a reportagem.

 

Segundo o diretor Luis Fernando Bouzas, durante o procedimento, são retiradas células de acordo com o peso do doador e do receptor. É muito mais fácil um adulto doar para uma criança, por exemplo, do que o contrário justamente por causa da diferença de peso. Normalmente, é retirado de 10% a 15% da medula óssea, o que não faz falta para o doador e logo se regenera em cerca de 15 dias.

 

Confira abaixo como é o processo para ser doador:

1. A pessoa precisa comparecer a um hemocentro para fazer um cadastro com seus dados pessoais e a coleta de uma amostra de sangue para realizar os testes genéticos. Nesse momento, não são feitos exames para verificar doenças e a informação válida é a dada pelo doador. Depois de feito o cadastro, ele pode ser chamado em 5, 10 ou 15 anos, dependendo da necessidade de um paciente pela compatibilidade do doador. É preciso, no entanto, manter o cadastro atualizado para que a pessoa seja encontrada.

 

2. Se for selecionado, são feitos testes no doador para verificar se há doenças e se ele tem condições de doar.

 

3. Se ele estiver em condições, a coleta da medula pode ser feita por dois métodos. O mais tradicional é o que retira da bacia, com uma agulha, com anestesia geral ou peridural. O outro é através da veia, onde retira-se células tronco do sangue do paciente - essas células têm a capacidade de se regenerar em 20 dias. A decisão de qual método usar é do médico, que saberá qual método vai melhor proteger doador e beneficiar o receptor.

 

Ferro no cordão umbilical

Além da doação da medula óssea, o sangue do cordão umbilical do bebê também pode ser doado, como lembrou a pediatra Ana Escobar.

 

De acordo com a médica, esse sangue tem hemoglobina fetal, rica em ferro, que vai ajudar a manter a reserva do mineral nos primeiros meses de vida e consequentemente prevenir a anemia na criança.

 

Nos primeiros minutos de vida, o bebê está ligado à mãe através do cordão umbilical – nesse momento, ele continua recebendo nutrientes, sangue e oxigênio pela placenta. Por isso, a recomendação é que o cordão seja cortado depois de 2 a 3 minutos do nascimento, para a criança receber uma dose extra de sangue, como mostrou a reportagem da Natália Ariede.

 

Herpes zoster

O vírus que causa a catapora, o varicela zoster, causa também uma outra doença: a herpes zoster, como mostrou a reportagem da Helen Sacconi, de Sumaré, no interior de São Paulo. A Letícia, mostrada na reportagem, teve catapora aos 3 anos de idade e herpes zoster aos 7 anos. A doença atingiu o lado esquerdo do rosto da menina, os olhos incharam e a ferida se espalhou para a bochecha e parte da boca.

 

 

O tratamento foi feito com pomadas, colírio nos olhos para evitar riscos à visão e também um medicamento oral. Depois de um mês de repouso em casa para evitar marcas causadas pelo sol, a estudante conseguiu se recuperar e ficar sem nenhuma mancha. Preocupada, a mãe da Letícia foi ao dermatologista saber se havia o risco da doença voltar, mas o médico disse que quem teve herpes zoster uma vez, não tem mais chances de ter novamente. Por isso, a vacina é uma maneira de proteger quem nunca teve, como alertou a reportagem.

 

G1

fluorO flúor é um aliado no combate à cárie. Ocorre que muitos mitos circulam de boca em boca sobre o uso da substância. Para esclarecer os pontos principais, a cirurgiã-dentista, Thais Paragis Sanchez, do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein, fala sobre o assunto.

 

Ação do flúor

Na boca, ocorre um processo chamado ‘des-re’ (desmineralização-remineralização) do dente. A desmineralização é a perda de minerais, que normalmente acontece quando a pessoa ingere alimentos açucarados e não escova os dentes. Já na remineralização, o flúor da saliva liga-se ao esmalte do dente e ocupa os micro espaços do esmalte, como uma espécie de ‘tampa’. “Uma solução de baixa concentração de flúor, com maior frequência de uso, remineraliza do fundo da lesão para a superfície e apresenta maior resistência às futuras agressões do que o próprio tecido original”, afirma a dentista.

 

Fontes de flúor

Adultos e crianças precisam de flúor para que esse efeito preventivo funcione. Mas não é apenas o dentista que tem a substância disponível para combater a cárie. A água de abastecimento que chega às casas da população é enriquecida com flúor, medida tomada para diminuir o índice da doença. “A fluoretação da água reduz de 20% a 40% a prevalência da cárie em adultos”, diz Thais.

 

O flúor também é encontrado nos cremes dentais fluoretados e enxaguantes bucais de uso diário. Alguns alimentos, como verduras, carnes, peixes, arroz, feijão, são outras fontes de flúor. O dentista entra em cena para aplicar a substância apenas quando há alto índice de cáries. “A aplicação também é necessária quando há lesões de manchas brancas, que podem ser remineralizadas para evitar a cavitação (buracos nos dentes decorrentes da cárie)”, diz. Infelizmente, quando a lesão já está no ponto da cavitação, não pode mais ser revertida. 

 

Higiene bucal

 

A fórmula certa para evitar a cárie continua sendo escovação e fio dental, depois de todas as refeições. “Para um indivíduo saudável, a ingestão da água fluoretada e o uso de dentifrícios fluoretados, associados à dieta saudável e higienização correta com fio e escova dental, são suficientes para manutenção da saúde oral e prevenção de cáries e outras doenças bucais”.

 

 

Terra

Apenas dois refrigerantes por dia são suficientes para trazer danos aos rins, dizem pesquisadores. Um estudo mostrou como o tipo de açúcar usado nestas bebidas aparentemente aumenta os níves de sal no sangue. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

 

 

Um segundo estudo mostrou também que este tipo de bebida faz com que os rins lutem muito para se livrar do excesso de proteína no corpo. Uma das características da falha nos rins é chamada de proteinúria – o aumento da excreção de proteína na urina. Ela foi encontrada nas pessoas que tomam refrigerantes duas vezes ao dia, de acordo com pesquisadores da Osaka University.

 

Mais de 8 mil empregados da universidade participaram do experimento. Um terço deles não tomaram bebidas gasosas; outro terço tomou uma por dia e um terceiro grupo tomou duas por dia. Em um espaço de apenas três dias, 10,7% do terceiro grupo desenvolveram a proteinúria, e 8,9% do segundo grupo também mostrou efeitos similares. O primeiro grupo mostrou sinais em apenas 8,4% das pessoas testadas.

 

A frutose é utilizada para adocicar estas bebidas e pesquisadores da Case Western Reserve University, em Cleveland, perceberam que ela aumenta a sensibilidade dos rins à angiotensina, proteína que regula o equilíbrio do sal.

 

 

Isso significa que o sal é reabsorvido nos rins, o que pode conduzir doenças como diabetes, obesidade, insuficiência renal e hipertensão. Ambos os estudos foram apresentados na American Society of Nephrology Kidney Week, em Atlanta, na última semana.

 

Terra

implantesLevantamento feito entre 2000 e 2010 pelo Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (Deca), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV) mostra que o Brasil está atrasado nos procedimentos de implantes de marcapassos, de ressincronizadores cardíacos e no uso de desfibriladores em comparação aos países da América Latina e do Caribe. Para a diretora do Deca, Stela Sampaio, o resultado “não é muito animador”.

 

 

O Registro Brasileiro de Marcapassos, Ressincronizadores Cardíacos e Desfibriladores (RBM) está completando 20 anos. Esta base de dados nacional disponibiliza informações sobre os procedimentos de estimulação cardíaca efetuados em todo o país.

 

A doutora Stela Sampaio disse que no Nordeste houve redução do número de implantes de marcapassos, sem que houvesse diminuição da população. “O Brasil é um país que coloca menos marcapassos que o Uruguai, a Argentina e vários países menores. Comparando com Europa e Estados Unidos, aí é que os números ficam mais significativos”, ressaltou.

 

De acordo com o Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, o Brasil implanta 190 marcapassos por 1 milhão de habitantes, enquanto, no Chile, esse número sobe para 216; na Argentina para 382; no Uruguai para 578; e em Porto Rico, para 606 marcapassos por 1 milhão de pessoas.

 

Nos Estados Unidos, o censo revela que o total de marcapassos implantados supera 765 por 1 milhão de habitantes. Já na França, na Itália e na Alemanha, o total de implantes de marcapassos alcança, respectivamente, 1.019, 1.048 e 1.267 por 1 milhão de cidadãos.

 

“A gente tem batalhado para que isso [a diferença] seja amenizado, mas os governos, os gestores de cada região, não são sensíveis à resolutividade de um problema que não é difícil [de resolver]”, ponderou Stela. Ela disse que existem médicos suficientes no país, bem como especialistas, inclusive em cidades do interior, mas não é liberada verba para que o problema dos pacientes possa ser resolvido. Isso faz com que muitos cardiopatas morram enquanto aguardam a liberação de nova verba para o implante.

 

 

A médica destacou a importância da implantação de marcapassos. Segundo ela, trata-se de um procedimento que “salva vidas e previne”. Ela esclareceu que além dos marcapassos convencionais, há outros tipos que melhoram a insuficiência cardíaca e evitam a morte súbita. “São tratamentos resolutivos. Não é um tratamento paliativo. A gente realmente consegue resolver o problema do paciente, melhorar a qualidade de vida, diminuir a mortalidade”. Stela Sampaio lamentou, entretanto, que muitos hospitais não apresentam capacidade de fazer procedimentos de alta complexidade, o que aumenta a fila de espera. “É um sofrimento para nós e para a população”.

 

Agência Brasil