Um grupo de pesquisadores italianos que atua na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, descobriu nesta quarta-feira (3) a "droga" que possivelmente alimenta os "motores" dos tumores que dão vida a ele. Essa droga, segundo o estudo que foi publicado na revista Nature, é a fusão de duas proteínas chamadas FGFR 3 e TACC 3.
Ambas em conjunto aceleram a produção de energia do tumor, fazendo-o aparecer em humanos.
"Agora sabemos que este gene de fusão é um dos mais comum em todas as formas de câncer", explicou à ANSA Antonio Iavarone, líder da pesquisa.
Ainda de acordo com o cientista, a nova descoberta possibilita a exploração de "novos objetivos terapêuticos para um tratamento mais eficaz do câncer". Os pesquisadores notaram a presença dessas proteínas que alimentam o no tumor cerebral mais agressivo, o glioblastoma. O grupo suspeita que elas também agem em tumores nas mamas, útero, pescoço e em outras diversas partes do corpo.
Os primeiros indícios da existência destas proteínas começaram em 2012, quando o mesmo grupo de pesquisadores percebeu que a junção da FGFR 3 e TACC 3 era a causa de 3% dos casos de glioblastoma.
Praticar yoga pode ser uma excelente estratégia para lidar com o estresse e cuidar do coração. A yoga permite que você exercite o corpo, a mente, controle a respiração e aprenda a relaxar. O Bem Estar desta quinta-feira (4) conversou sobre os benefícios da yoga com a pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein Elisa Kozasa e com o cardiologista e consultor Roberto Kalil.
A yoga é uma antiga forma de exercício que aplica força, flexibilidade e respiração com o objetivo de aumentar o bem-estar físico e mental. A yoga está relacionada a um risco menor de obesidade, pressão alta e colesterol elevado. A prática traz um efeito calmante. Por isso, é uma estratégia para redução do estresse. A combinação de exercícios envolve o corpo e a mente, com controle da respiração e relaxamento.
Doenças cardiovasculares - há estudos que mostram que yoga pode melhorar vários componentes da síndrome metabólica, como pressão alta, colesterol, circunferência abdominal. A yoga pode ser efetiva para pacientes com doenças cardíacas, pois ajuda a reduzir o estresse e, com isso, pode reduzir a pressão arterial, melhorar a qualidade de vida. Entretanto, a prática deve ser combinada com exercícios aeróbicos.
Sem sentir dores, a cuidadora de idosos Fabiana Pinto, de 42 anos, suspeitava estar passando por uma crise de ansiedade ou sofrendo de depressão. A moradora da cidade de Tupandi, com apenas 4.000 habitantes, na região metropolitana de Porto Alegre, procurou um psicólogo para tratar o que definia como “angústia”. Mas em 27 de outubro de 2017, o profissional estranhou os sintomas relatados e encaminhou Fabiana para o hospital da cidade mais próxima, Montenegro – Tupandi conta apenas com um posto de saúde. No hospital, os médicos descobriram que Fabiana estava, na realidade, sofrendo um infarto.
Por causa da gravidade do caso, a mulher foi transferida para o Hospital Universitário da Ulbra, em Canoas, onde passou por uma cirurgia para desobstruir suas artérias. Porém, após o procedimento, seu coração parou três vezes. Fabiana precisou ser reanimada e corria risco de falência múltipla dos órgãos. Foi quando a equipe de um projeto custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e coordenado pelo hospital privado Moinhos de Vento, em Porto Alegre, foi acionada, na manhã do dia seguinte. Graças ao projeto, Fabiana passou 53 horas ligadas a uma máquina que executou todas as funções de seu coração e pulmão enquanto seu órgão se recuperava. Mesmo em um hospital privado, o tratamento foi totalmente gratuito. O procedimento não é inédito, mas ainda é raro no Brasil.
O aparelho, conhecido como ECMO (sigla em inglês para extracorporeal membrane oxygenation, ou oxigenação por membrana extracorpórea), bombeia o sangue por meio de “canos” ligados às artérias e oxigena o sangue através de uma membrana artificial, atividades que seriam normalmente executadas pelo coração e pulmão. Exceto pela função que desempenha, o equipamento não lembra em nada um coração de verdade: quadrado, ele parece uma caixa de onde saem as cânulas (tubos) ligadas ao corpo e fica instalado em uma estação de aço com rodas para deslocá-lo.
“Levei um tempo para entender o que tinha acontecido. Espero que o aparelho sirva para salvar mais vidas. Infelizmente, muitas pessoas morrem por falta de atendimento”, disse Fabiana em entrevista a VEJA . Atualmente, ela está em casa e recuperada.
O procedimento com a máquina que substituiu temporariamente o coração de Fabiana é resultado do projeto Dispositivos de Assistência Circulatória (DAC) do SUS, coordenado na Região Sul do país pelo hospital Moinhos de Vento. O DAC faz parte do Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), custeado por meio de isenção fiscal.
“A sequela de um infarto pode ser tão grande que o tecido do coração fica danificado, resulta em uma cicatriz, que pode gerar insuficiência cardíaca. O ECMO dá suporte para que o coração se recupere”, explicou o cardiologista e coordenador do projeto, Luís Eduardo Rohde.
Para a cardiologista Priscila Raupp da Rosa, um dos “segredos” do dispositivo é justamente garantir o tempo necessário para que o coração se recupere para funcionar sozinho. “O aparelho também é essencial para os casos de transplante de coração. Enquanto o paciente aguarda um novo coração transplantado, o ECMO cumpre as funções do órgão. ‘Compramos’ tempo”, explica a médica.
O equipamento chegou ao Moinhos de Vento em março do ano passado e foi usado pela primeira vez no hospital no caso de Fabiana. Quatro hospitais públicos do Sul do Brasil participam do projeto que avalia a efetividade de tratamentos avançados para doenças cardíacas e a viabilidade econômica no Sistema Único de Saúde: Clínicas e Instituto de Cardiologia, de Porto Alegre, e as Santas Casas de Pelotas, no Rio Grande do Sul, e de Curitiba, no Paraná.
O Moinhos de Vento é reconhecido pelo Ministério da Saúde como um dos seis hospitais de excelência do país. O hospital é o também o primeiro de Porto Alegre a receber a ISO 9001:2015 por seu sistema de gestão.
Pesquisadores de um hospital de Oxford, no Reino Unido, desenvolveram uma inteligência artificial capaz de fazer diagnósticos a partir de exames para doenças cardíacas e câncer de pulmão. O sistema pode economizar bilhões de dólares ao permitir que esses males sejam detectados precocemente.
A tecnologia para problemas no coração estará disponível gratuitamente no sistema público de saúde britânico, o NHS, a partir do fim do primeiro semestre de 2018. Segundo o governo, isso pode "salvar o NHS" ao reduzir em 50% os 2,2 bilhões de libras (cerca de R$ 9,8 bilhões) gastos anualmente com serviços de análise de patologias.
Atualmente, cardiologistas conseguem dizer se há um problema a partir do ritmo de batidas do coração identificado em exames. Mas até mesmo os melhores médicos falham em um a cada cinco casos. Pacientes acabam sendo mandados para casa e têm um ataque cardíaco ou passam por cirurgias desnecessárias.
O sistema criado pelo hospital John Radcliffe faz um diagnóstico baseado nestes exames com muito mais precisão e consegue detectar detalhes invisíveis aos olhos humanos. Ele dá recomendações ao concluir que o paciente tem risco de ter um infarto.
Economia
A tecnologia passou por testes clínicos em seis unidades cardíacas. Os resultados serão publicados neste ano em um períodico científico após serem checados por especialistas, mas o cardiologista Paul Leeson, que desenvolveu o sistema, diz que os dados apontam que a técnica superou em muito a performance de médicos.
"Como cardiologistas, aceitamos que nem sempre acertamos. Mas, agora, há a possibilidade de fazer melhor", afirma Leeson.
Hoje, são feitos 60 mil exames cardíacos por ano no Reino Unido, dos quais 12 mil são diagnosticados incorretamente. Estima-se que isso custe 600 milhões de libras ao NHS em operações desnecessárias e com o tratamento de quem infartou mesmo depois de ser liberado ao passar por exames.
Chamado Ultromics, o sistema foi treinado para identificar problemas em potencial ao ser alimentado com dados de exames de mil pacientes tratados por Leeson nos últimos sete anos, junto com informações sobre se eles tiveram problemas cardíacos depois. Os resultados apontam que ele pode gerar uma economia de 300 milhões de libras anuais.
Câncer de pulmão
Outro sistema em desenvolvimento busca por sinais de câncer de pulmão, como nódulos, nome dado a um aglomerado de células. Médicos não conseguem dizer se os nódulos são benignos ou se podem se tornar tumores, então, os pacientes precisam passar por mais exames para acompanhar seu progresso.
No entanto, testes clínicos mostraram que a inteligência artificial é capaz de idenficar os casos inofensivos, levando o NHS a economizar dinheiro, e os pacientes, vários meses de ansiedade. Também pode fazer um diagnóstico precoce de um câncer de pulmão.
O sistema também está sendo comercializado pela empresa Optellium. Timor Kadir, diretor de ciência de tecnologia da companhia, afirma que os testes feitos em Manchester apontam que mais de 4 mil casos podem ser diagnosticados mais cedo e, assim, aumentar as chances de sobrevivência deste pacientes.
"Em um sistema de recursos limitados como o NHS, em vez de nos concentrarmos na economia de custos, estamos investigando como oferecer um serviço de saúde melhor para as pessoas com o mesmo dinheiro. Esse é o potencial da inteligência artificial no Reino Unido."
Kadir estima que um sistema de diagnóstico de tumores pulmonares pode reduzir em 10 bilhões de libras os gastos na área se for adotado nos Estados Unidos e na União Europeia. Não há previsão para a chegada desse tipo de sistema de diagnóstico no Brasil.